O Grande Palco da Vida - Live escrita por Celso Innocente


Capítulo 6
Aprendendo trapézio.


Notas iniciais do capítulo

LINK:- Onde aparecer palavras escritas em azul grifada é um link. Se você clicar nele será direcionado à letra da música. Sei que isso não é novidade, mas poderá ter um leitor que ainda não sabe.



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Na manhã de domingo, tomei o café mais rápido da minha vida, escovei os dentes corretamente e antes das nove horas, já estava novamente no circo, onde Lucia me convidou:

— Vamos ensaiar trapézio!

— Eu também!? — Perguntei admirado.

— Nós dois!

— Acha que sou doido de subir naquelas alturas?

— Por que não? Eu subo!

— Mas você está acostumada!

— E daí? Você se acostuma também! Venha! Vamos trocar de roupa!

Um tanto receoso, segui com ela até o reboque de sua mãe, pegamos nossas roupas: ela seu uniforme e eu meu shortinho, seguimos até o circo deserto, nos despimos por completo. Apesar de sermos de sexo opostos nem nos preocupamos em despirmos juntos, apesar de talvez disfarçadamente, não deixarmos escapar de curiosas olhadas nos órgãos genitais um do outro.

Após trocarmos, eu apenas com tal shortinho apertado e ela de biquíni e sutiã, ela colocou dois braceletes em seus punhos e me entregou outros dois, dizendo:

— Coloque isto. Era de meu irmão mas ele não usa mais.

— Pra que serve?

— Pra não machucar os pulsos.

Baixou todos os balanços do trapézio a uma altura bem próxima à rede de proteção e me disse, enquanto me ajudava a abotoar os braceletes:

— Vamos subir que eu te ensino.

— Tenho medo de cair!

— Não cai!

— É perigoso!

— Se cair, a rede não nos deixa machucar.

— Está bem! Eu subo!

Entregou-me um par de luvas brancas, que às coloquei ao mesmo tempo em que ela.

— Então fique aqui na rede que vou mostrar como você deve fazer.

— Está bem!

Utilizando uma escada de cordas branca, ela subiu no primeiro balanço e ficou de cabeça para baixo, apoiada sobre as pernas dobradas, começando a balançar e me dizendo:

— Você tem que ficar assim e balançar bem forte com os braços pra baixo, pronto pra me segurar; eu calculo à hora certa e balanço de encontra a você, então solto de meu trapézio e seguro em suas mãos; balançamos duas vezes, então retorno ao meu. Certo?

— Certo... — Não fui muito convicto na resposta.

Então ela desceu e me perguntou:

— Será que você aguenta me segurar?

— Não sei! Acho que sim! — Eu era menor e mais jovem do que ela.

— Então pode subir.

— Você acha que vai dar certo? — insisti incerto do que faríamos.

— Pode ficar sossegado — Ela era convicta.

Com certa dificuldade em usar tal escada que não parava no lugar, subi no balanço do meio e fiz tudo como ela me explicou. Não parecia ser tão difícil; era até divertido. Por outro lado, ela também subiu e fez igual tinha dito. Começou a balançar forte e me pediu para fazer o mesmo. Tudo parecia ir bem, até que... quando ela se soltou de seu balanço e foi segurar em minhas mãos, não consegui segurá-la e ela despencou lá de cima, caindo graciosamente sobre a rede de proteção.

Até para cair a danada era uma profissional.

Imediatamente, assustado, mudei de posição no trapézio, segurando com as mãos e saltando, caindo desajeitado sobre a rede e seguindo até ela com o coraçãozinho disparado:

— Você está bem? — perguntei-lhe.

— Claro que estou bem! Não disse que a rede não nos deixa machucar? É pra isso que ela serve.

— Não consegui te segurar.

— Não tem problema! Vamos fazer novamente!

A me ver assustado, colocou a mão direita sobre meu peito e caçoou:

— Seu coração está com pressa, hem!

Nada disse. Apenas sorri timidamente e voltamos a repetir a tal cena. Ela, estando de cabeça para baixo, balançou forte em seu trapézio da ponta, enquanto eu, no trapézio do meio, também de cabeça para baixo, consegui balançar com dificuldades e após ela acreditar no sincronismo de nossa arte, saltou a meu encontro tentando segurar meus pulsos. Fracassamos... quer dizer... Fracassei no mesmo local. Ela, após caminhar graciosamente sobre a rede de proteção explicou-me:

— Não é difícil, basta você se concentrar.

