Radioactive - The Underworld escrita por Artur


Capítulo 1
Capítulo 01: Second Chances


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos! Essa é a continuação de uma fic minha, não é necessário lê-la para poder entender essa, mas se quiserem, recomendo apenas o último capítulo!

http://fanfiction.com.br/historia/470162/Radioactive/

Espero que gostem! Boa leitura! Música Second Chances de Imagine Dragons.

Temos um tumblt para a fic! Lá vocês podem conferir várias informações sobre os novos personagens que estarão por vir, deem uma olhada! http://radioactive-fanfic.tumblr.com/



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Radioactive II

Second Chances

Os passos arrastados iam em contato com as rachaduras do solo quente, a respiração estara anelante e o balouçar do abdômen comprovava isso. O escoar do suor respingando na roupa pútrida, braços encarvoados, faces extenuantes e olhares fadigosos, - essa era a imagem atual de Anne e Dean após caminharem durante dias completamente desorientados. Dias exaustivos e intermináveis.

A cada quilômetro andado, um novo grupo de andarilhos surge perante a estrada que parecia não ter fim. Os mesmos apresentavam vários sinais de uma decomposição iniciada há um certo período longínquo de tempo, seus ferimentos estavam expostos, muitos com algum membro do corpo faltando, mas todos extremamente fétidos.

— Eu vou. – Foi só o que pronunciou Dean, em um tom de voz quase inaudível. O jovem põe-se na frente da morena, enquanto hesitava em vaguear apenas esperando os caminhantes se aproximarem.

O que só restou à Anne foi observar a ação do rapaz, como se soubesse que o mesmo daria conta de todo o trabalho. Isso viera acontecendo diversas vezes perante o trajeto de ambos, reversando-se conforme os transformados surgiam.

Dean erguia sua singela faca em questão de segundos, enquanto agarrava o primeiro andarilho pela gola da camisa e fincava a arma branca no crânio em um único movimento. O mesmo se repetia nos demais transformados, até toda a estrada estar completamente livre.

A caminhada prossegue, e o mesmo silêncio de antes retorna ainda mais abrangente. Dean nunca foi de se expressar diante das pessoas, mas de alguma maneira sua antiga companheira, Lucy, estava começando a molda-lo para um novo caminho. Com Anne não foi diferente, após separar-se do seu antigo grupo – que a via como uma louca instável, a jovem tem um breve relacionamento com Logan, que fez com que a morena revelasse um grande segredo do passado.

Entretanto, o destino sempre será traiçoeiro nos tempos atuais. Dean e Anne acabam perdendo aqueles que trouxeram-lhes uma esperança que se esvaiu há muito tempo, e agora, ambos compartilham o mesmo sentimento de dor e amargura.

— Nada de água, muito menos comida. – Lamentou Anne, diminuindo o ritmo de sua caminhada tentando puxar mais fôlego para seguir em frente. — Você acha mesmo que falta pouco para chegarmos nas cidades?

— É obvio que não. A Fortaleza era uma parcela da cidade que foi rodeada por muros, se lembra? A outra parte está totalmente infestada. Vai demorar um pouco para encontrarmos outro lugar, se encontrarmos.

Anne fica cabisbaixa por alguns segundos, as palavras de Dean trouxera algumas lembranças à morena, que mudaram sua expressão drasticamente. Dean se vira percebendo o silêncio proposto pela jovem, Anne apenas retorna a caminhar com seu olhar fixo no restante da estrada.

— Você também não consegue esquecer. – Afirmou convicta a mulher, sem tirar seus olhos do percurso, Dean não compreende fazendo Anne completar: — Da Fortaleza, do que vivemos naquela comunidade, das pessoas que conhecemos e que perdemos.

— Não precisamos falar disso. – Interrompeu o jovem com uma expressão séria em face, Dean segura a alça de sua bolsa com mais firmeza como se tentasse evitar tais lembranças.

