Olho de Enite escrita por Alex Sousa


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

□ Olá! Vocês estão bem? Obrigado por continuar com a leitura! Obrigado de verdade. ;)

□ O Segundo capítulo eu estou adiantando ele, porque provavelmente essa semana será um pouco mais apertada. Mas vou tentar manter o cronograma;

□ Esse capítulo foi escrito em terceira pessoa, então queria deixa-los avisados disso;

□ Nas notas finais?



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Por um momento Henri acreditou que teria tempo para admirar a espada que seu pai lhe dera: era uma espada longa, com o cabo feito de prata e decorado por dois gumes que apontavam em sua direção. Mas entre subir ao palco, receber as honras, e já ser enviados portões a fora na primeira missão, foram questões de minutos.

Ele o restante da equipe já haviam saído de Wevena, e o objetivo era chegar ao reino de Uja, um reino vizinho que, de acordo com o pergaminho de socorro, estava sendo ameaçado por algumas criaturas. Não chegaram a falar precisamente quais criaturas, mas foram apontadas algumas ideias, como dragões selvagens, lagartos gigantes ou até mesmo lulas (o reino é conhecido pelo poderio marítimo).

– Aquela garota... Onde ela foi? – perguntou Martim, ajeitando o suporte de lanças nas costas, e olhando para os lados.

– A Ursula? Não sei... – respondeu Nicolas, parando no meio do caminho.

– Ela deve está botando em prática o treinamento de arqueiros que ela recebeu. – respondeu Henri – Deve está furtiva em algum lugar, com flechas prontas para serem disparadas. – o rapaz continuou com o trajeto, seguindo pela trilha ao lado da floresta fechada.

O tio de Henri, o senhor Ducan, foi o único arqueiro da família, e durante a infância do garoto, eles iam para a floresta treinar: Ducan era um excelente arqueiro, e sempre ensinava algumas técnicas que ele aprendeu e se exibia lançando flechas em pontos quase impossíveis de serem acertados, mas que sempre alcançava em cheio.

Alguns metros depois, duas flechas foram disparadas alguns passos à frente. As flechas possuíam um paninho vermelho enrolado no corpo, que se soltaram quando encontrou o chão.

– É, parece que ela tá fazendo isso mesmo. Mas tomara que ela não esteja tentando nos matar. – comentou Nicolas, fisgando as duas flechas cravadas no chão e as levando durante o percurso.

~●~

Os três andaram durante algumas horas. Há pouco tempo tinham decidido continuar o trajeto pela floresta, a fim de evitar chamar a atenção, ou de serem presas fáceis ao ar livre.

Mais na frente encontraram um lago com as águas límpidas, e pararam alguns minutos para descansar e repor os cantis. A jornada era longa, mas até então o trajeto estava normal.

Maldita hora para pensarem que estava tudo bem.

Martim enchia o seu cantil de água quando um bando de lagartos de tamanho extrapolado, de pelo menos 8 metros de largura, dentes tão grandes e afiados que ficavam para fora da boca, a calda balançando no ar ameaçadoramente, surgiram da água, provavelmente de alguma fissura das pedras que circundavam o lago.

As criaturas avançaram contra Martim que, erguia a mão até as costas a fim de pegar uma de suas lanças, mas decepcionou-se pôs lembrou que tinha retirado o suporte e deixou-o no chão. Como último recurso lançou-se para trás, fisgando um punhado de pedra enquanto se aproximava de Nicolas, que se preparava com o cajado na mão.

Henri adiantou-se retirando a espada da bainha e a colocando rente ao corpo. Ela lembrava algo pesado, mas era incrivelmente leve. Arriscou alguns cortes no ar para testar antes de se jogar em meio à batalha, e decidiu que era o suficiente.

O primeiro lagarto que o alcançou lançou a calda contra seu corpo, e por pouco o rapaz não conseguiu sair impune, recebendo um corte na camiseta. Ele movimentou a espada contra a cabeça do lagarto posteriormente, perfurando-a na diagonal e matando a criatura em meio a um esguicho de sangue preto e um grunhido de dor.

Do outro lado Nicolas levitava alguns centímetros do chão, o cajado solto da sua mão e flutuando de frente ao corpo, enquanto orbes roxeadas eram lançados contra os lagartos que ousavam se aproximarem do feiticeiro, atribuindo-lhes queimaduras que os forçavam de volta para a água, ou que os deixavam mortos na mesma hora.

Martim já estava armado com duas de suas lanças, com o suporte afivelado nas costas. Ele se movia em velocidade, provavelmente por não estar carregando muito peso. As lanças fincavam e cortavam os lagartos que se aproximava, a ponta do armamento rompendo a barreira resistente que era a pele dos lagartos e os forçando a recuar com dores excruciantes, alguns chegaram a ceder por perder muito sangue.

E por alguns minutos a batalha seguiu, espadas e lanças cortando e perfurando carapaças de lagartos, orbes roxas sendo lançadas em meio ao ar, e queimando as criaturas vivas.

– E esse... – iniciou Martim, cravando a lança com toda força contra o último lagarto visível que mostrava os dentes, acertando-lhe a cabeça e a prensando contra o chão – Foi o último.

Próximo ao lago Nicolas havia parado de flutuar, e estava sentado no chão com a cabeça baixa e o cajado ao lado do corpo. Sua pele estava amarela, e parecia prestes a vomitar.

– Só um pouco cansativo. – disse ele, se erguendo um pouco cambaleante e pegando o cajado quando Martim se aproximou.

Henri ficou por tanto tempo distraído com a situação que sequer se deu conta de que estava no alcance de um lagarto que furtivamente escapuliu.

A criatura pulou contra suas costas, cravando os dentes contra seu ombro direito e fazendo-o cair no chão urrando de dor. Henri a fim de evitar outra mordida direta rastejou para se distanciar da criatura, e avistou a espada perdida de sua mão alguns metros de distancia. Mesmo que fosse tão rápido para pegar a espada, a dor era forte o suficiente para atrapalha-lo a manusear o armamento, mesmo que fosse ambidestro.

O lagarto deu novamente o bote. E Henri sentiu a última corda de sua vida ameaçada de ser cortada literalmente por dentes afiados.

Mas reagiu rápido: a mão voou até o cinto e puxou a adaga que recebera de seu tio, colocando-a de frente ao corpo: um golpe bem dado seria suficiente para evitar sua morte. Mas em que ângulo acertar?

Todo esse pensamento teria o levado a morte senão fosse por algumas flechas decoradas por um laço vermelho que romperam o ar e acertaram a lateral do lagarto, deixando-o morto apenas alguns centímetros de Henri, agora boquiaberto com a movimentação impressionante da arqueira, além da mira.

Por alguns instantes a dor de seu ombro havia sido esquecida, mas precisou apenas que olhasse a ferida e todo o favor transbordasse por seu corpo: alguns dentes do lagarto se cravaram em seu ombro, e fincaram profundamente, o sangue transbordando e manchando a camiseta branca do rapaz de um preto que parecia ácido.

A dor era tão apavorante que por alguns insanos minutos, pensou em fincar a adaga que segurava contra seu próprio coração. Mas algo a puxou de sua mão, e, antes de apagar, observou a silhueta de quatro pessoas de frente ao seu corpo.


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Notas finais do capítulo

□ O que vocês acharam do capítulo? Dê sua opinião aí nos comentários, quem serão as quatro pessoas que Henri viu?

□ Vocês acham melhor a escrita em terceira pessoa ou em primeira?

□ Se você gostou clique em acompanhar, isso ajuda muito um escritor! E evitem ser fantasma, eu adoro que vocês me irritem :)