Marvel: Os Maiores Heróis da Terra escrita por Larenu


Capítulo 6
Khan




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Happy Hogan acordou em uma cama de hospital, sem se lembrar dos últimos dias. Por que estou na China? se perguntou ao olhar pela janela de seu quarto de hospital. Aquela paisagem era inconfundível: o Vale dos Espíritos, na China.

– Senhor Hogan? – perguntou um médico, entrando na sala.

– Sim?

Quando se virou para o médico, viu uma expressão de horror estampada no rosto do homem.

– Senhor Hogan, largue a arma, por favor.

Happy olhou para a própria mão e viu uma pistola com o logotipo das Indústrias Stark. Tony. Só podia ser.

– Me desculpe, doutor. Não quis assustá-lo.

– Por favor, sente. Vamos conversar. – Happy obedeceu. – Vamos começar pelo básico: sou o doutor Philip Cho, e sou sul-coreano. Trabalho nos Estados Unidos, e viemos para cá juntos, a serviço de Tony Stark. Se lembra de mim?

– Não, de você não. Mas de Tony sim. Meu patrão. Sou guarda-costas dele.

– Isso mesmo. Se lembra de algo dos últimos dias?

– Só me lembro de Tony me falar sobre o Vale dos Espíritos em uma reunião. Anteontem.

–Certo. Sua noção de tempo está intacta. Perdeu um pouco da memória. Vou lhe contar o que sei: viemos para cá a serviço de Stark. Estávamos em um jato particular, e fomos derrubados por um jato inimigo. Viemos em quatro: eu, você, meu filho e minha esposa. Minha esposa, Helen, foi capturada pelo jato inimigo. Meu filho, Amadeus, está desaparecido. Você também estava, mas encontrei-o desmaiado e ferido ao lado de uma cratera no centro do Vale. Estamos hospedados aqui, na casa de um homem muito rico chamado de Khan pelos habitantes locais. Este quarto onde estamos faz parte da enfermaria no subsolo. Vamos subir ao encontro do senhor Khan, portanto não tenho tempo de contar mais nada. Como se sente?

– Muito bem, obrigado.

Na verdade, a cabeça de Happy latejava. Porém, ainda não tinha certeza se podia confiar em Philip Cho ou em Khan, que nem conhecera ainda. O doutor Cho guiou Happy por um corredor até um enorme e moderno elevador prateado. As portas se abriram assim que se aproximaram, e subiram em silêncio.

Quando as portas tornaram a abrir, estavam em uma sala de estar. Mais especificamente na lareira de uma sala de estar. Havia um sofá com tapetes luxuosos em frente a ele, guiando o olhar de qualquer um para a imensa televisão de tela plana desligada presa a uma parede branca decorada com mosaicos de vidro. No sofá estava sentado um homem de longos cabelos pretos, que vesta um terno cinza e uma gravata preta.

– Senhor Khan, Happy Hogan acordou – disse Philip Cho.

– Muito obrigado, doutor Cho – disse o homem. – Senhor Hogan, me chamo Khan. Sou seu anfitrião. Espero que esteja melhor.

– Graças ao senhor e ao doutor Cho.

– Meus funcionários fizeram uma pesquisa nas redondezas, e encontraram dois prováveis suspeitos para o incidente com o senhor. Um manipulador milenar conhecido como Mandarim e um assassino misterioso apelidado de "Fin Fang Foom".

Fin Fang Foom pensou Happy. De onde eu conheço esse nome?

– Por que não me contou antes, senhor Khan? – perguntou Philip.

– Acabei de receber as informações. Suspeitamos do seguinte: o jato de vocês foi atacado por uma agência terrorista chamada H.I.D.R.A., que já foi punida por um amigo meu, Aldrich Killian. Ele resgatou sua esposa e esta vindo para cá. Voltando ao senhor Hogan, após a queda ele deve ter vagado pela região, quando foi abordado por Fin Fang Foom.

