Entardecer escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 21
20. A maldição Artiolli




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Florença, 1353

–Mamãe e o papai?-Ian questionou chorando.

Ian já tinha 13 anos e ele tinha mais 4 irmãos.

–Ele vai ficar bem, agora durma filho. -disse acariciando seu cabelo.

–Sinto falta do papai mamãe. -Ian disse sonolento.

–Eu também meu amor. -disse e beijei sua testa.

Depois que sai do quarto de Ian fui ver meus outros filhos e depois fui ver meu marido.

Não conseguia suportar ver Magnus prostrado naquela cama sentindo dores horríveis, ás dores eram tão fortes que ele vivia dormindo.

–Como ele está Casey?-questionei entrando no quarto.

–Dormindo, mas ele perguntou por você. -Casey disse e me sentei ao lado de Magnus segurando sua mão esquerda.

–Adelina...-ele abriu os olhos e sussurrou com dor.

–Oi amor. -disse e apertei sua mão de leve.

–Não consigo mais ver você. -ele sussurrou e olhei para Casey confusa.

–Sim. -ela sussurrou suave e gemi de dor.

Magnus estava cego, e isso era só o começo de sua sina.

–Querida não chore. Posso não ver você, mas ainda sinto seu cheiro de orquídea e sei como você é linda. Linda como um anjo. -ele sussurrou suave e apertou minha mão com força.

–Não vou suportar ver você morrendo assim, não vou.

–Eu sei, nem eu quero. Não quero que você ou ás crianças sofram. -ele sussurrou e Casey soluçou suave.

–Você foi o filho que não tive meu amor, e tenho orgulho de você por tudo que fez. -Casey disse e beijou a testa de Magnus. -Vá com Deus e que você encontre sua paz.

–Cuide da minha família por mim Casey. -Magnus pediu e Casey concordou.

–Vou. -ela disse e saiu.

–O que está havendo?-questionei nervosa.

–Só você pode aliviar meu sofrimento Adelina. -Magnus disse e olhei chocada.

–Só você pode me tirar desse mundo amor.

–Não. -disse nervosa e me levantei da cama. -Não.

–Meu anjo, você ouviu o que Morgana disse só suas mãos podem me matar. Por que você tem a minha alma e preciso que liberte meu corpo. Não aguento mais. -ele pediu chorando.

–Não posso. Eu te amo. -supliquei e ele bateu de leve ao seu lado.

–Já me foi negado à visão da sua beleza, não me negue também o prazer de senti-la. -Magnus pediu e voltei para o seu lado.

–Não me obrigue a isso. Pelo amor que você tem a mim e aos nossos filhos. -pedi segurando sua mão esquerda e senti sua aliança de casamento.

–Se você me ama prove. -ele pediu serio e respirei fundo.

–Juntos para sempre. Eu e você em um só corpo. -sussurrei enquanto ficava em cima de meu marido e depois me inclinava para beijar seus lábios.

–Vou te amar pra sempre. -Magnus sussurrou entre lagrimas. -Obrigado.

–Também vou te amar para sempre. -solucei entre lágrimas enquanto pegava o punhal e segurava no alto.

–Por sua alma eu ressurgi e detenho sua vida. Agora o libertarei de sua terrível sina. Pela alma do amor verdadeiro renasci, e pela alma do amor verdadeiro morrerei. -recitei e cravei o punhal no coração de Magnus que não emitiu nenhum som.

Finalmente meu marido seria perdoado por seu egoísmo, e talvez Deus tenha pena de mim pena de mim por tirar a vida dele.

–Adelina. -Casey entrou no meu quarto e me encontrou escondida olhando o corpo inerte de meu marido.

–Eu o matei Casey. Eu o matei. -solucei devastada pela dor e ela me abraçou.

–Você o salvou Adelina. -ela disse suave.

–Não, eu ainda o sinto aqui. Seu corpo se foi, mas sua alma ainda vive em mim. -confessei nervosa.

–Não querida, Morgana garantiu que ele iria descansar agora se acalme. -ela pediu enquanto me abraçava mais forte.

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–Eu quero meu papa. -Isabelly choramingou e eu a peguei no colo.

–Eu sei. -sussurrei abraçando-a.

Isabelly era a caçula e só tinha 3 anos ela e Magnus eram apegados demais.

–Eu sei, mas ele vai cuidar de você lá do céu amor. -disse e beijei seus cabelos.

Enzo, Pietro, Romeo e Isabelly eram os únicos que choravam pelo pai, Ian não derramou uma lágrima se quer.

–Ian, filho pode chorar se quiser. -disse acariciando seu cabelo.

–Não, papai iria me querer forte. Alguém tem que ser racional e cuidar dos outros. -ele disse se sorri entre lágrimas.

–Seu pai diria isso mesmo. -disse suave.

–Mas ele iria querer nos ver pela ultima vez.