— Vou trocar de roupa — insinuei descendo do trapézio.

— Por quê?

— Acho que serei melhor com minha roupa.

— Nada a ver! Nesta parte do show a roupa tanto faz!

Mesmo assim vesti minha roupa normal, incluindo a cueca e então, recomeçamos do início. Desta feita acertei ao segurá-la, mas no momento de soltá-la para retornar a seu trapézio, ela gritou para soltá-la, mas eu, desatento, continuei segurando-a e quando a soltei atrasado, já era tarde e ela caiu novamente na rede. Porém, pacientemente me disse:

— Fique aí que iremos fazer tudo de novo.

Saltei para a rede, desobedecendo-a.

— Por que desceu? — Perguntou-me ela.

— Vou usar uniforme novamente — insinuei, despindo-me. — Esta roupa não dá!

— Por quê? — Riu ela. — Aperta as coisas?

— Atrapalha!

Acabei de me despir, coloquei o short verde e lhe disse:

— Vamos continuar?

— Quando eu falar solte, você me solta imediatamente.

— Certo — respondi meio duvidoso.

— Não se preocupe! É preferível que você me solte antes ao invés de atrasado.

— Se eu te soltar antes você cai!

— Não! Mesmo que você me solte, eu ainda estarei segurando em seu pulso!

Tornamos a subir e repetir a cena. Finalmente sem erros graves. Consegui segurar em seus pulsos, meio que desajeitado. Impulsionado pela força com que ela segurou em meus dois pulsos, o trapézio continuou balançando ainda mais forte. Porém, duas vezes assim, depois ela anunciou:

— No próximo você me solta!

O trapézio fez seu percurso completo, quase nos fazendo bater nas lonas do teto e no retorno, na hora certa e no momento de soltá-la, minha ação foi sincronizada com sua vozinha gritada dizendo, “solte”, fazendo com que ela voltasse graciosamente para seu trapézio e com jeitinho especial sentando-se sobre o mesmo, enquanto que eu, com dificuldade, acabei me sentando também. Só que aquilo não era tudo, era apenas o início de uma brincadeira divertida. Teria que aprender muito mais, porém aquilo ficaria para outro dia.

— Pra descer, você salta na rede — ordenou-me ela. — Só que pra evitar acidentes, você se deixa cair deitado ou sentado. Evite cair em pé na rede.

Saltamos lá de cima numa queda medrosa, porém divertida. Estando no chão me desculpei:

— Desculpe Lucia. Sou muito burro nisso!

— Você esteve ótimo! Está aprendendo depressa!

— Não acho!

— Claro que está! Quanto tempo você levou pra aprender a tocar violão?

— Não sei! Muitos anos! Ainda estou aprendendo. Não sei quase nada!

— Então?! Como quer aprender trapézio em cinco minutos?

— Se seu pai ver a gente fazendo isso ele ficará bravo. Não é mesmo?

Ela não respondeu. Colocou a mão sobre meu peito e perguntou:

— E o coraçãozinho? Já acalmou?

Coloquei minha mão sobre o peito dela e afirmei:

— O meu já! E o seu, como está?

— Já estou acostumada!

Olhou-me com seu jeito sapeca que demonstrava ser, segurou minha mão e com leve sorriso nos lábios disse-me:

— Você é bonito!

Fiz gesto de surpresa e afirmei:

— Você é bonita!

Ousada como, talvez, no mínimo uma adolescente, deu-me um beijo de leve nos lábios e saiu correndo, me deixando parado, surpreso e feliz, com sorriso bobo na cara.

Um minuto depois, quando lentamente seguia para a saída do circo, atravessando pelo palco e adentrando atrás das cortinas, a reencontrei, que voltava com um violão nas mãos.

— Ensaie uma música pra eu ouvir!

— Agora!?

— Agora! — riu ela.

Apanhei o violão e voltei com ela até o picadeiro, onde sentamos próximos, tirei as luvas e conferi a afinação do violão.

