Uma tarde Chuvosa escrita por Uru Take-hime


Capítulo 1
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Eh!! Uru Take-hime na área, trazendo mais um one-shot do Bleach pra vocês. Esse é mais leve que o "Never Cry", mais também é lindo. Boa leitura! Reviews?



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A noite estava fria e eu me encontrava dentro do meu esquadrão, organizando alguns relatórios. Há muito tempo eu não saia dali, pois estava extremamente atarefado e eu não tinha tempo nem de respirar! Eu não sou um Capitão que reclama das coisas, mais pedia imensamente que eu pudesse ter uma folga e relaxar um pouco.
Nesse instante, a porta da sala é aberta brutalmente e isso me faz saltar na cadeira, encarando a porta.

- Mais o que...? MATSUMOTOOOOOOOOO!! – gritei ao ver a minha Tenente atrapalhada entrar na sala com aquele sorriso amarelo.
- Gomenasai, Capitão. Pensei que estivesse trancada. – levantou um dedo – O senhor anda trabalhando demais...
- Isso não é motivo de você arrombar a porta! – me sentei, tentando me acalmar. Aquela maluca sempre me tirava do serio – O que você quer?
- Ah! O general acabou de mandar uma mensagem pedindo que o senhor compareça a sala dele.
- Está bem. Irei imediatamente.

...

Eu caminhava pelo portal que ligava a Soul Society ao mundo real, pois o General me deu a missão de proteger a cidade de Karakura enquanto Kurosaki Ichigo e seus amigos estavam no Hueco Mundo, tentando resgatar a Inoue Orihime. Bem... Mesmo que eu esteja em missão, acho que essa será a oportunidade que eu precisava para descansar um pouco.
Sai do portal e percebi que havia chegado á frente da loja do Urahara. O homem loiro e desleixado estava na porta com os olhos cobertos pelo seu chapéu listrado e aquele sorriso enigmático era coberto pelo leque.

- Bem vindo, Capitão Hitsugaya! – disse ele – Entre.
- Arigato, Urahara. – entrei.

...

Eu passava a noite na casa de Urahara e de dia, destruía Hollow`s que apareciam com regularidade na cidade. Tinha muito pouco tempo para descansar, mais hoje está tão calmo que até pude vir ao meu local favorito aqui em Karakura: aquele trecho na estrada onde posso contemplar a cidade de cima e observar o lindo pôr-do-sol. Estou sentado na barreira metálica desse trecho, apenas aproveitando esses segundos de paz quando, de repente, ouço alguém me chamar.

- TOUSHIROU!!
- Quem...?

Olhei pra trás e vi uma pessoa que não via há algum tempo. Kurosaki Karin vinha correndo em minha direção, sorrindo alegremente. Eu a conheci da ultima vez em que vim para o mundo real e, não sei como, ela conseguiu me convencer a jogar futebol com ela e seus amigos. Porem, ela não era uma garota humana comum, afinal ela podia ver os Hollow`s, sentir a presença de espíritos e ainda podia ver Shinigamis, já que seu irmão era um. Também seu jeito de se vestir e agir era diferente das garotas comuns, já que não usava saias ou vestidos e agia como um menino.
Me levantei e esperei ela se aproximar, mais não tive tempo para dizer alguma coisa pois fiquei muito surpreso quando ela passou os braços em torno de meu pescoço, me abraçando com força.

- Toushirou! Ah! Nem acredito que você voltou. – ela comentou, extremamente contente.
- An?! Ah! Sim... – demorei um pouco pra responder – É bom estar de volta.
- Mesmo? Sentiu falta daqui? – ela me encarou com os olhos brilhando.
-Bem... Sim. Karakura é um lugar muito agradável...

Ela estava diferente. Esse jeito... Carinhoso me chamou a atenção, pois ela parecia extremamente feliz com minha volta! Que estranho...

- Vai ficar bastante tempo dessa vez? – Karin perguntou, tirando-me de meus pensamentos.
- Vou ficar aqui até o seu irmão voltar. – informei – Tomarei conta da cidade no lugar dele.
- Que bom! – ela sorriu – Vai jogar futebol comigo e os meninos de novo?
- Eu não posso perder tempo com isso! – fechei os olhos, suspirando – Tenho que tomar conta dessa cidade.
- Sei... – juro que ouvi um tom de desapontamento na voz dela – Mais se quiser falar comigo, sabe onde pode me encontrar!

