A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 33
Sorridente




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POV Apolo

— Sinto muito. — Ares disse fazendo uma cara de falsa tristeza e pegando o raio no chão. — Na verdade, não sinto não. — Ele gargalhou maligno e lançou um raio em Aghata.

 

Ela voou, ficando suspensa na beira do telhado. Eu queria gritar, correr até ela e puxá-la para mim, para fora do perigo. Mas eu não podia. As leis antigas me impediam, eu só podia assistir, qualquer interferência seria fatal para Aghata.

 

Aghata tentava se equilibrar, mas estava muito na beira, até que ela por fim desistiu, sem esperanças, caindo em silêncio.

 

Era isso. Acabou, sem Aghata, a vida não tinha graça. Eu não podia sobreviver sem ela. Mas a luta de Ares e Aghata também tinha acabado. Agora eu podia atiçar minha própria briga.

 

— Ares, seu covarde. Porque você tinha que mexer com quem estava quieto? Ela é apenas mortal! Ela não vai se recompor! — Eu gritei irado, andando firme e rápido até Ares.

 

— Desculpe por matar sua mortal. — Ele riu cheio de escárnio, se virou e começou a andar.

 

Eu fiz um arco aparecer na minha mão. Preparei-me, puxando a flecha que não existia, mirei em Ares e soltei. Uma flecha queimando apareceu fincada nas costas dele.

 

— Ai! Pare com isso! Essas suas flechas incomodam. — Ele reclamou, tirando a flecha da pele com apenas a mão.

 

Eu estava me preparando para lançar outra flecha quando um clarão azul tomou conta do telhado, iluminando a noite como uma chuva de relâmpagos.

 

Virei lentamente, com uma esperança ardendo em mim, e vi uma das coisas mais impressionantes do mundo.

 

Uma garota levitava acima do telhado, olhando fixamente para Ares. De seus olhos mini-raios saltavam, sua pele brilhava com a eletricidade, como se a própria pele fosse feita de energia. Seus cabelos voavam como uma coroa. Eu já havia visto Aghata tendo um ataque ‘Filha-de-Zeus’ na TV Hefesto, mas olhando ao vivo era bem mais impressionante.

 

Mas havia uma coisa nova na cena. Eu não sabia exatamente o que era, até ela levantar o braço e apontar uma espécie de cabo grosso de energia para Ares. O raio mestre.

 

— Isso é impossível!— Ares gritou estressado. — Eu tenho o raio mestre aqui! — Ele levantou a mão, mostrando o raio mestre em sua mão.

 

— Mas então como...? — Eu murmurei para mim mesmo.

 

Percebi que o raio que Ares segurava era bem maior do que o de Aghata, como se o dela fosse uma miniatura.

 

Aghata não reagia a nada, não tinha expressão nenhuma, só olhava fixamente para Ares, como se piscar fosse desnecessário. Ela se movia como um autômato.

 

Ela piscou uma única vez e sacudiu para frente o raio, produzindo um clarão de cegar um mortal. Quando o clarão passou e eu pude ver algo novamente, eu era o único em pé. Ares estava jogado no chão com o corpo tremendo de eletricidade. E Aghata, com os braços juntos ao corpo jogado no chão e as pernas fechadas. Ela estava pálida. Alexis descansava em sua mão, onde o mini raio mestre devia estar.

 

Corri até ela, com medo de que a minha suspeita estivesse certa.

 

 

 

POV Aghata

 

Eu acordei em um divã de tecido branco, olhando para um teto branco, me sentindo totalmente cansada e com dor de cabeça.

 

— Ai, que dor de cabeça. — Resmunguei me levantando lentamente com a mão na cabeça, que parecia explodir.

 

— O Sr. Apolo tentou ajudar a curar os ferimentos, mas parece que foram muito profundos. — Uma ninfa apareceu a minha frente do nada, me fazendo pular de susto. Ela me olhava com atenção, os punhos cruzados, como se esperasse uma ordem minha.

 

— Onde ele está?

