Radioactive - The Underworld escrita por Artur


Capítulo 2
Capítulo 02: It Comes Back to You


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Eu sei que demorei bastante ( meses eu diria ) e por isso eu queria pedir um IMENSO perdão por tamanha demora. Levaria horas para dizer o motivo do atraso, mas quero poupar tempo. Alguns leitores sabem que tive muitos problemas nas últimas semanas, esses problemas foram se aglomerando um ao outro e enfim, não tive folga.

Mas aqui está o segundo capítulo da continuação. Apresentando dois novos personagens que terão grande importância ao decorrer da história, o inicio ficará um pouco confuso, mas logo vocês entenderão.

Título inspirado na música It Comes Back to You de Imagine Dragons!



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Radioactive II

It Comes Back to You

O local desconhecido estava abafado e escuro, um odor pútrido se espalhava pelo ar abafado que continha no espaço. A única fonte de luz que existia era de uma janela ramificada em pequenas aberturas no vidro, o que possibilitava a entrada dos feixes luminosos. O suor já escorria intensamente pela face da mulher que aparentava estar em um imenso nervosismo. Sua respiração estara rápida e anelante, os olhos verdes chamativos fixavam-se no exterior do local onde estava presente.

— Ande logo com isto, esse lugar fede a carniça. – Uma voz masculina ecoou-se em um tom de sussurro quase inaudível mesclado com um nervosismo notório, tudo que menos queria era chamar a atenção dos errantes que cambaleavam no lado de fora.

— Não me apresse, John. Você sabe que não consigo agir sob pressão! – Retrucou a mulher com o mesmo tom de urgência enquanto remexia uma mochila estando completamente desajustada.

— Emma, nós já estamos sob pressão. – Sibilou calmamente o rapaz, erguendo o dedo indicador e apontando-o na direção do lado exterior do minúsculo galpão que se abrigaram temporariamente. — É questão de tempo e logo aquela horda irá nos encurralar.

— Isso não amenizou em nada o meu nervosismo. – Concluiu a ruiva em tom de brincadeira, entregando uma lanterna para o rapaz que rapidamente ilumina o local onde estavam. Era bastante pequeno, repleto de caixotes revirados e um corpo em um estado de decomposição já avançado.

Os passos intercalados com grunhidos se tornaram extremamente constantes, John começa a ficar preocupado com a situação que se encontravam, a busca por suprimentos não saiu do jeito que planejavam, e o encontro com uma horda só piorou as coisas.

— John, eles já estão aqui? – Indagou Emma, enquanto buscava retomar o folego de outrora. O rapaz matinha seus olhos na única janela que havia ali, e logo a ilustre presença dos andarilhos vem à tona, deixando a rua imersa em um tom acinzentado e uma paisagem horripilante.

John procura controlar a própria respiração, mas era inevitável tentar manter a tranquilidade uma vez que seu coração já palpitava forte, e a adrenalina tomava conta do seu corpo. Um errante acaba esbarrando na janela onde o moreno observava tudo, debatendo-se perante o vidro que impedia o contato imediato com o sobrevivente.

— Fique quieta, se atrairmos os demais estaremos encrencados! – Cochichou, tentando deixar a ruiva menos aterrorizada. Dando singelos passos para trás, John sentiu a dor tomar conta dos seus pés; ambos correram durante horas.

— Eu sabia, era uma péssima ideia vir nessa busca idiota. Mas pensando pelo outro lado, não aguentava comer a mesma fruta por tanto tempo, definitivamente não seria uma modelo caso não fosse jornalista. – Proferiu Emma, como se refletisse em voz alta, John fecha os olhos por alguns segundos tentando manter a paciência, mas eis que um grito atordoante surge, sendo seguido por disparos.

A dupla permanece em alerta, o silencio era constante até que os gritos se repetem mais uma vez atraindo os errantes que estavam próximos ao galpão, incluído o transformado que havia sentido a presença dos sobreviventes.

— Essa é a nossa chance, poderemos sair e se ainda houver alguns andarilhos, derrubaremos eles sem nenhum problema! – Avisou John, apunhalando com firmeza sua peixeira.

