O Hokage mandou que chamassem Sasuke com urgência, o Uchiha ficou sem entender o motivo que levaria Naruto a mandá-lo voltar no meio da missão, mas se ele estava chamando então o negócio era sério mesmo.

Assim que Sasuke entrou no gabinete do Hokage, notou que seu melhor amigo estava preocupado, algo ruim tinha acontecido e ele pensou logo em Sakura e Sarada.

– Naruto, o que houve ? - Indagou.

– Sasuke, eu preciso que você mantenha a calma - Disse o Hokage que levantou de sua cadeira e caminhou até o amigo.

– Você já está me deixando nervoso - Sasuke começou a se alterar - Aconteceu alguma coisa com a Sakura ou com a Sarada.?

– Sasuke, a Sarada sumiu.

– Como assim sumiu ? - Berrou Sasuke desesperado - Alguém sequestrou minha filha ?! Eu mato o desgraçado.

– Não Sasuke, se acalma.

– Como você quer que eu fique calmo Naruto ? Minha filha sumiu.

– Sasuke, tudo indica que ela fugiu de casa.

Sasuke paralisou por uns segundos, sentiu-se sem chão. Sua filha tão amada e tão querida fugiu. Uma menina de 7 anos sozinha por aí, a mercê de ninjas inimigos que poderiam muito bem pega-la para fazer todo tipo de coisas ruins.

– Naruto, que brincadeira é essa ? - Perguntou com a voz trêmula.

– Vem aqui Sasuke.

Naruto levou o amigo até uma cadeira e o sentou, em seguida deu-lhe um copo de água. Ainda tremendo, Sasuke tomou tudo num gole só e olhou para o loiro.

– O que aconteceu ? - Indagou.

– A Sakura-Chan foi acorda-la de manhã, logo depois que você saiu para a missão, disse que a janela estava aberta e Sarada não estava lá - Ele soltou um suspiro alto - Mandei vários caçadores especiais ANBU atrás dela, mas Sarada simplesmente sumiu do mapa.

– Como assim ela sumiu do mapa ? - Sasuke não segurou as lágrimas - Como uma pessoa de carne e osso simplesmente some ? Ou ela está escondida ou alguém a raptou.

– Sasuke, Sarada é esperta mas ainda assim é uma criança, se ela estivesse escondida com certeza já teríamos achado. Ela também não pode ter ido muito longe. Procuramos em toda a aldeia da folha e nas aldeias vizinhas, ela simplesmente sumiu.

– Não, não, não ... Minha filha não.

– Sinto muito Sasuke, estamos fazendo o possível - Ele encostou a mão no ombro do amigo.

– Eu vou atrás dela - O moreno se levantou.

– Não Sasuke, acho melhor não - Alertou o Hokage - Você não está em condições de ir atrás dela. Quer um conselho ? Vá para casa e dê apoio à sua mulher.

– Sakura.. - Sasuke se sentou na cadeira novamente e apoiou a cabeça em suas mãos - Ela deve estar arrasada.

– Vá lá - Naruto sorriu - Faremos o possível, logo sua Sarada estará de volta.

– Obrigado Naruto - Ele se levantou para ir.

Enquanto andava pelas ruas da aldeia, Sasuke se lembrava da filha, a garotinha que ele tanto ama desde o dia em que Sakura anunciou que a esperava, a menina que, quando ele segurou nos braços pela primeira vez, emocionado, prometeu que jamais deixaria nada de mal acontecer a ela, que a protegeria de tudo e de todos.

Sasuke sentia que havia falhado como pai. Lembrou-se da bronca que havia dado na filha antes de vê-la pela última vez, a pequena reclamava que não tinha atenção e ele se irritou com ela, acabou magoando sua filha amada.

"Vocês nunca mais vão me ver." Essas foram as palavras que Sarada disse antes de ir para seu quarto aos prantos naquele dia, Sasuke sentia um aperto no coração ao lembrar dessas palavras, ele não gostava de ver sua princesinha chorar.

Chegou em casa e exitou em abrir a porta, ficou triste ao pensar que Sarada não viria correndo e pularia em seu colo enchendo-o de beijos. Ele entrou em casa e foi exatamente assim, sua filha não estava ali para recebê-lo com alegria, desde que Sarada nasceu aquela casa não era a mesma sem ela.

Ele subiu as escadas para ver sua esposa, sabia perfeitamente onde ela estaria, foi até o quarto de Sarada e viu a rosada deitada na cama da filha e chorando enquanto fitava um porta retrato com a foto da família.

– Sakura - Entrou no quarto e se sentou na cama - Querida, tudo bem ?