Ela me abraçou novamente e foi correndo pra casa, me deixando ali, completamente confuso!

...

Não encontrei Karin novamente pois estava muito atarefado com a cidade e, de vez em quando, Urahara me pegava pra ajudar em sua loja. Até esqueci meus pensamentos sobre o modo estranho como ela me tratou, mais ela não me saia da cabeça. Eu precisava relaxar por algum tempo e ela sempre aparecia em minha mente quando eu pensava nisso, com aquele jeito alegre e despojado.
Quando percebi que aquele dia ia ser calmo, entrei em meu gigai e me dirigi ao campo de futebol que Karin e seus amigos usavam para jogar. Ao chegar ao local, vi que eles jogavam contra aqueles mesmos garotos do jogo que participei. Acho que pediram revanche, pois estavam com expressões de raiva e pareciam planejar algo. Sentei num banco e comecei a assistir ao jogo, vendo a dificuldade que Karin e seus amigos tinham pra jogar, já que os maiores faziam truques sujos e impediam os pequenos de marcarem com chutes, socos e puxões violentos. Aquilo era trapaça! Mas não havia ninguém para inspecionar os jogadores.
Aquele jogo foi um verdadeiro massacre para Karin e os meninos, mais mesmo assim o jogo continuava 0x0 e faltava pouco mais de 5 minutos para o jogo acabar. Por incrível que pareça, Karin, conseguiu driblar os meninos maiores e com aquele super chute que só ela possuía, marcou um golaço! Até deixei a emoção me dominar na hora e saltei do banco, dando um grito de alegria. O jogo terminou e graças a meu “pequeno” grito, Karin e seus amigos perceberam a minha presença.

- Olhem! É o Toushirou. – apontou o moreninho.
- É mesmo! Ele voltou. – disse o de óculos.
- Legal! Ganhamos sem precisar da ajuda dele, desta vez! – urrou outro.
- Toushirou! – Karin gritou e vinha em minha direção, mais foi impedida pelo líder do time adversário.
- Não pense que vocês ganharam! – disse o garoto, debochando - A gente ficou com pena de um bando de pivetes e deixou você marcar no final!
- Deixa de ser mentiroso! – ela contra atacou – Eu marquei porque “dei um rodo” em vocês. E não tinha como o seu goleiro segurar o meu super chute! – completou, sorrindo vitoriosa.
- Tsc! – o líder trincou os dentes, olhando Karin com raiva – Realmente, ele não ia segurar o chute de uma menina! Questão de cortesia...
- Há! – ela riu, sarcástica – “Cortesia”? Vocês estavam tentando nos matar o jogo inteiro e agora vem falar de cortesia? Que cínico...
- Uma garota como você realmente não sabe o que é cortesia! – ele desdenhou – Onde já se viu uma menina agir desse jeito bruto, desleixado e impulsivo. Sem falar que você não é nem um pouco bonita. Acho que é falta de feminilidade... Ou talvez sua mãe não tenha te criado direito! Que mãe horrível...

Aquele maldito começou a rir e seus companheiros o acompanharam. Os amigos de Karin a observavam, preocupados. Afinal, a menina foi cruelmente ridicularizada na frente de todos. Conhecendo a Karin, eu sinceramente pensava que ela não iria se abalar, nem daria bola para o que aquele idiota falava e daria uma resposta á altura. Mais fui pego pela surpresa de vê-la se despedaçar, perdeu aquele sorriso vitorioso em seu rosto e ela tremia. De repente, ela deu as costas para nós e saiu correndo, na direção de sua casa.
Não sei o que deu em mim. Sinceramente, não sei. Quando vi, já tinha dado um soco tão forte na cara daquele canalha que ele voou longe e se chocou contra a trave. Acho que fiquei possesso pela raiva de ver Karin tão triste. Eu sempre gostei de seu sorriso, de sua alegria e de sua força, já que desde pequena teve que lidar com a perda da mãe e não demonstrava o quanto aquilo lhe doía. Como aquele miserável pode dizer aquilo se mal a conhece?
Em seguida, corri atrás de Karin, deixando os meninos completamente chocados e meio amedrontados. Eu corria com uma velocidade incrível para ver se a alcançava, mais começou a chover forte e por muitas vezes eu tropecei, caindo no chão, mais levantando e seguindo meu destino. Eu queria chegar até a Karin e dizer que ela não tinha que ligar pro que aquele idiota falou. Mas, devo confessar que não entendia por que eu estava tão preocupado e agoniado por ela. Isso era novo pra mim...
Cheguei a casa dela e tudo estava escuro, como se não tivesse ninguém. Ichigo não estava nem em Karakura, o pai e a Yuzu, irmã de Karin, deveriam estar na clinica da família, mais eu tinha certeza que Karin veio pra casa. Era o único lugar em que ela poderia ir...
Toquei a campainha, ninguém me atendeu. Bati na porta, mais continuava sem resposta. Suspirei e dei a volta, vendo a janela de um dos quartos aberta e saltei, entrando por ela. Para minha sorte, era o quarto das meninas e Karin estava lá, mais senti meu coração apertado ao vê-la deitada em sua cama, abraçando um leãozinho de pelúcia (Kon! *v*) e chorando muito.

