A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 34
Reunião de Familia




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Entrei super sem graça na sala do trono. Minha postura estava ereta, meu nariz empinado e minha autoconfiança lá em cima, mas minhas bochechas doíam. Todos os deuses me olhavam com atenção caminhar pelo enorme salão.

 

Atena me olhava com um sorriso fraco no rosto, como se estivesse orgulhosa. Ares me fuzilava. Afrodite abria um enorme sorriso, mexendo nas pontas de seu cabelo. Hermes me analisava da cabeça aos pés. Poseidon me olhava indiferente, tentando esconder algo. Hera só faltava espumar pela boca. Deméter tinha seu costumeiro sorriso maroto e simpático. Apolo me olhava doce, com o mesmo sorriso que ele manteve no rosto o dia inteiro. Ártemis me perguntava com os olhos, mesmo parecendo já saber a resposta. Dionísio estava entediado, como sempre. E Hefesto estava indiferente. Por fim, tomei coragem para olhar para o meu pai. Ele estava com um olhar indiferente, nenhum sinal de sorriso, só a seriedade de sempre na aparência de um homem de 45 anos.

 

Mas havia algo diferente na sala. Eu só percebi o que era quando vi minha mãe ao lado do trono do meu avo. Foi então que eu me dei conta. Luke estava ao lado do trono de Hermes; Beckendorf ao lado de Hefesto; Megara ao lado de Deméter; Castor e Pollux ao lado de Dionísio; Annabeth ao lado de Atena e assim por diante. Todos os deuses tinham um filho seu ao seu lado. Menos meu pai, Hades, Hera e Ártemis.

 

— Só estava faltando você. — Meu pai disse.

 

Andei até ele e fiquei ao lado de seu trono.

 

— Não vai fazer mesura? — Hera perguntou grossa, foi mais como uma ordem.

 

— Não. Não devo fazer mesura a ninguém. — Respondi tentando ser o menos rude possível.

 

— Pois deveria fazer ao seu pai, e só a ele. Filhos de Zeus são soberanos, mas seu pai é mais. — Zeus interveio.

 

Antes que eu tivesse a chance de responder, Atena tomou a vez.

 

— Então, acho que estamos todos aqui, certo? Podemos dar início ao Conselho de Solstício de Inverno?

 

— Meu raio foi roubado. E eu nunca pensei que seria traído pela minha própria esposa. — Meu pai disse ofendido.

 

— Eu não roubei nada seu. E quem foi traída aqui fui eu. — Hera disse ofendida. — E essa garota está aqui como prova. — Ela pegou meu braço e o estendeu.

 

— Não use minha filha como desculpa para o seu roubo, ela foi um erro sim, mas você me traiu, você, minha esposa!— Ele se alterou, se levantando do trono.

 

— Não fale assim dela! — Minha mãe e Apolo se intrometeram, Apolo se levantando irado.

 

— Não se intrometa, bastardo. — Hera gritou com Apolo.

 

— Não fale assim com o meu irmão. — Ártemis se levantou.

 

De repente o salão virou um caos, todos brigando, defendendo seus irmãos, filhos ou pais.

 

— CALEM A BOOOOOOOOOOOOOCA! — Eu gritei, estranhamente todo mundo calou.

 

— Obrigada. — Eu virei para Zeus, cheia de sarcasmo na voz pela parte do erro.

 

— Não precisa me defender. — Eu falei para Apolo e minha mãe.

 

— E você, — Apontei para Hera. — pode ser a rainha dos deuses, a rainha do mundo, o papa, não me importa, você não tem o direito de falar assim comigo.

 

— Aghata... — Minha mãe tentou advertir.

 

— Não! Eu estou farta, estou farta dos deuses me usarem. Eu sou semideusa, não capacho. Estou realmente cheia disso, ou vocês se comportem, ou verão uma meio-sangue furiosa e poderosa no lado inimigo.

 

— Filhos dos Três Grandes são tão explosivos e atrevidos. — Hera rolou os olhos.

 

— Não, não são. É só que eu tenho coragem o suficiente pra falar o que todos naquele acampamento pensam. Vocês se esquecem de nós, e quando se lembram, é para o seu próprio bem. Eu não tenho problema quanto à parte de esquecer, mas muitos aqui têm.

 

— Garota, você não pode falar assim conosco. — Hera se levantou novamente, seu rosto ficando vermelho.