 

— No Olimpo. Eu estou encarregada de cuidar de você. — Ela deu um meio sorriso simpático.

 

— Bom, obrigada. Onde estou? — Tentei me levantar, semicerrando os olhos com a luz do lugar, mas folhas que brotaram no chão ao meu redor me puxaram para a cama novamente.

 

— Fique deitada, minha deusa, quando o Sr. Apolo chegar eu lhe acordo.

 

— Ah, não, obrigada, mas eu prefiro saber onde estou. — Disse com simpática.

 

— Você está no...

 

— Pode deixar, Acácia, eu mesmo explico para ela onde estamos. — A voz de Apolo fez meu coração acelerar.

 

Mas o que mais acelerou meu coração foi sua imagem, ele parecia mais divino que nunca. Seus cabelos cor de mel estavam jogados de lado, o vento fazia carícias neles. Quando ele tirou seu Ray Ban, seus olhos amarelos refletiam a luz do sol, seu corpo parecia ainda mais esculpido e bronzeado. Eu era a pessoa mais sortuda do mundo.

 

Quase nem reparei a ninfa fazer uma mesura e deixar o quarto amarelo claro, pois Apolo se ajoelhou a minha frente, pegou meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo calmo. Eu estava no céu.

 

— Está tudo bem com você? — Ele deu sorrisinho que fez meu coração parar.

 

— Aham. — Respondi meio atônita. — Onde estamos?

 

— Venha. — Ele estendeu a mão para mim, se levantando. O sorriso que eu amava continuava em seu rosto.

 

— Por quê você está tão sorridente? — Perguntei enquanto ele me conduzia por um corredor de ouro, literalmente.

 

— Por um segundo pensei que estivesse morta, e foi o pior momento da minha vida. Pensei que estaria pronta para outro sofrimento, mas com você foi bem pior. E então, você está viva! E a partir de agora eu vou aproveitar cada momento da sua vida com você, você vai enjoar de mim. — Ele riu um pouco.

 

— Eu não sei como eu não morri. — Confessei pensativa.

 

— Não se lembra?— Ele perguntou erguendo as sobrancelhas.

 

— Não. O que aconteceu?

 

— Você flutuou. Literalmente. E depois atirou um raio em Ares com uma espécie de mini raio mestre.

 

— Disso eu lembro, de atirar em Ares. Mas eu pensei que havia sido com Alexis.

 

— Pode ter sido Alexis com uma nova forma, não sei.

 

— Uau. — Fiquei boquiaberta quando chegamos a uma sala branca, com a parede central amarela, com luz do sol perto do chão. — Onde estamos?

 

— Não tem nenhuma idéia? Nunca sonhou com esse lugar? — Ele perguntou com um sorriso desconfiado.

 

— Ah... Deuses... Aqui é...? — Eu estava totalmente chocada, ele sabia sobre meu sonho.

 

— Meu palácio. — Ele sorriu.

 

— S-Seu palácio? — Eu gaguejei nervosa, parando e apertando seus dedos cruzados nos meus.

 

— Sim, Aghata, qual é o problema? — Ele perguntou com um meio sorriso brincalhão no rosto, ele estava incrivelmente lindo hoje. — Vamos, está tudo bem. — Ele passou uma mão pela minha cintura e me puxou para frente com ele.

 

Ele nos fez entrar em uma porta no final do corredor. Quase caí para trás quando vi o lugar. Era o do meu sonho.

 

Estávamos em uma sala branca, com um sol pintado na parede central, que brilhava de verdade. Havia um trono feito de ouro no centro da sala, na frente da parede do sol. Um arco pousava ao seu lado. Uma coisa faltava naquela sala, para ser exatamente como a do meu sonho: o meu trono.

 

— E agora que sabe onde está me deixa te levar para casa? — Ele perguntou. — Sua atual casa.

 

— O que você quer dizer com “atual casa”? — Eu semicerrei meus olhos para ele.

 

— Um dia você terá que mudar, certo? — Ele perguntou, eu apenas assenti. — Então. — Ele sorriu.

