A mais Olimpiana escrita por telljesusthebitchisback


Capítulo 14
Ciúmes Ardente




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- Você é muito graciosa, é uma ótima lutadora. – Ethan sorriu e apesar de nem conhecê-lo meu coração acelerou, como ele era lindo.

 

- Obrigada. – Eu dei um sorriso de boca fechada, corando, enquanto caminhávamos eu, ele e Percy para a quadra de vôlei.

 

- De nada. – Ele deu um meio sorriso. Wow! Que homem lindo. Sempre achei sedutor homens de 30 anos, ainda mais com essa aparência.

 

 - E então, qual é o desafio?- A voz de Apolo me fez pular, enquanto ele chegava correndo devagar até nós, com uma blusa sem manga. Oh, deuses. Eu estava entre dois deuses – na verdade, um deus e meio. –, mas sentia uma dor de cabeça, como se não soubesse para quem olhar. Então optei pelo meu namorado - dã-, o que eu acho que foi uma sábia decisão. 

 

- Volei. – Eu sorri maliciosamente.

 

- Fechado. – Ele retribuiu o sorriso, erguendo uma sobrancelha. Droga, porque eu não pensei nisso?!

 

- Luke. – Eu falei alto, com as mãos na cintura e a expressão desafiadora.

 

- Sunny. – Apolo semicerrou os olhos para mim. 0x1 Aghata!

 

- Percy. – Respondi com o rosto quase colado no de Apolo, não de um jeito romântico, mas de um jeito selvagem. Ele estava inclinado para frente, com os punhos fechados e a boca travada. Eu estava inclinada com as mãos na cintura, uma sobrancelha arqueada e os lábios projetados.

 

Não sabia se Percy era mesmo um bom jogador, mas ele era um bom lutador e eu não tinha mais ninguém para escolher.

 

- Meus filhos contra quem você quiser. – Ele murmurou sorrindo de lado, achando que já tinha ganhado. Os filhos de Apolo gostam muito da quadra de vôlei, de modo que eles são ótimos, mas eu fizera 3 anos de aula, confiava no meu taco.

 

- Ótimo. – Eu me virei para trás. – Ethan, você gostaria de jogar?- Eu sorri e pude ouvir Apolo bufando.

 

- Eu não gosto dele, muito velho. – Apolo murmurou baixinho em meu ouvido por trás.

 

- To nem ai, você disse quem eu quiser. – Eu murmurei de volta. – Com medo de perder?

 

- Não estou falando disso. – Apolo respondeu parecendo ofendido e andou para trás.

 

Olhei para frente de novo e Ethan nos encarava com uma expressão que eu não entendia.

 

- Eu aceito. – Ele disse sério e ereto.

 

- Tudo bem. – Eu comecei a andar em círculos a minha frente. – Onde está Luke?- Eu murmurei pensando alto e franzindo o cenho. Ninguém respondeu, apenas abaixaram a cabeça ou olharam para o lado. – O que aconteceu? Cadê Luke?- Minha voz saiu esganiçada, apesar de eu tentar fazê-la firme, estava ficando preocupada. – Ca... - Ia perguntar de novo, com uma lágrima nos olhos. Odeio chorar tanto!

 

- Estou aqui. – A voz grossa, rouca e sedutora de Luke surgiu atrás das árvores, suspirei aliviada e meu coração voltou a bater em um ritmo normal. – E estamos prontos para jogar. – Ele sorriu. Estamos? Como assim?

 

Olhei ao seu redor e ele estava cercado por um garoto, com cabelo castanho e cacheado, e uma garota, loira com olhos verde-planta, atléticos prontos para jogarem e alguns dos seus irmãos e outros campistas. Reconheci alguns rostos, por serem os melhores lutadores do acampamento. Caminhei até ele e dei um abraço apertado.

 

- Obrigada. – Eu sorri, ele apenas assentiu com a cabeça, sorrindo também. – Por onde você esteve?- Eu franzi o cenho, fazia alguns dias que eu não conversava com Luke e geralmente nós éramos grudados.

