A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 25
Vocabulário




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- Aghata, você vai nos matar a essa velocidade!- Annabeth gritou tentando manter-se estável enquanto o carro chacoalhava.

 

- Ah, Annabeth, por favor, estamos só a 100 Km/h, isso não é nada. – Eu bufei rolando os olhos.

 

-NÃO TIRE OS OLHOS DA ESTRADA, NEM MESMO PARA ROLÁ-LOS. – Ela gritou.

 

- Annabeth, relaxe, aproveite. Tem sensação melhor que o vento batendo no rosto?- Suspirei, colocando o rosto mais perto da janela, fazendo minha respiração ficar difícil, adorava quando isso acontecia.

 

- Vou te dizer qual é a pior sensação. – Percy verde colocou uma mão na barriga e com a outra apontou um dedo trêmulo entre nós, parecendo realmente tonto.

 

- Qual?- Luke perguntou.

 

- Essa. – Ele colocou uma mão na boca, ficando ainda mais verde e colocou a cabeça para fora da janela, fazendo um enorme e nojento barulho de lavagem estomacal (evitemos nomes).

 

- Uuuuuurgh. – Todos nós reclamos, enrugando o nariz.

 

- Evite comer salgados de beira de estrada da próxima vez, Percy. – Luke tampou o nariz com os dedos, olhando feio para Percy.

 

- Er... Evite chegar perto de mais antes de escovar os dentes. – Annabeth se afastou um pouco.

 

- Deixem-no! – Eu ri. – Percy, toma ai. – Joguei uma caixa de lenços para ele, sem tirar os olhos da estrada.

 

- Agora você é boazinha né?- Annabeth riu.

 

- Do que você está falando? Da casa? Da empousa?- Eu ergui as sobrancelhas. – Tinha que matá-la. – Respondi com certa frieza na voz, sem querer.

 

Annabeth não respondeu, apenas virou o rosto para a janela de Percy, indiferente. Suspirei pesadamente, não queria ter dito com aquele tom.

 

- Annabeth...

 

- Que tal uma música?- Ethan interrompeu ao meu lado, tentando evitar uma discussão. Ele estendeu a mão e ligou o rádio. – Conheço uma rádio ótima aqui. – Ele sorriu tentando aliviar a tensão, forcei um sorriso de resposta.

 

- AI MEUS DEUSES, EU ADORO ESSA MUSICA. – Eu me animei assim que reconheci Why don’t you get a job? na rádio.

 

- Sério? Eu amo Offspring.  – Ele sorriu também, arregalando os olhos comigo.

 

- My friend’s got a girlfriend, man he hates that bitch.- Começamos a cantar animados.- He tells me every day.

 

- Parabéns, vocês estão na final do Ídolos. – Luke bateu palma, sarcástico. – Mas dá pra prestar atenção na estrada?

 

- I won’t pay, I won’t pay ya, no waaaaaay. – Apontei um dedo para Luke e continuei cantando. – NANA WHY DON’T YOU GET A JOB?- Ethan me acompanhou na cantoria. Começamos a rir, enquanto Luke continuava nos encarando.

 

- Ah, qual é, Luke? É brincadeira. - Eu ri.

 

- Aham. –Ele assentiu sarcástico, jogando as costas no apoio de novo.

 

Uma nova musica começou a tocar antes que eu tivesse tempo para responder, logo reconheci o som da guitarra, abafando um riso. Luke estava tentando prender um sorriso, aquela era uma das suas musicas preferidas.

 

- Ah, Joan Jett é realmente genial. – Eu comentei com Ethan, falando alto para Luke ouvir, ainda querendo rir.

 

- Nunca ouvi antes. – Ethan deu de ombros.

 

- I think of you every night and day. – Começei a cantar para irritar Luke. Vi pelo retrovisor seu rosto ficar vermelho, e sua boca se transformar em uma fina linha. – You took my heart then you took my pride away Tentei de novo.

 

- I HATE MYSELF FOR LOVIN’ YOU. – Ele se rendeu, explodindo em cantoria por fim. Eu ri vencendo e comecei a cantar com ele, às vezes ficávamos horas deitados na grama da colina ouvindo musicas como essa e olhando o céu.

