Um mês e uma semana depois:

Esse mês passou muito rápido, graças à Deus. Praticamente more no hospital durante esse tempo, vinha de três em três horas todos os dias. Acabei de amamentar Sophia pela última vez no hospital e agora as enfermeiras estão preparando a mesma para ir para a casa, uma enfermeira vem e me explica todos os cuidados que devo ter com ela e os medicamentos ainda necessários, e finalmente me entregam ela, ela está dormindo perfeitamente. Nos despedimos e agradecemos a todos, por fim acertamos todas as contas na recepção e finalmente saímos do hospital em direção ao carro, eu com Sophia nos braços e Peeta carregando nossas bolsas. Posiciono minha filha no bebê conforto e assim partimos em direção à nossa casa.

Tive uma surpresa quando obtive a minha alta, quando cheguei em casa e fui ver o quarto de Sophia a fim de arrumar o mesmo, ele já estava todo arrumado, Peeta havia terminado de pintar as paredes, e minhas amigas ajudaram com a decoração, ficou exatamente do jeito que eu queria, só faltava minha princesa e agora finalmente minha casa estará completa. Minha mãe teve alta semana passada, ainda está de repouso, só que na casa de meu pai, eles deixaram a casa só para gente, afinal, uma criança poderia atrapalhar sua melhora.

Chegamos em casa, Peeta agora pega Sophia e caminhamos para a entrada. Ele é um pai muito babão, sempre atento à tudo, tadinha da menina quando chegar na adolescência. Entramos em casa e tivemos uma surpresa, todos os nossos amigos e meus pais nos esperavam na sala, prepararam uma pequena recepção para a chegada de Sophia. Logo que percebem nossa presença correm para perto de Peeta, loucas para verem minha filha, como estava na UTI, não puderam vê-la antes. Ela passa de colo em colo e não dá um pio, adora atenção.

Por fim ela dorme em meus braços e Peeta decide levá-la para cima. Adoraria ter tirado esse dia para ficar sozinha com Peeta e Sophia, mas está sendo ótimo ficar com as meninas, faz tanto tempo que não conversamos direito, há tempos que elas só me escutam e não falam nada, então aproveito essa tarde para saber como anda a vida delas. Dou uma olhada pela sala e não vejo nem minha mãe nem meu pai, acredito que ela tenha subido para descansar um pouco.

– Aí Kat, estou apaixonada pela Sophia, ela é a criança mais fofa que eu já vi! – Fala Annie toda empolgada e todas concordam.

– E mesmo, né! Se me contassem que eu seria mãe aos dezessete eu teria dado risada, mas agora não me imagino sem ela. Mas agora quero saber de vocês!

– Pode parecer estranho vindo de mim, mas não consigo mais me imaginar longe de Marvel, ele era tudo que eu precisava! – Fala Glimmer apaixonada, é realmente é estranho escutar isso dela, ela nunca foi menina de um homem só.

– Cato também, ele é meu pacote maravilha, é de tudo um pouco! Vivemos brigando, mas sempre nos entendemos. – Ela fala em tom malicioso

– E é bom que essa diversão de vocês seja segura, acho que vocês não estão a fim de terem um bebê, né? – Digo e elas riem

– Pois é, a gente pode só se divertir com a Sophia que está ótimo! – Fala Glimmer

– Não vou nem perguntar para você sobre o Finnick, Annie. Vocês são tipo: O casal vinte. – Falo e ela dá risada

– Pois é, ele é perfeito, na medida. Já conversamos até sobre casamento! – Ela fala e isso não me surpreende.

– Já Thomas é diferente, vocês sabem como sou quando o assunto é relacionamento, com os outros me sentia insegura após aquilo tudo com Max, mas com ele esse medo não existe, ele sempre está ao meu lado, sempre me apoiando. – Johanna fala e eu fico feliz por ela. Na vida amorosa dela nada dava certo por conta daquele encosto com nome de Max.