— Qual música?

Ela cantou:

— Quando eu crescer meu bem... hei de ser sua e você só meu...

— Tá! — balancei os ombros enquanto começava a tocar e cantar.

Embora a música parecesse dizer que éramos dois enamorados, meus simples oito anos de idade não me deixava ver assim. Era apenas uma música. Nada mais do que isto. Eu a cantava, como se a tal menina que cresceu, fosse da mesma maneira que cantaria o menino da porteira, ou saudade da minha terra.

Assim que a música terminou, risquei o último acorde no violão e ela com sorriso bonito, me pediu:

— Cante de novo!

— A mesma música?! — insinuei admirado.

— É! Gosto dela.

— Cante ela comigo hoje à noite no circo de novo.

— Tá — riu ela levantando-se e caminhando pelo picadeiro.

Deixei o violão sobre a cadeira e a acompanhei.

Ela parou e ainda de luvas segurou minha mão, olhando sério para meu rosto.

— O que há, Lucia? —eu também estava assustado.

Uma emoção diferente nos dominava e embora fôssemos apenas duas crianças de oito e nove anos de idade, ela me abraçou e tornou a me beijar, como se fôssemos dois adultos. Sim: ela me deu um breve beijo gostoso nos lábios... Um beijo de amor. Se é que duas crianças pudessem se amar.

Embora a atitude tenha sido dela, diferente do que eu era, apenas um menino tímido, correspondi com o mesmo ardor, talvez desejando que aquele beijo não terminasse. Porém, naquele mísero segundo, enquanto beijávamos, duas mãos adultas seguraram em nossos ombros nos puxando para traz, dizendo:

— Quem vocês pensam que são? Romeu e Julieta?

Eram as mãos de Risadinha. Após nos separar, ele balançou a cabeça em sinal de reprovação e rindo perguntou:

— O que vocês dois estão fazendo?

— Caiu um cisco nos olhos de Lucia… — assustado tentei explicar.

— Cisco nos olhos?! — exclamou ele, sabendo que menti. — O que vocês estavam fazendo de verdade?

— Nada, não senhor! — neguei assustado e com vergonha.

— Sei que beijar na boca, pra duas crianças do futuro como vocês dois não significa nada. Mas eu quero saber o que vocês estavam fazendo antes disso!

— Ensaiando trapézio! — afirmou Lucia, mais animada.

— Com ele? — Perguntou risadinha.

— Por que não? — Perguntou Lucia.

— É! Acho que vocês são super adiantados mesmo!

— Só queremos aprender, senhor — expliquei, me refazendo do susto.

— Não gosto que me chame de senhor!

— Como devo chamar o senhor? — balancei os ombros. — Você!?

— É! Acho que quero gostar muito de você!

— Eu também gosto muito do senh… de você.

— Então está tudo bem! Mas tomem cuidado com esses beijinhos! Certo?

— O senhor vai falar pro papai? — perguntou Lucia, timidamente.

Ao ver Carlos Alberto que se aproximava, Risadinha afirmou:

— Acho que não será necessário.

— O que não será necessário? — Quis saber Carlos.

— O senhor já está vendo — confirmou Risadinha.

— O que eu estou vendo?

— Nossa, patrão! O senhor está cego?

— Como assim?

— Não está vendo as crianças de uniforme?

— Lucia e Regis, o que fazem com estes uniformes?

— Estávamos treinando trapézio — contei-lhe, ainda sob efeito de surpresa.

— Lá no alto? — assustou-se Carlos.

— Onde mais se treina trapézio, patrão? — ironizou o palhaço.

— Eu não quero que subam nestes trapézios sem a minha permissão! É muito perigoso.

— Não tem perigo, senhor Carlos — expliquei. — Tem a rede de proteção.

— Mesmo assim eu não quero!

— Eu baixei os balanços papai.

— Não quero!

— Deixe os meninos, patrão — pediu Risadinha.

— Que meninos!? — admirou-se Carlos Alberto. — Lucia, não me diga que Regis também subiu nos trapézios?

— Claro papai! Estávamos treinando.

— O Regis não treina trapézio, Lucia! Ele é cantor!

