The Wedding Dress escrita por Dani R


Capítulo 1
O melhor dia de suas vidas.


Notas iniciais do capítulo

Dominique é a minha personagem preferida da Next Gen. Pra ser honesta, nunca imaginei ela e Victoire tendo uma relação tãããão boa como a da fic. Mas é claro, não podemos limitar nossas ideias :)



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Era apenas um dia normal na casa normal de uma família nem tanto normal — os Delacour-Weasley. O verão já havia chegado, ou seja, Louis estava de férias, ao contrário de Dominique, que acabara de se formar e Victoire que estava prestes a casar com Teddy, seu namorado há mais de cinco anos. Dominique também estava namorando, com seu primo James Sirius. Demorou um pouco para a família se acostumar, mas algum tempo depois Hugo e Lily Luna também começaram a namorar, então tudo ficou bem.

Aliás, James estava na casa de seus tios vendo um filme com Dominique na sala, enquanto Louis fazia absolutamente nada e Bill e Fleur tentavam cozinhar um bolo extremamente difícil de preparar — eles praticamente desafiaram si mesmos a fazer aquele bolo e ficar bom; nem pareciam ter mais de quarenta anos. Bom, e Victoire estava sabe-se-lá-onde. Afinal, já havia saído de casa três anos atrás.

De repente, a campainha tocou e Dominique resmungou.

— Não me lembro de ninguém dizendo que viria aqui hoje. — Disse. Ela bufou, revirou os olhos, mas já que ninguém foi abrir a porta, ela mesmo fez isso.

E lá estava Victoire: Linda, loira, alta, com um sorriso enorme estampado no rosto e uma aparente animação que Dominique nunca vira consumir o corpo de Victoire. Logo, ela lembrou. Hoje elas iriam comprar o vestido de noiva da Vic. Vendo que a irmã estava com a cara muito pensativa, a expressão alegre de Victoire se desmanchou completamente.

— Não me diga que você esqueceu! — Disse, com uma voz chorosa.

— Desculpa, Vic! É que o James apareceu de surpresa aqui em casa... — Dominique respondeu e fez "O" beiço de desculpas e Victoire suspirou.

— Ok, vá se vestir. Até parece que vou deixar você ir de pijama.

A coisa com "O" beiço de desculpas é algo que Dominique aprendeu na infância. Toda a vez que ela fazia algo errado, ela fazia esse beiço e uma expressão triste e era assim que ela se livrava de castigos. E também funcionava na adolescência.

Dominique se vestiu supreendentemente rápido, em uns dois minutos ela já estava descendo. E olha que ela demorava pelo menos uns quinze em dias normais.

— Mas e o James? — Ela sussurrou no ouvido da irmã.

— James! — Victoire gritou e ele olhou para ela. — Teddy já vai vir te buscar, segundo ele vocês precisam conversar. Não sei do que se trata.

O garoto assentiu e voltou ao filme. Dominique deu um selinho de despedida nele e saiu com a irmã mais velha.

Victoire tinha um QQ azul metálico novinho. Ele podia voar também, mas hoje elas iriam no jeito trouxa pra ninguém estranhar um carro sendo estacionado do nada em uma rua movimentada no centro de Londres. Enquanto dirigia, Victoire falava de todos seus planos de vida — planos que Dominique já estava bem ciente, e que mesmo assim era a décima quarta vez que ouvia. Sim, ela sabia que Victoire queria uma casa não muito grande, porém moderna. Sabia também que ela queria duas filhas, um Golden Retriever, e que seu casamento fosse no Chalé das Conchas. Sabia de tudo aquilo. E por isso, o caminho foi rápido pois Dominique mal prestou atenção.

Mas ao ver que elas estavam indo em direção a um bar, ficou completamente confusa.

— Onde estamos indo? — Perguntou. Victoire abriu um sorriso atrevido, como uma criança que estivesse aprontando.

— Para um bar, oras. — Ela riu, mas logo voltou a sua expressão séria. — O bar é para trouxas, mas os donos são bruxos. Se você pedir "uma bebida especial", eles te levam até um vilarejo comercial bruxo que fica logo atrás do bar.

Dominique sequer ouviu falar desse lugar alguma vez. Devia admitir, a irmã era boa para essas coisas. Ela levava Domi em lugares que ela nunca tinha ido na vida.

Elas entraram no bar, que estava cheio de trouxas bêbados e vendo um jogo de futebol, enquanto riam e comemoravam o recente gol marcado por algum dos times. Dominique estava curiosíssima com toda a baderna, mas Victoire foi direto para o balcão e disse:

— Eu quero uma cerveja com muita manteiga e gengibre.

O barman, que era um cara velho e idoso, abriu um sorriso com alguns dentes faltando e respondeu:

— É por esse caminho, senhoritas.

