Complicated escrita por Gica Buya


Capítulo 2
Quase molestado?!


Notas iniciais do capítulo

Leiam com o mesmo carinho que escrevi :3



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M-meu nome é Ewan... – Mas que diabos, por que estou gaguejando? Ele é apenas um garoto!

Lindo nome. – Disse, logo soltando meu rosto e voltando a sua posição inicial.
Senti minhas bochechas esquentarem nervosamente, então apenas virei de costas para que Martin não visse.

Demorou alguns minutos até meu coração voltar a bater normalmente. Aquilo foi bizarro. Cheguei nesta maldita escola há doze minutos e quase fui molestado. Olhei por uma pequena fresta na porta, uma pequena placa escrita ‘’W.C’’ e um símbolo masculino em azul escuro.

Apanhei uma blusa acinzentada qualquer em minha mochila, caminhando em direção ao que parecia um banheiro, e com certeza, mais seguro que aquele quarto.
Troquei de roupa rapidamente, dando uma última olhada em meus cabelos, que estavam levemente desgrenhados.

Andei dando passos pesados até o lugar que chamam de ‘’alojamento de alunos’’.
O ruivo agora estava sem camisa, vestia apenas um moletom um pouco rasgado abaixo dos joelhos. Sua barriga era definida, juntamente com seus braços. A pele branca ao sol parecia um grande pedaço de açúcar da marca Cometa.

Que merda eu estou pensando?

Dei um pequeno tabefe em minha testa, tentando voltar ao normal.
Não me deixe sozinho. – Me assustei com sua voz, tinha um tom sério. Olhava-me com apenas um de seus olhos azuis abertos, e a revista de algum assunto aleatório em sua mão esquerda.

Eu te conheço faz cinco minutos. – Aquele cara definitivamente era louco. – Você não tem namorada? – Perguntei sem interesse, mas esperando que sua resposta fosse ‘’SIM’’.

Não. Ficamos em um prédio separado, para evitar ‘’certas coisas’’ – Disse fazendo aspas com os dedos. – Apenas nos vimos em aula. Então não se assuste se alguém resolver fazer uma brincadeirinha com você de madrugada.

Isto foi um consolo ou uma ameaça? Esta frase ecoava em minha mente, fazendo-me corar como um tomate. E para a minha má sorte, meu ‘’companheiro’’ acabou notando, dando uma risadinha.

O conheço há tão pouco tempo, e já quero joga-lo da janela. Deitei-me, mexendo no celular e ouvindo algumas músicas tentando esquecer o inferno que começara em minha vida.

Ouvi alguém bater – ou esmurrar – a porta da cela, e alguns fios loiros estavam á mostra, nada além disto. Uma voz rouca e grossa, gritava o nome ‘’Martin’’, e escutei alguns insultos após isto.
O alvo de quem quer que seja levantou-se da cama, andando pesadamente, abrindo-a para ver o que estava acontecendo e o que queriam.

Achei que estivesse dormindo seu Zé ruela. – Ambos riram, e logo o ‘’amigo’’ do ruivo fitou-me surpreso, e logo seu espanto se transformou em uma expressão estranha.

Que... QUE BONITINHO! – Por algum motivo – provavelmente loucura – ele voou em meu pescoço, me sufocando na pequena cama de solteiro. Seu corpo estava quente, e era levemente magro, e obviamente mais alto que eu...

Martin rapidamente o tirou de cima de mim, quase como um surto de ciúmes. Ciúmes?

Não assuste o Ewan, seu retardado. – O olhou sério, segurando-o pela gola da camisa, que estava um pouco amarrotada.

Desculpe-me. Meu nome é David. – Um sorriso sem graça estampava seu rosto. Logo se aproximou – mas que diabos, ninguém nesse lugar tem medo de morrer? –, fitando-me com seus olhos verdes, realmente encantadores, pareciam esmeraldas.

Se você tem ciúmes eu não ligo, mas ele é realmente bonitinho. – Sua animação deu espaço para uma face de dúvida. Pude ver o ruivo serrando seus punhos, como se fosse cometer um assassinato.

Estava encolhido, sem respirar. Estou em dúvida se realmente quero dormir de noite... Posso ser molestado por dois homens, ótimo!

O-obrigado. – Obrigado? PORQUE EU ESTOU AGRADECENDO?
Logo voltaram a conversar normalmente, mas de tempos em tempos, David me lançava algumas piscadelas e sorrisos de canto.

Levantei-me silenciosamente, rezando para que nenhum me percebesse, caminhando em passos leves e largos até o banheiro, que aparentemente estava vazio. Senti uma mão puxar-me pela manga da camiseta, fazendo com que ficasse cara á cara com o louro.

Não fuja. – Parecia irritado, e ao mesmo tempo, carente.

Pude ouvir Martin suspirar pesadamente atrás de mim, e finalmente me salvando daquele maluco. Voltei a caminhar até o toalete, praticamente correndo desesperado.
Como tinha chegado depois do término das aulas, me salvei de ver a cara de professores, que de vez em quando via andando pelos corredores, como se odiasse tudo ali. Não os culpo.

Apenas fiquei olhando-me no espelho arredondado. Depois decidi dar uma caminhada, sei lá, conhecer o lugar um pouco. Avistei dois meninos sentados no chão perto de uma porta de número 305, lendo um livro horroroso de gigantesco.

Ignorei-os, mas percebi que me seguiam com olhar, até virar a esquerda, onde havia uma pequena biblioteca, estava vazia, apenas uma mulher idosa de óculos estava presente, mexendo em seu computador antigo. Talvez fazendo cadastros, não sei.

Procurei algum livro que parecesse interessante, sem sucesso. Os que aparentavam ser ‘’descentes’’, estavam rasgados ou empoeirados, me fazendo espirrar. Alguém – provavelmente um pedófilo ou outro David da vida – agarrou minha cintura, e sussurrou um ‘’Saúde’’ lentamente em meu ouvido.

Não vai escapar de mim tão fácil assim, pequeno Ewan. – Percebi que a voz era de Martin. Merda, eu estava em apuros. Será que eu o esmurro ou grito por socorro?

A – inútil – bibliotecária apenas olhou-nos, como se fosse algo normal. Espere, e se for normal?

M-mas que porra Martin! Solte-me, eu não estava fugindo! – Sim, eu sou MUITO estourado. E principalmente se chamar-me de ‘’pequeno’’.

Ah! Ah! Ah! Acredito. – Seu tom sarcástico me irritava. Ele virou meu corpo, colando-o ao seu. Seu rosto chegava perigosamente perto do meu, e antes que percebesse, depositou um beijo em minha bochecha esquerda.

Você é uma gracinha. – Logo continuou com seu ataque carinhoso e meloso, subindo para minha testa, que estava levemente franzida.

Pare de dizer estas coisas! – Tentei empurrar seu peito para afastar-se, sem sucesso. Eu precisava de mais força, e certamente, esta força não existia em nenhuma parte do meu ser.

O louro apenas ficou em silêncio, levantando seu rosto, deixando seu queixo brincar e roçar em meu cabelo, levemente bagunçando-o.
Ficamos abraçados ali por um longo tempo, até uma sirene irritante e escandalosa tocar, e a voz da vaca da Coordenadora Kelly anunciava a hora de ‘’dormir’’. Quem caralhos dorme ás 18 horas?

Meu coração estava quase saindo pela boca, e eu podia sentir o mesmo de Martin... Estranho.


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Notas finais do capítulo

Comentem !! :3 Será que ALGUÉM está apaixonado? *cof cof *

Beijinhussssss



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