O Grande Palco da Vida - Live escrita por Celso Innocente


Capítulo 10
O circo vai embora.




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No Sábado, embora sem muita vontade fui à aula de violão. A professora Marlene percebeu minha falta de interesse, me corrigindo várias vezes em posições tão simples, que ela mesmo não entendia o porquê. Aquela uma hora parecia um castigo interminável e as notas musicais não surgiam em meus dedos preguiçosos. Parecia que eu já não sabia mais o que era Dó maior... Ré menor... Sustenido...

No início do período escolar, Lucia falou com a professora. Esta se levantou, abraçou a menina e disse:

— Classe, hoje é o último dia que nossa coleguinha Lucia estuda conosco…

Meu coração disparou. Olhei para Lucia tentando dizer algo, mas permaneci calado. A professora continuou:

— Amanhã ela estará seguindo viagem para outra cidade. Vai estudar em outra escola, com outros coleguinhas. O circo vai embora. Vamos sentir saudades! Do circo e principalmente dela, que se tornou parte da gente nesses dias.

Só na hora do recreio é que, como nenhum de nós dois tomamos sopa, é que consegui encontrá-la no pátio.

— Você vai mesmo embora? — Perguntei-lhe.

— Infelizmente vou — respondeu-me ela triste.

— Por quê?

— Porque o circo precisa ir, Regis! Porque estamos mudando!

— Por causa do que aconteceu comigo?

— É! A polícia proibiu a gente de dar mais espetáculos aqui!

— Então a culpa é minha?

— Não! A culpa é de Luís Lauro! Só que ele está preso.

— Eu não queria que ele fosse preso! Não queria que proibisse o circo de dar espetáculo.

— Claro que queria, Regis! Mas não se culpe. Eu em seu lugar iria querer também! O Luís Lauro não presta. Ninguém gosta dele!

— Mas é verdade! Eu não queria mesmo!

— Não se culpe. Nossa vida é feita de mudanças mesmo. Vivemos quinze dias em cada cidade. Mesmo que nada tivesse acontecido a gente já iria mesmo embora. A única diferença é que não iríamos no domingo e sim na segunda.

— Quer dizer que… Nunca mais vamos nos ver?…

— Não sei! — disse ela tão triste quanto eu. — Acho que não!

— Não pode ser! Eu gosto de você!

— Gosto muito mais de você. Mas o que podemos fazer?

— Pelo menos você se diverte bastante. Viaja pro Brasil inteiro.

— Eu preferia ser como você. Ter uma casa pra morar… uma única escola pra estudar… manter meus amiguinhos… é duro fazer uma amizade, igual fiz com você, depois ter que ir embora.

Notei que ela falava com muita sinceridade. Com lágrimas nos olhos. Notei que tinha razão. Mas nada adiantava agora. Ela iria mesmo se mudar. Meu primeiro amor, aos oito anos de idade, iria embora.

— Gostaria pelo menos de ir me despedir da turma do circo, mas acho que estão todos com raiva de mim.

— Engano seu! — exclamou ela ainda com lágrimas. — Todos gostam muito de você! Meu povo te ama, Regis!

Na manhã seguinte, domingo, mamãe, percebendo minha tristeza, me abraçou perguntando:

— O que há com você, filho?

— O circo vai embora, mamãe — comecei a chorar.

— Não precisa chorar! Claro que o circo vai embora! Você já sabia disso desde o início. E não é por causa do que aconteceu. Todos os circos e parques de diversões se vêm e se vão! São como nômades, poucos dias em cada lugar.

— Posso ir lá me despedir? — perguntei ressabiado.

— Claro que pode, meu filhinho! Vá lá! E de um beijo em Lucia por mim.

Cheguei às nove horas: a gigantesca tenda já estava toda no chão e os caminhões praticamente carregados. Eu e Lucia ajudávamos o pessoal a carregar as peças mais leves.

Apesar de estar achando o trabalho até divertido, estava muito triste com o que estava acontecendo.

Aproximadamente ao meio dia, os caminhões e os reboques começaram a se locomoverem.

Despedi-me de todo mundo, que realmente não sentiam raiva; ao contrário, tinham inclusive muito carinho especial por mim. Risadinha me abraçou, me deu um beijo na face, me assustando um pouco por seu atrevimento (nunca recebia beijo de homem; nem mesmo de meu pai!), me colocou sentado sobre suas pernas e disse, entre um sorriso e lágrimas:

— Seu jeitinho tímido conquistou o coração deste palhaço bobo.

Não soube responder nada.

— Pra que serve um palhaço se não gostar de crianças? — continuou ele.

— Palhaço tem que gostar de crianças! — aleguei, me emocionando por seu jeito.

