Overfire - Lucius & Narcisa Malfoy escrita por Lady Leticya Snape


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Porque eu amo esse casal e todas as possibilidades que ele me oferece para escrever, explorar e descobrir...

A shot pode ser considerado um preenchimento de lacuna e foi inspirada na música Overfire - T.H.C, portanto eu recomendo que escutem a canção durante a leitura.

https://www.youtube.com/watch?v=5LE72vF9Dus

Espero que gostem.

Com carinho,
Lady L. Snape.



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Ela rolou mais uma vez sobre os lençóis de seda negra, o quarto estava escuro e a tempestade que caía clamava a atenção com clarões repentinos, iluminando parcamente o contorno do quarto luxuoso e ridiculamente imenso. Os cabelos loiros platinados estavam esparramados contra a negritude da cama macia, Narcisa parecia um floco de neve em meio toda aquela escuridão.

A pele alva e acetinada se destacava de uma maneira gritante naquela madrugada, não conseguia dormir com o frio que lhe assolava. Aquele frio nada tinha a ver com a chuva torrencial que despencava sobre Malfoy Manor, mas era o frio da alma. Sentia-se abandonada e ferida, sem certezas sobre nada, a guerra eclodira há algum tempo e o inverno parecia resistir dar espaço para qualquer coisa além do frio, chuva e neve.

Deslizou os dedos delicados através da face pálida, a quem ela queria enganar? Seu marido nunca havia sido o melhor em demonstrar sentimentos e muito menos atenção, desde que se casaram ela sentia-se como uma boneca de luxo em uma vitrine, um passarinho exótico em uma gaiola muito cara. Solidão e silêncio era tudo que aquela Mansão propiciava, os feitiços de aquecimento, lareiras e tecidos caros não poderiam tampouco aquecer a loira placidamente deitada que perscrutava o teto trabalhado do quarto.

I'll take you up,

Eu o levarei aos céus


Above ground.

Acima da terra

Narcisa imaginou que após o casamento Lucius abriria a porta para os sentimentos devidos ao matrimônio, mas ele raramente tinha tempo para a esposa cara e porcelanada que tinha em casa. Era assim que se sentia, um objeto refinado demais para ser exibido em festas e jantares solene, que ouvia os suspiros da elite sobre seu casamento perfeito além do marido cavalheiro e cortês.

Sim, ele era cortês... Cortês por demais, formal ao extremo e somente nas raras vezes que vinha lhe procurar para os deveres matrimoniais, então, Narcisa conseguia entrever nas orbes tão tempestuosas como as dela própria uma espécie de fome, algo que mesmo gelado a consumia inteiramente. Aquele Lucius Malfoy era o único que conseguia completá-la, colocar as bordas da loucura a centrada loira que pertencia ao mesmo por direito.

Mais um trovão ribombou na tempestade, o clarão invadindo o quarto novamente, fazendo a delicada figura sobre a cama ainda mais irreal e digna dos sonhos mais fantasiosos, a coberta de veludo verde escuro moldando-lhe a forma feminina como se estivesse praticamente nua, as curvas alvas não conseguiam serem disfarçadas pela camisola de cetim negro que adornava o esbelto corpo.

Fechou os olhos, mesmo que quinze elfos a mimasse todos os dias ela não sentia-se mimada. Todas as vezes que o marido escorregava sorrateiramente de madrugada não podia deixar de imaginar que ele encontrava outra mulher, uma comensal que aceitasse completamente a parte negra que habitava em Lucius. Se martirizava com a ideia dos dois abraçados e fazendo amor... Será que ela algum dia poderia considerar os breves momentos que tinha na cama com o conjugue como amor?

Os pensamentos fizeram seu estômago protestar silenciosamente, o desejava mais que tudo; a forma como o queixo anguloso se pronunciava da cortina de cabelos loiríssimos, o frio que parecia ser presença constante nos olhos acinzentados e que ainda assim a queimava com um fogo comedido e silencioso. Narcisa adorava quando as mãos firmes e grandes do marido pousavam com uma delicadeza desafiante de lógica sobre a cintura delgada, a forma como as pontas dos dedos traçavam círculos indefinidos sobre os tecidos caros dos seus vestidos.

Desejava serem infinitas as horas das valsas em cada jantar burocrático que compareciam, onde as orbes cinza pousavam sobre a face dela que sempre corava, mesmo que já tivessem pouco mais de um ano casados; ela deveria, vergonhosamente, admitir que ainda se comportava como uma virgem. O loiro havia deflorado a castidade física, mas nunca a emocional, e sentia-se cada vez mais estúpida por criar expectativas românticas e platônicas em cima do próprio marido.

