A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 9
Desabafo Nostálgico


Notas iniciais do capítulo

me pediram para explicar como o Apolo e a Aghata se conheceram e Percabeth. eu juro que tentei, não sei se ficou bom



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- Percy, eu posso falar com você?- Eu cheguei perto do campo onde Percy e Beckendorf estavam lutando. Beckendorf me olhou com uma cara interrogatória.

– Eu só quero lutar. - Expliquei para ele.

- Eu estou o treinando. – Charles respondeu calmo, apesar de suas palavras serem agressivas.

- Tudo bem. – Respondi e ele assentiu, ambos sorrindo. – E então Percy? Com medo de perder?- Eu brinquei. Charles riu e Percy pegou uma caneta de seu bolso.

- Vamos lá. – Ele disse meio sério. Eu tive vontade de rir, mas isso seria falta de educação e o intimidaria.

Começamos a caminhar para a próxima arena, em silencio.

- Anaklusmos, não é?- Eu indiquei com a cabeça para a caneta em sua mão, me virando para ele com uma distancia.

Ele olhou na lateral da caneta, e fez uma cara de espanto.

- Como você sabia?- Ele perguntou incrédulo.

- Essa espada tem uma longa história. – Eu respondi tirando Alexis do cabelo.

- O que é isso?- Ele apontou para Alexis.

- Uma vara mágica. – Eu falei meio séria, me posicionando para luta. Mas Percy continuava parado, encarando Alexis, como se esperasse mais dela.

- Uma vara?- Ele abafou um riso.

- Ei, não caçoe de Alexis. – Eu disse tirando a tampa da caneta que ele segurava em sua mão com Alexis, fazendo- a se transformar em uma espada de Bronze Celestial. Ele de inicio recuou, mas então tentou copiar minha posição. – Ela pode ser o que eu quiser. – Eu fiz Alexis se transformar em uma espada, em seguida uma lança, um arco – descoberta recente-, um cetro, um caduceu e etc.

O queixo de Percy caiu. Quando eu fiz Alexis voltar a ser uma vara e apontei para seu peito, o sangue fugiu de seu rosto.

- Vamos lá, é só uma vara. – Eu disse rindo, enquanto girava 180º com Alexis apontada para frente. Eu parei com a ponta de Alexis colada no peito de Percy. – Ataque. - Eu ordenei, esquecendo que devia ter paciência e cuidado com ele. Meus instintos de batalha estavam dominando.

Ele pegou o cabo de Contracorrente com as duas mãos e olhou para ela, sem saber o que fazer.

- Direcione-a para um lado e transfira um golpe na lateral do meu corpo. -Eu ensinei. Ele tentou fazê-lo, mas foi fácil de bloquear com Alexis se transformando em espada. – Mais rápido. Não tenha medo de me machucar, eu estou de armadura.

Ele pulou para frente e apontou a espada na minha direção, chegando perto de uma vez.

- Ow! Você é bom. – Eu havia tomado um susto. E era verdade, eu nunca vi nenhum novato fazendo um movimento desses.

Eu acho que o meu comentário o deixou mais confiante, pois ele sorriu e tentou me dar outro golpe lateral. Eu pulei para o lado, fugindo de sua espada, e em seguida pulei para frente.

- Siga seus instintos, e tome cuidado. Seu inimigo pode ser mais rápido que você. – Eu disse atrás dele, com a espada em seu pescoço.

- Ow! Como você chegou ai tão rápido?- Ele pulou tomando um susto, isso fez
com que a ponta de Alexis fizesse um pequeno arranhão em seu pescoço. – Ai!

-Como eu disse seu inimigo pode ser mais rápido. Eu passei por você e você nem me viu. - Eu ensinei rindo. Ele se mexeu mais, fazendo com que o corte ficasse mais fundo. - E quando alguém fizer isso, não se mexa. Fique parado, pensando em como vai atirar minha espada para longe sem cortar sua artéria.

- Vou me lembrar disso da próxima vez. – Ele disse colocando Contracorrente para trás e empurrando Alexis para o lado. Felizmente para ele isso me distraiu, dando-lhe tempo para sair da minha armadilha.

Ele ficou a minha frente com Contracorrente colado na minha bochecha. Eu dei um chute muito bem dado em sua espada, e ela voou.

Desarmado, ele ficou pálido. Olhando para Alexis embaixo de seu queixo.

