Apenas Uma Historia escrita por Blood Roses


Capítulo 4
Bem Vindo De Volta


Notas iniciais do capítulo

Capitulo final meu povo!
Depois de tanto tempo resolvi postar o ultimo capitulo. Eu particularmente gostei do final, apesar de ele não ter ficado como eu queria, mais acho que ficou razoavelmente bom.

Boa leitura!



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Capitulo final.

Bem vindo de volta.

O sol estava nascendo quando a missão dada por Lothos finalmente foi completada. Os membros da caçada voltavam completamente cansados, principalmente Arme e Amy, que utilizaram todas as suas forças para dar suporte ao grupo.

A missão em si havia sido exterminar alguns monstros perto da floresta, para que a rainha pudesse passar por lá no dia seguinte pela manhã, indo em direção ao reino de Canaban, até ai a missão era fácil e simples, porem os monstros da floresta haviam sido afetados pela energia asmordiana que provinham dos portais que foram abertos por toda Ernas.

Isso significa que a luta foi muito mais difícil do que o esperado, e mesmo que os monstros sozinhos não fossem muito fortes, a sua quantidade era absurda, tornando a luta cansativa e perigosa.

Todos vinham andando, Jin vinha carregando Amy em suas costas e Ronan trazia Arme nas suas, já o resto vinham andando, exceto por Rey que fazia o seu mordomo James a carregar por estar sem poder suficiente para flutuar.

Todos chegaram no QG mais ou menos nove horas, ao entrarem já sentiram o cheiro gostoso de café recém passado. Os membros, mesmo cansados, machucados e com sono seguiram para a cozinha, pois sabiam que precisavam comer.

Todos entraram na cozinha e viram Lire usando um avental na frente do fogão, a loira ao ouvir todos chegando virou-se segurando dois pratos cheios de panquecas.

–Bem vindos de volta – falou a loira, sorrindo.

–Lire te amo! – falou Ryan, sentando na mesa e servindo-se de café e já pegando uma panqueca para comer – Que delicia!

Todos riam da afobação do elfo, mais sentaram-se e começaram a comer, pouco tempo depois Lupus apareceu, trazia consigo um saco enorme de pães. O moreno trazia no rosto uma expressão de poucos amigos, o que significava que a elfa o obrigara a ir buscar os pães.

Lass ao ver o irmão se levantou e saiu da mesa pedindo licença, enquanto Elesis apenas balançou a cabeça, dando um suspiro longo.

Todos comeram e quando estavam se levantando para poderem ir tomar banho e dormirem Lothos apareceu na cozinha, logo atrás de si estava Lass, já tomado banho e com uma roupa confortável para dormir.

–Bom dia Grand Chase – falou a capitã.

–Bom dia capitã – respondeu Elesis.

–Agradeço o esforço que fizeram ontem a noite, graças a vocês a Rainha de Serdim conseguiu ir em segurança para Canaban – falou Lothos – Mais as missões não acabaram ainda, e temo dizer que talvez nunca acabem.

–Como assim? – perguntou Arme, quase dormindo de tão cansada.

–Graças a energia asmordiana que os portais liberaram na atmosfera de Ernas, muitos monstros estão sendo afetados e eventualmente ficando mais fortes e agressivos – falou a capitã – Portando estarei enviando vocês para alguns continentes, averiguar a situação e achar um meio de manter esses monstros longe das cidades.

Todos os membros assentiram, prontos para partir se necessário, apesar de que muitos sentiam que iriam desmaiar a qualquer momento. Lothos vendo a situação que se encontravam, sorriu tranquila.

–Vou dar mais detalhes depois que já estiverem descansados, por hora, vão dormir – falou a capitã – Ah! Lupus, venha na minha sala, você terá uma missão especial.

Lupus suspirou pesadamente, se levantando com uma expressão completamente irritada e seguindo a capitã. Após dez minutos o caçador voltou, agora com suas armas e uma bolsa, pronto para viajar, o moreno simplesmente saiu, sem falar com ninguém.

