A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 16
Viagem Perigosa




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 - Se arrume, você vai comigo. -Eu disse firme, abrindo a porta do chalé de Poseidon com os braços e indo até a unica beliche do lugar.

 

- O que? como assim?- Percy se sentou na cama. - Você quer dizer a missão?

 

- Sim. - Eu respondi andando pelo chalé com uma mochila que eu encontrara na mão.- Acha mesmo que eu não vou te levar? Ahá, eu preciso dos meio-sangues mais poderosos. 

 

- E porque eu? Eu nem tenho treinamento.- Ele se levantou, me seguindo enquanto eu colocava as roupas que encontrava dentro da mochila.

 

- Você tem treinamento suficiente com a Filha de Poseidon mais poderosa que o mundo já vira, eu diria que você está preparado. - Eu respondi andando a passos largos pelo chalé, procurando roupas.- Onde ficam suas roupas, pelos deuses?

 

- Mas Aghata, Quíron não deixou. - Ele resmungou. - Ali. - apontou para uma mala preta e azul de baixo de sua cama, só a ponta para fora. 

 

- Por Zeus, desfaça essa mala. - Eu resmunguei andando até ela e agachando com a mochila azul jeans em uma mão.  - Não vou sem você, seria suicídio. E além do mais, estou precisando de adrenalina nas veias. 

 

- E me levar seria adrenalina?- Ele interrogou levantando uma sobrancelha, parando em pé ao meu lado. 

 

 - É proibido, tudo que é proibido é emocionante para mim. – Eu respondi revirando sua mala, em busca das melhores roupas. – O. Que. É. Isso?- Eu ergui com a ponta do dedo uma cueca fazendo uma cara de nojo.

 

 - É uma cueca. – Ele falou com um tom óbvio, mas corando. – O que é? Você não tem irmão não?

 

- Uma cueca suja. – Eu estremeci jogando a cueca no chão longe de mim. – Bem que eu queria ter um irmão. – Eu disse meio triste, jogando as roupas para trás.

 

- E porque não tem?- Ele perguntou franzindo o cenho.

 

- Porque seria perigoso para ele, viver perto de 3 poderosas semideusas é extremamente perigoso para um mortal. – Eu expliquei. – Essa é boa!- Eu estendi uma camisa azul a minha frente, analisando.

 

- Três? Eu pensei que fossem só você e a sua mãe. – Ele franziu o cenho. – Essa camisa? Eu não gosto muito dela. – Ele enrugou o nariz olhando para a camisa.

 

- Minha avó é Filha de Atena, nós três vivemos juntas. – Eu expliquei. – Essa camisa é ótima, sabe, você precisa de uma irmã mais velha, moda com toda certeza não é seu ponto forte.

 

- Ela é irmã de Annabeth?- Ele parecia curioso.

 

- Meia. Annabeth a venera como se ela fosse a própria Atena. – Eu ri um pouco. – Falando nisso... Parabéns, Campeão. – Eu dei um tapinha em seu ombro, me levantando.

 

- Porque? – Ele parecia confuso. – Ah. – Ele levantou as sobrancelhas por um momento. – Eu acho que amo ela. – Ele corou, abaixando a cabeça.

 

- Oun, que fofo. – Eu suspirei colocando as mãos entrelaçadas no coração e virando a cabeça de lado. – Agora vamos, não temos tempo a perder. – Eu voltei ao normal pegando a mochila do chão e jogando nele. – Veja se eu peguei o que precisa.

 

Ele pegou a mochila no ar, abraçando-a e olhando dentro dela.

 

- É, está. – Ele deu de ombros. – Mas nós vamos sair assim? Ás 3 horas da manhã? Não vão notar? As harpias não vão nos comer? Nós não nos encrencaremos? Quíron disse que seu companheiro de missão não poderia ser eu. – Ele falava sem parar, preocupado e desesperado.

 

- Ei, Percy, se acalme. Tudo vai dar certo, eu já fiz isso antes. – Me lembrei que dá ultima vez que eu dissera isso, causara uma guerra entre os deuses. - Você não é o meu companheiro, é só um bônus. - Eu sorri travessa. – Além disso, Quíron disse que eu poderia partir assim que acordasse, era só o avisar. Eu já deixei um pequeno bilhete no quarto dele.

 

- Você pensa em tudo mesmo, não é?- Ele riu.

 

- Sim, inclusive, sua mãe veio te buscar ontem depois do jantar para visitar sua avó. – Eu sorri.

 

- Você é má. – Ele sussurrou me olhando com respeito e medo.

 

- Não, só sei usar minha imaginação fértil. – Falei de um jeito perigoso. – Vamos, eles estão nos esperando. – Eu puxei seu braço, fazendo ele me acompanhar para fora do chalé.

 

- Má e louca. – Ele murmurou para si.

 

Coloquei minha cabeça para fora do chalé, para me certificar de que não havia nenhuma ninguém por perto.

 

- Vá até a traseira do chalé de Atena e pegue Annabeth, nos encontre na entrada do acampamento. – Eu sussurrei o empurrando para fora do chalé.

