A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 30
IRRA!




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- Chegamos. Finalmente. – Ethan suspirou cansado, olhando para o enorme prédio espelhado à nossa frente.

 

- Central de energia do Arizona?- Eu olhei encantada para o prédio. – Eu, com certeza, quero trabalhar aqui.

 

– Essa construção é incrível. - Annabeth disse maravilhada. - Nós temos que entrar na sala de radar.

 

- Como?- Percy perguntou.

 

- Talvez... Não sei. Aghata, você consegue dar um curto circuito no sistema?

 

- Mas ai tudo ia apagar, esse prédio funciona basicamente de energia elétrica.

 

- O que é perfeito para você. Vamos lá, Aghata, quando evacuarem o prédio e você estiver dentro da sala você liga tudo novamente.

 

- Tudo bem.

 

- Porque não tentamos do modo civilizado?- Percy perguntou se quicando no banco. – Talvez por ser filha da sua mãe, você poderia conseguir entrar.

 

- Percy, minha mãe talvez possa entrar lá, é super secreto, porque eles deixariam uma garota de 15 anos entrar?

 

- Bom, não custa tentar.

 

- Ok, eu vou tentar, mas você vai ver como isso é inútil. – Eu abri a porta do carro quando Ethan estacionou e saí do carro. – Annabeth, venha comigo.

 

 Annabeth logo obedeceu e começou a me seguir, enquanto eu andava firme até o hall do prédio.

 

- Bom dia, em que posso ajudá-las?- Um rapaz de cabelos pretos formalmente penteados com gel de mais ou menos 25 anos sorriu para mim quando me debrucei no balcão.

 

Beleza, pensei, isso pode ser fácil agora que descobri os poderes dessa pulseira.

 

- Olá, - Dei um sorriso torto para ele, fingindo estar interessada. – Eu sou Aghata. Essa é Annabeth. Nós queremos falar com o presidente da companhia. 

 

- Acho que isso não será possível. – Ele abafou uma gargalhada. – O Sr. Marshall é muito ocupado.

 

- Acho que você não entendeu. – Eu cheguei mais perto dele, com uma expressão ameaçadora e voz dura. – Vou nos apresentar novamente. Eu sou Aghata Fleury e essa é Annabeth Marshall. Podemos falar com o pai de Annabeth?- Assim que eu disse nossos sobrenomes o sangue fugiu do rosto do garoto.

 

- AH, hã... hã... Sim, eu vou chamar a secretária dele para acompanhá-las. – Ele parecia desnorteado enquanto se levantava da cadeira e cambaleava até o elevador.

 

- Annabeth Marshall?- Annabeth sussurrou para mim quando o garoto não estava mais a vista.

 

- Sim, você quer ou não entrar na sala?- Sussurrei de volta, ela não respondeu.

 

O garoto estava caminhando em nossa direção, seus olhos castanhos brilhavam para mim. Eu dei um meio sorriso para ele e um enorme sorriso tomou seu rosto, percebi quão bonito ele era.

 

- Essa é Olivia, ela vai levar as senhoritas até a sala do seu pai, Srta. Marshall. – Ele gesticulou para uma mulher de mais ou menos 40 anos, cabelos ressecados pintados de castanho e sobrancelhas feitas com lápis. Ela não é bem o que eu chamaria de Miss Universo, muito menos Miss Simpatia. Eu dei um sorriso para ela e ela só me olhou com uma expressão seca.

 

- Me sigam. – Ela falou com os olhos caídos, se virou e começou a caminhar em direção ao elevador.

 

- O que vocês querem com o Sr. Marshall?- Olivia perguntou ainda com aquela voz entediada enquanto subíamos no elevador espelhado.

 

Ela emanava um cheiro enjoativo, como manteiga rançosa. Encostei minha bochecha na metálica parede gelada do elevador, a fim de evitar o vômito por causa do cheiro. Uma música calma da Alanis Morissette tocava com apenas o piano de fundo. Eu estava praticamente desmaiando ali.

 

- Eu preciso que meu pai desbloqueie meu cartão de crédito, como eu posso viver sem ele?- Annabeth incorporou uma adolescente mimada, mas o cheiro parecia incomodá-la também, seu nariz se contorcia freneticamente.

 

- Claro, eu entendo. – Ela disse azeda, sem olhar para Annabeth ou para mim.

 

- Porque estamos demorando tanto para chegar?- Eu resmunguei colocando meu nariz na fresta da porta, procurando por algum ar.

 

- O escritório do Sr. Marshall é no ultimo andar.

 

- Mas no ultimo andar não é o...? –Annabeth foi perguntar, mas Olívia a cortou.

 

- Telhado. Sim, é lá que o Sr. Marshall que vocês procuram está. – Ela sorriu perversa, mostrando uma fila de dentes amarelos e tortos.