 

— Nem você! — Eu retruquei. — Sente-se! Eu estou falando. — Ordenei, ela estranhamente o fez. — E essa briga é desnecessária. O raio está aqui comigo. — Assim que eu o disse, todos ficaram boquiabertos me olhando.

 

— Então você é a ladra. — Ares se levantou, apontando para mim, parecendo extremamente ofendido.

 

— Não seja cretino. — Eu rolei os olhos, seguindo para frente. — Quem roubou foi você!

 

— Eu? — Ele gargalhou. — Nenhum deus pode roubar o símbolo de poder de outro.

 

— Não diretamente. — Eu retruquei. — Você usou algum meio-sangue para fazer o trabalho sujo! — Eu andava mais para frente enquanto falava.

 

— Não faria isso, ele é meu pai!

 

— Que outro deus gostaria de guerra? A deusa do casamento? Duvido muito! — Eu ri. Poderia morrer discutindo, meus argumentos nunca acabariam, eles vinham naturalmente.

 

— Eu não fiz isso! — Ele murmurou ficando vermelho de raiva.

 

— Aposto 5 fichas no deus da guerra! — Eu gargalhei. — Admita!

 

— Não fiz isso.

 

— Então porque tentou me matar quando eu recuperei o raio? — Levantei uma sobrancelha, me curvando com as mãos no quadril. Todos os deuses ficaram chocados.

 

— Onde o raio estava quando você o recuperou? — Ele ergueu a sobrancelha grossa. Ele me pegou.

 

— Como você sabe disso? — Eu retruquei. — Você mesmo escondeu lá?

 

— Sabendo. Eu sei de tudo.

 

— Você escondeu lá!

 

— Onde estava?! — Atena se exaltou.

 

Abaixei a cabeça.

 

— Onde estava, Aghata? — Apolo perguntou com mais delicadeza.

 

— No seleiro das suas vacas sagradas. — Murmurei ainda cabisbaixa. 3ª

vez que os deuses puxaram ar estupefatos.

 

— Eu não fiz isso. — Ele falou chocado, caindo no trono.

 

— Eu sei que não. Que tipo de deus idiota esconderia um artigo roubado em seu próprio domínio?

 

— Nós sabemos que Apolo não é exatamente dotado da sabedoria. — Atena debochou.

 

— Parem! Vocês não vão brigar novamente. — Eu ergui as mãos, fazendo um sinal de pare. — Admita logo, Ares.

 

— Não fiz nada.

 

— Eu admito! — Uma voz se pronunciou no canto da sala.

 

— Lu-luke? — Olhei para ele totalmente estarrecida.

 

— Sim. Ares me fez roubar o raio durante a excursão para cá. Não foi muito difícil, contando que sou filho do deus dos ladrões.

 

— Porque você fez isso? — Annabeth perguntou chocada.

 

— Porque eu estou farto dos deuses nos ignorarem! Eles não nos dão o valor devido!

 

— É claro! Eles são deuses! — Eu rolei os olhos. — E pais.

 

— Ei! — Eles reclamaram.

 

— Isso quer dizer que você... se juntou a... — Eu não conseguia falar.

 

— Cronos. Sim. — Vi que ele tentava parecer firme, mas não estava tendo muito sucesso.

 

— Luke... — Eu chamei, mas ele já saia pela porta. Eu o segui correndo.

 

— Luke! — Eu bati a porta atrás de mim. — O que você está fazendo? Porque está se juntando a ele?

 

— Aghata... — Ele se virou para mim com a mão na testa, parecendo extremamente preocupado, seus olhos estavam brilhando, cheios de lágrimas presas. — Eu não posso...

 

— Porque você está fazendo isso? Nós somos sua família!

 

— Aghata, eles não me amam! — Ele gritou. — Eles não amam a ninguém! Nem os seus próprios filhos!

 

— Isso não é verdade! — eu berrei.

 

— É claro que é! Você, que é tão querida pelos deuses, já ouviu algum ‘eu te amo’ deles?

 

— Luke, eu te amo. — Eu cheguei perto dele.

 

— Aghata, não torne isso mais difícil. — Ele fechou os olhos, suspirando para se controlar.

 

— Não é o suficiente para você? — Eu toquei seu rosto, realmente perto dele.

 

— É. — Ele suspirou abrindo os olhos. — Mas você não me ama do jeito que eu te amo.

 

— Fique, eu... eu tento. Te prometo. — Eu estava desesperada.