- Karin... – chamei.
- Toushirou! – ela se sobressaltou, arregalando os olhos – O que está fazendo aqui?
- Vim pela janela, já que você não atendia a porta. – expliquei – Olha... Vim ver se você está bem...
- Eu não estou bem! – grunhiu, se sentando na cama e deixando o leãozinho de lado – Aquele idiota...
- Não liga para o que ele diz! – pedi, me aproximando – Ele tava irritado por ter perdido pra você.
- Mais ele está certo! – sua voz aumentou, junto com as lagrimas – Tudo o que ele falou de mim... É verdade.
- O que está dizendo, Karin? – a encarei, angustiado – Você não deve acreditar nele...
- Eu sei que o que ele disse é verdade! Eu também acho isso. – revelou, colocando a mão sobre o rosto – Eu sempre agi feito um menino, tentando me fazer de forte e parecer indestrutível. Com isso, todos falam que sou bem mais masculina do que muito garoto covarde por ai... Não sou bonita. Não sei me vestir ou agir como uma menina. Minha mãe não teve tempo...
- Karin, não acredite nisso... – eu tentava inutilmente contrariá-la – Sei que você é uma menina fantástica! Você só tem... uma personalidade forte...
- Não tente me fazer acreditar nisso. – respondeu, ríspida – Não sou atraente em nada. Jamais chamei a atenção de qualquer garoto e jamais vou ser atraente para alguém.

Suspirei, encarando-a. O que ela dizia não era verdade. Ela era bonita em seu jeito todo especial, em seu sorriso e até em sua força. E ela era atraente, afinal, tinha belos olhos azuis como o mar e cabelos tão negros quanto á noite. Embora fosse pequena, seu corpo já começava a demonstrar as pequenas curvas que se formavam, junto dos seios que ainda despontavam timidamente. Suas pernas eram o que mais chamavam a atenção, pois por praticar muitos esportes, ela tinha pernas firmes e grossas, principalmente as coxas. Mais, por raios EU estou pensando essas coisas?! Até senti meu rosto queimar com essa “pequena” analise que fiz de Karin.
Eu não ia desistir. Iria mostrar a ela o quanto ela era especial e atraente. Só poderia fazer uma coisa... Me aproximei dela, toquei seu rosto e a fiz me encarar. Ficamos nos olhando por longos segundos até que decidi falar.

- Karin... Você é como uma pedra encontrada numa gruta: por fora, pode parecer áspera e sem valor, mais por dentro, pode esconder o mais belo e precioso tesouro.
- Toushirou... – ela tentou falar, mais lhe cortei.
- E não diga que você não é bonita. Pois eu te acho linda. – percebi seus olhos brilharem e ela ficou adoravelmente corada – E não pense que você não é atraente, pois você me atrai muito...

Ela arregalou os olhos e ficou ainda mais corada, eu também já estava vermelho com minhas próprias conclusões, afinal, o que eu acabei de dizer era surpreendentemente verdadeiro.
Ela inclinou mais o rosto em minha direção e percebi que ela movia os lábios pra frente, como se pedisse para eu beijá-la. Depois de descobrir meus sentimentos, não hesitei em cumprir o que ela pedia, tomando aqueles pequenos, quentes e macios lábios só pra mim.
Daquela tarde chuvosa em diante, decidi que não permitiria que mais ninguém magoasse a Karin, pois eu a protegeria e a amaria pelo resto dos meus dias.

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Notas finais do capítulo

Ufa! Terminei . Espero receber reviews. Kissus e Sayo!