– Como tem certeza de que não foi o Mandarim? – Happy questionou.

– O senhor foi encontrado com queimaduras, a marca-registrada de Fin Fang Foom.

Uma criança entrou na sala.

– Pai? Quem são estes homens? Eles me assustam.

Khan gelou.

– Tenugin, meu filho! Não diga uma coisa dessas! Volte já para o quarto!

O menino, de aproximadamente sete anos, saiu correndo da sala. Porém, ficou observando por trás da porta.

– Tenugin, fora! Agora!

– Mas pai... Aquela armadura...

– Saia daqui, Tenugin!

Desta vez o menino obedeceu.

– Senhores, está na hora de Aldrich Killian se juntar a nós. Ele deve estar estacionando no meu heliporto neste exato momento.

Como que em resposta, um som que se assemelhava a uma campainha se fez ouvir. As portas do elevador se abriram, e um grupo de pessoas entrou. Na frente vinha Aldrich Killian.

– Khan, meu velho amigo! É tão bom revê-lo! Quem são esses?

– Olá, Aldrich. Estes são funcionários de Tony Stark: Happy Hogan e Philip Cho.

– Philip? – perguntou uma voz feminina. Helen Cho surgiu em meio aos recém-chegados. –Philip!

O doutor e a doutora Cho se abraçaram e trocaram um longo beijo apaixonado. Ele colocou as mãos no rosto dela e prometeu nunca mais se afastar dela assim.

– Você não imagina os horrores que ela passou nas mãos de homens da H.I.D.R.A., entre eles Heinrich Zemo e Wolfgang Von Strucker – contou Aldrich Killian para o doutor Cho.

– Que momento mais agradável! – exclamou Khan, soando falso.

– Senhor Khan? – perguntou um homem negro e careca, com um tapa-olho, em meio aos visitantes. – Sou Nicholas Fury, diretor da S.H.I.E.L.D., e gostaria de saber: por que eles estão aqui? – ele apontou para Happy e Philip.

– Eu os resgatei dos destroços de um jato Stark.

– Não se preocupe, Fury – disse Killian –, pois Khan é o líder das operações da I.M.A. na China.

Nick Fury suspirou, aliviado. Não queria problemas com Tony Stark.

– Khan – continuou Killian – preciso do seu laboratório de contenção. Meu funcionário, George Tarleton, foi seriamente ferido. Quero usar a mente dele para o experimento M.O.D.O.K., e para isso tenho tudo o que preciso. A tecnologia Stark do Reator Arc, a tecnologia da I.M.A., o seus investimentos em dinheiro e a mente forte e apta para a transferência. Só precisamos do corpo artificial. E então teremos um Organismo Mental Desenvolvido Apenas para Matar. O M.O.D.O.K.

O significado da sigla M.O.D.O.K. fez Happy Hogan ficar tonto. Eram tantas informações para processar. Por que Tony o enviara para a China com os Cho? O que era a I.M.A., a H.I.D.R.A. e a S.H.I.E.L.D.? Por que Tony deixaria Aldrich Killian usar a tecnologia do Reator Arc? Quem era Khan na realidade? Seria ele Fin Fang Foom ou o Mandarim?

Killian, Khan, Helen Cho, Nick Fury, Philip Cho, Happy e toda a "comitiva" da I.M.A. desceram de elevador em três viagens, para o mesmo corredor da enfermaria. Seguiram até o fim do mesmo e entraram em uma enorme sala de metal, com uma área separada por uma parede de vidro. Atrás deles vieram quatro soldados carregando uma maca de hospital com um homem chamado de George Tarleton deitado nela.

– Eu preparei este reator Arc no meu quinjet quando estava vindo para cá – contou Killian, abrindo uma maleta com um símbolo de material radioativo adesivado nela. – Fiquei desapontado com a aparência dele.

O reator Arc era um pequeno cilindro azul-claro que brilhava. Não era nada impressionante. Killian manuseava como se ele não fosse nada. Encaixou em uma caixinha prateada com um orifício perfeito para o reator Arc, a qual se transformou em uma luva com o reator. Killian vestiu a luva, e se voltou para Tarleton, agora do outro lado do vidro.