— Mas é necessário, Dean. Não sou a mesma Anne de antes, um certo alguém me ajudou a superar o que eu era no passado, quando pensei que todos vocês morreram foi o Logan que me mostrou uma nova maneira de encarar a morte.

— Logan? – Sibilou Dean, não se recordando de tal homem.

— Do mesmo jeito que vocês tentaram sobreviver quando a Fortaleza ruiu, eu também tentei viver mesmo estando esgotada. Logan me ajudou, e acho que hoje estou um pouco diferente do que era antes. – Explicou Anne, com um sorriso satisfatório.

A mulher para de caminhar, tendo a mesma ação copiada por Dean que começa a fitar seus olhos na morena. Anne suspira por alguns segundos até que retorna sua atenção a Dean.

— Eu acredito em segundas chances. Então não podemos perder a que tivemos. – Bradou Anne, com uma estranha determinação que se alastrou por todo o seu corpo. A morena continua a caminhada, enquanto Dean apenas acompanhava-a com seu olhar.

Anoiteceu, e o caminho sem rumo algum de Anne e Dean parecia se tornar cada vez mais distante. Após derrubarem mais alguns errantes, a dupla pusera a caminhar na direção de quatro árvores próximas entre si, do lado dianteiro da pista onde caminhavam durante dias.

Dean retira uma corda razoavelmente extensa de dentro da sua mochila, contornando as quatro árvores fazendo a corda ficar em uma altura mediana. O contorno formava uma espécie de losango, onde Dean e Anne dormiriam no interior.

Anne já apoiava sua coluna em uma das árvore. Com sua face elevada, a jovem procurava repousar o mais depressa possível, conforme observava Dean rodear o local com a corda.

— Sempre o mais inteligente. – Sussurrou para si mesma, enquanto afagava a própria coxa reconhecendo uma marca arroxeada. A morena retira um pequeno bloco de anotações do bolso, o objeto que outrora pertencia a Logan foi entregue à Anne no dia de sua morte, o mesmo estava repleto de frases e, enquanto o lia, uma frase acaba chamando-lhe atenção.

— Pelo visto irá esfriar, acha uma boa ideia fazer uma fogueira? – Indagou Anne, enquanto Dean apenas assentia com a cabeça e terminava de entrelaçar a última árvore.

Anne passa a mão vagarosamente sobre a página onde se encontrava a frase que roubou-lhe a atenção. Com um simplório e exuberante sorriso mesclado de tristeza e felicidade, a morena lê pela última vez o que foi escrito por Logan, rasgando o papel enquanto amassava-o e montava sua pequena fogueira.

A noite sempre foi o momento mais recôndito desde que o caos iniciou-se. É nela onde as ameaças surgem encobertas pela escuridão, sendo essas ameaças dos mortos ou dos vivos. Dean repousava no chão, calado e pensativo. Já Anne encontrava-se ao redor da pequena fogueira procurando aquecer-se.

— Tem um por perto. – Alertou a morena, ao ouvir o barulho do rosnar de um errante se ecoar pelo local timidamente. Não demorou muito, e logo o ser transformado surge esbarrando em uma das cordas entrelaçadas nas árvores.

O transformado se debate na corda querendo a qualquer custo avançar e conquistar sua presa, sem sucesso. Anne rapidamente se ergue enquanto andejava na direção do andarilho importuno.

— Sinto muito, mas não foi dessa vez. – Ironizou a mulher pelo errante representar uma ameaça ínfima diante da situação. Cravando sua faca no crânio do transformado fazendo-o cair imediatamente sobre a corda, mas logo sendo retirado da área de proteção com um único chute de Anne.

— Sabe Dean, desde que nos reencontramos há alguns dias, você nunca disse o que realmente aconteceu com o Ryan e a Rose, só ficou meio obvio que a Lucy morreu...- Propôs um inicio de conversa Anne, Dean não responde bastante hesitante, mas acaba cedendo.