Emma permanece calada, arrumando seus vibrantes cabelos ruivos em um curto rabo de cavalo, enxugando o suor presente em sua testa preparando-se para outra corrida iminente. A dupla de sobreviventes aguarda mais alguns minutos, e finalmente John toma a liderança abrindo a porta com ferocidade, enquanto saia de dentro do galpão junto a Emma, que portava uma pistola.

Alguns transformados ainda cambaleavam pela rua próximo onde estavam, entretanto a maioria já caminhava na direção dos gritos de outrora. John dá os primeiros passos e logo crava sua arma branca no crânio do primeiro errante que vinha na sua direção, o mesmo se repete com um segundo transformado.

— John! – Exclamou Emma, chamando-lhe atenção enquanto apontava na direção em que a horda foi, notando a presença de outros dois sobreviventes que fugiam ao perceberem a presença dos andantes.

— Temos que ajuda-los! – Continuou a ruiva sem conseguir a aprovação de John, que continuava a abater os errantes que ainda existiam próximos a ambos. — Eles praticamente salvaram nossas vidas! Um foi tomado, a horda logo pegará os outros dois, temos que ajudar!

A ruiva de pele clara ditou tais palavras bastante convicta na sua decisão, sua personalidade companheira e determinada é o principal fator que definiu seu caráter no apocalipse, mesmo diante de tantas tragédias. John, apressado, acaba segurando a mão de Emma com firmeza, enquanto a puxava na direção contrária.

— Agradecerei nas minhas orações. – Balbuciou o homem, deixando Emma visivelmente irritada, ao ponto de soltar a mão do companheiro voltando-se sozinha, na direção que os desconhecidos foram.

— Emma, você sabe que isso é uma má ideia! – Gritou nervoso John, tentando convence-la, mas sem sucesso.

— Não adianta, John. – Retrucou ligeira, virando-se para o moreno com uma expressão séria em face, seus olhos verdes estavam firmes e fixos no jovem. Emma possuía uma capacidade única de conseguir moldar as pessoas ao seu redor com seu senso de justiça e uma sinceridade rara de encontrar nos tempos atuais.

— Se voltarmos agora minha consciência não estará limpa. Fomos salvos por aqueles sobreviventes mesmo que indiretamente, agora eles que estão em perigo! Eu tenho que fazer a minha parte. – Bradou a ruiva, exalando determinação. — Se você não quiser vir, ótimo. Avise aos outros que fiz por vontade própria, se eu estiver caminhando para minha morte... pelo menos morrerei com o pensamento que fiz o que deveria ser feito.

— Tudo que você faz acaba voltando para você. Por mais que você tente escapar, tudo acabará encontrando um caminho de volta para você, e eu não quero pagar por algo que eu poderia evitar que acontecesse. - Emma rapidamente retorna seu trajeto correndo na direção da horda e dos sobreviventes, mas a ruiva logo é interrompida por John.

— Sério que você vai seguir o caminho da horda? Que suicídio, daremos a volta da rua por ali, e encontraremos os sobreviventes sem precisarmos passar pelos errantes. – Explicou, fazendo Emma mudar de direção com um largo sorriso em face.

...

A respiração de Anne estava mais que ofegante, o medo já tomava conta de todo seu corpo diante da situação que se encontrava, era visível seu imenso cansaço depois de semanas caminhando ao lado de Dean. Mas, o encontro com Zeth fez seus pensamentos mudarem, e uma pequena ponta de esperança surgiu ao saber que poderia entrar em uma comunidade e viver normalmente como vivia na Fortaleza.

Dean permanecia o mesmo de duas semanas antes, é impossível negar que a morte de Lucy mexeu com o sobrevivente de maneiras diferentes que o jovem nunca imaginou sentir. Suas pernas já estavam ficando bambas, e apesar disto, continuava a correr simplesmente evitando tal fato.