— Nunca me esquecerei de você, menininho — continuou ele sentido. — Vou carregar sua imagem pra sempre em meu coração bobo.

— Nunca me esquecerei de... Você... O senhor me autorizou chamá-lo de você! Se lembra?

Beijou-me novamente e me deixou, acomodando-se em seu carro que já estava lotado. Seus olhos continuavam cheios de lágrimas... E os meus também.

O último reboque a deixar o pátio foi o da família de Lucia. Despedi-me de Sandra e Carlos e quando estava falando com Lucia, o senhor Carlos voltou com meus uniformes de cantor e trapezista nas mãos e me entregou-os, dizendo:

— Fique com isto. Sandra lhe deu. Não foi?

— Puxa! — exclamei feliz. — Obrigado! Mas o senhor não vai precisar?

— Onde você acha que vou encontrar outro garoto que possa usá-los?

Nada respondi. Peguei os uniformes e ele se retirou, me deixando a sós com Lucia, que me perguntou:

— Você ainda gosta de mim?

— Claro que gosto! — exclamei, sentindo as lágrimas brotando no canto dos olhos. — Mas você vai embora!

— Você sabe que eu não queria ir; mas é preciso!

— Por que você não fica comigo e vem morar em minha casa?

— Acha que posso? É impossível!

— Não é impossível!

— Tenho que ir com mamãe e papai!

— E nosso trapézio?

— Prometo que ninguém irá roubar nosso número.

— Deixem que façam! Nós não iremos fazer mesmo!

— Quem sabe. Talvez um dia possamos fazer!

Franzi os lábios e ela, sorrindo me disse:

— Pare de chorar, menininho bobo!

O pai dela chamou. Ela me disse que teria que ir. Deu-me um rápido beijo na face; nem me deixou retribuir e correu para o carro. Sentou-se ao lado de sua mãe e sorrindo foi-se embora. Talvez para sempre.

Eu, porém, sentia o coração assustado, lágrimas silenciosas escorrendo em meu rosto e os lábios calados e trêmulos. Percebi que ela sorria tristonha; que seu sorriso era apenas um disfarce forte para não chorar.

A dor que sentia em meu peito, era pior do que as dores das cintadas que havia tomado nos últimos dias. Pior do que a dor de ver meu violãozinho ser vendido a um estranho...

Às quatorze horas o pátio estava deserto. O circo havia se ido por completo. Retornei à minha casa e guardei como lembrança, os uniformes que ganhei do pai da menina, que tanto me fascinou durante toda minha vida de criança.

©©©

Segunda feira dia trinta, meus amiguinhos de escola faziam gozação comigo, dizendo que eu estava triste porque minha namoradinha se fora para sempre. Fingi não dar bolas a eles, mas no fundo, sabia que o que diziam era verdade: ela havia se ido para sempre. E embora não tivesse pensado assim, ela realmente teria sido minha primeira namoradinha.

No recreio nem tomei sopa, nem comi meu lanche, permanecendo sozinho sentado na muretinha do pátio, quando João Pedro me chamou:

— Hei Regis, esqueça a namorada, venha brincar conosco.

Eles eram um grupinho de quatro meninos que brincavam de rela-rela e acabei aceitando o convite.

De volta para casa, encontrei papai, que chegava do serviço ao mesmo tempo em que eu chegava da escola, então lhe perguntei:

— Papai, o Luís Lauro não vai sair da cadeia?

— Quem sabe disso é a polícia — disse ele. — Não eu!

— E se a gente quiser tirá-lo de lá? Não podemos?

— Não sei! Pode até ser! Mas é claro que não queremos! Não é?

— Quero sim! — afirmei sério.

— Você quer? Como assim?

— O circo já foi embora... O senhor sabe que não menti. Então por que ele tem que ficar preso?

— Por que ele é bandido!

— Ele não é bandido! Ele só se preocupou com a falta de público em seu circo e acabou cometendo uma bobagem.

— Por que ele persistiu na mentira?

— Medo do senhor. Medo de ser preso.

— Seja o que for ele está preso e isso é tudo.

— Eu queria que ele saísse de lá!

— Por que isso agora?

— Lá deve ser horrível! Ele não pode ficar preso.

— Regis, você realmente pensa assim?

Acenei timidamente que sim. Papai me olhou sério e como o conhecia bem, percebi que ele ficaria bravo, então pedi assustado:

— Por favor, papai, não precisa ficar bravo comigo…

— Bravo! — exclamou ele. — Estou encantado!

— Por quê?

— Se é o que você quer, hoje mesmo iremos falar com o delegado.

— A que horas?

— Quando você quiser!

— Agora?