— O Ryan correu por um lado com mais dois sobreviventes, não sei se estão vivos no momento. Rose foi ferida ainda na Fortaleza, quando os dois voltaram para te procurar, ela não aguentou e morreu.

— Eles estão vivos, sabem se defender. A Rose e ele, voltaram para me procurar? Então suponho que você e Lucy me deram como morta, era de se esperar. – Lamentou Anne, ficando cabisbaixa.

— Não. – Foi rápido o rapaz, virando-se para Anne com seus olhos azuis fuzilantes. — Lucy queria te procurar, achava que você ainda estava viva. Não deixei ela voltar com Ryan, então a culpa foi minha.

Os dois ficam em um silêncio profundo e desconfortante, era impossível apagar o que vivenciaram com o antigo grupo. Principalmente quando tinham um lar seguro, e pessoas que faziam a vida valer a pena. Lucy ainda estava presente nos pensamentos de Dean, mesmo que ele tentasse evitar, foi a loira que conseguiu fluir uma nova personalidade já esquecida do rapaz.

— Esses vermes, não nos dão um descanso sequer. – Resmungou Dean, ao notar o barulho de passos atrapalhados e cambaleantes por dentre a floresta, pisoteando galhos e folhas.

— Você tem que entender que este mundo são deles agora, nós dois apenas somos os intrusos. – Bradou Anne, ironizando por último: — Bem-vindo à nova era, senhor Walt.

Dean dá de costas enquanto se levantava e esperava o andante se chocar com uma das cordas, mas o barulho se cessa repentinamente, fazendo o jovem estranhar toda a situação.

— Realmente, é uma nova era. – Uma voz desconhecida soou pelo local ao invés de grunhidos desesperados. Dean e Anne ficam imediatamente em alerta, ambos apunhalado suas armas brancas.

— Fiquem calmos, minha situação não está melhor que a de vocês. Olhem para mim! Sem armas, exausto e imundo. – O homem surge atrás da árvore onde Anne repousara, a imagem do sobrevivente fica mais clara quando Dean direciona sua lanterna no rosto do rapaz calvo e de barba mediana.

— Acreditem, eu não quero nada de vocês. No mínimo poder dormir nessa área de segurança improvisada. Não consigo dormir desde ontem quando me separei do meu grupo. – Tentou amenizar a situação. — Meu nome é Zeth, prazer em conhece-los.

Anne e Dean se entreolham durante alguns segundos. Após os eventos envolvendo a Fortaleza era normal tamanha desconfiança com estranhos, por isso seria difícil de aceitar a presença do sobrevivente. Depois de muita hesitação, eis que Dean permite que Zeth descanse em uma área afastada dele e de Anne, e isso ocorreu após o estranho revelar a comunidade que reside.

— Nosso jipe foi derrubado por eles, eram muitos e todo o grupo se separou. Me perdi pela floresta, mas sabia que logo encontraria a estrada e só seria preciso caminhar um pouco até chegar na comunidade onde moro.

— Não é muito distante de onde estamos? – Questionou Anne, empolgada pelo fato de existir outros locais seguros.

— Creio que não, sai de lá apenas duas vezes. Acho que não fui muito distante do que estou agora então provavelmente chegaremos antes do entardecer, se vocês quiserem vir é claro.

Anne olha para Dean que nada responde, a morena então percebe que o rapaz não estava interessado no possível porto seguro após tudo que aconteceu na Fortaleza, onde as esperanças de Dean foram cultivadas e pisoteadas diante dos acontecimentos decorrentes, talvez o rapaz não queira passar por tudo aquilo de novo.

Amanheceu, e Anne foi a primeira a acordar com a claridade invadido seu rosto. Após resmungar bastante, a morena notou que Dean permaneceu acordado com sua faca em mãos, fixado na presença de Zeth para que o mesmo não tente algo estúpido. Os diálogos são dispensados, e logo Dean pede para que Zeth prossiga com sua trajetória para a comunidade, mesmo que Anne insista em tentar novamente.