- Como você e Apolo se conheceram?- Ele perguntou tentando me distrair.

- Como você sabe disso?- Eu apertei a espada em sua garganta.

- As pessoas aqui gostam mesmo de falar da sua vida. – Ele riu. Eu corei, mas não respondi. – E então? Como foi?
Eu suspirei e desabei no chão, escorando as costas na parede. E comecei a pensar no dia mais perfeito da minha vida, o dia em que eu o vi pela primeira vez.

- Bom, um dia, meu pai me chamou para ir ao Olimpo. Chegando lá, ele me deu uma missão. Uma missão que eu teria que cumprir com Ártemis e suas Caçadoras.

- Caçadoras?- Percy perguntou ao meu lado, também sentado no chão.

- São como amazonas de Ártemis.

- Ah- Ele pareceu entender.

- E eu fui. Nós estávamos caçando um monstro que só eu poderia encontrar. Um dia, nós montamos acampamento para dormirmos. E quando o Sol nasceu nós recebemos uma visita...

- Visita?

- Sim. Quando eu o vi, eu não sabia o que falar. De repente, minha pele estava formigando, meus joelhos pareciam que estavam desmontando e meu estomago queria sair de dentro de mim. Ele era o garoto mais bonito que eu havia visto. Ele tinha a pele bronzeada e reluzente, seus cabelos eram dourados como o sol. E seu sorriso se fosse um pouco mais brilhante cegaria.

- Apolo?- Percy deduziu. Assenti com a cabeça.

- Eu já me apaixonara muitas vezes, e sempre fiquei mal. Eu nunca tive muita sorte com garotos, todos eles me decepcionavam. Até que eu desisti, e esperei o certo vir.

- Você tinha quantos anos?- Percy perguntou meio confuso.

- Quase 13. - Eu respondi, e ele me olhou com uma cara de espanto, mas querendo rir. –É, eu sou precoce.

- É... - Ele assentiu, rindo. Eu ri também.

- O fato é que, quando eu o vi, eu sabia que ele não me decepcionaria como os outros. Eu tinha certeza que ele era o homem certo. – Eu estava contando com os olhos desfocados, como se estivesse lembrando em voz alta. – Ele também ficou me encarando, mas nada que eu considerasse especial. Então ele se ofereceu para ajudar a caçar o monstro, Ártemis não gostou muito da idéia, mas aceitou.

‘‘Eu dormi pensando nele, e em como eu o conquistaria. Entenda, eu sempre gostei de ‘‘desafios’’, de conquistar quem eu quero, sem ser direta, e sem falar uma palavra. E eu decidi que Apolo seria o próximo e talvez último. Mas o fato foi que eu nem precisei fazer muito, só alguns olhares, e sorrisos. E logo ele apareceu na minha cabana, me chamando para uma caminhada.

Quando nos sentamos na areia, para olhar o mar, Apolo sentou ao meu lado, bem ao meu lado. Isso fez com que um choque percorresse meu corpo, e olha que isso acontece o tempo inteiro.

Nós começamos a conversar, e eu acabei percebendo que ele me entendia, e que eu o entendia.

Nós começamos a rir e paramos com o rosto a centímetros do outro. Ele pegou meu rosto com uma mão.

- Eles não mentiram... - Ele murmurou, me analisando.

- Eles quem?- Eu estava curiosa, obviamente era sobre mim.

- Os deuses. - Ele sussurrou, ainda me olhando.

- O que eles disseram?

- Que você era mais bonita que Helena. - Ele respondeu, e eu corei de imediato.

- De Tróia?- Eu chutei me arriscando a dar uma de metida. Eu estava me comparando com a mulher mais bonita que o mundo já viu.

- Sim. - E ele foi chegando mais e mais perto, se é que isso era possível. Até que seus lábios colaram nos meus. E foi como se o mundo tivesse parado. Uma onda de fogo passou por todo meu corpo, me arrepiando. Era a melhor sensação do mundo.

- Apolo, o que significa isso?- A voz de Ártemis surgiu atrás de mim. Nós nos separamos e em um pulo nos levantamos. Eu não podia estar mais corada. - Você sabia que eu queria que ela entrasse para as Caçadoras, Apolo!