–Tem razão mamãe. -ele disse e me abraçou forte.

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Toda a Itália estava de luto.

Magnus foi o melhor rei de Florença e os outros reinos abaixaram suas bandeiras e usaram preto assim como o povo de Florença.

–Abram o caixão. -disse e os guardas obedeceram.

–A morte não roubou sua beleza meu amor. -sussurrei acariciando seu rosto de leve.

–Fui sua, somente sua. E jamais serei de outro homem. Serei sua por toda a eternidade. -sussurrei e lhe dei um beijo.

–Pra sempre Magnus. -sussurrei e beijei sua testa.

–Pra sempre Lukas Artiolli. -prometi tirando sua aliança e colocando-a no mesmo dedo em que a minha estava, depois beijei suas mãos.

–Vou te amar pra sempre. Vou cuidar dos seus herdeiros, não se preocupe. Vou cuidar do seu país. Eu juro. -jurei e lhe dei um ultimo beijo antes de colocarem a tapa novamente.

Era a confirmação de que Magnus não estava dormindo, ele havia morrido. Morrido por minhas mãos.

Eu havia arrancando-lhe seu coração.

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–Assassina. -uma mulher entrou gritando na igreja durante o velório.

Todos olharam para ela confusos e eu me levantei e a encarei.

–Casey, leve ás crianças para a sacristia. -pedi e ela fez.

–O que você quer aqui?-questionei séria.

–Você matou meu amor. -ela soluçou.

–Aurora, não é?!-questionei andando em direção a ela.

–Como sabes?

–Meu marido me contou o nome de todas ás mulheres que ele levou para cama, especialmente aquelas que o saciaram bem. -disse e ela se encolheu. -Magnus jamais escondeu algo de mim. E ele jamais amou e desejou outra mulher que não fosse eu. Vocês eram apenas uma forma de alivio, ele era homem.

–Juro que vai se arrepender. -Aurora jurou louca de fúria.

–A partir de hoje, os Artiolli serão consumidos em sua própria ganancia. A dor e a tragédia jamais deixará essa casa. Por que foi nela que a mulher apunhalou seu homem. E todos os meninos que nascerem no dia da conquista de Florença carregarão o nome de Lukas Magnus, e como tal, sofreram perdas e dores insuportáveis. -Aurora gritou.

–Não lance maldições na igreja minha filha. - o padre pediu.

–O céu será negado a todos os Lukas Artiolli, até que uma Adelina devolva a alma que você tomou. -ela gritou e relâmpagos se anunciaram.

–O senhor aceitou minha maldição Adelina. -Aurora disse e sorriu.

–Que ele aceite sua alma também. -disse e tirei a espada de um guarda e a matei.

–Tire-a daqui. -gritei nervosa.

Os guardas obedeceram e tiraram o corpo da igreja.

Depois daquele dia a ruina invadiu a minha casa.

Perdi meus filhos homens para a guerra e a caçula para a peste negra.

O único filho de Magnus que me sobrou foi Ian, meu filho mais velho.

–Prometi a seu pai que cuidaria dos herdeiros dele e agora... -solucei inconformada.

–Mãe, você não teve culpa. Foi uma fatalidade. -Ian me consolou.

–Quero meus filhos de volta. -solucei e ele me abraçou forte.

Ian só tinha 17 anos, mas já se mostrava forte e guerreiro como o pai foi.

–Eu sei mamãe, mas agora é hora do pai cuidar deles lá em cima.

–Temo por você. Ian, você é um Lukas Magnus. -disse desesperada.

–Acho que ter o nome do meu pai me protegeu. -ele disse suave.

–Talvez a morte só venha para os outros, e não para vocês. -disse esperançosa.

–Não sabemos mamãe, vamos apenas viver e suportar. -Ian pediu e concordei.

A maldição Artiolli protegia os Lukas e as Adelinas, mas condenava os outros.

Matando e exterminando toda a família de um Lukas, deixando-o só por um bom tempo até me encontrar e vivermos nosso amor novamente.

Até que ele morra da mesma doença que o levou me deixando sozinha novamente a sua espera.

A espera de alguém que quebre nossa sina.

Forks, 2012

Acordei arfante.

Parecia que o oxigênio não estava fazendo seu percurso normal.

Tentei me acalmar e funcionou, desci e fui tomar um copo de água.

Sabia que não conseguiria dormir por que quando fechava os olhos podia me ver apunhalando Lukas no coração.

Me senti no sofá enquanto me encolhia e chorava.

–Lanna?!-Daniel disse assim que desceu as escadas quando amanheceu.

–Oi. -sussurrei sem vida.

–Tudo bem, você parece exausta.

–Não, passei a noite em claro. Preciso de um calmante potente. -sussurrei subindo ás escadas.

–Vou ligar para ele. - ele prometeu.