— Foi como falei antes, segundas chances existem. Por quê não tentamos essa comunidade? Levamos ele até lá, vemos a estrutura do local e as pessoas que vivem nele. Se não gostarmos, simplesmente continuamos com nosso caminho.

— Eu não sei, mas já que quer tanto... – Balbuciou Dean, aceitando a proposta de conferir a comunidade antes de decidir qualquer coisa.

Anne assente com a cabeça e logo explica o planejado a Zeth. Sem mais demoras, os sobreviventes começam a caminhada que aparentava ser pacifica, se não fosse por uma quantidade de errantes que surgia mais ao longe na estrada.

— Dá para passar por eles? – Indagou Zeth, visivelmente assustado. Dean rapidamente nega com a cabeça, fazendo Anne bufar.

Logo um grupo inferior de andantes surge ao redor do trio, Dean derruba o primeiro com um golpe preciso na horizontal, atingindo a testa do andarilho. Anne entrega uma estaca de madeira a Zeth, enquanto virava-se para atingir os demais com sua faca um pouco maior que a de Dean.

— Evitem barulho, tudo que menos precisamos é da horda lá de baixo para complicar a nossa situação de vez! – Exclamou Dean, chutando em seguida o joelho de uma transformada e enfiando a ponta de sua faca exatamente no centro do crânio.

— Pode deixar! – Respondeu Zeth, enquanto realizava movimentos um poucos desajeitados com sua barra de madeira, mas mesmo assim conseguia eliminar alguns transformados.

A faca de Anne fica presa no cérebro de um dos andarilhos, obrigado a morena a fazer fortes movimentos para retira-la de dentro. Com sua atenção desviada, Anne não percebe a aproximação de um novo errante por trás, que acaba derrubando-a por cima do zumbi já eliminado pela morena.

— Droga, Dean! – Bradou a mulher bastante surpresa, enquanto tentava afastar o errante para que o mesmo não a abocanhe. Dean tenta ajuda-la, mas é obrigado a parar quando mais dois errantes surgem no seu caminho.

E antes que Anne tivesse seu pescoço mordido, eis que Zeth surge cravando sua estaca no crânio do zumbi que tentava debruçar-se da morena, atingindo posteriormente, a testa do outro errante que já havia sido derrubado por Anne.

— Zeth, cuidado! – Foi a voz de Dean que ecoou nervosa. O rapaz calvo se vira, sendo surpreendido por um único transformado que acaba mordendo o ombro direito de Zeth.

A dor logo se alastra, e com ela surgem os gritos atordoantes. Anne estava logo ao lado, ainda ao chão e viu o sangue de Zeth ser jorrado em toda sua face, as forças do rapaz se cessam e logo o mesmo fica de joelhos, enquanto o errante continuava a morde-lo intensamente.

— Anne! – Gritou Dean, correndo para ajudar a morena que já se reerguia e ia na direção do jovem.

— O que vamos fazer? O Zeth foi mordido no ombro! Não tem mais jeito, e a comunidade? – Alertou bastante nervosa e trémula.

— Não podemos fazer nada, a horda já deve ter ouvido os gritos dele. Temos que correr, aqui logo ficará infestado deles. – Completou Dean, arfante. Enquanto olhava com expressão séria para Anne e logo continuava: — Vamos simplesmente continuar com o nosso caminho.

|“A dor é silenciosa, inoportuna. Ela não grita, corrói lentamente um coração frágil.”


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Notas finais do capítulo

Algumas coisas foram feitas em homenagem a série, já que estou postando minutos antes do season finale da quinta temporada, espero que gostem! Deixem suas opiniões! :)

Gostaria de agradecer a minha amiga Amélia, por ter me ajudado a criar o tumblr, um super obrigado!



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