Murmúrio do tempo escrita por slytherina


Capítulo 5
Nova Esperança


Notas iniciais do capítulo

"O desespero e a escuridão estão em minhas mãos. E não há nada nem ninguém para me substituir. Só minha alma pode ver, o que é certo e errado neste tempo. Meu corpo se dobra pela minha salvação. Ajoelho e peço uma solução. Alguém me alcança pra me ajudar. Enxuga todas minhas lágrimas, mesmo antes de agradecê-lo. Você me trouxe paz novamente e tomou conta de mim." A new hope - Silenced Saint



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Miles Cassidy pediu permissão às autoridades para entrevistar Donegan para fins acadêmicos. Ele foi levado para o Instituto de Pesquisas Biológicas onde Donegan era mantido preso, como material biológico altamente contaminante. Foi conduzido até uma sala separada de outra por um vidro inquebrável, onde podia falar com seu antigo pesquisador pelo interfone. O outro homem parecia abatido e mais envelhecido ainda do que antes. parecia ter desistido de viver. O que era uma ironia, pois ele seria o único sobrevivente de uma guerra biológica, por sua imunidade.

— Como vai , Donegan? - Cassidy perguntou com simpatia.

— Não muito bem. E você, como tem passado, Cassidy? Engraçado, eu tenho um filho com o seu nome, ou tinha. Nunca me ocorreu até agora que eu pudesse estar me lembrando de alguém ao por esse nome nele.

Donegan parecia saudoso e nostálgico. Sua vida nesse atual momento parecia sem sentido agora, como se ele tivesse mergulhado num pesadelo no momento em que entrara no ôvo metálico. Talvez se ele se concentrasse muito poderia acordar daquele sonho mau. Ele murmurou: "Cometi um erro ao voltar para o futuro".

— Na verdade... na verdade foi um erro a sua ida ao passado.

— Eu sei disso agora. Se eu pudesse voltar no tempo e fazer diferente do que eu fiz... se isso fosse possível... eu daria tudo por uma segunda chance. Eu nunca teria voltado para o futuro. Eu me arrependo disso.

— Você deve saber que não há cura no nosso século para a variante da praga que você carrega.

— Sou lembrado constantemente disso.

— E também que não havia cura na idade média.

— Não é verdade. Muitos dos aldeãos que eu tratei com os poucos recursos de que dispunha, sobreviveram.

— A única cura existente é genética. Você não morreu porque é geneticamente imune. Não sei quantas pessoas mais tinham essa característica na idade média.

— Talvez meus filhos, mas não minha esposa. Eu ... eu a abandonei no leito de morte para tentar salvá-la.

— Era o destino dela que ela morresse. Seu destino era nunca ter ido para lá.

— Como pode saber? Você não é Deus.

— Não, não sou, mas tentarei evitar a catástrofe que eu causei, ao tirar o ôvo daquela caverna no País de Gales.

— O que pretende fazer, Cassidy?

— Vou tentar fazer funcionar a maldita máquina do tempo.

— Não pode! Ela está contaminada com a praga.

— Diferente de seres humanos, nós podemos esterilizar uma máquina, sem matá-la no processo.

— Para onde vai? Para a idade média?

— Talvez. Descobrimos que a máquina é atraída no espaço-tempo para lugares e épocas específicas. Ela foi atraída para a idade média, para meu laboratório em Miami e para uma caverna no País de Gales. Ela agora está de posse do Exército em uma área de segurança máxima. Esta também se torna agora um ponto de retorno, mas não tenho como saber para onde ela vai se deslocar no tempo. Tentarei ir para a caverna na montanha galesa, para destruir a máquina antes que possa encontrá-la e iniciar todo esse pandemônio.

— É impossível controlar o tempo e o local do próximo destino, mas talvez ela volte para o local da última partida, na idade média, mas agora está tudo contaminado com a praga.

— Andei estudando e talvez eu tenha sorte.

— E ... se as coisas ficarem piores, como aconteceu comigo?

