Simplesmente aconteceu escrita por Lorena


Capítulo 27
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Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, fiz de tudo para deixar esse capítulo bom.



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Minha visão está embaçada, não consigo nem entender ao certo o que está acontecendo, sinto que a qualquer momento irei desmaiar. Minha cabeça está á mil e sinto meus pensamentos se esvaírem quando sinto algo escorrer elo meio das minhas pernas, sangue. Está tudo acontecendo muito rápido, não consigo localizar Peeta no meio de tantos médicos o que me desespera mais, começo a raciocinar, pensei que iria me ajudar, mas só piora tudo, e se eu perder minha filha?

Em questão de segundos me vejo deitada em uma maca, já não sinto nada do quadril para baixo, ocasionado pela injeção que tomei a pouco, se me recordo bem é a peridural. Ninguém me esclarece nada, só escuto passos apressados pela sala, grudam vários aparelhos sobre o meu corpo e aquele bipe ensurdecedor preenche meus ouvidos, só sei sentir medo, sei exatamente o que está acontecendo, meu parto vai acontecer agora e não tenho aquele ser ao meu lado, que sempre me apoia e me diz que tudo ficará bem. Pelo pouco que escuto sei que a minha situação não está boa, eu não me sinto bem, me sinto perder a força e então chamo uma enfermeira e consigo dizer:

– Salve minha menina, por favor! – Ela assente e aperta minha mão tentando passar segurança

Minutos se passam e eu deixo claro a todos que posso que minha filha é prioridade, que eles têm de fazer de tudo para salva-la, independente disso resultar na minha morte.

Tempos depois finalmente vejo o ser passar pela porta, só de ver eu já me sinto mais forte, sinto que tudo ficará bem, que sairei deste hospital viva, com minha filha nos braços. Ele corre para meu encontro e beija minha testa, ele chora assim como eu e finalmente diz:

– Tudo vai ficar bem, eu prometo! – Sinto como se todo o peso fosse retirado de mim e por poucos segundos, um sentimento de paz preenche todo o meu ser.

O médico anuncia o começo do parto, por mais que eu tente não consigo manter a calma, tenho um pequeno vislumbre de minha pressão arterial no monitor, não está nada boa e eu preciso que minha filha nasça então me mantenho o mais calma possível.

Minutos e mais minutos de tensão preenchem a sala, tudo que eu posso fazer estou fazendo, todos os meus batimentos estão estáveis e minha pressão também, até que Peeta se afasta bruscamente e ouço um choro fininho que aquece todo o meu corpo, ela nasceu. Minha visão volta a embaçar e os bipes ficam cada vez mais altos, vejo eles retirando Peeta a força da sala, ele chora muito e agora nada está bem. Os médicos vêm ao meu encontro e me vejo perder cada vez mais a lucidez, sinto um choque percorrer todo o meu corpo e sou impulsionada para cima, sinto isso duas vezes, até que tudo parece voltar ao normal, os médicos se afastam e sou levada para outro recinto, não esperava voltar nele tão cedo, mas estou de volta ao meu quarto, o qual sai horas atrás, toda feliz pensando que finalmente as coisas se acalmariam até os próximos meses. E do nada apago.

POV Peeta:

Os enfermeiros me tiram a força da sala de cirurgia, pensei que tudo ficaria bem quando vi minha filha, tão pequena, tão delicada e tão inocente. Pensei estar tudo certo, até ver Katniss tendo um ataque cardíaco, nunca sofri tanto como estou sofrendo agora, estou na sala de espera, sozinho, desolado e com medo, medo do que pode estar acontecendo agora com Katniss. Ninguém aparece para me dar uma notícia, não faço ideia de como ambas estão agora, queria tanto pegar minha filha nos braços e me sentar ao lado de Katniss, queria tanto estar ao seu lado e beijar sua boca e lhe dizer um ‘’obrigado’’. Mas não posso fazer nada disso, não gosto nem de imaginar que posso perder as duas, assim, do nada.

Hora e mais horas se passam e finalmente um médico vem em minha direção, não sei definir sua expressão, mas juro que vi um sorriso.

– Peeta, tudo ocorreu bem, já pode visitar sua namorada! – Ele fala isso e eu saio feito um raio, não sei muito bem onde ela está, mas fui em direção ao quarto que ela ficou durante todo esse tempo. Quando entro não consigo me segurar e simplesmente caio em cima dela.

– Você...está bem? Está sentindo algo? – Pergunto afobado e consigo ver um sorriso brotar em seus lábios.

POV Katniss:

Tudo parece voltar ao normal, Peeta está agarrado a mim, chorando muito. Sua preocupação inicial me fez sorrir, me aliviou, eu realmente estava viva!

– Estou, estou ótima! – Digo chorando e ele me beija todo apaixonado

– Eu pensei que ia te perder. – Ele fala se acalmando um pouco

– Mas não perdeu, eu estou aqui, e vou continuar te atormentando por muito tempo. – Digo o beijando

– Você não me atormenta, você simplesmente me faz feliz! – Ele diz e quando estou prestes a lhe dizer outra coisa, somos interrompidos por uma batida na porta, seguida pela entrada de meu pai no recinto

– Filha... que bom te ver bem! – Meu pai fala se aproximando e me abraçando fortemente

– Que bom te ter aqui, pai. – E novamente somos interrompidos pela entrada da enfermeira.

– Me desculpem pelo incomodo, mas gostaria de saber se vocês gostariam de conhecer sua filha. – A enfermeira fala e meus olhos enchem de lágrimas, minha filha, agora é realidade.

– É claro! – Dissemos juntos

A enfermeira me posiciona em uma cadeira de rodas e seguimos pelo hospital, a cada segundo meu coração batia mais rápido, quero tanto poder vê-la, segurar ela em meus braços. Finalmente entramos por uma porta e aí que algo me atinge fortemente, UTI, ela está na UTI, não vou poder segurá-la em meus braços, e isso acaba comigo.

A enfermeira estaciona minha cadeira ao lado de uma incubadora, lá dentro tem um serzinho minúsculo, indefeso, cheia de aparelhos pelo corpo, minha filha. Desabo sobre a incubadora, não consigo falar nada, só sinto uma impotência enorme dentro de mim, eu poderia ter me cuidado melhor, poderia ter feito tantas coisas que evitariam isso, é tudo minha culpa. Peeta se aproxima e beija o topo de minha cabeça o que me calma bastante.

Um médico chega e nos explica toda a situação, ela deverá permanecer ali até que seu pulmão se desenvolva por completo, isso ocorrerá em no mínimo um mês e meio! Somos permitidos a colocar nossos braços dentro dos pequenos círculos que ficam em volta da incubadora, ao tocar em seu pequeno braço, sinto algo jamais sentido, me sinto completa, como se todo esse tempo eu ainda não tivesse vivido minha vida por inteira, ela chegou para me completar e me fazer crescer, amadurecer. Não vejo a hora de finalmente poder pegá-la por inteira, poder levá-la para casa.


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