Sim, naquela mesma hora seguimos até a delegacia, em tempo de falar com o delegado que estava de saída. Como ele era conhecido de minha família, ao nos ver, veio a nosso encontro e nos cumprimentou, estendendo a mão a papai:

— Boa tarde, Pedro! Como está nossa pequena vítima?

Estendeu-me a mão e toquei-a.

— Regis está bem! — afirmou papai. — Mas queríamos falar sobre Luís Lauro.

— Ele ainda está aí! — confirmou o delegado.

— Regis gostaria que ele saísse daí! — alegou papai.

— Regis gostaria? Como assim? Ele não é a vítima?

— Regis acha que Luís Lauro se desesperou e cometeu bobagem...

— E que bobagem! — confirmou o delegado. — Pior; contra uma criança indefesa. Vai receber um bom processo e deve ser condenado.

— Não se pode… dar um jeito? — pedi.

— Na verdade, ele deverá sair daqui ainda hoje, pois além de ser réu primário não foi preso em flagrante e apesar de não ter endereço fixo, nos forneceu um endereço de familiares diretos e tem emprego fixo.

— Então ele deverá sair ainda hoje? — admirei.

— Não há como nem porque mantê-lo detido. Achei que você não gostaria dessa notícia — insinuou o delegado, rindo. — Normalmente as vítimas ficam bravas conosco quando isso acontece.

Realmente Luís Lauro foi libertado naquela mesma tarde, mas não esperamos para falar com ele. Tanto eu quanto papai preferimos assim.

©©©

Antes de Lucia aparecer em minha vida na escola, eu era um menino muito descontraído e amigo de todos os colegas de ambos os sexos, brincando todos os dias com todos, principalmente os de minha sala de aulas. Além do mais, fazíamos trabalhos juntos, comíamos sopa e lanche juntos e íamos à biblioteca.

Depois que Lucia apareceu, mudei muito, dedicando-me apenas a ela e não me importando com os demais.

Já se fazia mais de uma semana que ela se mudara e na escola, os colegas ainda faziam gozação comigo. Eu, porém, continuava me dedicando muito pouco a eles, quase nunca merendando ou brincando, pois ainda sentia uma dorzinha esquisita no peito; sentia muita falta dela, saudade de nossa profunda amizade e sei que é repetitivo, mas sentia falta de como se diz, nosso inocente namorico de crianças.

No dia sete de maio, entrávamos na sala de aula após o intervalo de recreio, Diana, uma menina loira, de oito anos de idade, sentou-se em sua carteira a meu lado esquerdo, abriu seu caderno e encontrou um bilhetinho dobrado, abriu-o e leu-o imediatamente em pensamento. A seguir, olhou-me com sua face pálida e tímida. Sem imaginar nada sorri para ela, que então começou a chorar. Fiquei sério e surpreso, como a perguntar o que houve. Dona Maria do Carmo veio até ela e quis saber o porquê chorava. Não houve respostas; apenas deixou o bilhetinho passar para as mãos da professora, que também o leu. Virou-se para mim, pronunciou bem forte meu nome, segurou firme em minha orelha esquerda e gritou, mostrando-me o bilhete:

— O que significa isso?

Sem nada responder, li em silêncio aquele pedaço de papel; aquele papel, onde estava escrito às palavras mais imorais que possa existir à honra de uma mulher. As palavras se referiam a sexo, em sentido muito direto e sujo, que até não dá para acreditar que tenha sido escrito por uma criança de oito anos de idade. Palavras que não ouso transcrever neste livro que será destinado ao público infanto-juvenil.

Aquele bilhete deixava Diana, uma menina educada, sincera e bonita, muito envergonhada. E o pior de tudo: ao final do bilhete havia meu nome bem legível; e pior ainda, que a letra era idêntica à minha.

— Não fui eu quem escreveu! — neguei assustado.

— Ah não? — duvidou a professora. — E como explica seu nome?

— Quem escreveu colocou meu nome.

Pegou meu caderno e conferindo a caligrafia disse:

— Quem escreveu usou sua mão?

— Não sei professora! — neguei chorando. — Não fui eu!

Pediu-me que a acompanhasse, me levando à diretoria. Porém, ainda parou no corredor e me falou:

— Justo você, Regis, um menino tão bom, fazer algo tão feio assim!

— Eu não escrevi, professora!

— Fale a verdade pra mim que eu não te levo ao diretor!

— Não escrevi! — neguei chorando.

— A verdade, menino!

— Professora, eu não sei quem foi! Não gosto de falar ou escrever bobagens!

— Não gosta... Mas escreveu!

— A senhora acreditou em mim quando meu pai me batia. A senhora me deu banho! A senhora me conhece...

— É a sua letra, menino! Não dá pra mentir!

— Só se pegaram a minha mão! — ironizei com medo.

— Sim! — alegou brava, a mestra. — A mão... O cérebro... E o resto do corpo também!

