New City escrita por nymph


Capítulo 5
Chapter Five – Na Saída


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai ser bem violento e conturbado. Me avisem se tiverem alguma critica.
Ah, sim, quase 2000 palavras! Aproveitem ^^



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P.O.Vs Asami

Passei o domingo todo me esquivando do almoço e jantar de família, e a noite toda madrugando para garantir minha nota em inglês, fazendo e refazendo um trabalho de vinte páginas para o dia seguinte.

Quando imprimo a última folha e a grampeio com as demais, meu celular vibra. Recebi um torpedo:

03:12

Korra: Já fez o trabalho de inglês?

03:12

Eu: Acabei agr msm. E vc?

03:13

Korra: Fiz ainda ontem.

Passei dois minutos me perguntando o porquê de Korra estar gastando créditos enviando SMS quando estamos em pleno século XI, e já temos acesso a coisas como internet e WhatsApp. Até que, decidi perguntar a ela.

03:15

Eu: Korra, pq estamos nos comunicando via mensagem?

Eu: Korra, vc tá ai? Já tá tarde.

Eu: Korra?

Eu: Korra, eu preciso te contar uma coisa. (Falha ao enviar a mensagem!)

Eu: Korra, eu preciso te contar uma coisa. (Falha ao enviar a mensagem!)

Eu: Korra, eu preciso te contar uma coisa. (Falha ao enviar a mensagem!)

Depois de três corajosas e fracassadas tentativas de desabafo, eu deito fecho os olhos, cansada. Mas, não desligo o celular como sempre faria. Deixo-o ao lado da cama, esperando que ela responda qualquer coisa. Espero. E, depois de alguns minutos, finalmente durmo.

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Acordo e começo o meu ritual de bem-estar antes de ir a escola. Ele consiste em:

Levantar da cama (acreditem ou não, é a pior parte).

Molhar o rosto.

Enxaguar o rosto.

Passar base.

Passar rímel, batom e uma sombra leve.

Pentear o cabelo.

Se vestir.

Tomar café.

Escovar os dentes.

Pegar ás chaves do carro.

Após meu pequeno ritual de dez passos simples e torturantes, dirijo até a escola. Faço uma curva para estacionar o carro, mas vejo Ming-Hua entrando com seu novo camaro na minha vaga. E eu digo minha vaga, porque meu pai praticamente a comprou. Ele fez um negócio com o diretor e eu estaciono ali desde que ganhei o carro.

Arregalo os olhos, perplexa.

Ming-Hua nunca tinha feito algo assim, um desafio público. Procuro por mais alguma vaga no estacionamento e encontro uma vazia, ao lado da de Zhae. Era a vaga que normalmente Ming ocupava. Dirijo meu carro até lá e estaciono. Saio do carro batendo a porta e indo em direção de Ming-Hua.

— O que você pensa que esta fazendo?! — Grito, apontando o dedo pra ela. — Pode apenas me dizer, por favor, qual é a necessidade disso?! — Pergunto, com os ombros erguidos e o dedo apontando.

— Quer calar a boca?! Ou eu preciso ir até ai e fazer isso eu mesma?! Eu quis testar uma nova vaga e eu preferi a sua. É mais fácil de tirar o carro... Isso, é claro, se não se importar em dividir a vaga que o papaizinho comprou. Não se importa, não é? — Ela pergunta, se aproximando de mim.

Puxo o ar, pronta pra pedir-lhe que saía, quando não vejo o tapa, apenas ouço o estalo. Sinto uma ardência no rosto e ergo minha mão, tocando no lado do meu rosto que acaba de ser estapeado. Por um momento, penso em retrucar. Eu brigo bem, pois já fiz algumas aulas de lura oriental, e por mais que Ming-Hua já tenha estado em inúmeras brigas, não deve ser boa com luta disciplinada.

Ergo o braço, pronta para acertar-lhe um soco, mas meu braço e fortemente segurado. Não notei Zhaeer chegando para pegar algo dentro do carro, vindo em nossa direção, muito menos segurando o meu braço. Não consigo dar conta de dois, não sozinha. Ming me olha, surpresa. Não pensava que eu era capaz de erguer lhe a mão. Meu braço é torcido. Gemo de dor sem conseguir me soltar, quando vejo o coordenador na janela.