— Eu destruirei a máquina.

Eles se despediram e Cassidy teve a sensação de que aquela era a última vez que se veriam novamente. Dois meses depois, Donegan conseguiu fugir de sua prisão. Emitiram alertas no mundo todo, com cartazes de "procurado" na internet, e altos valores de resgate, para quem o entregasse, vivo ou morto, e mais o alerta de que ele era portador de uma doença letal. Ele nunca foi encontrado. Circularam lendas urbanas de que a CIA o havia matado para poder estudar seu material genético.

Alguns dias depois daquele encontro, Cassidy conseguiu uma amostra de sangue de Donegan, do período de sua admissão, quando ele ainda não era portador da praga. Ele planejava utilizar isso como chave de ignição da máquina do tempo.

O ôvo metálico era bem guardado pelo exército, para estudos e pesquisa. Cassidy empreendeu então uma arriscada tentativa de entrar em contato. Ele precisou confiar seu plano a algumas pessoas, que ele jugou amigas e comprometidas com o bem comum. Invadiu a área de segurança máxima, usando luvas de silicone e lente de contato com as características de outra pessoa, funcionária daquele setor.

Cassidy conseguiu abrir facilmente o ôvo ao usar uma luva com material biológico de Donegan. Ele entrou na cápsula e passou a mão enluvada nos estranhos desenhos das paredes internas. A cápsula se fechou e o ôvo foi arremessado no espaço-tempo contínuo. Tudo durou apenas alguns segundos, talvez minutos, quando Cassidy acreditava que iria morrer asfixiado por falta de ar.

Finalmente quando o ôvo atingiu uma superfície e reagiu como se sofresse um terremoto, a porta da cápsula se abriu, mas algo estava errado. A realidade ao seu redor tremulava e parecia sofrer a destruição de uma força da natureza. Cassidy hesitou por um segundo, mas o senso de dever falou mais alto e ele pulou para fora da cápsula. No mesmo instante o ôvo se fechou e foi tragado por uma implosão, desaparecendo em pleno ar, como se nunca tivesse estado ali. As árvores em volta estavam quebradas e derrubadas, como se um meteorito tivesse atingido aquela região.

Felizmente Cassidy ainda estava vivo. E ainda carregava sua mochila com seus apetrechos consigo. Talvez ele tivesse errado em pular para fora do ôvo. Agora nunca poderia voltar para seu tempo, e perdera a chance de destruir a máquina, mas com certeza sufocaria naquela cápsula, se permanecesse ali mais algum minuto. E então o ôvo metálico seria sua última morada, isto é, seu caixão.

Ele resolveu investigar o local para onde fora, usando um aplicativo no notebook para mapear o céu, chegando a um cálculo de que período de tempo ele estava. A idade média. Donegan ou sua família deveriam estar por ali. Ao se infiltrar mais na floresta ele chegou a uma pequena clareira, e o que viu o deixou perplexo.

Lá adiante havia uma pequena cerca, de mais ou menos dois metros de altura, circundando um acampamento. Na verdade havia uma fogueira e ... um ôvo metálico.

— Donegan! Você está aí? Apareça, eu vim ajudá-lo. - Ele gritou.

Então, um homem jovem, muito semelhante a Louis Donegan, quando foi juntar-se a equipe de pesquisadores, saiu de detrás de uns arbustos. Ele parecia amedrontado.

— Oi! Eu sei que ... você está confuso sem saber direito o que está acontecendo, mas acredite em mim. Eu vim ajudá-lo. Meu nome é Miles Cassidy e o seu é Louis Donegan. Nós viemos de um lugar no futuro, bem distante daqui.

O homem desmemoriado observou o outro e por um minuto era como se lembrasse de algo, mas tudo desvaneceu em seguida. Teve medo, mas ao menos o outro homem parecia ter respostas para tudo aquilo que o atormentava e que não fazia sentido.

— Espere aí... você falou em ... futuro?


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