— Eu não falo bobagens! Em minha casa papai não aceita isso!

— Não posso fazer nada! O diretor vai resolver. Ele nem é tão bravo!

Sem argumentos, me calei, porém continuava muito assustado. Ela fez gesto com as mãos para que eu caminhasse à sua frente e acabou de me levar até a diretoria, entregou o bilhete e meu caderno ao diretor e explicou o ocorrido, depois retornou à sala de aula, me deixando sob a responsabilidade dele. Este, senhor Rafael, homem alto, moreno, magro, de seus quarenta anos de idade, temido por todos, levantou-se de sua cadeira, apanhou uma palmatória, tornou a sentar e pediu minha mão. Amedrontado, estendi-lhe minha mão esquerda. Ele sério me disse:

— Quero saber por que motivo você escreveu isto. E se mentir vai apanhar!

— Não fui eu quem escreveu esse bilhete senhor — neguei nervoso e assustado.

Com esta resposta ele bateu forte com a palmatória em minha mão. Doeu tanto que as lágrimas brotaram automaticamente no canto dos olhos.

— Essa é a educação que você recebe de seus pais? Quantos anos você tem?

— Oito.

— Onde se viu um menino de oito anos escrever tais palavrões e entregar a uma coleguinha. Você não tem vergonha na cara, moleque?

— Tenho sim senhor!

— Pois não parece! Um pirralho que ainda fede à mamadeira escrever tais palavrões! Isso não significa ter vergonha na cara!

— Eu não fedo à mamadeira! E não escrevi isto!

Tornou a me bater com a palmatória na mesma mão já dolorida.

— Aiiiii! — gritei aterrorizado.

Levantou-se, apanhou um punhado de grãos de milho, esparramou sobre o canto da sua sala e me ordenou:

— Ajoelhe-se sobre este milho.

Só então voltei a chorar forte. Ele não se comoveu com isso e prosseguiu:

— Não sabia que um moleque sem vergonha tivesse coragem de chorar! Ajoelhe-se!

— Por favor, senhor Rafael... vai me machucar!

— Problema seu! Conte a verdade!

— Eu não fiz nada! Juro por Deus que está no Céu!

— Ajoelhe-se! Você só vai se levantar quando disser a verdade! E não ouse chamar o nome de Deus em vão.

Ajoelhei-me e já senti a dor na dobra dos joelhos. Estava de calça curta, como todos os meninos de minha idade eram acostumados. O diretor queria uma verdade que eu não saberia dar. Só imaginava que alguém na sala de aula fizera para me prejudicar. Mas o que me deixava mais confuso era ser minha caligrafia e o fato de, apesar dos ciuminhos bobos, provocado em alguns meninos em respeito à Lucia, eu não ter inimigos.

Depois de dez minutos de joelhos, praticamente chorando em silêncio, o diretor me ordenou:

— Pode se levantar.

Levantei imediatamente e corri as mãos sobre os joelhos marcados e doloridos pela rigidez do milho seco. Ele se levantou e se aproximou dizendo:

— Volte pra sua classe, mas amanhã você venha aqui no início da aula. Espere a professora fazer a chamada, peça permissão a ela e venha. Só irei lhe buscar se você não vir e aí vai ser muito pior. Recomendo evitar faltar à aula para não complicar sua situação. Outra coisa, se você não é o autor dessa... Sem vergonhice, trate de vir sabendo quem foi; caso contrário considerarei você mesmo o autor e sendo assim vai apanhar dobrado, além de eu mandar este bilhete aos cuidados de seus pais. Está certo?

Permaneci calado de olhos fixos nele, que tornou a me perguntar bravo:

— Está certo, moleque?

— Sim senhor! Meu nome é Regis!

— Quem faz o que você fez é moleque safado!

— Não fiz isso! Não sou moleque!

— Vá pra sua classe.

Retirei-me, voltando à sala de aulas. Chegando à porta pedi licença e entrei. Sentei em minha cadeira sob os olhares zombeteiros da maioria de meus colegas. Em seguida o diretor apareceu trazendo meu caderno.

Naquela tarde, cheguei à minha casa muito nervoso, indo direto a meu quarto. Deitei em minha cama de bruços e comecei a chorar desconsolado. Era sempre assim: quando me sentia injustiçado, chorava em minha cama deitado de bruços.

Acordei às sete horas da noite, sendo chamado por mamãe, que me pedia carinhosamente para ir ao banho.

Levantei-me e ela, olhando para meu rosto, com lágrimas secas escorridas, perguntou-me:

— Esteve chorando? O que houve?

Apenas balancei os ombros e ela emendou:

— Saudades da Lucia?

— É! — foi mais fácil dizer assim.


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Notas finais do capítulo

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