Enfurecida - Até onde você iria por uma mentira? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 9
A emboscada - parte 1




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Lissa repuxa uma pequena mexa de seu rabo de cavalo.

–Talvez devêssemos começar assim “Como minha irmã ainda pode estar viva”? – Pergunto

Os fatos não me deixam tão surpresa quanto deixariam a meses atrás, a essa altura do campeonato minha realidade estava tão precária que eu simplesmente preferia acreditar e aceitar o sobrenatural em minha vida do que deixa-lo passar.

–Não faço ideia, eu chequei o pulso dela, sem sombras de dúvida ela estava morta. –Lissa diz aos sussurros. – Não faço ideia de como ela pode estar viva, e ainda mais o porquê de estar sequestrando pessoas.

–Tem certeza que Raquel está fazendo isso? –Pergunto novamente. –Quer dizer, ela tem apenas quinze anos.

Lissa engole em seco.

–Você ouviu a voz dela Rose, não há prova maior do que essa no momento.

Eu afirmo com a cabeça.

–E qual era a novidade?

Lissa pega algo em seu bolço traseiro, é um pequeno aparelho quase como um celular, um quadrado, e quando ela toca na tela apagada a mesma se acende de imediato.

–Tecnologia dos caçadores. –Ela murmura.

Imediatamente alguns pontinhos vermelhos aparecem na tela dentro de um mapa.

–Esses pontinhos. –Ela aponta. –São onde ocorreram os últimos desaparecimentos, em um raio de quatro quilômetros daqui foi onde houve uma alta de energia. –Ela me mostrou outro pontinho desta vez verde. – No entanto, hoje houve uma alta de energia a uma quadra daqui.

–Há uma quadra daqui? – Questiono. –Isso não é bem arriscado para quem quer que esteja fazendo isso?

Lissa balança a cabeça afirmando. Meus olhos voltam de imediato para o aparelho quando o mesmo começa a apitar de forma descontrolada.

–O que está havendo? – Pergunto.

–Um pico de energia. –Ela diz milésimos antes das luzes de meu quarto se apagarem.

Eu destranco a porta de imediato indo para o corredor, tudo escuro. Uma mão alcança meu braço esquerdo e eu me esquivo empurrando quem quer que fosse direto para o chão.

–Ai! –Exclama uma voz conhecida.

Eu forço meus olhos no escuro e reconheço a silhueta presente ao meu lado.

–Me desculpe Josi! – Digo enquanto a ajuda a levantar. –Você me assustou!

Josi se levanta.

–Desculpe, é que está tudo escuro e eu fiquei assustada e quando vi alguém...

–Tudo bem, o que está acontecendo? –Pergunto

–Parece que a energia da escola acabou. –Diz Josi.

–Alunos, por favor queiram se encaminhar até a saída lateral. Estamos tendo um problema com a energia e queremos todos juntos do lado de fora. – A voz do diretor soa nos alto falantes.

–Okay, vamos lá. –Diz Josi me puxando pelo braço.

–Eu tenho que pegar algo no meu quarto antes de sair. –Digo – Vá indo na frente.

Josi dá de ombros.

–Tudo bem, nos vemos lá fora.

Eu corro de volta para o meu quarto completamente escuro,

–Lissa? –Pergunto aos sussurros.

–Isso não é bom. –Diz a mesma saindo debaixo da cama fazendo-me levar um susto.

–Acha que o pico de energia...

–Eles estão aqui. –Ela diz enquanto puxa algo debaixo de sua cama.

–O que é isso? –Pergunto

–Armas de caçadores, facas, pistolas essas coisas.

–E você mantinha tudo isso aqui?

Lissa dá de ombros.

–Emergências.

–E quando pretendia me contar?

–Em casos de emergências. –Ela tira uma faca de seu saco preto e estende em minha direção. –Pegue.

Eu entendo minha mão pegando a lamina fria da faca pontiaguda, ela tinha o tamanho de meu antebraço.

–Tudo bem, preste atenção, irei te escoltar até aonde der lá para fora. –Ela pega uma pistola e a coloca no cos da calça. –Despois disso, fique perto das pessoas, não saia sozinha em hipótese nenhuma, fique perto de multidões.

–Por que acha que eles estão aqui?

–Não faço ideia.

–Bem, tome cuidado ninguém pode saber sobre você,

Lissa afirma com a cabeça.

–Para todos estou morta e enterrada. – Ela me encara.

–Vamos.

O corredor parece um buraco negro sem fim de tão escuro, Lissa acende uma lanterna.

–Onde encontrou isso?

–Na minha sacola de emergências.

Nós caminhamos pelos corredores agora vazios e completamente escuros. Uma risada macabra ecoa pela escuridão me fazendo ter um calafrio, aquela risada me desperta lembranças e eu tremo por dentro. Raquel.

–Mais rápido. –Sussurra Lissa

Nós estamos andando tão rápido que acho que seria melhor se corrêssemos, quando chegamos ao último corredor perto da porta Lissa para.

–Continue. –Ela incita

Sei que não deveria, no entanto, meu coração se aperta em preocupação ao deixa-la a mercê do escuro nas mãos de pessoas desconhecidas, afinal o que estava havendo comigo? Aquela garota a minha frente havia matado minha irmã!

Eu sigo sozinha até o final do corredor, a noite está bela, o céu não possui estrelas. Um amontoado de alunos forma um círculo do lado de fora da escola enquanto alguns professores permanecem na entrada auxiliando na saída de alguns alunos.

Uma professora se aproxima de mim. Sua pele é morena e seus cabelos completamente cacheados, seu rosto expressa preocupação, eu não a conhecia, mas ela parecia me conhecer.

–Lauren sua mãe está a caminho.

–O que está havendo?

–Um pico de energia. – Ela explica. –O diretor achou melhor que por hoje os alunos fossem cada um apara sua devida casa.

Eu afirmo com a cabeça.

–Certo. A senhora por acaso viu o professor Dimitri por aí?

A professora passa os olhos pelo amontoado de alunos como se o procurasse e depois sua atenção se volta para mim novamente.

–A última vez que o vi, ele conversava com sua irmã Felicity.

–Obrigada. –Digo enquanto caminho na direção dos alunos amontoados.

Josi corre até mim.

–Parece que vamos para casa. –Ela diz. – Talvez as aulas de amanhã também sejam suspensas.

Eu balanço a cabeça enquanto tento achara Dimitri.

–Viu Felicity por aí?

Josi nega com a cabeça.

–Quer que eu a ajude a procura-la? –Ela se oferece de bom grado.

Eu sorrio para Josi, era quase impossível não o fazer.

–Não, tudo bem, fique aqui esperando sua mãe.

Josi sorri.

–Tudo bem, até amanhã. –Ela diz enquanto se afasta indo na direção de um grupinho de garotas da sua idade.

“Achou que fugiria de mim por quanto tempo? ”

Escuto a voz de Raquel em meus ouvidos de forma maldosa. “Respire” – ordeno a mim mesma, “Isso não é real”. Meu espirito estava se manifestando novamente e interferindo em meus pensamentos eu não poderia deixar isso acontecer novamente. Eu fecho os olhos e respiro profundamente enquanto o burburinho de conversas vai se tornando cada vez mais distante, quando abro os olhos quase caio, todos desapareceram.

Não há mais nenhum ser vivo ao meu redor, estou parada no mesmo lugar em meio a escuridão da noite, sozinha.


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Notas finais do capítulo

Hey meus lindos! comentem e beijinhos ;)



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