Complicated escrita por Gica Buya


Capítulo 3
Eu te odeio... Ou talvez não.


Notas iniciais do capítulo

Comentem !!! *---* Isso me deixa feliz!

Bjinhusssss



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Após aquela cena bizarra de estar meio abraçado com Martin, ouvi uma sirene irritante e estridente, e logo a voz da vaca da coordenadora, dizendo rispidamente para nos recolhermos para dormir.
Quem diabos consegue dormir ás dezoito horas num sol de vinte e nove graus? – Murmurei irritado para mim mesmo.

Se você não quiser, não dormiremos. – Um sorriso malicioso tomou a sua face, fazendo-me corar ao pensar no que aquele retardado queria dizer com isto.

– N-não confunda as coisas! – Empurrei-o com uma força involuntária, mas pareceu não se incomodar. Idiota...

Caminhei quase correndo até o quarto, como se não tivesse que dormir junto com um tarado que se julgava meu dono.

Olhei por cima dos ombros, vendo uma sombra vindo em minha direção. Decidi apressar o passo, chegando até o pequeno alojamento que chamamos de ‘’confortável’’, e fechando sua porta, segurando-a com as costas.

Martin distribuiu vários socos na parte de cima da porta, enquanto eu me segurava para não rir. Logo as batidas pararam, e eu inocentemente, me joguei na cama de solteiro, pensando que estava livre.

Graças á Deus, um pouco de paz! – Suspirei aliviado, deitando sobre as duas mãos. Meus olhos se fecharam espontaneamente, e meus pensamentos foram tomados.

Senti uma respiração se misturando á minha. Sim, era aquele cabelo chamuscado...

Você foi muito mal comigo! Merece um castigo. – Seus olhos estavam semicerrados, e seu tom de voz era sério. Eu estava morrendo de medo.

– C-castigo? – Coloquei-me sentado, tentando afastar-me na medida do possível antes de ser estuprado ali mesmo.

O ruivo não respondeu, apenas foi se aproximando, até ficarmos com os rostos separados por míseros centímetros. Suas pálpebras se fechavam lentamente, e sua boca estava cada vez mais perto da minha. Logo foi invadida por sua língua, era voraz e ao mesmo tempo carinhoso. Sua mão deslizava, entrelaçando os dedos em meu cabelo, e a outra colava o seu corpo ao meu.

Tentei forçar seu peito com as duas mãos para que se afastasse, mas infelizmente, eu não sou o Senhor Músculo... Seu joelho ficava entre as minhas pernas, fazendo com que soltasse alguns gemidos abafados no meio do beijo.

Em um determinado momento, que posso chamar de salvação, a porta foi praticamente arrombada pela coordenadora Kelly, com aquela famosa cara de ‘’vou foder vocês dois!’’
Aos gritos, nos encaminhou para a diretoria, onde uma mulher mais alta, um pouco morena, cabelo castanho amarrado em um coque largo e óculos fundo de garrafa, ficava na frente de uma estante de livros e atrás de uma mesa gigantesca.

Sentei com meu sangue fervendo de raiva por causa daquele maldito que resolveu que ia me estuprar, e também tremendo de medo, pois a escola era rígida em relação á castigos, pude ver alguns limpando vasos sanitários com escovas de dente, imagino a punição que vou receber por ser molestado por meu ‘’colega de quarto’’.

Eu te odeio. – Sussurrei para que apenas Martin pudesse ouvir, e que o mesmo apenas sorriu, como se não tivesse feito nada de errado.

Então, vocês são namorados? – Nos olhou por cima dos óculos com seus olhos castanhos, que pareciam queimar.

NÃO! É-é quer dizer... Não senhora. – EU NEGAREI ATÉ A MORTE!

Então... Senhor... – Ela recolheu alguns papéis, até finalmente achar a ficha com meu nome. – Ewan... Como você é novo aqui, lhe darei uma colher de chá. Apenas quero que limpe o banheiro masculino. – Seu olhar ameaçador se direcionou para Martin. – E quanto á você, vai ter que lavar as janelas do quarto andar, TODAS ELAS.

Após um sermão desnecessário e homofóbico (não que eu seja gay...), me retirei, tentando correr para o banheiro.

Ehhh! – Meu braço foi puxado com força.

Olá. – Era David. – Vejo que alguém fez besteira, não é, pequeno Ewan? – Sua mão direita acariciava meu rosto levemente e lentamente.

Com licença... – Atrás do loiro, estava Martin, com um olhar fuzilante para o ‘’amigo’’. Logo o puxou, afastando seu corpo do meu.

Aproveitei a oportunidade para sair de fininho até o banheiro masculino. Estava completamente imundo!
Até banheiro de rodoviária é mais limpo que isso. – Murmurei irritado para mim mesmo, fitando tudo á minha volta.

Alguns baldes azuis, um pouco sujos e algumas esponjas estavam no canto perto da pia e do lixo. Apanhei-os, ajoelhando para esfregar o chão e um pouco das cabines.

Passei por volta de uma hora limpando aquele lugar que fedia á urina e perfume de homem.
Que cheiro gostoso... – MAS QUE MERDA EU ESTOU DIZENDO?

Apenas esqueci aquela cena, guardando o material de limpeza á onde tinha achado e lavando minhas mãos com um sabonete líquido. Eu estava suando. E não, eu não suo como pessoas normais, o suor escorre perto do meu cabelo, e ás vezes chega á pingar algumas gotas.

Coloquei a mão molhada sobre os fios castanhos, deixando-os para o lado. Deu-me uma aparência de mauricinho, mas eu não ligo, era refrescante. Caminhei pesadamente, com os joelhos doendo de tanto ficar ajoelhado e arrastá-los no chão sujo.

Suspirei, tentando tomar coragem para entrar em meu alojamento novamente. Abri a porta lentamente, olhando pela fresta. Vi uma revista aleatória, que na capa falava um nome famoso de uma banda americana, e por cima, alguns fios ruivos.

Espero que esteja dormindo, assim terei paz. – Sussurrei, tentando não acordá-lo.

Martin estava deitado de barriga para cima, sem camisa, apenas com um moletom surrado e aparentemente sujo por causa das janelas que limpara. Sentei-me vagarosamente, rezando para não fazer nenhum ruído sequer.

Tirei meu tênis e meias pretas, colocando-os embaixo da cama de solteiro. Meu moletom deu lugar á uma bermuda comum e confortável, beirando á um pijama. Uma gota de água gelada pingou em minha coxa, fazendo-me arrepiar os pelos da nuca. Ao levantar a cabeça, vi dois olhos azuis me fitando curiosamente.

Eu te odeio... – Cerrei os olhos, tentando parecer sério. – Por que você me agarrou?

Olhou-me de cima á baixo, lançando um olhar sexy.

Você ainda me pergunta por quê? – Levantou-se, colocando seu corpo malhado sentado em cima de alguns lençóis bagunçados. – É por que eu te amo. – Sorriu como se tivesse dito um ‘’bom dia’’.

Ele... Me ama?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Hein? Heeeein? *u* Comentem.

Bjinhusssssss



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