A madrugada estava em seu ápice assim como a tempestade, os ventos urravam contra as folhas das árvores e a loira permanecia deitada imóvel, a palidez contra a escuridão e de certa forma era o que representava na vida do atormentado comensal Lucius Malfoy; O reflexo de outro relâmpago iluminou o quarto de forma difusa e uma figura alta e masculina pode ser notada no canto mais distante do aposento. A água escorria pela capa negra como um lembrete da chuva gelada, os cabelos loiros estavam colados contra a face angulosa e principesca, Lucius estava parado em todo o seu glorioso orgulho contemplando a frágil figura sobre a cama.


Over filth,

Acima de toda a imundície


Overfire.

Sobreaquecê-lo.

Sua esposa parecia mergulhada em um sono inocente e desprovido de conhecimento sobre o que a pele de alabastro causava no homem dentro de si, todas as fantasias que faziam o Malfoy queimar por dentro despertando o desejo masculino a ponto de fazê-lo transpirar em pleno inverno. Cissa tinha as mãos mais macias e pequenas que ele havia sentindo contra seu corpo, a forma como ela poderia passar horas na frente do espelho sentada graciosamente enquanto expunha o alvo pescoço, penteando os cabelos e os prendendo em elaborados coques que o marido adoraria desmanchar.

Porque a forma que mais o deixava embriagado era quando ela estava despenteada, os cabelos sedosos emoldurando a face de feições aristocráticas, o corpo pequeno e cheio de curvas deliciosamente agradáveis de explorar; o homem fechou as mãos procurando algum controle, tudo o que havia feito desde que se casaram era se controlar. Vira nos olhos da esposa várias vezes a acusação velada, como se ele estivesse procurando prazer nas longas horas que permanecia longe de casa, mas como o faria se tudo o que desejava era ela?

Era verdade que nem todas as noites passadas longe do calor da loira eram aproveitadas em serviço negro, mas algumas delas foram simplesmente gastas andando pelas ruas ou mesmo cavalgando pelo bosque adjacente a mansão. Imaginava afundando-se na carne quente de Narcisa e era mais que suficiente para fazê-lo sofrer por horas, tudo o que fazia era protegê-la, desde que a tinha visto entrando ao lado de Cygnus Black.

Sabia o que estava acontecendo às mulheres relacionadas aos comensais e apesar de ser bom em oclumência não queria expor seu anjo aos olhares especulativos de Voldemort.

Tudo havia acabado, o Lord das trevas estava finalmente morto assim como os Potter. Os comensais estavam se espalhando e havia boatos de aurores que sabiam a localização dos Lestranger; Malfoy não era tolo o suficiente para continuar no meio da comoção que alguns dos seguidores mais fervorosos estavam concentrando a fim de buscar o mestre. Ele tinha algo mais importante para fazer agora que não teria ninguém para roubar os pensamentos cheios de luxúria que tinha sobre a esposa.

O chão aos seus pés estava frio e molhado, havia tirado as botas antes de entrar sorrateiro pelo quarto, parou mirando a imponente cama de dosséis e a figura quase translúcida em meio aos lençóis. Não conseguia acreditar ainda que Narcisa Black era agora Malfoy e o pertencia completamente; não se cansava de observá-la em tudo o que fazia, era tão graciosa e suave que Lucius tinha que se conter constantemente para não assentar-lhe no colo e fazer amor nas mais diferentes ocasiões.

Era isso o que ele almejava e faria: amor, longo e demorado até Narcisa sair daquele casulo de elegância e o abraçar rendida implorando por ser preenchida. Caminhou ansioso até a borda da cama e percebeu com surpresa que os olhos claros que ele desejava ver estavam abertos, fitando o homem de forma silenciosa e contemplativa, ele deixou que a capa escapasse dos ombros e caísse em uma pilha molhada no chão, apoiou um joelho na cama.

A mulher sentou-se calmamente e deixou o conforto da coberta quente, os ombros desnudos, uma alça de fina seda deslizou pelo ombro estreito e pendeu através da pele pálida; a seda negra envolvia as formas femininas sem deixar espaço para a imaginação e os lábios surrealmente vermelhos se entreabriram quando a loira percebeu que o marido estava realmente a sua frente, observando com aquele olhar perturbador que queimavam a alma.

-Lucius...? – sussurrou como se precisasse ter certeza.