Todos os membros já haviam tomado banho e estavam dormindo, menos Lire que ficou para arrumar toda a louça. A loira aproveitou e fez o almoço, procurando se distrair um pouco, porem seus pensamentos sempre voltavam para o que Lupus havia lhe contado na noite anterior, se tudo aquilo realmente aconteceu, muita coisa foi explicada, principalmente o fato de Lass saber ler e escrever, já que em suas memorias ele saiu do circo e logo foi pego por Cazeage que o utilizou como hospedeiro, e o obrigou a aprender as técnicas ninjas quando ainda era criança.

Já era por do sol quando todos levantaram, agora descansados e famintos. Todos comeram o almoço preparado pela loira, e quando estavam terminando de comer a capitã apareceu.

–Boa noite capitã Lothos – falou Ronan, sorrindo.

–Bem, vou passar as missões, vocês estão livres para partir amanha – falou ela, olhando na prancheta que trazia consigo.

–Dio, Mari, Rey e Zero irão para Arquimidia ver como esta à situação por lá – falou Lothos – Ryan e Ronan e Amy vão para Xênia, Azin e Holy vão para Terra de Prata, Sieghart e Uno e Veigas vão para Atôn – falou ela, pegando uma caneta e marcando algumas coisas – Elesis, Jin Lire, Lass vão para Erisis, um continente bem próximo de Vermecia. Os que sobraram vão para Ellia.

Todos assentiram, porem Lire olhava abismada para Lothos.

–O...O que? – falou Lire.

–Algum problema Lire? – perguntou Elesis, sem compreender a reação da loira. Lire recompôs sua expressão.

–Por que Erisis? – perguntou a loira – Achei que Serdim e Canaban não tinham uma boa relação com esse continente.

–Ah sim – falou Lothos, agora entendo a surpresa da loira – Bem, eles viram o que estava acontecendo e resolveram permitir que estudássemos as pedras de Erys. Pelo que dizem, essas pedras são capazes de afastar os monstros modificando as plantas próximas que passam a liberar uma energia nova, o trabalho de vocês é ir até lá e coletar amostras das plantas e da energia da pedra para que Mari possa analisar.

–Entendido – falou Lass.

–Bem, estão dispensados – falou Lothos.

–Lothos – chamou Elesis – E o Lupus, aonde ele foi?

–Lupus foi até Frostland ver a situação por lá – falou a loira, saindo.

Após isso todos os membros foram arrumar suas coisas e ao anoitecer todos já haviam terminado de arrumar tudo. Ronan tomou a frente na cozinha e fez o jantar com a assistência de Lire, e após comerem foram dormir.

No dia seguinte todos levantaram bem cedo, e antes mesmo de dar sete horas da manha todos já haviam partido, seguindo para os portos. Elesis, Jin, Lire e Lass foram os primeiros a embarcar, pois os barcos que seguiam para Erisis ficavam bem próximos da praia Carry.

A viagem até lá durou o dia todo e só chegaram perto do anoitecer. Os quatro concordaram que era perigoso viajar durante a noite e por tanto decidiram ficar na cidade portuária. No dia seguinte seguiriam viagem em duplas, sendo Elesis e Jin e Lire e Lass.

Elesis e Jin seguiram pela esquerda, enquanto Lire e Lass seguiriam pela direta, ambos em direção a cidade de Lalus, se ao acaso não se encontrassem na cidade, as duplas deveriam fazer o a volta e se encontrarem no porto. Cada dupla pegou um mapa e seguiu seu caminho.

Já fazia quatro dias que estavam viajando, Jin e Elesis já haviam chegado a cidade de Lalus, pois pegaram carona com os viajantes e descobriram que aquele caminho era o mais rápido para a capital, já Lire e Lass haviam percorrido bem menos da metade do caminho, pois algumas partes do caminho estavam degradas e os obrigava a dar a volta e procurar outro caminho.

Já estava escurecendo quando chegaram em uma vila pequena, lá foram informados que haviam errado e pegado o caminho antigo, que consequentemente estava desgastado e por isso levaram o triplo do tempo para chegar ali. Mais o chefe da vila lhes disse que mais a frente havia uma das maiores vilas e que lá poderiam conseguir um transporte para Lalus sem muitos problemas.

