Prometidas escrita por P Capuleto


Capítulo 8
ARCO I: hipótese


Notas iniciais do capítulo

Capítulo saindo um dia mais cedo porque eu to ANSIOSA pra postar hahahah
Boa leitura!



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Naruto ainda estava falando sobre tudo que aprendeu em revistas adolescentes quando Sai sentiu uma presença nova próxima ao campo energético de Ino. Tentou identificar onde estava, mas a presença sumiu tão rápido quanto apareceu.

— Que estranho... – sussurrou.

— O que foi? – Naruto se colocou alerta.

— Nada. – respondeu o outro – Só achei ter sentido alguém perto das meninas, mas...

Nesse momento, uma rajada inesperada de vento fez com que os rapazes se protegessem. Sai conseguiu abrir os olhos a tempo de ver uma ave passando por eles. A ave, ele pôde perceber, era enorme e tinha olhos vermelhos assustadores, que Sai logo identificou como sendo os mesmo olhos de Madara.

"O que ele está fazendo aqui de novo?" se perguntou. Ele olhou para Naruto, mas o guardião loiro não pareceu notar.

— Esse tempo está esquisito. – murmurou Naruto – Acho que vou ficar de olho na Hinata para o caso de uma tempestade acontecer. Sugiro que faça o mesmo com a Ino e... Bom, seria ótimo se alguém pudesse cuidar da Sakura também.

— Espera. O que você disse? – Sai questionou com o olhar sério.

— Ahn... Eu disse que acho que teremos uma tempestade. Temos que ficar de olho nas meninas.

— Não. Você disse que alguém devia ficar de olho na Sakura.

Naruto deu de ombros.

— Sim, ué. Nós podemos usar um pouquinho da nossa Energia para acalmar as nossas protegidas caso fiquem assustadas com a chuva forte, mas como sempre a Sakura fica sem auxílio. Seria bom ter alguém olhando por ela.

Sai apertou os lábios finos, nervoso.

— Estou com um mau pressentimento... – murmurou mais para si mesmo.

 

**********

 

Sem hesitar, Ino apanhou a pena que estava presa no batente da janela, fazendo com que as outras duas dessem um passo para trás.

— Larga isso, Ino. Deve ser de algum pombo. – Hinata chiou nervosa.

— Pelo tamanho eu duvido muito. – respondeu a loira antes de se voltar para Sakura – Independente do seu herói misterioso, acho que alguma ave grande passou por aqui. – ela então indicou as vértices superiores da janela – Se você reparar aqui, ela está fora do eixo. Minha hipótese é de que foi forçada para cima por algo bem forte. Provavelmente a ave dona dessa pena.

Sakura olhou de canto de olho para a parte da árvore em que vira o pássaro com olhos vermelhos, mas ele realmente tinha ido embora. Se perguntou se teria sido ele a deslocar a janela daquele jeito.

"Isso até explica ela não estar mais emperrada, mas..."

— Mas por que uma ave entraria aqui? E não faz sentido que ela tenha conseguido entrar sem problemas e só na hora de sair tenha empurrado a janela com força. – observou.

As três tentaram encontrar explicações para a situação, mas falharam.

— E quanto ao herói da Sakura? – Hinata quebrou o silêncio. – Devíamos perguntar aos nossos amigos.

— Tem certeza de quer foi um homem? – Ino quis se certificar.

— Eu... – Sakura bufou sem paciência e um pouco nervosa – Eu não tenho certeza de nada. Já contei tudo que me lembro.

— Eu vou perguntar ao Juugo. – a loira sacou o celular do bolso, sendo seguida por Hinata, que também pegou seu aparelho para mandar uma mensagem a Shino e Kiba.

Sakura cruzou os braços e voltou a se apoiar na janela. Algo em seu subconsciente dizia que a voz que ouviu na ribanceira e a silhueta que viu em seu quarto ontem a noite não pertenciam a nenhum dos amigos de suas irmãs.

 

**********

 

Tsunade passou a maior parte da tarde limpando e reorganizando seu guarda-roupas, saindo do quarto apenas para dar almoço às meninas e depois acordar Sakura que não dava sinais de vida desde que chegara da festa de formatura. Ela ficou preocupada quando não ouviu a filha chegando junto das irmãs e por isso esperou amanhecer para entreabrir a porta do quarto de Sakura e verificar se estava tudo bem. Quando avistou os cabelos cor de rosa caindo por cima dos cobertores, se sentiu mais aliviada e decidiu que só a acordaria se fosse necessário.

"Se alimentar é algo necessário." Ela justificou para si mesma depois de despertar a dorminhoca.

Depois disso, voltou para a tarefa que estava postergando há meses.

— Arrumar é tão chato, Shizune... – ela reclamou ao telefone com a amiga e antiga assistente.

Se você não deixasse acumular a bagunça desse jeito, seria mais fácil. — a outra respondeu sem um pingo de pena.

— Você bem que podia vir me ajudar... Você era tão boa nisso quando trabalhávamos juntas. – a ex-prefeita tentou.

— Nem pensar. Assuma suas responsabilidades.