Os olhos acinzentados do comensal brilharam com um tom que somente a mulher conseguia evocar, sentando-se sobre o veludo verde escuro ele roçou as pontas dos dedos sobre a pele do rosto de Narcisa, os dedos frios contra o calor latente que ela emanava.

Sim...? – Respondeu no mesmo sussurro, a voz baixa e grave fazendo o coração da loira disparar. Mais um clarão cortou o quarto e ela distinguiu as feições do marido.

Tão imponente ali como se estivesse em uma festa do alto escalão, os olhos arrogantes e o porte frio também eram traços ancestrais do Malfoy, mas somente ela conhecia o olhar derretido que ele ofertava quando faziam amor, somente ela escutava o veludo que flutuava em torno das palavras cavalheirescas e aprovadoras que ele sussurrava entre os ofegos.

O rosto feminino corou, ela não entendia o porquê de Lucius estar de volta tão cedo e um tanto desnorteada ajoelhou-se sobre a cama esquecendo completamente que a única coisa lhe cobrindo do olhar do marido era a fina e reveladora camisola.

-Você... você voltou cedo... – Disse baixo deixando que as orbes cinza abduzissem seu olhar.

Estava confusa, o marido a evitava, era disperso e muitas vezes um tanto ríspido; quando estavam na presença de outras pessoas ele era magnifico, um verdadeiro galante, mas apesar de educado e de mimá-la com tudo que uma mulher poderia querer ele mantinha-se afastado, como se eles não fossem um só agora.

Suspirando discretamente ela lembrou que aquilo não era um sonho, e o loiro não iria arrebatar-lhe beijos e carícias íntimas. Deu as costas ao olhar perscrutador e levantou-se a fim de pegar um robe que havia deixado sobre um dos dosséis. Quando seus dedos fechavam sobre o material sedoso as mãos masculinas pousaram sobre a cintura delgada; a mulher sentiu como as mãos grandes abrasavam a seda da camisola, o cheiro almiscarado invadindo lhe os sentidos.

newly emerged from damp rich earth

Surgiu recentemente floreceu da úmida rica terra


Every each inch a new-

Cada centímetro de uma nova-


Sensation.

Sensação.

-Aonde vai Cissa? – ele colou o corpo contra as costas da esposa, ela era tão pequena ao seu lado. –Está frio... Vamos voltar para a cama....

A sugestão estava no ar e assentava perigosamente no baixo ventre da loira, era a secunda vez que Lucius a chamava pelo apelido carinhoso que havia marcado a infância da Black, agora Malfoy. As mãos masculinas a apertaram contra os músculos rígidos do Malfoy e ela arfou audivelmente.

-Eu... – respirou fundo tentando acalmar a respiração entrecortada - Pensei que pudesse querer um chá ou algo assim antes de dormir. – respondeu tímida enquanto o marido a virava a fim de ver os olhos azuis.

Ela era um anjo e ele sabia que a procrastinara por todos aqueles meses em que deveriam estar em lua-de-mel, no entanto, não poderia se perdoar se ela fosse cobiçada pelo Lord negro e o ciúme era algo que o deixava louco, não conseguia imaginar ao menos outro homem sondando as memórias que ele tinha na cama com a esposa.

-Eu quero algo Cissa... mas só você pode me dar. – ele respirou contra o pescoço frágil e deixou que as mãos deslizassem para longe dos ombros femininos as alças da ínfima camisola, o corpo nu de Narcisa parecia resplandecer contra a escuridão. Seios perfeitamente arredondados e arrebitados, os mamilos em rosa claro começavam a intumescer, a linha da cintura fina que serpenteava até os quadris arredondados e bem feitos.

Poderia ser um anjo Boticelli, a pele da esposa era sedosa e permitia que a palma do loiro deslizasse pela espinha dorsal até encontrar os seios pesados de desejo, ela arfou audivelmente e uma lágrima escorreu pela face afogueada. O homem parou o movimento suave que maestrava contra a carne quente a sua frente, carinhosamente beijou a lágrima e então os lábios que pareciam um botão de rosa pronto a desabrochar.

Stretches me out,

Me empurrando para fora,


Of my head.

Fora da minha mente.

-O que lhe perturba esposa? – Perguntou em um sussurro contra os lábios macios.