 

- Clube Meio-sangue do Rock, sinto muito em atrapalhar a reunião, mas eu preciso mesmo ir ao banheiro. – Percy falou.

 

- CUIDADO!- Annabeth empurrou meus ombros de uma vez, me fazendo perder o controle do volante.

 

- O QUE FOI?- Gritei em resposta, ela apenas levantou a mão trêmula e apontou para a estrada a minha frente, nela, tinha uma silhueta. Não tive muito tempo para pensar, apenas pisei fundo no freio e girei o volante para o acostamento, fazendo o carro deslizar na pista.

 

- Ai, minha Atena. – Annabeth resmungou, colocando a mão em um corte na testa, enquanto nós descíamos do carro.

 

- Pois não? – Uma mulher elegante, de longos cabelos castanhos presos em uma trança e olhos cinza tempestuosos veio caminhando para mais perto de nós no acostamento. Conforme eu a olhava percebi que ela fora a silhueta que quase nos fez capotar o carro. Seu longo vestido branco e creme balançava conforme ela dava um passo poderoso e elegante, fazendo o tecido brilhar com o reflexo da luz do sol.

 

- Atena?- Franzi o cenho quase não a reconhecendo, eu tinha apenas 11 anos quando a vi pela ultima vez, quando ela me dera um de seus muitos anéis de formatura, uma benção.

 

- Olá, Aghata. – Ela sorriu majestosa para mim. – Muito tempo desde que nos encontramos, não?

 

- Ah, sim. Havia esquecido do que realmente significa irradiar poder e sabedoria. – Eu sorri tímida, sem perceber o que havia falado. Quando se está perto de Atena e sua sabedoria, você apenas diz o que pensa, sem filtrar suas palavras.

 

- Carismática e amistosa como sempre. - Ela sorriu, apenas retribui, sorrisos verdadeiros eram muito difíceis de arrancar de Atena. – Olá, Annabeth querida. – Ela sorriu para a filha, que parecia prestes a explodir de orgulho e felicidade.

 

 – Filho de Héstia. – Ela acenou com a cabeça para Ethan, apertando sua mão. Assim que apertou sua mão, ela olhou para mim, como se Ethan tivesse falado de mim para ela com um aperto de mão.

 

 – Luke, Filho de Hermes. – Ela apertou a mão de Luke, azedando sua expressão com o toque. Eu sabia o que ela estava fazendo, ela tinha o poder de ler os pensamentos da pessoa com o contato físico.

 

- Filha de Zeus. – Ela se virou para mim, ignorando totalmente Percy, por ele ser Filho de Poseidon.

 

- Filho de Poseidon. – Eu gesticulei para Percy. – Percy Jackson.

 

- Ah, sim, sei quem é o Filho de Poseidon. – Ela analisou Percy com desgosto. – Aghata, estou aqui para dialogar contigo. – Ela se virou para mim, novamente ignorando Percy. Vi os ombros de Annabeth caírem com decepção.

 

- Aceito.

 

- E depois quero falar com você, mocinha. – Ela apontou para Annabeth, de costas para os outros além de mim. Annabeth assentiu assustada. - Podemos?- Atena gesticulou para trás de mim.

 

- Claro. – Deixei que ela passasse na frente, dar as costas para Atena não seria muito... Atena.

 

- E então? Qual o assunto importantíssimo que a fez descer à Terra?- Perguntei quando estávamos longe demais para os outros ouvirem.

 

- Em fato, são mais de um assunto. – Ela corrigiu se virando para mim, seus olhos tempestuosos e sábios pareciam preocupados, sua testa estava franzida. – Você obviamente deve saber das brigas do Olimpo.

 

- Sim.

 

- E você provavelmente sabe que lado escolhi. – Ela continuou, me olhando séria e preocupada.

 

- Nenhum. – Eu afirmei, o que a fez sorrir. – A deusa da guerra justa não apontaria um lado como errado e um como certo, alimentando uma guerra não justa.

 

- Digna de Atena, como sempre. Não me equivoquei quando lhe dei minha dádiva – Ela sorriu, olhando para o anel prata com uma coruja incrustada em meu dedo.