 

UH-OH. Um alarme, não muito freqüente, disparou na minha mente: fui pega na mentira.

 

- ER... Obrigada, mas nós vamos de escada. – Eu apertei o botão do térreo, mas já era tarde demais, então apertei o de emergência.

 

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, GAROTA?- A mulher berrou segurando meu pulso com força.

 

- Você não vai me jogar do telhado. – Eu gritei em desespero, tentando soltar seu pulso.

 

- Eu não ia te jogar do telhado! Só ia chamar a segurança!

 

- Aham, você deve ser um monstro. – Eu gritei. – Annabeth, mate-a!

 

- Agora eu vou chamar a polícia!

 

Annabeth desembainhou sua faca de bronze celestial e cravou na cintura da mulher, mas a faca passou direto, como se a mulher fosse feita de gás.

 

- UH-OH. – Annabeth olhou sua faca fazendo parte do tronco da mulher com desespero. – Mortal.

 

- DROGA!- Eu me desesperei.

 

- O que vocês estão fazendo? Porque você está tentando enfiar um lápis em mim?- Ela olhou assustada para Annabeth, ainda segurando meus pulsos.

 

Droga, o que eu faço agora?! Droga, droga!

 

- Aghata, o curto!- Annabeth me avisou. Lembrei-me de nosso antigo plano.

 

Soltei meus pulsos do aperto de ferro da mulher e os coloquei na porta do elevador. Concentrei-me em fazer o elevador subir, já que estávamos mais perto do telhado. Energia saia das minhas mãos para o elevador, ele começou a subir tão rápido que Annabeth e Olívia caíram no chão.

 

Quando ele chegou ao telhado, abri as portas e dei curto circuito no sistema inteiro. Os botões do elevador acendiam e apagavam com urgência, assim como as luzes, de repente... puf. Tudo escuro.

 

-Annabeth, corra para as escadas!- eu ordenei e ela o fez, logo eu soltei minha mão do elevador com medo das luzes voltarem e corri também.

 

Descemos cinco lances de escada correndo, quando já não agüentava mais descer Annabeth disse:

 

- É aqui, a sala é aquela. – Ela apontou para uma porta metalizada com um raio desenhado.

 

- Você tem que estar brincando comigo. – Eu ri da ironia e coloquei a mão na porta, logo ela se abriu, revelando uma enorme sala de aparelhos e radares.

 

- Sua vez. – Eu disse entrando correndo na sala.

 

Annabeth correu até um aparelho de radar e gritou.

 

- Aghata, me ajude, está apagado.

 

Fui correndo até ela e coloquei a mão no aparelho, fazendo-o ligar no mesmo instante.

 

- Precisa de um código. – Ela murmurou.

 

Lembrei-me do número que minha avó me dissera no telefone e rapidamente o digitei. SENHA CORRETA. BEM VINDO. Apareceu em verde na tela, mostrando um mapa.

 

- Valeu, vó.

 

Annabeth digitou correndo algumas coisas no teclado enquanto murmurava algo incompreensível para o meu cérebro.

 

- Aqui!- Ela saltou quando viu um ponto piscando no radar. – O raio!

 

- Onde?

 

- Texas.

 

- Em um dia chegamos lá.

 

- Temos um dia para entregar o raio.

 

- O que?!

 

- Temos que voar.

 

- Mas e Percy? Meu pai não o deixaria voar, não mesmo.

 

- Ele vai ter que deixar, ou você vai sozinha, não sei.

 

- Resolvemos isso no carro, vamos antes que liguem tudo de novo.

 

Nós saímos correndo pelas escadas, passamos pelo saguão com o maior silencio possível. Funcionários tinham lanternas acesas varrendo a sala, a procura de algo, ou de alguém. Colamo-nos às paredes e fomos engatinhando até a porta, quando chegamos à luz do sol, várias pessoas nos viram.

 

- São elas!- O atendente gritou, apontando para nós.

 

- Ah, fala sério. – Eu resmunguei e comecei a correr até o estacionamento.

 

Eu olhava para todos os lados, mas não via o carro do acampamento em vaga nenhuma.

 

 

- E agora?- Annabeth arfou ao meu lado, colocando as mãos nos joelhos. – Onde eles estão?

 

- Não sei, eles vão nos pegar. – Eu olhei para trás desesperada. Olívia e sua manada corriam até nós.

 

De repente um barulho de pneu cantando na pista invadiu meus ouvidos, me ensurdecendo.

 

-IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIRRA! – Ouvi um grito vindo junto com o barulho e logo reconheci. – E AI? OCÊS QUÉ UMA CARONINHA? ENTRA AI. – Um cara de cabelos cor de cobre bagunçados e dentes tortos sorriu para mim dentro de uma caminhonete preta desbotada, mais velha que eu.

 

- Annabeth, entre. – Eu suspirei, abrindo a porta do passageiro e entrando.