Jin e Elesis, estranhando a demora, resolveram das a volta e ir ao encontro dos amigos, passando de vila em vila.

No dia seguinte bem cedo, Lire e Lass seguiram em direção a vila que lhe fora dita, chegaram no local faltando pouco tempo para o sol se por. Assim que chegaram na vila, passaram por um lindo arco de flores com uma placa de metal dourada com o nome Ulduz escrito. Lass, ao ver a placa, parou por alguns segundos, com um olhar perdido.

–Lass? – chamou Lire, olhando estranhamente para o albino – Algum problema?

–Nenhum – respondeu o jovem, passando pelo arco.

Lire começou a observar o albino, que começou a andar mais rápido, seguindo pela rua como se conhecesse o local. Lass andou em um ritmo acelerado até chegar na frente de uma hospedaria de dois andares, que Lire reconheceu pela historia que Lupus lhe contou.

Ao olhar melhor, os dois viram uma placa na frente, dizendo que a hospedaria estava fechada.

–Parece que esta fachada – falou a loira, suspirando levemente aliviada – Vamos procurar outra.

Lass assentiu levemente e ambos voltaram a caminhar pela vila. Lire reparou que a vila parecia bem maior do que Lupus havia lhe dito, mais algumas coisas realmente batiam com a historia, como por exemplo a praça com a igreja, as ruas secundarias e algumas lojas.

Após alguns minutos andando encontraram um hotel, entraram e se registraram, ambos estavam completamente esgotados e decidiram deixar para pegar as amostras no dia seguinte. Lire dormiu como uma pedra, acordando somente no dia seguinte por volta das sete e meia da manha, a loira acordou e notou que Lass ainda estava lá, acordado e observando a loira dormir.

Os dois haviam decidido pegar um único quarto, pois tinham que economizar se quisessem pegar o transporte para Lalus.

–Bom dia – falou Lire, sorrindo, Lass deu um sorriso tímido, algo bem raro.

–Bom dia – falou ele.

–Dormiu bem? – perguntou a loira, se levantando.

–Como uma pedra, e você? – falou ele, coçando os olhos.

–Igualmente – falou a loira rindo baixo.

Ambos levantaram e se arrumaram, pegaram os frascos para retirar as amostras e saíram. Ao saírem, notaram uma pequena pedra colocada no alto da torre da igreja, e em um acordo mutuo, pegaram amostras mais próximas dali, após dez minutos já haviam retirado amostras das flores, grama e da energia que a pedra emitia.

Após isso voltaram para o hotel, mais o local não servia café da manha, o que significava que teriam que achar algum local para comer. Após subirem e guardarem as amostras com cuidado e etiqueta-las, ambos saíram para encontrar algo para comer.

– Lire, acho que vi u lugar para comermos ontem quando chegamos – falou o albino.

–É mesmo? Vamos lá então – falou a loira, seguindo Lass.

Enquanto andavam, passaram na frente da hospedaria que dessa vez estava aberta. Uma mulher muito bonita de longos cabelos pretos e olhos dourados varria a entrada, a mulher ao por os olhos em Lass soltou um grito, chamando a atenção de quem passava.

–Lass...Lass!! – falou a mulher, correndo até o albino e pegando sua mão – Ah meu deus! É você mesmo!!

Lass olhava assustado para a mulher, enquanto Lire se segurava para não rir do albino. A mulher então segurou o rosto do albino, com um sorriso incrivelmente bonito nos lábios.

–Meu deus como você esta lindo! – falou ela, parecia uma tia que não via um sobrinho a muito tempo – Você costumava ser tão fofo, e pequeno e agora olha só para você! Já esta mais alto que eu!

Dito isso ela deu um tapinha amável no braço do albino, porem logo começou a rir. Porem Lass manteve-se quieto durante todo o tempo. A mulher ao perceber isso, olhou para o albino, estranhando.

–Eu... – começou Lass – Nós por acaso nos conhecemos?

–O que? – falou a mulher sem compreender – O que esta dizendo? É claro que sim! Conheci você quando era apenas uma criança...

–Me desculpe, eu não me lembro de quase nada da minha infância – falou o albino, que agora parecia incomodado .