Narcisa começou a bater furiosamente contra o peito de Lucius enquanto mais lágrimas molhavam a camisa dele, ela queria infligir dor por todas as vezes que ela chorara com o desprezo do conjugue, queria estapear a face esculpida em mármore por fazê-la querer engolir todo o orgulho que tinha , o orgulho de ser uma Black que nunca implorava para mendigar por atenção; queria feri-lo porque a vontade de entregar-se ao bel prazer do marido era insanamente imensa e a única coisa que ela podia fazer era odiá-lo e odiar a si mesma por ser tão fraca.

Estava apaixonada e sentia como se isso fosse quebrar seu orgulho próprio, o corpo a traia vergonhosamente ansiando pelos toques calmos que somente aquele homem tinha, a paciência infinitamente gelada que ele demonstrava e o ardor que somente ele sabia como fazer queimar no gelado coração da loira.

Malfoy deixou que os punhos da mulher acertassem o peito largo e firme, ele sabia que merecia depois do que havia feito no primeiro ano de casados, sem emitir nenhum som permitiu que a esposa colocasse para fora a raiva. Sabia muito bem a mulher que tinha, era geniosa e rancorosa, o orgulho daquela criatura era como um iceberg que nada poderia derreter; ele sabia que para causar uma reação tão adversa e reveladora ela deveria estar no ponto alto do descontentamento.

Segurando os punhos pequenos em meio às mãos fortes o loiro a puxou para si, abraçando uma Narcisa trêmula que desistiu de resistir à força masculina. O marido a abraçou longamente enquanto ela manchava a camisa negra com as lágrimas teimosas que insistiam em cair, os dedos longos afagaram gentilmente os cabelos platinados que escorriam pelas costas estreitas.

Out of my head,

Fora da minha mente,


Into his.

Para dentro da dele,

A mulher parecia se acalmar e o comensal sabia que ela poderia ser caprichosa quando queria, afastou-se lentamente e deparou-se com a imensidão de olhos azuis tão vívidos que Lucius teve receio de toda vez que fechasse os olhos seria assombrado com o prazer que lhe causaram. Segurando o queixo feminino ele forçou cautelosamente os olhos azuis a ficarem presos aos seus, as sensações de dois oceanos enfurecidos se encontrando eram fortes, o desejo estava intrínseco em cada respiração.

-Tem o direito de me lançar uma imperdoável e eu o aceitaria se isso a fizesse feliz Cissa – traçou cuidadosamente os lábios vermelhos e trêmulos a sua frente, não ousando perturbar o delicado equilíbrio dos oceanos em fúria, cinza e azul se enfrentavam em uma batalha silenciosa – Mas sei que não a fará... Não quando as notícias que tenho são bem melhores.

Lucius viu quando os olhos azuis adquiriram um brilho de expectativa.

-E o que é? –a voz suave e melodiosa quebrou o silêncio.

-O Lord foi derrotado... Ele desapareceu esta madrugada quando tentou amaldiçoar o rebento Potter. – Afirmou convicto levantando a manga da camisa.

To taste and smell myself.

Para me provar e me sentir.

Narcisa deixou que a boca formasse um pequeno ‘o’ quando desviou os olhos do marido e traçou levemente os contornos do que parecia ser uma marca quase transparente na pele translucida do antebraço masculino, as veias ali eram um tanto saltadas e se destacavam em um tom azulado. O loiro recebeu a sensação dos dedos trocando-lhe a pele como um presente, um presente que esgueirava pela sua espinha subindo até se transformar em arrepios visíveis. O anjo loiro a sua frente o encarou e Malfoy deixou o olhar vaguear sobre as curvas cremosas à frente, ela permanecia perfeitamente nua, como se fosse uma veela e estivesse acostumada a correr pelos campos roubando corações com todo o esplendor da nudez feminina.

-Mentes para mim Lucius... Como pode ser tão cruel quando tudo que eu tenho esperado é sua atenção e tudo o que você tem feito é dá-la a você-sabe-quem! – O tom acusatório estava carregado e Lucius gostaria de despojar todo o orgulho que o matinha calado, gostaria de beijá-la mil vezes e dizer que tudo o que havia feito era por causa do ciúme doentio que sentia.

-Jamais mentiria Cissa, sabe que eu posso fazer muitas coisas relativamente erradas, mas precisa admitir que mentir para você não tem sido uma delas!

As mãos fortes seguraram os braços delicados da mulher e a trouxeram para perto, os seios comprimidos contra o peitoral masculino, a fina camisa que Lucius usava não era suficiente para encobrir a sensação dos mamilos intumescidos roçando contra o tecido. Narcisa não passou imune a sensação e fechou os olhos quando um gemido inaudível cruzou os lábios inflamando o desejo do marido que a segurava firme no lugar ao passo que vagarosamente mexia deixando que o tecido rostisse a pele sensível dos seios acetinados.