 

- FALA AÍ, PRIMA. – Ele me deu um abraço apertado e se separou de mim, para me olhar sorrindo. – CÊ TÁ UM PÃO HEIN, PRIMA. OU MELHOR, UMA ROSQUINHA. – Ele começou a rir, seu riso tinha um som de porco.

 

- Hehe. – Eu ri sem graça. – Olá também, Berry. – Olhando para ele com cuidado.

 

Ele estava lindo, como sempre. Seu cabelo cor de cobre rebelde dava um ar sexy e perigoso para ele, seu sorriso ainda era lindo, apesar dos dentes tortos. Pena que tanta beleza estava camuflada nesse jeito caipira.

 

- Seus amigos me mandaram aqui! Gente boa eles!- Ele deu partida no carro, me fazendo colar no banco de couro velho e manchado.

 

- Você conheceu os meninos?- Annabeth perguntou assustada com a velocidade do carro.

 

- O tal de Ethan, Percy e Luke? Ah, eu adorei os bichin, são muito dos legal viu. – O jeito que Berry disse Ethan como ‘Êtán’, Percy como ‘Perrrrrrrrrcii’’ e Luke como Lúki me deu coceira.

 

- Seu primo?- Annabeth sussurrou para mim.

 

- Distante. Da parte mortal da família. A bisavó dele era Filha de Deméter, sabe como é, ela gostava de fazenda. – sussurrei de volta sobre o ombro.

 

- E então, er... Berry, onde os meninos estão?- Annabeth parecia desconfortável.

 

- Eu vô leva ocês lá, pó fica tranqüila. – Ele virou o rosto e sorriu para Annabeth, a simpatia e a hospitalidade emanavam dele, mas Annabeth pareceu notar mais a beleza e os dentes tortos.

 

Com a correria de Berry (eu estava adorando a velocidade), nós chegamos a um parque da cidade em menos de 10 minutos. O carro do acampamento estava estacionado na entrada da mata. Encostados no carro estavam os garotos (Bem, Percy e Luke são garotos, Ethan é um homem.). Quando nós descemos da caminhonete eles sorriram.

 

Percy foi correndo abraçar Annabeth e Luke veio me abraçar também. Eu quase tive um ataque cardíaco, ainda não havia me recuperado do beijo. Ethan só ficou lá, encostado ao capô do carro, sorrindo torto para mim e conseguiu o mesmo efeito que Luke.

 

- E aí? Descobriram onde o raio está?- Luke perguntou me afastando um pouco.

 

- No Texas. – Eu respondi.

 

- Texas?- Berry perguntou ainda com aquele sotaque. – Cês vão pro Texas? ÊE, lá é lindo. Quer que eu vá cocês?

 

- Er... Berry, sabe aquelas histórias de terror que a sua avó nos contava quando eu passava as férias na fazenda com vocês?- Eu disse cautelosa.

 

- Sobre os monstros, as mulheres cobras e essas coisas?- Ele perguntou com os olhos brilhando.

 

- Er... Sim. O que acontece é que... bem... nós vamos lutar contra eles. – Assim que eu disse Luke chegou perto do meu ouvido e murmurou.

 

- O que você está fazendo?

 

Eu apenas ignorei o arrepio que isso me causou. Droga, odeio essa sensibilidade na orelha!

 

- E... bem, elas comem cowboys. Você é um cowboy, certo?- eu perguntei, ele parecia hesitante, mas estufou o peito, ergueu o queixo, colocou as mãos no quadril e falou.

 

- Sim, eu sou um cowboy.

 

- Então você não pode lutar contra elas. Você tem que proteger sua família.

 

- Tudo bem, então eu vou correndo para casa agora. Tchau, prima. – Ele me deu um beijo na bochecha.

 

- Foi muito bom conhecer ocê, Sr. Annabeth. – Ele deu um beijo na mão de Annabeth, que ficou toda vermelha. Estranho ele saber o nome dela. Percy só ficou olhando feio para Berry.

 

- Gostei do cês, rapazes. – Ele sorriu para os garotos, eles apenas assentiram com a cabeça.

 

- Tchau, Berry. Obrigada pela carona e pelo resgate. – Eu sorri realmente agradecida para ele. Ele se curvou, fingiu agradecer com um chapéu invisível e entrou na picape de novo.

 

- IIIIIIIIIIIRRA, TEXAS, LÁ VAMOS NÓS. – Ethan gritou rindo, bateu a mão no capô e entrou no carro. – Vamos lá, pessoal. – Ele disse fazendo o motor roncar, todos nós entramos correndo no carro e afivelamos o cinto.

 

- Pisa fundo, Ethan, que hoje eu quero correr. – Eu murmurei no banco do passageiro.

 

 O ponteiro do velocímetro correu desesperado.

 


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