– Parece que está tudo bem ? - Perguntou com a voz embargada do choro, os olhos vermelhos eram um sinal claro de que ela havia chorado a noite inteira, e as olheiras indicavam que estava em claro desde que Sarada desapareceu.

– Você tá péssima, mas ficar assim não vai mudar nada - Ele tinha ensaiado para esse momento, por dentro estava destruído e com vontade de chorar, mas tinha que manter-se forte para amparar sua amada.

– E você quer que eu faça o que ? Quer que eu finja que nossa filha não evaporou ?

– Ela não evaporou Sakura, agora se acalma. - Sasuke alterou seu tom de voz.

– Os caçadores ANBU não a encontraram, Naruto avisou as aldeias vizinhas e nem sinal dela - Sakura chorou mais ainda - Minha filha sumiu e você quer que eu me acalme ?

– Se eu bem te conheço você está sem comer e sem dormir, só chorando sem parar.. Você tá se acabando aí, eu sei que é difícil mas ficar assim não vai mudar nada.

– Minha filha, minha filha que eu gerei com tanto amor, que carreguei dentro de mim por nove meses -Ela começou a se lembrar da filha - Eu sempre dei tanto carinho.

– Eu sei Sakura, eu sou o pai dela, esqueceu ? Eu sei como você se sente meu amor, eu sei - Ele se aproximou mais dela e a abraçou - Mas eu também não gosto de te ver assim.

– E se eu nunca mais vê-la ?

– Não diga isso, nós vamos vê-la e ainda daremos uma bronca por isso..

– Sasuke, ela fugiu de casa. Ela queria chamar nossa atenção.. A culpa é nossa.

– Ei - Ele enxugou as lágrimas que caíam sobre a face da esposa - Realmente não estávamos dando devida atenção para ela, mas não se culpe, nós vamos acha-la.

– Eu ... eu ... eu entrei no quarto de manhã e a cama estava arrumada, a janela estava aberta e a mochila dela não estava aqui.. Ela fugiu, ela planejou tudo e fugiu... Se ela estiver escondida em algum lugar, menos mal, mas se algum inimigo tiver achado ela ?

– Sakura, o mundo não anda mais tão perigoso como quando nós éramos pequenos, ela deve estar por aí - Sasuke tentava se convencer disso - Está tudo bem, está tudo bem..

– Eu espero Sasuke..

O moreno a deixou no quarto e foi até a cozinha, Sakura estava abatida e precisava comer alguma coisa.

Preparou uma sopa para ela, na verdade esquentou uma que já tinha na geladeira, e voltou para o quarto com a sopa e um copo de suco numa bandeja.

– Sakura, eu trouxe pra você.

– Não quero comer.

– Vai comer sim - Sentou na cama e colocou a bandeja em frente a esposa - Quer passar mal ?

– Mas eu não consigo, não sinto fome.

– Você é médica e sabe melhor que ninguém que ficar sem comer só vai te prejudicar - Pegou a colher e colocou um pouco da sopa - Come.

– Vai me dar na boca é ?

– Se for preciso, sim.

Ele foi dando a sopa para ela. Mesmo contra a sua vontade, Sakura comeu, mas só a metade.

– Chega Sasuke, chega.

– Pelo menos tomou a metade - Suspirou.

Ela tomou o suco, Sasuke colocou a bandeja no criado mudo ao lado da cama da filha, abraçou a esposa e repousou a cabeça dela em seu peito, Sakura se sentia segura nos braços dele.

– Vai ficar tudo bem - Ele acariciava os fios de cabelo róseos.

– Eu espero - Ela o abraçou mais forte, ouvir os batimentos cardíacos do seu amado a acalmava.

– Durma um pouco.

– Não.

– Só um pouquinho.

– Não dá.

Sasuke ficou ali abraçado com ela, Sakura estava com olheiras e precisava dormir, Sasuke sabia que cafuné a deixava sonolenta, sabia que logo ela iria dormir e assim aconteceu. Sasuke percebeu que ela estava mais calma, olhou seu rosto e percebeu que ela dormia. Ele a deitou na cama da filha, a cobriu e deu um beijo em sua testa antes de apagar a luz do quarto e sair.

Ele caminhou até seu quarto, jogou-se na cama de casal, abraçou seu travesseiro e começou a chorar como uma criança. Sakura estava dormindo, ele não precisava mais ser forte, podia desabar em lágrimas já que não tinha ninguém vendo. Pensou em sua filha tão querida e que foi tão desejada desde antes de seu casamento com sua amada irritante. Ele não aguentava pensar que sua menininha poderia estava perdida em algum lugar, sozinha, com fome, com frio e na pior das hipóteses, a mercê de algum inimigo, mas mal sabia ele que sua filha estava justamente junto com seu amado irmão, Itachi.