 

Pensei ter o ouvido murmurar para si “vai ser para cá”, mas não perguntei se foi isso mesmo.

 

—Você vai me levar para o acampamento ou para casa? — Eu perguntei enquanto ele nos puxava de volta para o corredor, mas agora nós navegávamos por ele na direção contrária.

 

— Para os dois. — Ele explicou. — Você tem que ir ao acampamento pegar suas coisas e conversar com Quíron, depois, tem que ir para casa, o verão acabou.

 

— ESPERA! E quanto ao raio? — Me desesperei, apertei sua mão e parei no corredor, me lembrando de tudo de uma vez.

 

— Calma, ainda temos algumas horas. — Ele sorriu. — Por isso que nós vamos ao Empire State antes de ir ao Acampamento.

 

— Então vamos logo, Apolo! Você é louco?! Quantas horas temos? — Nos puxei para frente, correndo no corredor.

 

— Umas 5 horas. — Ele respondeu totalmente calmo.

 

Nem respondi, apenas saí correndo para fora do palácio com Apolo me seguindo. Um lindo gramado florido se estendia a minha frente, estava quase na hora do pôr do sol. Um Maserati vermelho esperava a minha frente.

 

— Apolo, vá pegar a chave do carro do sol.

 

— Sim, senhora. — Ele estendeu a mão, me oferecendo uma chave dourada.

 

— Aprenda a dirigir com velocidade. — Entrei no conversível e coloquei óculos de sol de aviador com o maior estilo possível. Apolo entrou sorrindo ao meu lado com os mesmo óculos.

 

— Acho que escolhi uma namorada igual a mim, afinal. — Ele sorriu. — Pisa fundo. 

 

Fiz o que ele mandou, girando a chave na ignição e afundei o pé no acelerador. O carro se inclinou e disparou em direção ao céu, nos fazendo colar no banco. O carro estava tão rápido que eu mal conseguia respirar direito.

 

O carro tremia, como se morresse e ligasse várias vezes. Caía e subia, caía e subia.

 

— Aghata, acho que você não está fazendo isso direito. — Apolo murmurou com cuidado, colado ao banco.

 

— Tá reclamando? — Ameacei.

 

— Não, que isso.

 

Depois de o carro cair mais um pouco, Apolo se rebelou.

 

— Sai daí, mulher, aprenda a dirigir um carro voador. — Ele me fez passar para o banco do passageiro, enquanto ele tomava o comando do carro.

Ele passou a marcha para a 5ª e fez o motor roncar, fazendo o carro subir disparado no céu.

 

Em menos de 5 minutos estávamos no terraço do Empire State, só a presença de Apolo nos permitiu passar pelo elevador direto ao Olimpo.

 

Aquela vertigem que eu senti dois anos atrás, quando subi ao 600º andar tomou conta de mim novamente. Eu estava nervosa, encontraria todos os deuses. Isso nem era o pior, o pior era que eu encontraria o meu pai.

 

Quando subimos pela cidade eterna, ninfas e deuses menores acenavam para nós. Eu me sentia em casa, mas quando ficamos a frente da sala dos tronos, foi quando meu estômago começou a pirar.

 

— Eu tenho que entrar, tenho que assumir meu trono. — Apolo se virou para mim, na frente da enorme porta de mogno. — Boa sorte. — Ele pegou meu rosto entre as mãos e ficou me olhando, depois sumiu. Eu sabia que ele não poderia fazer muito mais que isso na frente do meu pai.

 

Respirei fundo, fechei os olhos e meditei que tudo estava bem. A maioria dos imortais naquela sala gostava de mim, os outros queriam me matar. Estava, realmente, tudo bem. Abri a porta com cuidado, tentando parecer firme.

 

- Olá, Filha de Zeus – a voz de Zeus encheu o enorme salão. 

 


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Notas finais do capítulo

VIIIIIIIIIIIIIIIIIRAM? A AGHATA NÃO MORREU EU SOU UMA PESSOA LEGAL. HAHAHAHA