— Eles já estão atrás de nós! – Alarmou Dean, fazendo Anne arregalar os olhos enquanto tentava de todas maneiras apressar o passo. Dean logo percebe a presença de um carro estacionado próximo a esquina da rua em que corriam, inteligente, o jovem acaba virando-se para horda enquanto Anne apenas estranhava a ação do jovem.

— Corra para o carro, veja se tem as chaves ou algo do tipo! Vou eliminar os errantes da frente da horda, assim eu ganho tempo para você. Se mova!! – Berrou o jovem, nervoso.

Anne então, corre na direção do simplório carro ao qual estava estacionado próximo à calçada, bem ao lado de um poste elétrico. Dean deixa a faca como segundo plano sacando sua pistola que contém pouquíssimas balas além de ser o último pente que restou, disparando em seguida, na direção dos primeiros infectados que estavam na frente da horda.

Dean procura manter a calma, estava ciente da pouca munição por isso mirava nos errantes mais próximos visando o não desperdício de balas. O jovem permanece parado, enquanto a horda avança na direção do sobrevivente sem nenhum obstáculo, se não fosse por Dean que disfere o primeiro tiro atingindo precisamente na testa de um dos transformado que vai imediatamente ao chão, fazendo alguns zumbis que estavam logo atrás, tropeçarem e caírem junto.

— Ótimo, está trancado. – Sussurrou para si mesma Anne, ao chegar no carro e notar que o mesmo estava trancado por dentro. A morena olha de relance para Dean, saca sua pequena pistola e dispara no vidro do veiculo fazendo o alarme ecoar instantaneamente.

Dean percebe a ação da amiga, e logo vê a necessidade de se apressar uma vez que o alarme atrairia mais errantes, dando continuidade aos disparos nos errantes da horda que conforme se aproximava, o sobrevivente andejava ainda mais para trás.

— Vamos lá, onde estão as chaves? – Indagou Anne, já dentro do carro.

No interior do veiculo havia uma mulher com um certo grau de decomposição, a errante tinha uma ferida exposta na cabeça e uma arma ao lado do próprio corpo. Anne para por alguns segundos observando a cena, se tratava de um suicídio.

Este pequeno segundo de distração foi o suficiente para que um errante pudesse se aproximar sem ser notado. O ser pútrido agarra as pernas da morena que se encontravam em uma parcela no lado de fora do veiculo enquanto a mesma revistava a parte de dentro do carro à procura das chaves.

— Droga! – Murmurou Anne com a chegada do errante que agarra a perna da jovem com um imenso alvoroço. Ágil, a jovem chuta o tronco do verme que vai ao chão imediatamente e quando se preparava para sair, outro infectado surge desta vez agarrando os ombros de Anne.

Tentando escapar, Anne retrocede alguns passos, mas logo é barrada pelo alto poste que existia na calçada. A sobrevivente era forte, mas no ápice de uma exaustão extrema, o andarilho aparentou ter mais resistência ao derrubar Anne no chão.

— Dean! – Aclamou a jovem gritando pelo nome do companheiro que se vira percebendo a situação em que Anne se encontrava. Porém, Dean mal teve tempo de pensar em algo quando a horda de infectados se aproxima drasticamente obrigado o jovem a disparar contra os mesmos.

Anne tenta afastar o errante que a agarrava, mas parecia ser inútil uma vez que o transformado ainda insistia em devora-la estando muito próximo da face da morena. Não demorou muito, e o zumbi que antes fora derrubado pela sobrevivente se arrastava pelo solo alcançando as pernas estiradas de Anne.

Dean se encontrava em uma situação de risco semelhante, o jovem de olhos azuis tenta ajudar a amiga que se encontrava à beira da morte, mas a horda estava próximo o suficiente para domina-lo.

— Miserável, Dean! – Suplicou ao perceber que o outro errante já havia agarrado sua perna esquerda. Com um transformado quase alcançando seu pescoço e outro com chances de morder sua perna, o fim da jovem parecia finalmente chegar.

O barulho de um disparo se ecoa, e rapidamente Anne nota que o errante que tentava morde-la na perna havia sido atingido. Alguns segundos depois, e a presença de alguém além de Anne e Dean se torna nítida quando uma mulher desconhecida derruba o errante restante fincando um faca no crânio do mesmo.