— Ai que malvada. – choramingou.

A morena do outro lado da linha suspirou.

Já disse: primeiro tire tudo do guarda-roupas, então coloque num saco tudo aquilo que não vai voltar. Coisas como lixo, roupas velhas etc. Por fim, recoloque tudo aquilo que você quer e separe por sessões.

— Eu sei, eu sei... Já coloquei tudo pra fora mais cedo. Ainda estou me livrando do lixo. Você não tem ideia de quanto papel eu tenho aqui.

Eu posso imaginar... — ela riu, e então ficou em silêncio por um segundo antes de voltar a falar – Tsunade, como estão as meninas?

A loira apoiou o telefone entre o ombro e a orelha para ter as duas mãos livres.

— Parece que Hinata e Sakura beberam demais ontem na festa. Vou fingir que não notei porque acho que são boas meninas e isso não vai se repetir. Já a Ino ganhou a coroa que tanto queria. Isso me trás memórias... Sabia que eu já fui miss?

Eu duvido muito.— cortou - Então elas estão aproveitando bastante, né? Isso é ótimo.

— Não subestime meu passado glamuroso! – brigou a outra – Eu sei que estou com algumas dezenas de anos a mais, mas eu ainda estou com tudo em cima e... Uau, olha isso!

O quê?

Em meio às pilhas de papeis brancos e envelopes amarelados, um quadrado pequenino e cor de rosa chamou sua atenção. Ela o apanhou já imaginando do que se tratava.

— Você não vai acreditar no que eu achei. Lembra do ritual maluco que você escreveu pra mim uns anos atrás? – ela estava sorrindo, tentando imaginar como aquilo teria sobrevivido por tanto tempo no meio da sua bagunça e, ainda por cima, a uma mudança de casa. Aquele post-it fez uma viagem e tanto.

Por que isso ainda está com você?— Shizune riu novamente.

— Não sei. Eu nem lembrava disso, para ser sincera. Lendo novamente, continua tão estranho quanto da primeira vez. Olha só: "vovó Chiyo, vovó Chiyo, tenho algo par-"

Espera!— Shizune gritou do outro lado da linha.

— Que isso, doida? – Tsunade gritou de volta.

Desculpe. É só que... Bem, você ler assim em voz alta... Não sei se é um bom momento, quer dizer...

Tsunade cruzou os braços.

— Deixa de ser frouxa, mulher. – implicou. – Será que você está com vergonha?

Shizune sorriu do outro lado da linha.

Sim, é exatamente isso. Por favor jogue o post-it fora. – pediu.

— Só me faltava essa... – a loira gargalhou enquanto amassava o papelzinho e o lançava na pilha coisas que iriam para o lixo.

Ao dar a volta para encarar seu guarda-roupas vazio, Tsunade deu de cara com uma ave enorme pousada em sua janela. Antes que pudesse pensar em como agir para espantar a ave com cuidado, ela entrou no quarto e pousou exatamente na pilha de lixo.

— Não, não, não. Sai daí. Ai, droga... – Ela gemeu nervosa. A ave a lembrava um falcão, mas seu tamanho era anormal e aquilo a preocupava bastante.

O que está havendo?— Shizune se preocupou com a mudança na voz da amiga.

— Shizune, vou desligar, Tem um falcão aqui dentro.

Um falcão? Tsu-

A loira desligou apressada e começou a calcular sua fuga em direção ao corredor. Quando estivesse lá, fecharia a porta do quarto e, uma vez segura, ligaria para o controle de animais.

— Fique quietinho aí... – Tsunade sussurrou ao caminhar lentamente em direção a porta, sem perder de vista a ave de rapina.

Ela já estava quase na porta quando o falcão levantou voo, espalhando todo o lixo pelo chão e então saiu pela janela de onde veio.

Tsunade ficou alguns segundos congelada pelo medo, mas logo suspirou aliviada. Ela foi até a janela e a fechou, mas dali conseguiu observar que a ave estava pousada a apenas alguns metros da casa, numa árvore próxima.

Num pensamento rápido, percebeu que a janela de Sakura também dava para aquela árvore, então achou melhor ir até lá pedir para que a fechasse, mas ela acabou escorregando em alguns dos papeis espalhados e foi direto ao chão.

— Ai, caralho! – gritou massageando a própria bunda que lhe amorteceu a queda. – Falcão filho da puta. Bagunçou tudo!

Tsunade continuou sentada para empurrar todo o lixo de volta para a pilha. Foi então que o post-it voltou ao seu campo de visão, destacando-se de tudo graças a sua cor chamativa.

"Como terminava mesmo?" ela se perguntou ao desamassar o quadradinho.

— Vovó Chiyo, vovó Chiyo, tenho algo para proteger. Ah é. Era um feitiço de proteção, eu acho... – ela murmurou para si mesma – Shizune é muito doida mesmo. Agora eu estou me lembrando do dia em que ela me deu isso.

"Foram dias agitados desde a adoção, não foram?" Ouviu sua mente recordar.