 

- Obrigada, creio cegamente que não. – Sorri em resposta.

 

- O fato é que, essa guerra está se desenrolando, e ao solstício, não serão planos e sim fatos. – Ela continuou, apenas assenti. – O que me obriga a apontar um lado certo.

 

- E por que lado optará?

 

- Pelo do meu pai. – Ela disse firme e decidida. – Aghata, a família é a coisa mais importante que nós podemos ter.  A sabedoria é uma conseqüência, muitas vezes de nossa família. Veja você, é brilhante de tão inteligente, mas sua sagacidade vem de sua família. Sua mãe, apesar de ser Filha de Poseidon é tão, ou mais, plausível quanto você. Ambas as inteligências vêm de família, da filha mais perspicaz que já tive, mas vocês são muito espertas, aprenderam a ser com a vida. Isso é uma conseqüência.

 

- Isso me soa como um conselho para o futuro.

 

- E é. Apenas use sua inteligência quando essa guerra afetá-la de verdade. Você, assim como eu, será obrigada a escolher um caminho. Por hora, sua rivalidade com Hera pode facilitar as coisas, privá-la da razão, mas não se deixe enganar. A guerra ainda não começou de verdade, você ainda se verá em uma encruzilhada. - Ela estava séria e preocupada.

 

- Você quer dizer que minha família será afetada pela guerra?

 

- Não posso lhe dizer nada, vá até aquele que um dia tentou ser o oráculo, ele poderá profetizar-lhe melhor que eu.

 

- Sim. – Eu assenti já sabendo de quem se tratava. – Obrigada por advertir-me.

 

- Não há o que agradecer, não é nada mais que meu dever. – Ela deu um fraco sorriso. – Mas, vim também repreendê-la. – Ela continuou, sem querer fiz uma careta. – Você não deveria dirigir àquela velocidade, quanto mais dirigir, poderia matar a todos no carro.

 

- Você sabe que eu sei dirigir. – Eu resmunguei.

 

- Em teoria, você tem conhecimento de praticamente tudo, mas muitos deles apenas em teoria. Evite colocar em risco a vida de outros novamente. Não vale arriscar-se apenas para pôr-se à prova.

 

- Desculpe, passarei o controle do carro para Ethan novamente.

 

- Ótimo. – Ela assentiu. – Bom, vim solicitar-lhe uma coisa.

 

- Sim?

 

- Que afaste minha filha do Filho de Poseidon. – Ela disse séria.

 

- Atena, sou incapacitada de fazer isso... – Eu mordi um lábio, tentando negar um pedido da deusa da sabedoria delicadamente.

 

- Oh, por favor. – Ela bufou, rolando os olhos. – O Filho de Poseidon apenas acalentou-a em um momento de carência pelo Filho de Hermes, que obviamente demonstra afeto por ti. Assim que ela superar o garoto, o Filho de Poseidon não será mais necessário.

 

- Atena, fazer vista grossa para os sentimentos de sua filha por Percy não ajudará em nada, eles têm a benção de Afrodite.

 

- O que?- A tempestade em seus olhos cinza ficou selvagem e devastadora de raiva. – Afrodite os abençoou?

 

- Sim, de modo que qualquer esforço ou tentativa para rompê-los será em vão. O relacionamento dos dois é restrito entre eles, nenhum clandestino os afastará, a menos que haja uma intervenção da deusa do amor, o que eu duvido. – Eu afirmei séria, tentando ser respeitosa usando meu vocabulário.

 

- Afrodite e eu teremos uma conversa séria hoje. – Seus olhos faiscaram para a pista acima de meu ombro, seus punhos cerrados.

 

- Ela fez isso para irritá-la, não vê? Não deixe a ira tomar-lhe a visão, Atena, uma briga entre as duas deusas eternamente rivais não seria benéfico para a atual guerra.

 

- Sim, você tem razão. – Ela olhou para mim novamente, a tempestade em seus olhos estava mais calma. – Bom, então credo que minha conversa com Annabeth não é imprescindível. – Estava incrivelmente feliz por ter aprendido o que credo significa recentemente, uma coisa simples e comum: acho. Mas porque diabos Atena estava falando latim?

