O exército asgardiano caiu em cima dos Jotuns de Hogun feito chuva. Desde que Thor, Hulk, Maria Hill e os outros deixaram a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro cuidando de Hogun e seus Jotuns, a batalha fora difícil. Mas então as portas do salão se abriram, algum tempo depois dos outros saírem, e o exército de Asgard se juntou a eles.

Seu líder se chamava Balder, o Bravo, um cavaleiro de armadura prateada e azul-clara. Ele entrara, forte e corajoso, e começara a lutar com Hogun. Agora, parados observando Hogun e Balder lutarem, Natasha Rommanoff e Clint Barton se surpreendiam com a força dos asgardianos.

Hogun caiu no chão, desmaiado. Antes que Balder pudesse enfim se manifestar em relação aos agentes da S.H.I.E.L.D., foi atacado. Não por Jotuns (que já haviam fugido), mas sim pela loba.

– Maldita criatura de Hel! – Balder praguejou.

Barton acertou uma flecha na loba, derrubando-a no chão. Natasha correu até Balder, tentando ajudá-lo. Improvisou um curativo no braço dele, enquanto os guerreiros asgardianos providenciavam um curandeiro. Mais especificamente, uma curandeira. Amora, curandeira real de Asgard, não se vestia como uma enfermeira terráquea e, como Natasha suspeitava, nem como uma asgardiana.

– Havia algo nas presas da loba. Guerreiros, peguem-na! – ordenou Amora.

Alguns soldados arrastaram o animal até ela. Amora teria continuado ignorando Rommanoff e Barton, se a Viúva Negra não tivesse se pronunciado.

– Ele vai ficar bem?

– Está duvidando dos meus poderes?

– Não, é que... Isso que você faz... Não parece medicina.

– Claro que não! Isso não é medicina, que coisa ultrapassada! É magia, boba.

– Nossa, me desculpe então.

Natasha voltou para perto de Barton.

– Mal-educada – resmungou.

– Pelo menos é gostosa – ele respondeu.

–Clint! Você é casado!

– Não, não sou mais. Sou viúvo, lembra?

– Ah, desculpe. É só que não me acostumei com a ausência de Laura ainda.

– Não se preocupe. Não fiquei chateado.

A curandeira terminou de tratar Balder e pegou a loba no colo. Aproximou-se então dos agentes.

– Perdoem-me pela minha falta de educação. É só que... Eu e Balder somos muito amigos.

– Ah, claro. Eu que peço desculpas – disse Natasha, sem graça.

Clint ainda olhava para Amora com desejo.

– Qual o seu nome, mortal? Sou Amora, Deusa da Sedução e curandeira real de Asgard.

– Sou Natasha Rommanoff. Pode me chamar de Viúva Negra, se quiser. Ou de Nat.

– E ele?

– Clint Barton, ao seu dispor – ele cumprimentou. – Ou Gavião Arqueiro, se preferir.

– Sabe, confio em vocês. Ajudem-me aqui com a loba, por favor.

Ela curvou-se e deixou o animal no chão. Colocou a mão na barriga dela e xingou.

– Maldito Loki. Ela está grávida.

– Oi??

– A loba. Ela vai ter um filho.

–Espere... Loki fez... aquilo... com uma loba?!

–Uma feiticeira Jotun metamorfa, na verdade.

– Ah não, espere! São gêmeos. Mas há algo errado. Um deles vai nascer agora.

Clint estremeceu, temendo ver algo que não queria, e virou-se de costas.

–Acalme-se, humano. Vou fazer um parto mágico.

Ela estendeu a mão. Uma nuvem verde de névoa surgiu e girou em volta da loba. Ao lado dela, um pequeno lobinho surgiu.

– Que lindo! – disse Barton.

– Acho que vou dar um nome para ele. Algo asgardiano. Fervis.

– Lobo Fervis. Gostei – concordou Rommanoff.

De repente, a loba brilhou e começou a se transformar em uma mulher. Sua pele era um pouco azulada, e havia uma coroa prateada em sua testa.

– Angerboda.

Natasha, Clint e Amora viraram-se para ver quem falara isso. Fora Balder, se levantando do chão.

– Vamos levá-la para Thor – disse Barton.

Balder e Amora se entreolharam.

– Bem, sobre isso... Thor não me conhece, mas não gosta de Amora. Se bem que eu adoraria conhecê-lo. Não o vejo desde que eu era uma criança, quando ele nasceu.

– Espere, você e Thor... São irmãos? – perguntou Barton.

– Sim. Thor é, na verdade, o mais novo. Eu sou o filho do meio.

– Loki é o mais velho?

– Não, Thor é adotado. A mais velha foi a nossa falecida irmã, Angela.

– Espere... Mas por que você não conheceu Thor?

– Fugi de casa quando era jovem. Não concordava com o destino que Odin concedeu a Angela. Ela era uma assassina, e foi condenada à morte.