–Você... – começou a mulher, porem diferente do que Lire imaginou, ela sorriu e os convidou para entrar com um gesto – Vocês estão com fome? Eu fiz café, acho melhor conversarmos lá dentro.

A moça entrou sendo seguida por Lire, Lass entrou logo atrás, porem parecia incomodado com algo, como se sentisse se lembrar de algo. Os três entraram e se sentaram na mesa da cozinha, logo a mulher trouce pães, café, leite, alguns doces e fatias de bacon fritas. Os dois se serviram, enquanto a moça colocava as mãos na mesa, cruzando-as.

–Você realmente não se lembra de nada? – perguntou ela, olhando para o albino, que olhava a cozinha atentamente.

–Eu sinto como se já tivesse estado aqui – falou o albino – Mais não consigo me lembrar.

–Bem, já que não se lembra, acho melhor me apresentar – falou ela, sorrindo – Eu me chamo Iris.

Os olhos de Lass arregalaram-se por um instante, porem logo sua expressão tornou-se seria novamente.

–Você viveu aqui quanto tinha mais ou menos seis anos – continuou ela – Você e seu irmão.

–Meu...irmão..? – falou Lass, porem por incrível que pareça, Lass começou a rir – Isso é tão impossível que me faz até rir.

Assim que disse isso, uma senhora de cabelos loiros e olhos dourados entrou na cozinha, e ao colocar seus olhos no albino, pequenas lagrimas encheram seus olhos incrivelmente dourados. Lass ao ver a senhora chorar, sentiu um aperto muito forte em seu coração.

–Você...o graças aos Deuses... – falou a senhora, porem a mesma não conseguia falar.

–Vovô mona... – sussurrou Lass. Lire e Iris olharam assustadas para o albino. Lass ao perceber o que disse, colocou a mão sobre os lábios com um olhar confuso, o que diabos foi aquilo. A senhora ouviu o sussurro do albino sorriu carinhosamente.

–Já faz algum tempo, pequeno Lass – falou ela, sorrindo e se aproximando do albino, tocando o rosto alvo. Foi nesse momento que Lire viu algo que jamais imaginou que fosse possível, Lass estava chorando.

O albino ao sentir as pequenas lagrimas escorrendo, tentou descontroladamente seca-las, mais para cada uma que ele secava, mais duas caiam.

–Que droga – falou Lass, irritado.

Lire e Iris se encararam e foi nesse momento que ouviam passos apressados vindo na direção da cozinha, que era aonde estavam.

–Lass! – gritou uma voz masculina, entrando na cozinha, sendo acompanhado de mais dois meninos e uma menina.

O menino que estava na frente possuía longos cabelos laranjas presos em um rabo de cavalo baixo e frouxo e lindos olhos cinza, atrás de si estava um menino de cabelos curtos e repicados de coloração preta e olhos róseos, ao seu lado estava uma menina de cabelos rosas escuros presos em uma longa trança e olhos verdes e ao lado dessa moça estava um jovem de cabelos castanhos médios e olhos castanhos bem claros.

–É ele mesmo! – falou o menino de cabelos pretos, sorrindo. A menina ao seu lado chorava. A jovem correu até o albino e o abraçou, chorando. Sendo seguida pelos demais, que também abraçaram o albino.

Lire ao olhar a cena, viu que Lass já não chorava, porem as lagrimas deram lugar a algo que era visto raramente, um lindo sorriso. Lass ao ver os quatro adolescentes o encarando, sentiu uma alegria enorme, algo que nunca havia sentido antes e antes que pudesse se controlar estava sorrindo.

–Meninos acalmem-se – falou Iris, Lass com muito esforço voltou a ficar com sua expressão seria habitual.

–Mais Iris... – começou Cristina.

–Sentem-se, temos que explicar algo – falou Iris.

Todos se sentaram, e Iris contou o que Lass havia lhe dito. Victor e Leo olhavam abismados, Cristina abaixou a cabeça, com um olhar triste, somente Romeo manteve-se calmo e com um expressão normal.

–Aproposito – falou Romeo – Quem é a loira?

