– Senhorita Everdeen, sua mãe está estável, decidimos sedá-la por precaução. Como ela teve duas paradas cardíacas, ainda se encontra fragilizada. – O médico diz sereno

– Mas está tudo certo com seus exames? Ela teve alguma melhora? – Questiono apreensiva

– O fato de ainda não possuirmos um fígado para a transfusão não altera em nada pois o tratamento está transcorrendo muito bem, ela ficará firme por um bom tempo ainda – Ele diz me deixando esperançosa.

– Muito obrigada, doutor. Por tudo mesmo. – Digo ó cumprimentando

Após confirmarmos meu primeiro ultrassom para o dia seguinte, (ansiedade me define) voltamos para a casa.

Assim que coloco os pés em casa sinto um enjoo terrível, subo as escadas apressadamente até o banheiro, é horrível vomitar, e dessa vez eu achei que iria botar todos os meus órgãos para fora. Tomo um banho relaxante, e quando saio fico me encarando no espelho por um longo tempo, minha barriga ainda está normal, mas já me sinto diferente sabendo que tem algo dentro de mim, não sei se é tão estranho para vocês quanto para mim é imaginar isso, um serzinho, do tamanho de um grão de arroz dentro de você, que vai depender de mim para tudo, qualquer erro meu vai mexer com ele, tudo o que sinto ele sente, tenho certeza de que irei amadurecer nesse processo e de que será incrível. Sei que vou deixar de ser adolescente para me transformar em uma mulher, deixar toda a mordomia de lado para focar nele, apesar de tudo que irei deixar para trás, não me arrependo de minhas escolhas, acho que o tão falado “amor de mãe’’, está fazendo efeito em mim.

Saio do banheiro ainda pensativa e sorridente, e Peeta logo pergunta:

– Está melhor?

– Estou sim, só estava pensando em como minha vida irá mudar daqui em diante

– Nossa vida – Ele me corrige com um sorriso no rosto que me derrete por inteira

– Não poderia ter escolhido pessoa melhor para passar por tudo isso comigo – Digo derretida e ele logo me beija.

No início o beijo é calmo e apaixonado, mas vai se tornando mais quente e urgente, só paramos quando o ar se faz necessário e ele ainda distribui beijos pelo meu pescoço. Me afasto deitando na cama e olhando maliciosamente para Peeta que logo entende partindo para cima de mim e me deixando um tanto calma, aquele desejo que estava sentido era fora do normal!

Já tinha ouvido falar que grávidas eram mais sensíveis e tal, mas não sabia que os hormônios iam lá para cima, nunca me senti tão necessitada de algo como me senti. Acrescentei essa conclusão na minha lista mental de verdades sobre a gravidez.

Aquela tarde tinha sido umas das mais felizes da minha vida, Peeta me deixava nas nuvens com seu romantismo, é algo inexplicável! Depois de tudo que aconteceu naquele quarto, tinha certeza de que ele era o homem que queria para o resto de minha vida.

Quando estava com ele sentia que tudo era melhor, ele fazia com que me esquecesse de meus problemas, apenas focando na nossa felicidade, ele é meu porto seguro. Não importa o que aconteça.

Sou acordada no sinal da tarde com beijos percorrendo todo meu rosto e pescoço.

– Eu poderia me acostumar a ser acordada assim todos os dias – Falo ainda sonolenta

– Seria um prazer – Fala Peeta com um sorriso de orelha a orelha e a cara toda amassada.

– Estou morrendo de fome – Digo com o meu estomago já roncando.

– Não é para menos, né? – Ele fala malicioso e eu coro involuntariamente.

Ele dá risada da minha reação e me beija compreensivo. Somo interrompidos pelo som da campainha que percorre toda a casa. Corremos pelo quarto a procura de nossas roupas e tentamos ficar apresentáveis. Descemos em passos apressados pela escada.

Quando abro a porta, lá está meu pai, me fuzilando com os olhos. Só queria saber em que momento ele começou a se importar com o que faço ou deixo de fazer, fico calma, afinal, não me importo mais com o que ele pensa de mim.