Ele levantou do banquinho em que estava sentado e conduziu as garotas até uma porta que quando destrancada, levava a um corredor escuro que terminava em um pátio. Nesse pátio, havia uma porta camuflada como se fosse o resto da parede. O homem abriu essa porta para elas, que agradeceram.

— Boas compras.

Elas sorriram, e assim que ele fechou a porta novamente, Victoire puxou o braço de uma distraída Dominique e a levou correndo para a loja de noivas. E é claro que a mais nova reclamou e gritou, o que fez quase todas as pessoas na rua olharem para elas. Mas Victoire nem ligou e continuou andando.

— A dona dessa loja faz os vestidos mais lindos do universo. E tudo a mão. Eu quero ser como ela quando crescer. — Disse Victoire. Era uma piada, é claro, mas ela continuou séria.

A loja era muito refinada; dominada por vestidos longos e brancos, as paredes da loja tinham a cor rosa-bebê e um exuberante lustre estava pendurado no teto. Com bancos para as pessoas se sentarem no meio, no fim daquela sala havia uma enorme mesa de vidro com algumas garrafas de champagne e taças de cristal. Dominique ficou bem surpresa, mas sabia que se não tivesse glamour, não era Delacour.

Uma mulher baixinha que usava um terninho rosa apareceu ali, cumprimentando Victoire e abrindo um sorriso simpático.

— Vocês devem ser Victoire e Dominique Weasley. Eu sou a Bridget, muito prazer. — Disse. — Qual a sua preferência, Victoire?

— Eu queria um que não fosse totalmente branco, que tivesse alguns detalhes coloridos e que a saia não fosse muito estufada. — Ela respondeu. Victoire pensava no vestido de noiva perfeito desde que era uma criança, mas não desenhou e mandou fazer porque demoraria muito tempo e faltava um mês e meio para seu casamento.

— Tenho os vestidos perfeitos pra você, sigam-me. — Bridget sorriu de novo e andou até uma parte de sala com vários vestidos com detalhes coloridos.

Victoire devia ter experimentado pelo menos uns sete vestidos e nenhum deles havia ficado muito bom na opinião dela, mas mesmo assim ela se divertia bastante experimentando-os. Enquanto isso, Dominique estava sentada em um dos puffs bebendo sua terceira taça daqueles maravilhosos champagnes enquanto ria das palhaças da irmã com os vestidos. Ir às compras com Victoire era uma das coisas favoritas na vida de Dominique. Não houve um dia em que elas não se divertiam fazendo isso.

Então, finalmente, ela achou um vestido maravilhoso. Sua primeira parte era como se fosse um vestido branco estilo tubo normal, mas a saia que ficava por cima era um pouco transparente e também era branca, porém com vários detalhes costurados em azul claro. O final da saia possuía algumas penas falsas no mesmo tom de azul dos detalhes e a calda não muito grande. Ele não era tomara-que-caia e as alças eram cruzadas nas costas. Assim que Victoire saiu do provador, ela gritou de alegria.

— Dominique, olha pra esse! É lindo! Eu poderia casar com esse vestido agora e deixar o Teddy de lado. E ele tem detalhes em azul claro! A mesma cor da decoração! — Disse, completamente eufórica. Era exatamente o que queria.

A garota ficou boquiaberta. Sua irmã estava parecendo com uma princesa, mesmo. Todos naquele casamento iam babar, e Victoire nem precisaria se preocupar com alguma garota ofuscando a noiva; aquilo era tecnicamente impossível.

— Vic, está lindo! Sério, você parece uma princesa daqueles contos de fadas trouxa. Metade do mundo bruxo vai falar desse casamento por muito tempo, principalmente por causa do vestido. — Ela falou, e deixou Victoire tão feliz que ela deu um pulinho e um grito de alegria, e abraçou a irmã antes de voltar para o provador.

Victoire pagou por aquele vestido sem nem hesitar — quer dizer, o dinheiro era de Bill e Fleur, mas eles tinham muitas condições de pagar pelo vestido. Ela ficou tão feliz que até levou Dominique para uma sorveteria depois de saírem da loja.

Quando já tinham pego seus sorvetes e sentado na mesa, Vic começou a puxar assunto.

— Então, como a sua carreira de modelo está indo? — Perguntou.

Dominique havia sido recrutada por um dos únicos e principais caça-talentos de bruxos, Joseph Loiuné seis meses atrás. E tudo por causa de sua tia, Gabrielle, que também era modelo e Joseph era seu agente. Quando ela se formou em Hogwarts, foi direto fazer ensaios fotográficos para marcas de roupas pequenas e até desfilou em algumas passarelas pela Inglaterra, e ela estava gostando muito do trabalho.

