–E então o que você quer? -Minha voz dá uma quase imperceptivel tremida quando eu falo.

Paradas no mesmo corredor diante de uma enorme bagunça , Lissa me encarou por debaixo de seus cilios seriamente.

–Recebeu minhas mensagens?

Eu assinto com a cabeça.

–Então já sabe que Raquel está viva.

–Como isso pode ser verdade? -Eu pergunto -Houve um funeral, um enterro.

–Eu não sei, foram apenas pistas que eu juntei com o decorrer do tempo.

Eu respiro profundamente.

– Quando eu liguei para casa minha mãe parecia bem, e então começou vários barulhos e eu escutei a voz de Raquel.

Os olhos de Lissa se esbugalharam em espanto.

–Você realmente escutou? -Ela pergunta.

–De forma clara, ainda não sei se foi apenas um delirio,mas eu cheguei aqui e não havia ninguém.

–Isso vem acontecendo a duas semanas, pessoas desaparecendo.

–Pessoas?

–Eu dou meu palpite em sua irmã.

Eu pisco de forma confusa.

–Como assim, minha irmã saiu direto do tumulo para desaparecer com pessoas?

–Eu não disse que era extamente sua irmã. -Ela murmura.

–O que quer dizer com isso?

–Que Raqual pode não ser a mesma garota que você conheceu antes de sua morte.

Eu respiro profundamente.

–E minha mãe?

–Eu não sei, apenas sigo pistas.

Vendo minha confusão estampada em meu rosto ela tira algo de dentro da blusa, um colar com um pingente verde.

–Ele pisca quando há indicios de energia demoniaca.

–Energia demoniaca?

–Eles não contaram muita coisa a você né?

Eu sabia a quem ela se referia quando falava "eles".

–Vem comigo. -Ela chama

Eu recuo.

–Sei que não confia em mim.

–Ainda bem que você sabe. -Digo

Ela dá de ombros.

–Prometo não lhe machucar.

Eu a encaro decidindo por qual caminho seguir, e por mais que minha decisão fosse idiota, eu precisava de respostas.