– Thor sabe sobre a existência dela?

–Não.

– Quem Angela matou? – perguntou Natasha, saindo da conversa com Amora.

– Devotos de uma antiga "religião". A Igreja Universal da Verdade. Ela era membro de uma equipe chamada Guardiões da Galáxia. Odin condenou ela e seus parceiros à morte.

– Que cruel. Quem mata a própria filha? – perguntou Clint.

Amora respondeu.

– Odin. Ele tem uma sede por justiça que eu não compreendo.

– E você, Amora? O que Thor tem contra você?

– Há muito tempo, eu era apaixonada por ele. Só que ele me rejeitou. Então me tornei feiticeira e tentei seduzi-lo. Me disfarcei de Lady Si, mas fui descoberta. Felizmente, ele só me conhece como "Encantor". Mas eu me arrependi. Por isso que decidi ajudar Balder.

– Espere... Então você não é curandeira real coisa alguma!

– Não, eu não sou. Mas tive que mentir para esses soldados.

Hogun começou a levantar-se. Balder e Amora já preparavam-se para lutar, quando ele falou, a voz novamente normal:

– Parem, por favor. A loba não tem mais poder sobre mim.

– Então não era Loki – concluiu Natasha – mas sim Angerboda.

– Ela é mais poderosa do que vocês pensam. E eu sei, Encantor, que você imagina conhecer todo o poder dela, mas não. Você nem imagina. Se acham que ela se tornou serva de Loki, se enganaram. Angerboda, assim como Loki, Ymir e Laufey, serve alguém muito mais poderoso.

– E quem seria esse? – Balder, Amora, Natasha e Clint perguntaram ao mesmo tempo.

– Vocês dois sabem, Balder e Amora.

Balder gelou ao ouvir o próprio nome.

–Sim, lembro-me muito bem de você. Se você não se recorda, sou mais velho que Thor, Fandral e Sif. Sabe, me surpreende que vocês não reconheçam quem é. Thanos, o Titã Louco.

– Ah, não. Não consigo acreditar. Thanos está VIVO?! – Amora já estava gritando.

– Odin nunca o matou de fato, pois ele não pode morrer. Ele apenas pegou aquela manopla antes que Thanos reunisse joias o suficiente. Mais agora não sei... Com Loki a solta, isso pode ser pior do que eu pensei. Mas já tenho a localização de algumas Joias. Só que eu dei o papel para Volstagg, então...

– Ah, Hogun! Você sabe que nem eu nem Balder podemos nos dar ao luxo de aparecer perante Thor. Ele não sabe que Balder existe, e me odeia.

– Eu tenho certeza que ele receberia esses dois humanos sem problema algum. E vocês dois podem buscar refúgio com Skurge, o Executor. Ele vai recebê-la sem problemas, jugo eu.

– Não. Amora pode ir, se quiser, mas eu não. É chegada a hora de Thor conhecer seu irmão.

– Certo. Estarei com Skurge, se quiserem falar comigo.

Ela desapareceu. Balder se aproximou de Hogun, seguido por Natasha e Barton.

– É chegada a hora de eu reencontrar meu irmão. Minha mãe e meu pai... Sabe onde eles estão?

– Odin está em seu Sono, e Frigga... Loki a matou.

Foggy Nelson sentou-se na cadeira de seu escritório. Matt não aparecera para trabalhar hoje. Havia algo que Murdock estava escondendo de Foggy, disso ele sabia. Mas a ideia de que isso estava acontecendo o fazia estremecer. Eram amigos desde pequenos, e isso fazia com que Foggy sentisse quando Matt mentia. Talvez fosse o fato de que Elektra Nacchios, por quem Matt fora apaixonado, tinha acabado de aparecer no noticiário local que deixara Matt estranho, vai saber. Mas Foggy sentia que não era isso.

Sentia, não. Ele sabia. Só não queria acreditar. De repente, o telefone começou a tocar. Na esperança de que fosse Matt, Foggy atendeu.

– Nelson & Murdock: Advogados. Quem gostaria?

– Senhor Nelson? Meu nome é James Wesley. Sou funcionário do senhor Wilson Fisk, creio que saiba quem ele é.

–Fisk? Da Torre Fisk? O filantropo?

– Sim, o próprio. Ouvimos falar de seu trabalho como advogados locais aqui em Hell's Kitchen. Queríamos contratar você e o senhor Murdock para defender uma funcionária nossa. O nome dela é Karen Page, e ela foi acusada injustamente de assassinato.

– Quanto você pagaria?

– Por um serviço bem-feito? Meu empregador estaria disposto a pagar uma quantia alta... Algo como dez mil dólares, estaria bom para vocês?

– Dez mil?! Claro que sim!

– Certo. Vejo os senhores amanhã na delegacia?

– Claro que sim.

– Certo, até amanhã.

– Até.

Foggy desligou o telefone. Vou ligar para Matt, concluiu.