Complicated escrita por Gica Buya


Capítulo 4
Sonhos ou Pesadelos?


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora - mesmo quem não comenta, sei que está lendo - passei por um pequeno bloqueio criativo, mas estou de volta! Escrevi esse cap. com o maior carinho, então por favor retribuam-o. :D



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‘’É por que eu te amo’’ aquelas palavras me deixaram em transe, fazendo-me pensar se estava sendo enganado ou... Corria o risco de namorar... Um homem. Aquilo me angustiava. Ficaria com fama de viadinho, acho que até meus parentes da Arábia ficariam sabendo. Droga.

Não o respondi, corava nervosamente, parecia ter ficado no sol vinte e quatro horas. As palavras pareciam enroscar em minha garganta, apenas mexia a boca em forma de mímica, mas nenhum som saia.

Ao perceber, Martin aproximou-se da minha cama, ficando de joelhos, olhando-me nos olhos.
Mas que raios você está fazendo? – Encolhi minhas pernas, tentando ficar o mais longe possível de suas mãos.

Quer ser meu namorado? – Meus olhos se arregalaram, e uma expressão de pânico se formou. Apenas riu-se com a minha reação, mas era esperada.

Que merda você está dizendo? N-nós somos...

Homens? – O ruivo se aproximava cada vez mais, até deixar-me preso em um canto entre o armário. – E daí? Eu te amo, e não quero que você namore com ninguém além de mim. – Seu sorriso me assustava cada vez mais.

E-eu não posso aceitar! Você não... – Fui interrompido por um beijo, coisa de minutos, mas para mim, durou como um século. Apenas fiquei quieto, esperando que dissesse mais alguma coisa.

Por favor... Seja meu namorado. – Martin fez uma cara totalmente diferente de todas que tinha visto, parecia um cachorro que havia caído do caminhão de mudança.

E-eu não posso namorar com você. – Após terminar minha frase, a porta do quarto foi praticamente arrombada por David, que estava com um sorriso malicioso em seu rosto.

Estão se divertindo sem mim? – Trancou a porta girando a chave que estava perto da cama de Martin. Logo se apoiou na cabeceira da cama. Ótimo, agora estou prestes a ser estuprado por dois tarados.

– Desculpa cara, é que eu não consigo me conter. – Disse em tom de ironia para o amigo... Mas que para mim não era ironia... O QUE EU ESTOU PENSANDO? SE CONCENTRE EM FUGIR EWAN!

Aproveitei uma pequena brecha da conversa entre os dois para tentar sair de cima da cama, e ao mesmo tempo, procurando a chave com o olhar. Infelizmente, David me segurou pela gola da camisa, me deixando na posição inicial: encolhido e com medo.

Eu suava frio, enquanto me despiam forçadamente. Cheguei a dar alguns gritos, mas parecia não ter resposta. Ambos riam maleficamente.
Acordei assustado, em minha cama, vestindo apenas um moletom. Eu estava sonhando...
Minha testa estava molhada de suor, e meu cabelo desgrenhado e bagunçado. Martin pulou da cama, me fitando logo em seguida, estava tão assustado quanto eu.

O que aconteceu? – Sentou-se na cama, preocupado.

– T-tive um sonho estranho... – Por que eu sonhei com aquelas coisas?

Sem ao menos perguntar-me, o ruivo deitou-se comigo, em uma posição aproximadamente de conchinha, não hesitei.

Não encoste ‘’aquilo’’ em mim! Se não lhe darei um soco. – Uma risadinha baixa pode ser ouvida. Logo caiu no sono.

Olhei rapidamente pro relógio, era quatro e quinze da manhã. Sinto-me culpado por acordá-lo neste horário, mas quem manda invadir meus sonhos?

A participação de David também é uma incógnita... Enfim, deixarei para pensar amanhã de manhã. Demorei alguns minutos para cair no sono, pois estava envolvido nos braços de Martin, e seu perfume doce, uma mistura de amoras com flores, assemelhava-se ao cheiro de uma garota.

Seu cabelo encostava-se a minha nuca, e de vez em quando, fazia movimentos enquanto dormia, roçando-os, e fazendo os pelos se eriçarem nervosamente. Os braços musculosos abraçavam minha cintura e minha barriga fortemente, como se quisesse me proteger de algo ruim.

Não me lembro de quando adormeci. Mas felizmente, não tive nenhum sonho pervertido como aquele. Apenas consegui dormir em paz. Pode parecer loucura, mas estar de conchinha com Martin lembra-me de quando dormia com minha mãe, e ao mesmo tempo, uma sensação de segurança e talvez... Um pouco de prazer.

Acordei por volta das nove horas. Hoje não haveriam aulas, pois seria feito uma grande festa de aniversário para a escola, que completara 114 anos naquele majestoso dia. Ouvi dizer que algumas empresas que patrocinam o lugar viriam para fazer reformas e coisas do tipo. Certamente eu não teria paz...

Demorei um pouco para perceber que ainda dormia sendo abraçado por um homem. Meu cérebro ordenava que eu o empurrasse, mas meu corpo não correspondia. Em uma ação involuntária, minha mão escorregou para a sua, acariciando-a. Isso o fez acordar, sorrindo bobamente.

Bom dia, gracinha. – Seu queixo batia em meu ombro esquerdo... Que droga, será que ele faz isso sem querer ou para me torturar? Aquela voz... Aquela maldita voz melosa que usa para me dar ‘’bom dia’’.

Bom dia. – Não o olhei no rosto, com certeza eu estava todo bagunçado, com marcas e o rosto inchado. Seu polegar subiu até meu maxilar, virando-me levemente para que pudesse encará-lo. Corei instantaneamente ao dar de cara com dois belos olhos me olhando, ambos brilhavam.

N-não me olhe assim! – Ao fim de minha frase, meu abdômen foi apertado com seu punho direito, fazendo-me bufar. Sua barriga definida esfregava-se em minhas costas, certamente e sem dúvida de propósito.

O nariz pequeno – e talvez a única parte de seu corpo delicada – deslizava lentamente em meu pescoço, e subiu para minha orelha, mordiscando-a. Deixei um gemido baixo escapar, era tudo que ele queria.

Pare com isso! – Arranhei-o no braço esquerdo, mas apenas sorriu-me, parecia ter gostado. D

Você me irrita. – Joguei a toalha, desistindo, me virando para olhar a parede branca, que estava se despedaçando aos poucos.

Você me deixa louco. – Sua voz era sexy de um jeito que eu nunca havia visto. Aquilo fez arrepiar-me, sem conseguir balbuciar nenhuma palavra em resposta á sua provocação. A mão – que até agora estava alisando minha barriga sem que eu percebesse – desceu para a borda de meu moletom cinza. Minha mão, por um movimento de reflexo, segurou-a.

– É mesmo uma gracinha, não é? – Um sorriso malicioso tomava seu rosto iluminado pelo sol. Meu coração estava palpitando muito rápido, tive a impressão de estar enfartando.

Por que ele faz meu coração acelerar? Nós somos dois homens... Eu estou confuso.


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Notas finais do capítulo

Comenteeem! Fico feliz com as visualizações, mas quero saber se está agradando! ><

Beijinhusssssssss



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