Simplesmente aconteceu escrita por Lorena


Capítulo 28
First contact!


Notas iniciais do capítulo

O capítulo está meio parado, mas espero que gostem!!!



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Após alguns minutos admirando minha princesa, a enfermeira avisa que meu tempo acabou, que simplesmente não posso mais ficar aqui, como podem tentar me privar da minha filha?

– Como assim sair? – Pergunto tentando colocar ironia em minha voz ainda grogue

– Não é permitido que fiquem muito tempo na UTI, ela precisa de calma, não pode ficar em ambientes conturbados. – Fala com a maior calma, por um momento sinto raiva, mas não falo nada apenas para zelar pela paz da minha menina.

– Então vamos. – Digo triste e a enfermeira volta a perambular comigo pelo hospital

– Quando vou poder vê-la novamente?

– Se essa noite tudo ocorrer bem, amanhã mesmo!

A enfermeira me explica como funciona a alimentação dela, enquanto seus pulmões se desenvolvem, ela se alimenta por um tipo de sonda, mas após isso poderei amamentá-la.

Fico deitada em minha cama, fitando o teto e me lembrando dela, ainda não é totalmente real em minha mente que agora sou mãe, que ela está aqui, e vai ficar bem. Doeu muito ver todos aqueles fios enroscados em seus braços, tão pequena e já foi mais furada do eu, aqueles bracinhos finos e sensíveis, todos furados. Me doí ainda mais pensar em seu choro, o choro eu escutei por uma vez, e não pude fazer nada para cessá-lo.

Peeta entra no quarto e ficamos conversando sobre o quanto ela é perfeita, por ainda ser cedo não é possível definir a cor de seus olhos, mas torço para que sejam claros, assim como os de Peeta, os olhos que sempre me acalmam, aquela imensidão azul me leva para lugares inimagináveis, onde tudo é possível.

Uma semana depois:

Acordo cedo, com o sol invadindo meu quarto e refletindo em Peeta, ele está todo desajeitado no sofá do quarto, está com metade do corpo caindo e sorrindo. Não largo esse homem por nada, difícil achar alguém que mesmo depois de tudo que passamos, ainda continua do meu lado, sorrindo e me amando. No meio de meus pensamentos ele acorda e olha para mim, com a cara toda amassada. Apalpo a cama e ele vem e minha direção, em passos lentos e deita ao meu lado, deito minha cabeça em seu peito e ele fica brincando com meu cabelo todo embaraçado. Ficamos em silêncio por longos minutos até que batem na porta e novamente a enfermeira com o meu café da manhã. Como tudo e ela avisa que mais tarde voltará para ver minha menina e finalmente poderei pegá-la no colo e amamentá-la.

Passei aquela semana inteira indo visita-la na UTI, repetindo sempre as coisas, só podia encostar nela pelos buracos, mas não deixava de ser especial, ás vezes, ela se mexia um pouco e choramingava e o meu simples toque a fazia parar, isso me emocionava todas ás vezes que acontecia.

O que me chateia é que daqui uns dias terei alta, e ela não, terei de deixá-la aqui, sozinha. E os médicos não possuem nenhuma data para sua alta.

Fico inquieta o dia inteiro, fico achando que a enfermeira se esqueceu de mim, até que finalmente ela chega e eu dou um pulo da cama, não posso andar ainda, então recebo um olhar furioso da enfermeira, rapidamente volto para a cama fingindo que nada aconteceu e ela faz o mesmo, me levando rapidamente para a UTI. Chego lá e me sentam em uma poltrona de amamentação, Peeta se senta em um banco ao meu lado. Tempos depois a mesma enfermeira volta com um pacotinho rosa entre os braços, abro um largo sorriso e a enfermeira me dá pequenas instruções sobre como segurá-la e como agir durante a amamentação. Finalmente ela me entrega Sophia, ela é tão pequena e se contorce toda em meus braços, me permito soltar algumas lágrimas de emoção. Toco delicadamente em todo o seu rosto, beijo suas minúsculas mãos e ela agarra meu dedo indicador, isso tudo é muito sobrenatural. Vejo que Peeta também está emocionado, pergunto se ele quer segurar e ele assente, com a ajuda da enfermeira Sophia é colocada em seus braços, percebo que ela estranha um pouco, mas logo se aconchega em seu peito, ele beija delicadamente sua testa e a enfermeira o interrompe, alegando que está na hora de sua primeira mamada, estremeço um pouco, com medo de fazer tudo dar errado. Mas não, deu tudo certo, durante todo o momento fiquei a fitando, feliz por estar fazendo finalmente algo certo para ela. Ficamos por uns vinte minutos em silêncio, apenas a observando e então a enfermeira diz que já deu o tempo e a pega de meu colo, após ficar tanto tempo a segurando, me sinto vazia sem ela em meus braços, mas feliz pois isso vai durar para sempre.

A enfermeira disse que de três em três horas precisarei voltar e amamentá-la, isso me anima muito, poderei ficar com ela muito mais tempo do que imaginava. Por conta desses horários acho que não precisarei ir embora após receber alta, espero poder ficar aqui o tempo todo, depois desse momento que tive com ela, a hipótese de deixá-la aqui sozinha se torna nula em minha mente.

Duas semanas depois:

Acabo de receber alta e fico extremamente magoada por não poder ficar aqui do lado de minha filha, daqui uma semana ela vai sair da UTI e mais um mês e poderei levá-la para casa. Terei de ficar indo e vindo do hospital por conta da amamentação, seria tão mais fácil ficar aqui até ela receber alta.

Sou direcionada até a ala da UTI e a amamento novamente, cada vez fico mais a vontade de ficar sozinha com ela, quando estou com ela em meus braços, sinto que estamos em uma bolha só nossa, onde ninguém mais é bem-vindo. A enfermeira autorizou que eu trocasse sua fralda hoje, fiquei toda estabanada mas deu certo, aos poucos irei fazendo as coisas que daqui a pouco terei de fazer sozinha.

Após me despedir dela, faço uma visita para minha mãe. Ela está cada dia melhor, e segundo o médico, logo poderá voltar para a casa. Foi permitida sua entrada na UTI para ver a neta, ela ficou toda encantada, nunca pensei ver minha mãe daquele jeito novamente, e é tão bom saber que ela estará comigo, para me ajudar com Sophia.

Eu e Peeta voltamos para a casa em silêncio, sei que ele está feliz com a filha, mas sei que está chateado por ter que trancar a faculdade, confirmei a ele que seriam necessários dois meses até tudo ficar calmo. Então no próximo mês terei ele disponível, ficaremos cuidando de Sophia e aos poucos nossa rotina voltará ao normal, ou quase.


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