 

— Aghata, você me escolheria no lugar dele?

 

Eu fiquei sem fala. Eu estava realmente em cima do muro. Apolo era o amor da minha vida, mas ele era um deus, eu nunca poderia me sentir completamente correspondida. E Luke era meu melhor amigo, a pessoa que eu mais amava no mundo, ele era igual a mim. 

 

— Não. — Me afastei. — Traição é algo intolerável para mim. — Assim que eu disse, os olhos de Luke ficaram fixos no meu rosto por um longo tempo, até que a lágrima que ele estava prendendo por tanto tempo caiu, deixando um rastro em sua cicatriz.

 

— Tudo bem. — Ele tentou se recompor e parecer firme, se afastando de mim. — Espero que você seja feliz, Aghata, eu realmente espero. Eu te amo. Prometo que ninguém vai te machucar.

 

— Luke! — Eu corri e o abracei, impedindo-o de andar. — Por favor, por favor, não vá. — Enterrei meu rosto molhado em suas costas musculosas e quentes. — Luke, eu faço qualquer coisa, mas por favor, não vá.

 

— Aghata. — Ele me afastou, olhando chorando para mim, com as mãos nos meus ombros. — Eu tenho que fazer isso, é o meu destino.

 

— QUE SE DANE O DESTINO! — Eu me alterei. — Luke, por favor, fique. Eu não vou agüentar tudo isso sem você.

 

— Aghata... Tchau. — Ele me deu um beijo na testa, um abraço e começou a caminhar de volta para o elevador do Empire State.

 

Comecei a sentir meus joelhos falharem, meus olhos arderem e minha cabeça pesada demais para o meu pescoço. Luke se fora.

 

Fiquei alguns minutos ali, que parecera uma eternidade, sentada no chão, olhando a entrada do Olimpo, com alguma esperança, como se ele fosse entrar ali e falar que estava tudo bem, que ele ficaria comigo.

 

— Problemas no paraíso? — Uma voz disse atrás de mim.

 

— Clarisse, ele... ele se foi. — Eu disse entre soluços.

 

— Que postura, Srta. Filha de Zeus. — Ela disse brincando, vindo até mim. — Aghata, eu vou matar aquele desgraçado, eu te prometo. Mas vamos entrar, o conselho ainda não acabou. — Ela segurou meus ombros e me levantou.

 

Deixei-me ser guiada por Clarisse de volta ao salão.

 

— Pode entrar, eu preciso de um minuto para me recuperar. — Eu disse quando chegamos à porta.

 

— Promete que não vai fugir? — Ela riu.

 

— Prometo. — Eu dei um indício de sorriso.

 

Ela entrou na sala, voltando ao lado de seu pai. Quando fiquei sozinha, deixei meus ombros desabarem novamente.

 

Não, pensei, tenho que fazer isso direito. Só algumas horas, Aghata, depois você pode chorar como a fraca que você é.

 

Enxuguei meu rosto, recuperei minha postura e entrei na sala novamente, com o queixo erguido.

 

— Mas eu juro que não mandei o garoto roubar o raio. — Ares tentava se defender. — Eu não... — Sua fala e a de todos os deuses cessaram quando entrei na sala.

 

 Ignorei todos os olhares em mim e fui direto para o lado do meu pai. Fiquei ali, em pé, olhando para o nada enquanto os deuses voltavam a discutir.

 

— BASTA! — Meu pai gritou, fazendo todos os deuses se calarem. — Nós temos um problema maior aqui. Um outro meio-sangue se mostrou traidor.

 

— Há outros? — Eu perguntei confusa.

 

— Muitos. — Ártemis bufou.

 

— Eles não têm chance contra nós. — Meu avô se levantou. — Nós temos 3 filhos dos 3 grandes. Percy, Aline — ele olhou orgulhoso para minha mãe ao seu lado e Percy no canto da sala. — e Aghata. — Disse com certo desprezo.

 

Ele era meu avô, mas isso não significava muito no Olimpo. Ele achava que eu era um erro, um equívoco da minha mãe, que foi descaradamente seduzida por meu pai.

 

— Não. — Hades disse. — Não três. Cinco.

 

— Como assim, Irmão? — Meu pai perguntou desconfiado.

 

— Lhes apresento meus filhos: Bianca e Nico di Angelo. — Ele estendeu a mão para trás, fazendo um casal de crianças saírem das sombras. 

 


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAH, CHORA.