— Ah! — exclamei animado. — É bom treinar trapézio!

— Trapézio não se treina assim, menino! — advertiu Carlos Alberto. — Não é um menininho de oito anos qualquer que vai chegando e vai dizendo, vou treinar trapézio. Pra isso é preciso muito treino antes. Salto em distância, salto em altura, pular corda... Fazer barra... Levantamento de peso... Muito exercício. Pra ser um trapezista é preciso ser primeiro um ginasta...

— Mas senhor Carlos, não é tão difícil! — neguei.

— Mostre seu corpo elástico, Regis! — pediu-me Risadinha.

— Como assim?

— Mostre pra seu... Amiguinho, Lucia — continuou Risadinha.

A menina foi até o palco, sentou-se no chão de tábuas e se dobrou, colocando a cabeça no meio das pernas, envolvendo seu pescoço com os pés, em verdadeira demonstração de contorcionismo.

— Agora é sua vez, Regis! —pediu-me ele sério.

— Eu não! — neguei espantado. — Se eu fizer isso quebro a iscadeira!

— O que é... iscadeira? — riu o palhaço. — Acho que isto não existe!

— Sei lá! — dei de ombros enquanto Lucia se aproximava. — A gente só tava treinando um pouquinho de balanços.

— De jeito nenhum! — negou decisivo o pai de Lucia. — Não quero um acidente com um menininho em meu circo!

— Não tem perigo papai! Tem a rede de proteção!

— A rede de proteção não significa nada pra quem nem sabe cair nela! — advertiu Carlos Alberto. — Se você cair de ponta cabeça quebra o pescoço.

— Eu caio na rede, sentado! — gesticulei. — Ou deitado.

— Nada de trapézio! — insistiu Carlos.

— Está bem, papai — concordou Lucia.

— Se vocês quiserem brincar com muito cuidado, sem que Regis force a barra e na presença de um adulto, eu deixo — concordou o senhor Carlos.

— Já sobrou pra mim! — brincou Risadinha.

— Não existe melhor professor! — riu a menina.

— Está bem então! — concordou o pai dela. — Mas agora vão tirar essas roupas!

Ordenou e foi se retirando com Risadinha, enquanto eu e Lucia começamos a nos despir.

Ele caminhou alguns passos, depois virou-se perguntando admirado:

— O que vocês estão fazendo?

— Trocando de roupa! — justificou Lucia.

Ele retornou, virando-nos um de costas pro outro, dizendo:

— Não assim! Vocês dois juntos!

— Pois é patrão — ironizou o palhaço. — São crianças pra frente!

— Pois ouçam aqui vocês dois... — insistiu o senhor Carlos. — Meninos e meninas não trocam de roupas juntos!

Risadinha fez gesto de “viu só” e se retiraram nos deixando trocando. Em seguida, fomos ao reboque guardar nossos uniformes e voltamos a brincar com Francisco.

Quase meio dia, com permissão de dona Sandra, Lucia me acompanhou até minha casa para almoçarmos juntos, pois mamãe já tinha me autorizado a convidá-la. No caminho, qualquer um que nos visse, imaginava-nos mais do que dois simples amigos: íamos de mãos dadas, depois correndo e brincando bastante. Eu, porém, apesar de até mesmo um beijo, não via assim: éramos dois bons amigos e só.

O almoço de domingo em minha casa, assim como na maioria das casas de pobres, era sempre macarronada, regada a muito queijo tipo parmesão ralado com frango assado ou cozido e eu adorava.

Almoçamos rápido e fomos brincar em meu quarto, junto com meu irmãozinho Tony, que adorou Lucia e ela também o adorou. Apesar deles já se conhecerem do circo, praticamente não tinham se falado antes.

Às quatorze horas retornamos ao circo, para que Lucia se apresentasse na matine, onde não havia apresentação de cantores; então me contentei em assisti-la, sentado em uma das cadeiras atrás do picadeiro.

Na matine, como era um espetáculo realmente direcionado apenas ao público infantil, também não havia apresentação de trapézio, faquir e globo da morte. O espetáculo ficava mais aos cuidados dos palhaços, mágico, equilibrista, cãezinhos adestrados e elefantes.