 

- Por ai. – Ele disse sem emoção e virou o rosto. Pude perceber que havia um corte na lateral de seu rosto, um corte que só podia ter sido de ontem. Isso que dá sua avó ser uma das maiores médicas do mundo: você acaba conhecendo tudo de cortes e machucados.

 

Então eu percebi que não havia só aquele corte, havia vários outros espalhados por seu corpo atlético.

 

- Luke, o que aconteceu?- Eu franzi o cenho, tocando delicada e hesitantemente os cortes recém fechados em seu braço.

 

- Nada. – Ele trancou a mandíbula, evitando olhar para mim.

 

- Eu não tenho o dia todo. – Apolo gritou estressado não olhando para mim, que é? Virei Medusa? Ele devia estar com ciúmes de Luke, como sempre.

 

- Espere, já estamos indo. – Eu gritei de volta, sem olhar para ele. – Luke, você me deve uma explicação, vamos conversar depois do jogo, tudo bem?- Eu murmurei ainda espantada com os cortes.

Ele não respondeu, apenas se virou para seus irmãos.

 

- Megara, Hércules. – Luke chamou poderoso. – Vocês vão jogar conosco e os outros... - Ele disse firme. – Espero torcida. – Ele sorriu e seus irmãos começaram a gritar e bater palma, torcendo.

 

- Megara, uh? – Eu disse para a menina que Luke apontou como tal. – Você e Hércules namoram? – Eu ri um pouco, e ela riu também.

 

- Irônico, não? – Ela sorriu abaixando a cabeça. – Minha mãe diz que eu nasci para ele. Como a original Megara nasceu para o Hércules original.

 

- Espero que vocês não tenham um fim como o deles. – Eu disse. – Aghata, Filha de Zeus. – Eu me apresentei sorrindo.

 

- E Neta de Poseidon. – Ela completou. – Te conheço por histórias. – Ela riu. – Eu sou Megara, Filha de Deméter. – Ela sorriu

 

- Prazer. – Eu sorri de volta.

 

- Ei, vamos. – Luke nos chamou.

 

- Estamos indo. - Megara respondeu rindo e começamos a correr/andar até o campo.

 

Me posicionei no meio do meu campo, pronta para receber uma bola. Apolo sacou bem em mim, mas eu peguei a bola e levantei para que Luke pudesse cortar. Infelizmente, o corte foi bem no peito de Apolo, coisa que ele não gostou muito.

 

Continuamos jogando, meu time estava perdendo alguns pontos e eu fiquei irritada. Não perderia duas vezes na mesma semana, ainda mais quando eu adorava tanto vôlei.

 

Foi quando eu decidi fazer alguma desgraça para reverter o placar. Chamei meu time para uma conversa.

 

- Ei, galera, vamos botar para quebrar. Luke, você vai ficar de levantador, eu e Ethan ficamos para cortar. E vocês dois, não deixem a bola tocar o chão, como se uma maldição fosse cair em vocês se deixarem. – Eu aconselhei, eles assentiram firme com a cabeça. – Ethan, mete o porradão. – Eu bati o punho na mão, ele riu e assentiu. Nem o conhecia a mais de 2 horas e estava falando assim com ele, mas era minha área e eu confiava nele, por isso não estava tão tímida como quando eu conheço alguém.

 

- Quem deixar a bola cair vai pagar 30 abdominais, galera. – Ethan falou firme batendo palma, animando o time e todo mundo arregalou os olhos e se preparou para receber a bola, o que eu achei muito estranho.

 

Começamos a jogar de novo, e posso dizer que houve uma melhora considerável em nosso time. Quase nenhuma bola atingia nosso chão, e raramente o do outro time.

 

- Vai, Luke. – Eu gritei para ele quando levantei a bola para ele, ele pulou muito alto e cortou a bola com tamanha força que fez Apolo cair no chão.

 

- Ah, seu pirralho. – Apolo se levantou de uma vez, olhando com raiva faiscando nos olhos e punhos fechados, metralhando Luke com o olhar.

 

- Está queimando. – Luke começou a gritar de dor, se encolhendo.