 

- Acho que seria saudável para ela conversar com a mãe.

 

- Sim, não é imprescindível, mas eu ainda o farei. Sabe, vocês semideuses pensam que nós deuses não sentimos falta de vocês, mas é verdade é que sentimos sim, muitas vezes mais ainda que vocês mesmos.

 

- Compreendo, só acho estranho o modo como vocês demonstram isso. Mas isso não é grande coisa, a maioria de nós entende o porquê disso, vocês são ocupados, e muitos de vocês são casados. – Dei de ombros.

 

- Você talvez compreenda por ser mais madura que os outros da sua idade, mas será que todos entendem mesmo? Será que Annabeth entende isso?- Ela levantou uma sobrancelha.

 

- A ausência de mãe deusa, e a carência que isso lhe causou não é o motivo pelo qual ela está com Percy, Atena. Supere sua rivalidade com meu avô, você superou comigo, porque não com ele? Dê uma chance ao garoto, ele é muito melhor do que sua névoa vermelha de ira lhe permite ver.

 

- Você dá chances para aqueles que são seus rivais naturais? – Ela ergueu uma sobrancelha novamente. – Você não o odiou quando o conheceu? Não sentiu a repulsa natural?

 

- Sim, admito que o repeli a principio, mas essa rivalidade é do meu pai e do meu avô, não minha. Caso contrário, odiaria minha própria mãe, e ela também odiaria a dela. – Ela não respondeu, apenas virou o rosto. – Atena, não estou pedindo que ignore seus reflexos naturais defensivos, apenas dê uma chance ao garoto. Dê uma chance para ele te conquistar, assim como ele conquistou sua miniatura. – Eu sorri de lado.

 

- Me sinto imatura te ouvindo, a deusa da sabedoria recebendo conselho de uma garota de 15 anos que pensa e age como se tivesse 30. – Ela sorriu me olhando. – A propósito, feliz aniversário.

 

- O que?- Franzi o cenho confuso. – Ah, deuses, eu esqueci completamente com essa missão e tudo. – Me lembrei de uma vez.

 

- Bom, feliz aniversário, creio que não terei tempo de parabenizá-la amanhã, então... – Ela abriu os braços, parecendo não muito familiarizada com o gesto.

 

- Obrigada. – Sorri verdadeiramente a abraçando, nunca recebera um abraço de Atena, até meu pai, o todo poderoso deus mal humorado, já me abraçara.

 

- E Aghata, Atena nunca se esquece das coisas importantes a serem lembradas. – Ela se separou de mim, olhando em meus olhos.

 

- Infelizmente não sou Atena. – Murmurei para mim mesma, abaixando a cabeça.

 

- Ei, - Ela levantou meu queixo com um dedo. – Mantenha a postura, você tem uma dádiva minha, parte de meu conhecimento. – Levantou minha mão, em meu dedo tinha um anel de prata, com uma minúscula, mas perfeita, coruja arranhada. Os olhos da coruja pareciam de te seguir.

 

Atena passou o dedo pela delicada coruja e seus contornos começaram a brilhar.

 

- Uau!- Eu murmurei olhando a coruja ficando cinza. Atena sorrindo orgulhosa fez um gesto com a mão, e a coruja pareceu sair da prata, virando uma linda coruja branca, de verdade. Quanto mais a mão de Atena subia, mas a coruja levantava.

 

- Não se esqueça. – Ela sorriu quando a coruja pousou em meu ombro, como se fosse um animal totalmente dócil. – Atena sempre tem um plano. – E puf, desapareceu, levando minha coruja com ela em uma fumaça cinza.

 

Verifiquei se a coruja ainda estava em meu anel, e estava, só que agora seus olhos me encaravam profundamente, como se esperasse algo de mim, como se fosse a própria Atena. 

 


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Notas finais do capítulo

eu quero revieeeeeews e indicações! sério, já perceberam que os capitulos são maiores quando tem mais reviews e indicações? então... e o próximo capitulo vai ser bem legal