Quando Aldrich Killian movimentou o braço, Tarleton flutuou no ar. Ficou de pé em pleno ar, e seus olhos estavam completamente brancos. Um compartimento se abriu embaixo de Tarleton, e uma enorme cadeira saiu de dentro. Ela flutuava no ar. Nela estava sentado um corpo com o rosto fechado, sem vida. Era artificial.

– Vamos começar – disse Killian, e entrou na sala.

Com uma seringa, retirou um pouco de sangue de George Tarleton, que ainda flutuava no ar, e colocou no corpo artificial. A pele pálida começo a ganhar cor aos poucos. Khan explicava cada passo enquanto Killian realizava.

– O corpo artificial é capaz de criar células idênticas às de Tarleton, além de eliminar qualquer antígeno invasor – explicou ele para Happy.

Três homens saíram da multidão e começaram a mexer nos computadores espalhados pela sala. Eram os doutores Curt Connors, Miles Warren e Jonathan Drew, segundo Helen Cho. Um homem que estava junto com Khan observava atentamente os três trabalharem, e Happy não sabia quem ele era.

– Ele é Herbert Whyndam, um empresário e cientista milionário – contou Philip.

Enquanto isso, Killian baixou Tarleton de volta para a maca, e enfiou uma seringa bem fundo na cabeça de Tarleton. A seringa entrou completamente, sem dificuldade alguma. Era uma cena horripilante. Quando Killian a removeu, havia uma substância pastosa rosada na seringa, que foi injetada na cabeça do corpo artificial. Killian pegou uma faixa cinza e amarrou o Reator Arc nela. Prendeu a faixa na cabeça do corpo artificial, e injetou o resto da substância no reator. Por último, pegou uma seringa já preparada com uma substância azul e injetou no corpo.

– A Extremis – disse Killian, orgulhoso.

A cabeça e o tronco artificiais incharam muito, deixando os braços e pernas minúsculos se comparados com o resto do corpo. E então aqueles olhos sem vida se abriram, vazios. E o Organismo Mental falou.

– Quem sou eu?

– Você é M.O.D.O.K.

– Quem sirvo?

– Aldrich Killian e a I.M.A.

– Qual minha missão?

– Matar.

O olhar no rosto de Fury era arrasador. Ele acabara de ver seu amigo, George Tarleton, virar um monstro.

– O Organismo Mental Desenvolvido Apenas para Matar! – Killian anunciou.

O homem continuava focado em Connors, Warren e Drew.

– Eles estão desempregados? – perguntou.

– Sim – respondeu Khan – Foram resgatados por Killian das mãos da H.I.D.R.A. Por quê? Está interessado?

– Em contratá-los? Sim. Sou Herbert Edgar Wyndham. Geneticista. E creio que fui o único a reparar no que eles fizeram: apagar a memória de George Tarleton utilizando a Extremis e o Reator Arc.

Khan ficou boquiaberto. Não era para ninguém reparar nisso.

– Tem interesse de contratá-los para...?

– Evolução.

Herbert reparou na surpresa de Khan e sorriu.

– Não vou testar neles, senhor Khan. Quero que eles me ajudem a evoluir humanos que utilizarei como cobaias. Meu sonho é evoluir a raça humana para uma mistura entre homens e animais. Interessante, não?

– Você vai acabar sendo processado na justiça.

– Utilizarei um pseudônimo. Em meses eu vou desaparecer, e você vai ouvir falar de um bioterrorista chamado Lorde Alto Evolucionário.

Ele entendeu o que Wyndham queria dizer. Khan entendia sobre terrorismo por "trás das câmeras". Afinal, ele era o responsável pela H.I.D.R.A. ter sobrevivido ao ataque da I.M.A., pois ele era o Mandarim. E em breve ia ser bem conhecido.


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