"Nossa, e como foram. Não sei como consegui, sinceramente." Ela se auto respondeu e, pensando nisso, acabou se lembrando de algo importante "Tenho que avisar a Sakura sobre a janela."

"Quer protege-la, imagino."

— Ora, mas é claro. – ela respondeu em voz alta já se levantando e indo em direção ao corredor – Agora veja só: estou conversando comigo mesma.

Tsunade deu a volta na própria cama e passou pelo portal da porta que estava aberta, mas quando virou a esquerda para ir em direção aos quartos das filhas tudo que encontrou foi um enorme vazio branco.

— O quê..?

— Bem-vinda de volta, Tsunade Senju.

Ela virou para trás quando ouviu alguém dizer seu nome e percebeu que seu quarto não estava mais ali.

— Mas como... Onde...

— Você está de volta ao Plano Astral. Talvez você não se lembre da vovó Chiyo aqui, mas a vovó lembra de tudo.

Tsunade virou de volta para a direção anterior e deu de cara com uma senhorinha de pele manchada e roupas humildes. Algo naquela idosa a acalmou.

— Como você sabe o meu nome?

— Sinto que já tivemos essa conversa antes. Seria um dejavu? – a senhorinha riu.

— Espera um minuto... Vovó Chiyo! Eu lembro de você! – ela comemorou recordando de um sonho estranho que teve há muitos anos, mas logo voltou a ficar séria – Eu estou sonhando de novo? Onde estão os monstrinhos? – a senhorinha sorriu ao ser reconhecida e apontou para longe. Tsunade seguiu seu dedo e percebeu um rapaz de cabelos longos, negros que vestia um yukata igualmente escuro  - Só um dessa vez? E ele não é um bicho?

— Uma protegida, um guardião. É assim que fazemos aqui. – Chiyo explicou e então se voltou para o rapaz – E a propósito, querido, é um prazer ter você conosco novamente.

— Igualmente. – ele respondeu com um sorriso contido.

— Bom, vocês sabem o que fazer. – a senhorinha declarou já dando as costas.

— Espera, você vai embora de novo? – Tsunade reclamou, mas foi em vão. Ela já não estava mais ali. – Oh, merda. Foi exatamente assim da outra vez... Como posso me lembrar tão bem de um sonho tão antigo?

— Aqui no Plano Astral as coisas funcionam de forma diferente em relação à sua dimensão, que é mais limitada. – a voz grossa do jovem chamou a atenção da mulher humana. – Inclusive, o tempo passa mais rápido aqui do que lá, então eu sugiro que fechemos o contrato o quanto antes.

A mulher o analisou de cima a baixo.

— Você parece mais velho do que aqueles garotos da outra vez.

O guardião fechou os olhos tentando manter-se paciente.

— Ossos do ofício. – respondeu – Poderíamos fechar o contrato?

Tsunade cruzou os braços.

— Eu não sei o que vim fazer aqui, moleque. – ela respondeu, o que fez o guardião travar o maxilar.

— Você tem alguém para proteger. – explicou com a voz dura – A menina.

— Oh, sim. Está falando da Sakura? – ela questionou. Assim que pronunciou seu nome, viu os olhos do guardião brilharem – Na verdade tem um falcão que deve estar fazendo ninho perto de casa. A janela dela dá pra essa árvore e-

— Eu posso ajudar a protege-la. – ele cortou rudemente, mas com um sorriso sedutor nos lábios.

— Vai tirar o pássaro? – quis saber.

— Acredite, isso não será um problema. Basta que fechemos o contrato.

A loira pensou um pouco.

— OK, acho que ainda sei fazer isso. E se me lembro bem, assim que eu fechar esse tal contrato, posso acordar.

— É exatamente assim que funciona. – garantiu o outro.

— Então vamos lá: para proteger a minha filha, você tem que ganhar algo em troca, certo? Hm... Da outra vez eu disse que eles poderiam casar com as meninas quando elas completassem 21 anos porque parecia um filme de fantasia de época com todas aquelas criaturas se transformando...

— É uma condição ótima. – ele a cortou novamente, o que deixou Tsunade irritada. – Na verdade, estive esperando que a madame fizesse exatamente essa mesma proposta. Me sinto honrado.

— OK, você já me cansou. Vai ser a mesma recompensa então.

— Exatamente o mesmo acordo anterior? – ele pareceu ansioso.

— Tanto faz. Só quero acordar logo.

— A madame não estaria interessada em mudar a idade dos termos? Para que esperar tanto, não é mesmo?

Tsunade fez cara feia.

— Elas vão fazer 18 em Junho. Pra que essa pressa?

O guardião sorriu de canto e fechou os olhos, saboreando o momento. Não estava satisfeito com o tempo de espera, mas concluiu que poderia se preocupar com isso depois.

— Eu, Madara, o falcão da caverna prometo proteger a humana Sakura até que complete 21 anos de idade. Cumprida a missão, receberei a recompensa designada por Tsunade, a contratante.

— Eu, Tsunade, a contratante, concordo com os termos.


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Notas finais do capítulo

- Até dia 30 de março! (ou antes né hahaha)