— Vamos, ainda temos que salvar seu amigo. – Concluiu a mulher de vibrantes cabelos ruivos ajudando Anne a se reerguer. A morena permanece alguns segundos encarando a desconhecida, mas logo corre na direção de Dean quando percebe que o mesmo se encontra em perigo.

A munição havia se esgotado, a horda quase o cercava quando John surgiu disparando contra os infestados e deixando o caminho limpo para o jovem escapar. Dean não contesta nada, juntando-se ao casal desconhecido enquanto marchavam na direção oposta à horda. Antes de correr, Anne entra novamente no veiculo de outrora pegando a arma que foi usada para suicídio enquanto olhava de relance para a mulher que cometeu tal ato.

— Sinto muito. – Cochichou a morena retirando-se do carro e juntando-se aos demais.

Não demorou muito, e logo os quatros sobreviventes se viam em uma zona distante à horda de antes, caminhavam agora, sob uma área asfaltada e um pouco longe das cidades. Dean e Anne se entreolhavam constantemente, sabiam que não poderiam confiar em estranhos como aconteceu com Zeth que agora está morto.

— Tudo bem, já estamos longe da horda o suficiente para pararmos e termos uma conversa importante. – Cuspiu Dean, direto ao ponto. — Vocês nos ajudaram e realmente somos grato por isso, mas acho que agora já podemos fazer o nosso próprio caminho.

— Como preferir, acredito que já realizei o papel que tinha que fazer. – Respondeu Emma, dando um longo suspiro. Anne a encara como se não entendesse tais palavras, até que a ruiva trata de explicar-se.

— Nós dois estávamos presos em um galpão, estávamos fugindo da horda que prosseguiu vocês, e logo seriamos dilacerados se não fosse por vocês dois. – Começou a ruiva, dando uma pausa enquanto continuava logo em seguida. — E outro alguém que foi cercado e acabou gritando atraindo a horda e nos deixando livres.

— E vocês voltaram para nos ajudar? Que tipo de gente desperdiçaria uma chance dessas nos dias atuais? – Retrucou Anne, sem entender as ações dos desconhecidos.

— Emma quis voltar e ajudar, sabia que vocês teriam problemas com a horda que antes poderia nos matar. Vocês nos ajudaram indiretamente, e resolvemos fazer a nossa parte. – Respondeu John, sincero com suas palavras.

— Agora estamos quites, e estou feliz de ter chegado a tempo de salva-los. Eu entendo a reação de vocês, mas eu sou assim. E não adianta ninguém me contestar. - Bradou Emma, olhando para John enquanto sorria intensamente.

Um silencio surge durante alguns segundos. Dean e Anne pareciam não acreditar na atitude da ruiva, uma atitude tão sábia e justa que seria impossível encontra-la novamente no mundo em que vivem.

— Bom, agora que já fizemos nosso trabalho, iremos retornar para o nosso acampamento. Existem outros que nos esperam aflitos. – Ditou John, ansioso. A dupla da as costas para Dean e Anne, e logo continuam com o trajeto rumo ao tal acampamento.

— Esperem! – Exclamou Dean, fazendo a atenção de todos cair sobre si. — Nós queremos ir com vocês, estamos exaustos para tentarmos sobreviver sozinhos. Você aparenta ser uma boa pessoa.

Anne arregala os olhos, perplexa por presenciar tal atitude de Dean. Era obvio que o jovem estava desesperado por abrigo, seja ele o mais simples que for. A morena realiza um tímido sorriso de lado, percebendo a enorme diferença do Dean de anos antes, onde achava que sobreviver sozinho era a melhor maneira de garantir a permanência entre os vivos.

— O que vocês estão esperando? Andem conosco, nós vamos ser um estouro juntos. - Respondeu Emma, deixando o momento mais cômico possível.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do John e da Emma? Veremos um mais sobre os integrantes do grupo deles no próximo. Deixem seus comentários!!!



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