 

- Luke!- Eu corri até ele, ele caiu para bem no momento que eu o abracei, segurando. – O que foi?- Eu perguntei desesperada, sua pele estava absurdamente quente.

 

 -Está...ardendo...muito...- Ele tentava dizer, mas não parava de se debater e sua boca secou de uma vez, fazendo seus lábios formarem casquinhas.

 

- APOLO! – Eu gritei olhando para ele, tentando segurar Luke que se debatia gritando de dor em meus braços. – APOLO! PARE!- Eu gritava para ele, mas seus olhos estavam focados em torturar Luke, a raiva tomava conta de seu rosto. – Por mim. – Eu murmurei sem esperança dele ouvir.

 

Ele tirou os olhos de Luke e passou para mim, um segundo depois sua expressão suavizou. A minha devia estar horrível, eu fazia uma cara de esforço e dor tentando segurar Luke, meus braços também estavam queimando e eu estava quase chorando.

 

Luke parou de se mexer assim que Apolo começou a me olhar, ele suspirou e amoleceu em meus braços. Ele era pesado, não conseguiria segurá-lo por muito tempo, graças a deus Ethan o pegou.

 

- Leve-o para a enfermaria, eu já estou indo. – Eu disse para Ethan, enxugando o suor que escorria de minha testa, Luke estava muito quente, sua pele estava como fogo. Ethan assentiu e saiu da quadra carregando Luke nos braços com Percy o seguindo.

 

Me virei para Apolo, raios atacando meus olhos, ele estava com uma cara triste, mas disfarçada, olhando para o lado.

 

- Eu não acredito que você fez aquilo. – Eu falei andando firme e decidida até ele, parando à sua frente. – Você percebe que poderia ter matado-o?- Eu comecei a gritar quando as pessoas finalmente saíram correndo atrás de Luke. – Percebe que poderia ter matado meu melhor amigo? A pessoa que eu mais amo nesse acampamento?- Eu estava irada, ele não poderia ter feito isso comigo.

 

- Percebe que para ele você é mais que a melhor amiga? E que ele te ama mais que todo mundo, mesmo fora desse acampamento? Que você é a única razão dele ainda estar nesse acampamento? De ele querer viver? Percebe? Acho que não. - Ele olhou para mim, com repulsa, tristeza e raiva. - Estoure sua bolha, Aghata, o mundo é diferente do que você deseja que seja, e você sabe! Mas prefere mascarar para não magoar ninguém e não se magoar. – Ele gritou também, desabafando.

 

 Senti meu mundo sacudir, esse era meu ponto fraco, meu calcanhar de Aquiles: Luke. Sempre que alguém falava sobre isso, sobre ele me amar, eu me matava por dentro por não corresponder.

 

Senti meus olhos queimando, minha garganta travando e meu corpo ficar pesado de mais para minhas pernas. Cai no chão de uma vez, cobrindo meu rosto com as mãos e soluçando muito.

 

- Aghata, não foi isso que eu quis dizer. – Apolo disse com uma voz machucada, como se ele mesmo fosse chorar, se ajoelhando a minha frente.

 

- Não, Apolo, foi exatamente isso que você quis dizer. – Eu me levantei de uma vez, me livrando das mãos de Apolo em meus braços. – E sabe o que mais? Você está certo, eu vivo na minha própria bolha, porque meu mundo é trágico de mais. – Eu sequei uma lágrima. Queria gritar, mas minha voz mal saía sem vacilar. – Mas eu vou seguir seu conselho, vou estourá-la, e talvez eu comece por isso. – Eu fiz um gesto com a mão entre nós dois. – Porque eu prefiro acreditar que isso vai me levar a algum lugar do que a realidade: isso nunca daria certo, você é um deus, eu não sou o suficiente. – Sequei mais lágrimas que não paravam de cair e sai correndo.

 

- Aghata, me desculpe, não foi isso que eu... - Ouvi Apolo me chamar ainda com aquela voz afetada.

 

Arranquei o colar de meu pescoço e joguei no chão, me sentindo mais fraca ainda quando ouvi o ouro bater no chão da quadra. 

 


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