Na segunda parte, ao qual a noite seria dos cantores, era então substituída por uma peça de teatro infantil. Neste dia foi representada a peça “Chapeuzinho vermelho”, onde Lucia fazia o papel de Chapeuzinho.

Toda vestida de vermelho seguia por um caminho, em busca da casa de vovó. Risadinha era o famoso e desastrado lobo mau; Francisco, o jovem caçador e Sandra Regina, a vovó. A peça era muito animada e a criançada, inclusive eu, gritava muito, para que chapeuzinho tivesse muito cuidado com o malvado lobo e eu, inocente, me assustava muito, acreditando que o lobo realmente devoraria minha querida Lucia.

À noite, retornei para me apresentar na parte dos cantores, cantando sempre duas músicas. A primeira, como combinado com Lucia, inclusive com sua participação foi “A Menina que cresceu” e a segunda, a qual somente os músicos e eu sabíamos o título, portanto sem ser combinado, foi “Sonhos de um Palhaço”, letra e música de Vanusa.

Vejam só

Que história boba eu tenho pra contar

Quem é que vai querer acreditar

Eu sou palhaço sem querer — (Risadinha fazendo graça entrou no palco...)

Vejam só — (Risadinha dublava a música...)

Que coisa incrível o meu coração — (com cabo de vassoura.)

Todo pintado nessa solidão — (Tomou meu violão)

Espera a hora de sonhar — (Continuei apenas com os músicos.)

Ah, o mundo sempre foi — (Tristeza e Marroco, também fazendo graça)

Um circo sem igual — (passaram pelo palco)

Onde todos representam bem ou mal — (tropeçando no picadeiro)

Onde a farsa de um palhaço é natural — (me arrastaram atrapalhando a canção.)

Ah, no palco da ilusão — (Tiraram minha camisa)

Pintei meu coração — (Ameaçaram tirar minha calça, mas não deixei)

Entreguei o amor e o sonho sem saber — (não sabia se cantava ou entrava na deles)

Que o palhaço pinta o rosto pra viver — (mas artista não pode abandonar o show.)

Vejam só e há quem diga que o palhaço é — Apontava para os três acusando-os)

Do grande circo apenas o ladrão — (Devolveram minha camisa que a vesti)

Do coração de uma mulher — (Marroco beijou tristeza)

Ah, o mundo sempre foi — (Tristeza chutou a bunda do assediador)

Um circo sem igual

Onde todos representam bem ou mal — (Fingi ser palhaço como eles.)

Onde a farsa de um palhaço é natural — (Marroco sujou meu rosto com tinta.)

Ah, no palco da ilusão — (Tentei tirar a peruca de Risadinha, que fugiu)

Pintei meu coração — (Tentei tirar o nariz de Marroco)

Entreguei o amor e o sonho sem saber — (Esfreguei as mãos bagunçando a maquiagem...)

Que o palhaço pinta o rosto pra viver. — (de Tristeza.)

Vejam só — (Tristeza saiu do palco)

E há quem diga que o palhaço é — (Voltou arrastando Lúcia pelas mãos)

Do grande circo apenas o ladrão — (Colocou-me uma peruca e um nariz vermelho)

Do coração de uma mulher — (Me entregou Lucia e eu a beijei no rosto.)

***

Risadinha pegou-me no colo, Marroco fez o mesmo com Lucia nos tirando do palco.

Acho que aquela foi minha pior interpretação musical no circo, com vários erros, mas garanto que foi a mais divertida. E embora eu não soubesse o público também adorou.

E assim se passou uma semana: de manhã ensaiava música e violão, inclusive, na terça e quinta-feira ensaiava na escola de música; depois do almoço ia à escola; à tarde sempre ensaiava trapézio com Lucia e Francisco, sempre acompanhados por Risadinha; à noite fazia tarefa escolar e me apresentava na parte dos cantores.

A cada dia que passava me tornava mais conhecido e mais comentado em minha cidade. A cada dia que passava eu e Lúcia estávamos mais unidos. A cada dia que passava sabia muito mais sobre trapézio, principalmente pelo grande apoio de Francisco e Risadinha, além da destreza de Lucia.


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Notas finais do capítulo

Desculpe-me a letra da música ter ficado um pouco confusa.



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