–Obrigada. -sussurrei sem vê-lo e fui para o meu quarto.

Me joguei na cama e tentei pegar no sono.

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No meio de meu sono pesado ouvi a porta abrir e não liguei, queria apenas dormir.

–Vou deixar você com ela, e se comportem. -a voz de Daniel soou seria.

–Daniel, você acha mesmo que sou dessa forma?!-uma voz doce disse.

Reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

–Magnus?!-sussurrei e abri os olhos confusa.

–Quem é Magnus?!-Daniel questionou e corri para abraçar Lukas.

–Senti saudades de você. Não me deixa de novo. -pedi no seu cabelo.

–Prometo, agora respire um pouco. -ele pediu enquanto acariciava meu cabelo.

–Quem é esse tal de Magnus?!-Daniel quis saber.

–Eu sou Magnus. -Lukas disse e Daniel o olhou confuso. -Meu nome verdadeiro é Lukas Edoardo Magnus Médici Artiolli, quando Carlisle me adotou trocou meu nome e fiquei como Lukas Anthony Cullen.

–Por que ele fez isso?!

–Proteção talvez, ele é pai não sei direito por que. -Lukas disse e Daniel deu de ombros antes de sair.

–Agora nós dois. -ele disse e me deitou na cama. -Contei-me o que tanto lhe afliges.

Suspirei e toquei seu rosto deixando que ele lesse minha mente.

–Me perdoe. -pedi assim que ele terminou de ver o meu sonho.

–Não há o que perdoar Lanna, você me salvou em outra vida.

–Eu tirei sua vida.

–E me devolveu ela agora. E isso que importa. Nossos pecados foram redimidos. Não vamos mais sofrer pelos erros de outras vidas, meu anjo. -ele disse suave e sorriu.

–Até em 1353, você me chamava de anjo. Por quê?!-questionei e Lukas deu um sorriso malicioso.

–Não posso te dizer isso.

–Por que não?!

–Por que você é uma donzela e se assustaria. -ele disse e o olhei assustada.

–O que é que você fazia comigo naquela época. -questionei assustada e ele riu.

–Não é nada disso sua boba. Só te chamo de anjo, por que era o que você parecia e parece. Tão delicada, sensível, amorosa, mas era uma leoa em fúria para defender suas crias. -Lukas disse e sorri.

–Não é justo. Você se lembra de tudo e eu só de alguns feches. Não é legal. -disse e ele riu.

–Tudo bem, o que você quer saber?

–Como foi nosso primeiro beijo?-questionei animada e Lukas sorriu.

–Foi no altar, quando você disse sim.

–Serio?!Eu beijei você no dia do nosso casamento?!

–Foi. -Lukas sussurrou suave enquanto me olhava nos olhos e se aproximava de mim para me beijar.

–Foi mais ou menos desse jeito, só que você não tenha tinha tanta pratica como hoje. -Lukas disse acariciando meu cabelo e sorri.

–Um professor como você eu aprenderia rápido. -comentei e ele sorriu antes de me dá outro beijo.

–Por que você lembra de tudo e eu não?!-acusei.

–Não sei, talvez por que eu seja mais velho, ou por que tenha vivido mais. Pensei que você gostasse de me perguntar sobre nossas outras vidas?!

–Gosto, parece que você fica diferente, menos tímido. -disse e Lukas riu.

–Pensei que você gostasse de mim assim?!

–Eu amo você de qualquer forma. Mas adoro quando você faz um pouco de terror comigo. -disse e ele riu.

–Não tem como negar. Você é mesmo Adelina.

–Por quê?! Se eu não fosse, você iria me deixar?!

–Jamais iriamos correr esse risco, como diz Louise nossa química é transcendental e única. Jamais esqueceria como era sentir você. -Lukas disse olhando nos meus olhos enquanto acariciava de leve minha barriga. -Você é a melhor coisa do mundo pra mim. Meu único tesouro. A única que me levou a glória e a ruina ao mesmo tempo.

– O grande conquistador Magnus que teve inúmeras mulheres se rendeu a uma menina de 15 anos?!-sussurrei e sorri.

–Magnus teve sim várias mulheres em sua cama. Mas Lukas só teve uma. Adelina. E agora... Lanna. -ele confessou e sorri enquanto puxava-o para um beijo e ficava por cima dele.

Sempre que falávamos do passado deixávamos nos levar por ele.

Nos deixávamos levar pelo desejo reprimido de séculos, mas nunca chegamos ao “ponto final”, por que Lukas se afastava de mim.

Só que dessa vez ele não se afastou, foi um grito e o som de algo se quebrando que nós assustou.

–Pareceu a minha tia. -sussurrei confusa e sem ar.

–Sinto cheiro de sangue. -Lukas disse e saiu de cima de mim.

–Alec. -gritei tremula e ele voou escada abaixo enquanto eu corria atrás tremula e nervosa.


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