I'll take you up,

Eu o levarei aos céus,


Above ground.

Acima do chão,

Over feel,

Acima dos sentidos,


Overfire.

Sobreaquecido.

-Diga que não me deseja Narcisa... Diga que não deseja seu marido ardentemente, fale para mim que sou o único que queimo em desejo. – A voz rouca estava com um fio quase agoniado, as mãos não se conteram e ladearam a cintura, posteriormente o quadril trazendo-a contra a ereção proeminente que pulsava dolorosamente entre as pernas do loiro. – Se não me deseja, esposa, então condene-me a maldição que é ambicionar seu corpo todo momento e ao ciúme vultuoso que me corrói!

Lucius segurou a mulher ansiosamente contra si mesmo quando enterrou o rosto na curvatura delicada do pescoço alvo; a cabeleira loira dele se misturando a de Cissa, o desejo lhe carcomendo como um veneno perigoso.

A loira não conseguia raciocinar corretamente, a sensibilidade de sua pele em contato com aquele Lucius tão fascinado por ela quanto a mesma por ele era algo que não estava preparada para sentir. Estava nua no meio do quarto e uma tempestade aluía do lado de fora, no entanto, a tez parecia que iria derreter tamanho o calor que sentia, respirava em arquejos e por mais que estivesse magoada com o primeiro ano de casada não poderia responder o que o marido pedira.

Beyond every time,

Além de cada tempo,


More then I.

Mais do que eu mesmo.


Over filth,

Acima da imundície,


Overfire.

Sobreaquecido.

Não conseguia articular as negações quando todo o corpo feminino despertava sob o toque deleitoso das mãos viris, o loiro não era um homem que poderia passar despercebido com a hombridade que possuía, sua presença era sinônimo de testosterona e causava labaredas que lambiam as pernas e o ventre feminil. Estava tão perdida nas sensações que não notou quando Malfoy a levou para cama colocando uma perna de cada lado dos quadris femininos e desabotoou a camisa com notável galanteria, parecia um felino com olhos perigosos.

Narcisa não pode desviar a vista do espetáculo que presenciava: os músculos impecáveis se revelando, nem exagerados ou em falta, porém simplesmente de forma perfeita, os esparsos pelos loiros que traçavam uma tênue linha até abaixo do cós da calça social preta. Uma agitação no meio das pernas pode ser sentida quando a consorte relembrou aonde aquela senda levaria. Estava muda de deleite.

My flesh wrapped around me,

Minha carne ao meu redor,


My weight on my limbs,

Meu peso sobre meus membros,

-Não me negues... Não me conduza para o martírio que é rechaçar a volúpia que habita em sua carne... – recitou torturado como um mantra, os olhos brilhavam buliçosos quando a palma máscula serpenteou através das coxas torneadas e descansaram sobre a junção da feminilidade de Narcisa.

A loira se contorceu fechando os olhos quando a mão do marido lhe abriu as penas carinhosamente, um dedo encontrou o seu caminho até o botão inchado que demandava ser tocado, acariciado e adorado com a recompensa de um milhão de estrelas explodindo ao mesmo tempo. Ela choramingou e ululou quando o prazer a encobriu como uma onda gigante, um tsunami que arrastou os sentidos para o fundo do mar de contentamento.

My teeth, My hands, My heat, My breath

Meus dentes, Minhas mãos, Meu calor, Minha respiração


Down my throat.

Abaixo da minha garganta.

Um dedo teimoso deslizou pela fenda apertada e húmida fazendo o corpo feminino arquear em extâse, os olhares se encontrando e transmitindo muito mais do que as palavras poderiam dizer, Narcisa sentiu uma necessidade tão urgente de saber a razão da negação anterior do loiro que segurou debilmente a mão forte que estava aninhada entre as pernas aveludadas.

-Por quê... Por que só agora? – Questionou em um sussurro que tremeu em parte pelo movimento lento que Lucius impunha sobre o centro escorregadio da esposa.

As orbes cinza arderam ao ouvir finalmente algo mais além dos gemidos delicados que a loira emitia, se abaixou e beijou a comissura dos lábios femininos com uma ternura inquietante, permitindo que uma mão deslizasse através do calor latente que molhava lhe os dedos.