 

- Nós? Nós quem?- Ele relutou em sair do chalé. – Me explique. Eu mal conheço esse acampamento.

 

- Shhhh!- Eu briguei. – Você sabe onde é o chalé de Atena, vá até ele e Annabeth lhes guiará até o ponto de encontro.

 

- Porque você não vem também?- Ele semicerrou os olhos.

 

- Porque as harpias podem ver a eletricidade dentro do meu corpo, mesmo no escuro. – Eu expliquei. – Vai logo!

 

- tá, desculpa, estou indo. – Ele se espremeu na parede e começou a andar de vagar pelas paredes do chalé.

 

Fui até a janela do chalé e pulei. Corri o máximo que pude, até que estava na floresta. Procurei pelo fogo, mas não via nada.

 

- Está aqui. – Uma voz rouca e grave disse rindo um pouco atrás de mim. Aquela voz me fez arrepiar e meu corpo inteiro ficar em chamas por dentro.

 

Me virei e vi um homem adulto loiro e lindo com uma mão estendida a sua frente, nela uma pequena chama queimava. O fogo não parecia machucar sua pele, ao contrário, ele sorria, me olhando.

 

- Ethan. – Eu sorri. – E então? Pronto?- Eu perguntei.

 

- Sim. – Ele sorriu mais ainda, virando um pouco o tronco, mostrando uma mochila vermelha, com ‘O fogo nunca apaga, nem meu espírito aventureiro’ escrito no bolso da frente, em suas costas.

 

- Bela mochila. – Eu sorri.

 

- Presente do papai. – Ela sorriu também. – Então, vamos?- Ele ofereceu o braço para mim.

 

- Como? As harpias também podem ver o fogo dentro de você, não podem?- Eu franzi o cenho.

 

- Nós vamos viajar pelo fogo. – Ele arqueou uma sobrancelha. Eu fiz uma cara de espanto, medo e dúvida. – Não tenha medo, o fogo não vai te machucar, não enquanto nós estivermos juntos. – Ele sorriu de lado. O modo como ele falou ‘nós’ e ‘juntos’ me trouxe uma sensação comum: intuição amorosa. Sempre tive o ‘dom’ de ver quando um garoto, no caso homem, estava ‘interessado’ em mim.

 

- Hehe. – Eu ri falsamente olhando para seu braço estendido, hesitante.

 

- Vamos lá, eu não mordo. – Ele riu, mexendo o braço dobrado.

 

- Mas pega fogo. – Eu ri dando o braço para ele, tentando manter nossos corpos o mais longe possível.

 

- Pronta?- Ele apertou meu braço contra suas costelas, me fazendo chegar mais perto de seu corpo musculoso.

 

- Aham. – Eu assenti com a cabeça, tentando disfarçar o olhar acusatório e amedrontado que eu queria lançar para ele.

 

De repente uma chama de fogo de 1 metro e meio surgiu na nossa frente.

 

- Vamos. – Ele puxou meu braço, me carregando atrás dele direto para o fogo.

 

Quando eu entrei no fogo, minha pele começou a queimar, mas o contato com a pele de Ethan ia combatendo o fogo, quanto mais longe dele, mais minha pele queimava. A fim de impedir que o fogo que ia engolindo minha perna esquerda engolisse todo meu corpo, me apertei contra Ethan.  Acho que ele entendeu errado minha inocente intenção e me abraçou, passando um braço pela minha cintura. Normalmente eu me incomodaria, mas o instinto de sobrevivência falou mais alto.

 

Abri os olhos – os quais até então estavam apertados de medo – e vi sortidas imagens passando por mim no fogo. Cidades, civilizações desde a antiga Grécia até a America daqui a alguns anos. Em todas essas cidades, eu estava presente.

 

 Eu sabia que na verdade, não era eu, eram minhas ancestrais ou descendentes.  Na Grécia Antiga eu reconheci a Filha de Afrodite que Afrodite um dia me contara ser sua filha preferida - foi por isso que ela simpatizou comigo, porque eu era sósia de sua filha favorita-, segundo ela, a mais bonita de todas. E uma Filha de Hefesto em frente ao Big Ben, Inglaterra séculos atrás, cuja fora personagem de várias histórias que minha mãe me contava antes de dormir, também parecida comigo, só que com feições herdadas de seu pai. Vi uma linda menina e um lindo menino sentados em um carro tão brilhante quanto o Sol, o menino dirigindo e a menina colada no banco do passageiro, ambos com caras aterrorizadas, sobrevoando uma Manhattan diferente e tecnológica.

Não sei por que mais tive medo daquelas crianças se machucarem. Ambos eram parecidos comigo, mas suas peles brilhavam como o Sol. 

 


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Notas finais do capítulo

gente, no outro capitulo teve pouquíssimos reviews :/ fiquei triste, mas eu acabei o outro capitulo o mais rápido que eu pude, porque eu sou boazinha quero mais reviews dessa vez, hein.