- Não, eu não sabia. – Apolo disse sério, eu não o havia visto assim até então. – E alem do mais. – Ele colocou uma mão na minha cintura, e me pôs atrás dele, me protegendo. – Eu não a obriguei a nada.

- E daí? Eu sei muito bem do que você é capaz. Você vai magoá-la, como fez com todas as outras. – Quando Ártemis gritou isso, foi como se tivessem enfiado uma faca no meu estomago, eu não poderia suportar que isso acontecesse de novo.

Me afastei um pouco, repensando se isso era o certo.

- Você sabe que dessa vez é diferente, Ártemis!- Apolo começou a gritar também. Eu coloquei a mão em seu braço e sussurrei ‘Ei, respira. ’ Ele fechou os olhos e suspirou. – Você sabe que eu gosto dela mesmo, Ártemis. - Meu coração parou de bater, e voltou em um ritmo calmo, e toda vez que eu o vejo é assim.

- Grande coisa!- Ártemis bufou. – Eu tenho a a lhe oferecer, e o que você tem? Amor? Por favor, né. - ela bufou de novo, revirando os olhos.

- AI!- Eu me intrometi, antes que Apolo respondesse.

- Não se mete!- Os dois gritaram em coro.

– Vocês estão falando sobre o meu futuro, e eu estou bem aqui. – Eu comecei gritando e fui diminuindo o tom, até estar bem calmo. Os dois bufaram, mas se calaram. – Apolo. - Eu me virei para ele, colocando uma mão em seu peito.
– Deixe-me falar com a sua irmã. Amanha a gente se fala. Boa noite. - Eu me levantei para dar-lhe um beijo na bochecha, mas ele pegou meu rosto e me deu um beijo calmo.

- Boa noite, durma bem. – Ele sussurrou com as mãos segurando meu rosto a centímetros do seu, me deu um beijo na testa e saiu.

- Ártemis... - Eu me virei meio tonta por causa do beijo. Ela estava com a cabeça para o lado, revirando os olhos de braços cruzados.

- Você sabe que tudo isso é cena não é?- Ela atirou. Isso me deu uma pontada de dúvida, afinal eu já ouvira falar que Apolo era conquistador, mas ele parecia tão diferente.

- Eu acredito nele, Ártemis.- eu murmurei apesar disso me doer.

- Isso te machuca. Essa duvida, se ele é o deus conquistador, ou se ele é o deus com amor humano. – Ela sussurrou, sabendo exatamente o que se passava comigo.

De repente eu me lembrei que eu estava contando para Percy. Eu estava tão presa nos meus pensamentos revivendo o passado que esqueci que o mundo existia.


- Ah, Percy, me desculpe. Eu acho que eu empolguei.- eu disse saindo do flashback.

- Ah, tudo bem. – Ele sorriu. O tempo inteiro ele me olhou como se eu estivesse contando a história mais legal do mundo.

- E você? Como foi para você conhecer Annabeth?- Eu mudei de assunto.

- Hã? Co-como assim?- ele gaguejou, corando.

- Ah, qual é Percy?- Eu ri. –Olha, veja como se eu fosse sua irmã mais velha, você pode contar qualquer coisa para mim. E além do mais, eu sei que você gosta dela... - Eu abafei um riso. Isso era fofo, mas ao mesmo tempo engraçado.

- Como você sabe?- ele semicerrou os olhos para mim, mas pareceu se lembrar de alguma coisa. - Ah, você viu... - Ele corou mais ainda.

- Sinto muito por aquilo. – Eu me desculpei, me lembrando de quando Selena nos fez ser pegas espiando um romance. Ele não respondeu, apenas assentiu. – E então?

- É, eu gosto dela. – ele suspirou, desabando o ombro.
- Jura?- Eu ironizei. Ele me olhou com uma cara feia. – Desculpe, continua.
- É como se... Como se nada mais importasse a não ser ela estar a salvo. Ela me faz sentir mais seguro em meio a tantas coisas estranhas acontecendo. – ele desabafou.

- Oun, e vocês já se beijaram ou algo do tipo?- Eu perguntei, me esquecendo que eles só tinham 12 anos.

- Não, ela saiu correndo aquele dia. E desde então, nós meio que nos evitamos. Nós só coramos e distanciamos. – ele desabafou.

- Aghata? Percy?- minha mãe apareceu com Annabeth mais vermelha que um tomate, olhando para baixo.

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Notas finais do capítulo

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