-Porque sou exageradamente possessivo sobre você Cissa... Não suportaria deixar nossos momentos escaparem e vê-los dançando nas mentes de outros homens – Malfoy tirou a calça devagar enquanto friccionava a entrada da esposa, o membro rijo e imponente fez se visível ocultando-se entre as coxas sedosas, Narcisa o sentia pulsante, ávido e seu interior apertou o dedo que Lucius mantinha dentro dela como uma tortura lenta. – Sei que eles enlouqueceriam, como eu mesmo estava enlouquecendo, e acabariam cometendo insanidades para tê-la.

My flesh wrapped around me,

Minha carne ao meu redor,


My weight on my limbs,

Meu peso sobre meus membros,

As palavras inflamadas a derretiam como chocolate sobre o fogo, ela não se importava com o orgulho ou a sobriedade que uma Black deveria ter; ali era somente uma mulher desfalecendo sob as mãos experientes do marido, já o havia perdoado por tudo e esperava dias melhores, e noites e mais noites como aquela.

-O enlouqueço? – perguntou tímida com a face escarlate quando fechou suavemente as pernas contendo não somente a mão do homem entre elas como também o falo ereto que repousava ali.

Malfoy fechou os olhos e silvou sussurrante, o membro parecia querer explodir e o calor que emanava da pele de Narcisa o consumia, o cheiro de baunilha e damasco o inebriava. A mão que estava livre acariciou a face escarlate, era tão linda e desejável, correndo as pontas dos dedos até os seios sensíveis ele calmamente os apalpou oferecendo especial atenção aos mamilos túrgidos, ela arfou e pressionou as pernas juntas arrancando um gemido, quase rosnado, do peito do loiro.

My teeth, My hands, My heat, My breath

Meus dentes, Minhas mãos, Meu calor, Minha respiração


My teeth, My hands, My heat, My breath

Meus dentes, Minhas mãos, Meu calor, Minha respiração


Down my throat.

Abaixo da minha garganta.

-Não é o bastante que eu esteja nesse estado deplorável? – sussurrou ternamente sobrepujando o corpo feminino com o próprio e beijando os lábios sedosos, ela gemeu audivelmente quando Lucius separou as pernas para se acomodar no meio, o membro rígido tocando-lhe a entrada tão duramente que ela achou que desmaiaria de prazer.

O lamuriar lento que Narcisa deixou escapar era a satisfação misturada com ansiedade do preenchimento, o loiro estava apreensivo sobre machuca-la e afundou cuidadosamente dentro da carne febril da esposa, tomando o que lhe pertencia por direito, deixando no passado a agonia de não possuir o que tanto desejava. A guerra acabara e aquela era uma comemoração particular.

I'll take you up,

Eu te levarei para os céus,


Above ground.

Acima do chão,


Over filth,

Acima da imundície,


Overfire.

Sobreaquecido

Se abraçaram em um sentimento complexo que atingia ambos em uma fulgural profusão de sentidos, beijos, investidas e calor. Lucius enterrava-se ardorosamente dentro de Narcisa e ela era toda acolhimento e paixão, oferecendo altruistamente o corpo como uma oferta de paz pelo primeiro ano terrível. As unhas bem feitas se afundaram nos ombros largos do marido quando já não aguentava mais o prazer que acometia-lhe a alma, era tão profundo que parecia querer fundi-la contra o vigor do loiro; ela permitiu que seus sentidos fossem elevados repetidas vezes até o céu das sensações que uma mulher poderia experimentar com um homem e quando a semente de Lucius jorrou dentro de si sentiu-se jubilosa.

Out of my head,

Para fora da minha mente,


Into yours.

Para dentro da sua.

Os batimentos voavam e as respirações eram superficiais, eles estavam finalmente completos. Ela sentia-se segura, protegida pela possessividade do conjugue e Lucius sustentou a vaga impressão de que algo encaixava em seu coração, havia espaço ali para a pálida esposa, para seu anjo particular de adoráveis olhos azuis.

To taste and smell myself.

Para me provar e me sentir,


To taste and smell myself.

Para me provar e me sentir,

Ele a aninhou nos braços sem realmente deixa-la vazia, as pálpebras ornadas pelas longas pestanas femininas bateram juntas como as asas de uma borboleta e então renderam-se ao cansaço lânguido que o ato provocara. A madrugada fria continuou seu curso, a chuva agora era nada mais que um chuvisco fino e silencioso, o vento cessara e tudo parecia bem e certo assim como o coração de Narcisa Malfoy.

Over filth,

Acima da imundicie,


Over fire...

Acima do fogo...

É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música.
Honoré de Balzac


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Notas finais do capítulo

Lado fofo dos pombinhos ♥



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