— Srta. Hua, Sr. Zhaeer, para a minha sala. Agora. Srta. Sato, de volta as aulas. — Ele diz, sério. Zhaeer sorri, como se não tivesse problema algum, e acompanha o coordenador. Ming-Hua faz o mesmo, mas não sem virar pra traz e me dizer, com toda a raiva e malicia do mundo:

— Eu te pego na saída.

Cerro os punhos e viro as costas. Não, Asami, você não deve se deixar abater por coisas desse tipo, mordo o lábio inferior. Antes que eu me de conta, meu caminhar apressado se torna uma corrida, e eu já estou na frente da escola. Meus olhos se enchem de lágrimas e eu seguro a alça da mochila com mais força.

Adentro a escola, e percebo que estou atrasada. Os corredores estão vazios. Sento em um banco grande nos corredores e olho para o chão.

— Asami? O que houve? — Não, penso. Por favor, ela não. Não quero que Korra veja o quanto sou fraca. Limpo as lágrimas discreta e rapidamente.

— Nada, eu só... — Começo a falar, mas sou forçada a olhar dentro dos olhos de Korra.

Ela senta-se ao meu lado e põe o braço ao redor dos meus ombros. Não consigo desviar o olhar dos olhos de Korra. Eles parecem tão puros. Tão acolhedores, tão protetores.

Começo a tremer descontroladamente, e fungar, até que apoio a cabeça no ombro de Korra, a abraçando forte. Minhas lágrimas caem, e eu me preparo para a enxurrada desconfortável de perguntas que viriam a seguir. Mas, ao contrário do que penso, ela apenas mexe no meu cabelo, relaxando a compostura. Fico imensamente grata por isso.

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Remexo nos meu bolsos, tirando um lenço. Seco as lágrimas, percebendo que minha maquiagem deve estar borrada.

— Korra, eu... — Começo a falar, mas ela me interrompe.

— Tudo bem. Falamos sobre isso depois, ok? — Ela diz.

— Eu vou no banheiro agora. Pode vir comigo? — Pergunto.

— Claro. — Responde. Apesar de eu achar irritante essas garotas que vão no banheiro acompanhadas das amigas, estou com medo. Admitir isso teria me gerado muitas lágrimas a mais, e novamente, fico grata com Korra por não ter me feito perguntas.

Viramos o corredor que nos levaria ao banheiro e consigo ver a posta da sala entreaberta, da onde me da uma perfeita visão de Ming-Hua. Apresso o paço, desejando que esse gesto tenha sido imperceptível por Korra.

Entramos no banheiro e eu lavo o rosto, secando-o com o lenço. Depois, passo base por onde ainda restam marcas de sombra, e repasso o batom e o lápis. Por instinto, dou uma arrumada nos cabelos.

— Já pode me contar o que aconteceu? Não pode esconder pra sempre, você sabe. Posso ajudar você, ou ao menos tentar. — Diz Korra.

— Eu só... Bem, não foi nada. Eu apenas tive uma recaída emocional. Korra? Vamos sair daqui? — Pergunto.

— Agora? Pra onde vamos? — Pergunta, o mais sensivelmente possível.

— Eu não sei. Eu não posso estar aqui ao som do último sinal. — Digo. — Só... Pode confiar em mim que vai ser melhor se a gente der um tempo desse lugar?

Ela assente.

— Me da o seu trabalho. Vou levar pro Mako e pedir pra ele entregar. — Diz.

— Esta bem. Pegue as chaves com ele e entrega a minhas no lugar. Vamos trocar de carro. — Digo, abrindo a mochila e pegando o trabalho e as chaves. — Vou até o carro dele. Você pode ir depois, logo em seguida.

|| - ||

Saio, esperando passar despercebida. Não ouso olhar para a sala do lado ou para Ming-Hua. Caminho discreta e rapidamente, até o segundo o corredor, onde Korra se separa de mim, indo ao encontro de Mako. Faço o caminho para o estacionamento, sem ser vista.

Ao avistar o carro de Mako, vou até lá. Esperar Korra é torturante. De repente, ouço passos. Me abaixo, ficando agachada atrás do carro de Mako. Espio, vendo os donos dos passos.

— Você disse que ela estaria aqui e que poderíamos nos divertir. — Fala Ghazan.

— Eu vi ela descendo as escadas, pensei que ia para o estacionamento... Ela deveria estar aqui. Perto do carro dela ou... — Ming-Hua olha na minha direção, e eu imediatamente paro de espiar e viro para frente. — Ou, do carro do namorado.

Ela vem em minha direção e eu pego o pedaço de galho mais forte que eu vejo.