— Subindo cada vez mais. Eu estou aproveitando essa semana de folga porque semana que vem já tenho mais quatro ensaios fotográficos e um desfile. — Respondeu, sorrindo. — E como anda lá n'O Profeta Diário?

— Muito bem. O editor-chefe até anda me elogiando pelas minhas colunas. Logo, logo vou receber um aumento. — Disse Victoire, tomando algumas colheradas do sorvete. — Você já comprou seu vestido para o casamento?

— Ainda não, não ando com muito dinheiro.

— Como assim? Você já fez vários projetos como modelo, certo?

— Certo, mas é que tem algo... — Dominique disse como alguém que estivesse guardando segredo.

— Dominique... — Victoire falava com aquele típica autoridade de irmã mais velha. — O que você fez?

— Ok, ok. — Ela revirou os olhos, se rendendo. — Eu e James vamos comprar um apartamento. E vamos morar juntos.

Victoire ficou boquiaberta com o que a irmã acabara de lhe falar. Parecia que era ontem que Dominique ia para Hogwarts e agora ela iria viver com o namorado?! E foi assim que ela percebeu como o tempo voa. Mas ela ficou feliz com a notícia, tanto que abriu um sorriso enorme. Vic foi uma das primeiras a ver que algo acontecia entre a irmã e o primo, e apoiava desde o começo. Ver eles evoluindo daquela forma era motivo de felicidade.

— Domi, isso é tão bom! Você já falou para nossos pais?

— Não, não ainda. Na verdade, eu nem deveria ter te falado, então fica de boca fechada. E quando eu e ele falarmos para a família, finja surpresa. Se não o coitado vai se sentir traído. Sabe como esse menino é. — Dominique riu e Victoire concordou, rindo também.

Ela amava James, mas o garoto era bem melodramático quando se tratava de segredos. Ele sabia que Dominique contava tudo para Victoire, cada detalhezinho, e ele também fazia isso com Fred II e Teddy. Mas quando ele queria que Dominique guardasse segredo, mesmo se ela contasse para apenas Victoire, ele fazia um escândalo. Segundo Dominique e o próprio Fred, parecia uma criancinha.

— James é o cara mais melodramático do mundo bruxo. Devia largar a recente carreira de jogador de quadribol e virar ator. — Disse Victoire. — Se bem que Teddy é assim também. Lembra quando nós terminamos por umas cinco semanas quando eu estava no quinto ano? Ele vivia me mandando cartas anônimas, como se eu nem conhecesse a letra dele, e ficava chorando na minha frente implorando para voltarmos.

As duas continuaram rindo e falando mal dos namorados — no caso de Victoire, noivo e futuro marido em pouco tempo. Nem ligaram para o fato de que o sorvete já havia acabado tinha uns vinte minutos.

— E teve aquele dia... — Dominique dizia enquanto soltava gargalhadas. — Na aula de História da Magia... Eu e James ficamos trocando bilhetinhos safados de brincadeira, e o Prof. Binns viu e começou a ler em voz alta. Foi tão vergonho, mas deu uma animada histórica naquela aula chata dele!

Victoire voltou a gargalhar ainda mais depois da história contada por Dominique. Além de estar de alto astral devido a compra do vestido, sempre que ela e Domi tiravam uma hora para conversar, acabavam em algum assunto engraçado e gargalhavam muito. Seu assunto na sorveteria acabou com elas contando momentos vergonhosos que passaram nas festas clandestinas de Hogwarts e Hogsmeade.

A tarde foi tão boa que elas nem voltaram para suas respectivas casas; foram direto para um karaokê. Era como uma despedida de solteira para Victoire, porém improvisada e com apenas Dominique ali. As duas cantavam com Dominique bêbada, e fingiam paquerar com caras para depois eles irem até elas e elas dizerem que são comprometidas. Foi, sem dúvida, um dos melhores dias de suas vidas.

Mas, é claro, teve que ter um fim. Victoire deixou Dominique em casa, mas antes que ela pudesse sair do carro, disse:

— Dominique.

— Sim. — Ela respondeu.

— Eu quero que você seja minha madrinha. — Disse Victoire, sorrindo. — James vai ser o padrinho de Teddy, por isso que ele queria conversar. E eu quero que você seja minha madrinha.

Dominique abriu um sorriso tão grande que era capaz de ver todos os seus dente e sua gengiva superior e inferior. Ela concordou com a cabeça, aceitando a proposta com a maior felicidade do mundo. Por fim, tascou um beijo na bochecha da irmã e saiu do carro, voltando para casa.

Não importava quanto tempo passava; as irmãs Delacour permaneceriam unidas. Podiam ter muitas primas, mas mesmo assim elas eram suas próprias melhores amigas, conselheiras e companheiras.

Sua amizade era algo que permaneceria até que a morte as separassem.


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