Ficamos conversando por bastante tempo, até que Sophia começa a chorar e todos vão embora, digo tchau á todos rapidamente e subo as escadas correndo em direção ao quarto dela. Me deparo com ela toda manhosa, chorando sem parar. Rapidamente a pego no colo e fico balançando ela para lá e para cá, nada disso resolve, ela só chora mais e mais. Começo a me desesperar e fico tentando de tudo, mas nada resolve até que Peeta chega e me fala:

– Talvez ela esteja com fome, já faz três horas que voltamos do hospital. – E é então que me toco.

Sento na poltrona e finalmente o ela cessa o choro ao receber o leite e me sinto aliviada. Quanto ela já não quer mais, me levanto e a coloco para arrotar e ela dorme novamente. Decido tomar um banho para relaxar e Peeta vem junto. Ao sairmos descemos à procura de algo para comer, encontro uma lasanha no forno, Mags salvando mais um dia. Alguns minutos depois vejo meus pais descendo as escadas, minha mãe é curta em suas palavras.

– Filha, eu e seu pai decidimos ir viajar, não temos previsão de volta, então aproveite para se virar sozinha. – Tento digerir as palavras e quando ameaço falar algo eles simplesmente saem pela porta, sem ao menos se despedirem corretamente.

É isso mesmo? Eles estão me abandonando de novo? E todo aquele papo de “ Sabemos que erramos, mas agora estamos aqui, vamos te ajudar em tudo eu precisar”? Sei que a filha é minha, portanto a responsabilidade também, mas eu finalmente achei que os teria aqui, finalmente achei que poderia contar com eles, mas como sempre estava enganada.

E então, escuto um choro vindo do andar de cima, volto para a realidade, agora somos só eu e Peeta. Subo as escadas correndo com Peeta e m meu encalço, estou aflita, e se eu não conseguir cuidar dela? Não tenho a mais ninguém para recorrer. Eles me abandonaram novamente.

POV Haymitch:

Estávamos na sala, conversando e comemorando a alta de nossa neta, e então Clara pede para que eu suba com ela, alegando que precisamos conversar, o tom dela é de preocupação, subimos e fico nervoso, afinal, estava nítido em seu rosto que havia algo de errado.

– Haymitch, eu vou ser rápida e direta, o médico me dispensou há uma semana para eu poder me despedir de todos, minha vida chegou praticamente ao fim, vou tentar uma última coisa e espero que você me entenda. – Ela fala e nada sai de minha boca, estou perplexo com a situação.

– E eu preciso de sua ajuda, precisamos inventar algo para Katniss, esse é um dos melhores momentos de sua vida, não posso estragar, não quero que ela se preocupe comigo.

– Então você não pretende contar a Katniss que você vai... – Não consigo terminar a frase pois ela me atropela

– Não é por mal, preciso me afastar, o tratamento que pode me salvar é do outro lado do mundo, mas se eu contar isso a ela, ela vai ficar preocupada e não vai conseguir seguir a diante.

– Ok, eu te ajudo, mas vai ser complicado para ela.

– Eu sei, mas é o único jeito, se tudo der certo eu vou poder passar o resto da minha vida ao lado delas, eu preciso tentar.- Ela fala já chorando

– Tudo bem, mas você precisar descansar agora, a noite falamos com ela!

– Tudo bem. – Ela diz já se deitando na cama.

Me sinto dividido agora, as duas precisam de mim, mas eu não posso deixar Clara ao léu, então decido que vou acompanhar ela. Sento na poltrona e acabo dormindo, acordo com o choro de Sophia, mas permaneço sentado, Katniss vai precisar se virar sozinha daqui por diante, sei que é difícil, mas ela vai ter Peeta ao seu lado. Passados alguns minutos o choro cessa e fico mais aliviado, Katniss vai conseguir.

Chegada a noite Clara acorda e decidimos descer para falar com Katniss, Clara é curta em suas palavras e nem deixa Katniss abrir a boca, ela sai correndo da casa já chorando, me sinto mal por não cumprir minha palavra com Katniss, estou abandonando ela novamente.