Ghazan chega por trás, e sinto o que deve ser seu pé diretamente no meio das minhas costas. Tenho consciência das minhas mãos suadas segurando o galho, e o quando Ming-Hua vai me chutar, levando e acerto em seu peito o galho. Ghazan tenta tirar o galho das minhas mãos, mas eu o seguro forte, então ele me empurra eu bato contra o carro de Mako, disparando o alarme. Caída no chão, agacho-me e passo uma rasteira em Ming-Hua, que consegue esquivar-se e segura meu cabelo. Ela o puxa para cima com tanta força que sou erguida do chão, e quando penso que ela vai me ergueu do chão e arrancar fora o meu couro cabeludo, ouço Ghazan falar alguma coisa. Ela me acerta um murro no rosto para depois me soltar, e eu caio no chão.

Eu sei que não posso ficar ali, que preciso me levantar. Mas não consigo. Demora muito, muito tempo. Séculos, décadas, milênios, para que alguém chegue e eu comece a ouvir passos apressados. Olhando para frente de meu rosto, consigo ver uma poça de sangue no chão, causada pelo murro de Ming-Hua no meu nariz. Também vejo meus cabelos que tapam minha visão quase completamente, jogas pelo meu rosto e espalhados pelo chão.

Tento me levantar, agora que sei que tem alguém chegando. Ming-Hua pode ter voltado para acabar o serviço ou o diretor...

Apoio ás mãos no chão, tentando desviar da minha poça de sangue, e sinto meus pulsos levando todo o impacto, carregando o peso do meu corpo... De repente, desabo no chão novamente.

Os passos se aproximam e sinto que não estou mais sozinha. Meu corpo é erguido do chão, e minha cabeça é apoiada em algo macio. Nesse instante, ouso abrir os olhos.

Korra esta me olhando com um desespero no olhar e uma preocupação gigantesca. Ela passa um dos braços por baixo dos meus joelhos e outro pelas minhas costas, e sou erguida do chão, e carregada para algum lugar. O carro.

Tudo esta doendo, mas vou recuperando os sentidos. Estou o banco da frente do carro, deitada apoiada no banco, e Korra o esta dirigindo. Se maxilar esta tenso e ela tem uma expressão raivosa e preocupada. Noto suas mãos cerradas no volante, e os tropeços do carro. Não consigo ver o painel, mas sei que estamos a mais ou menos 80k por hora. Korra faz uma curva violenta, e minha cabeça e pernas batem contra o banco.

Ela estaciona. Abre a porta e a bate com tudo, dando a volta do carro e me ajudando a sair. Chegamos ao hospital e vou para uma sala médica, acompanhada por uma enfermeira, enquanto Korra espera na recepção. Olho para trás, para Korra, e sussurro “obrigado” enquanto sou levada ao consultório.

Após a doutora me examinar em sua sala, me da um remédio para dor e faz-me ataduras.

— O que aconteceu com você, ham? Andou se metendo em alguma briga? Temos muito disso aqui, mas precisa começar a se cuidar e parar com isso. — Me diz a mulher.

— Eu cai da escada. — Murmuro.

— Não podemos perder tempo atendendo esse tipo de caso, então... Aqui está, se cair da escada novamente. — Ela se vira, pegando um kit de enfermagem, e me entrega, piscando um olho. — Pode ir agora.

— Obrigada.

|| - ||

Vou até Korra, sabendo que não vou poder escapar das perguntas e ficar calada dessa vez. Tiro minhas luvas, e vou até ela, pegando suas mãos contra as minhas. Estou prestes a começar a falar, mas ela aperta minhas mãos e me faz olhar em seus olhos.

— Vai ter que me contar quem fez isso, Asami. Quem?!


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Notas finais do capítulo

Muitas tretas, hum?
E ai, como acham que Korra vai reagir? hehehe, estou com pena da Ming-Hua.
Por favor, voltem um capítulo e leiam as notas finais do capítulo 4. É importante, galera, preciso de opiniões.
Gente, eu SEI que a Asami nuca foi de chorar por qualquer coisa, mas entendam que é uma realidade diferente. A Asami da fanfic é ryca, mimada, e nunca tinha sido ameaçada antes. Foi uma reação normal pra ela.
A gif é da hora em que a Ming ameaça ela no estacionamento e ela sai correndo: http://25.media.tumblr.com/tumblr_m63flfX5xl1qc4x4wo1_500.gif



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