Todos olharam para o moreno, Victor e Leo arregalaram os olhos, pois não tinham se tocado da presença da elfa ainda.

–Uou! É uma elfa! – falou Victor, com os olhos brilhantes. Logo a loira havia sido cercada pelos quatros. Lass ao perceber que a aproximação estava deixando Lire desconfortável, lançou aos quatros o olhar mais frio que conseguiu fazer e em menos de um segundo todos estavam sentados e quietos, tremendo de medo.

–Que medo... – sussurrou Victor para Romeo que assentiu desesperadamente. Subitamente Mona começou a rir, fazendo todos a olharem.

–Você fazia exatamente a mesma coisa quando as moças abraçavam ou se aproximavam de seu irmão – falou ela, rindo, enquanto Iris tinha um pequeno calafrio.

–Meu irmão... – falou Lass, olhando – Meu irmão é um canalha egocêntrico.

Iris e Mona se encaram.

–Que estranho, ele era tão gentil, principalmente com você – falou Mona.

–Sim, você sempre corria e o abraçava, chamando de “Ni-ni” – falou Iris, fazendo uma imitação de Lass quando criança, Lire riu baixo.

–E ele cozinhava tão bem! – falou Mona, sorrindo.

–E tinha uma voz muito bonita, ainda lembro-me de quando você o obrigou a cantar, pois estava com medo dos trovões – falou Iris, tirando sarro da cara emburrada que Lass tinha.

–Ele ainda tem um pouco de medo de trovões – falou Lire, dando um sorriso sacana para o albino. Lass corou levemente.

–É mesmo? – falou os três adolescentes.

–Eu me lembro que ele era muito bonito – falou Cristina – Como um príncipe dos contos de fada.

Enquanto a garota suspirava apaixonada os meninos suspiravam derrotados. Lass olhou para todos, e suspirou, realmente não se lembrava.

–Olha, talvez estejam me confundindo com outra pessoa – falou Lass, olhando seriamente para os presentes.

–hum....impossível – falou Mona sorrindo.

–Lass é um nome bem incomum – falou Iris sorrindo.

–E os cabelos brancos são inconfundíveis – falou Victor, sorrindo. Lass suspirou.

–Ah! Já sei! – falou Cristina – A Ana!

Todos olhavam confusos.

–A Ana era a pessoa que o Lass se dava melhor – falou Cristina – Talvez quando ele a ver, possa se lembrar.

–Tem razão, mais Ana esta viajando e só chagara amanha – falou Iris – Por hora, por que não o levamos aos lugares que ele costumava ir?

–É uma boa ideia – falou Victor.

Lire olhou um pouco assustada, pois lembrou-se do que o Lupus disse, e se as memorias de seu tempo na vila estivessem seladas também? E se ele se lembra-se e a magia se ativasse? A loira sentiu um grande aperto em seu coração e quando foi protestar Lass se pronunciou.

–Tudo bem, não custa tentar – falou o albino, dando um sorriso bem tímido.

Os quatro passaram a levar o albino ao lugares que costumavam ficar, Lire assim como todos reparava quando Lass começava a andar na frente, como se conhecesse o caminho e com isso o albino teve certeza de que conhecia aquela vila, aquele lugar e as pessoas que moravam lá.

Durante o passeio, Lass teve algumas lembranças, como de correr na rua, de rir, de brincar, lembrava-se de estudar também, com alguém mais alto e mais velho lhe ensinando, mais não importava o quanto tentasse, não se lembrava de nenhum rosto ou vozes.

Quando terminaram, já estava na hora do almoço e por isso voltaram a hospedaria, ao chegarem lá Iris tinha preparado a comida. Lass serviu-se primeiro e ao colocar a primeira garfada na boca, sentiu como se já tivesse comido aquilo antes, o sabor era extremamente nostálgico.

Porem o albino nada disse e apenas continuou comendo, todos conversavam a sua volta, rindo e brincando e foi ali que Lass teve uma de suas memorias revividas. Ele lembrava-se de que estava sentado a mesa, o rapaz lembrou-se das risadas e rostos, de todos crianças, e havia alguém do seu lado, que lhe acariciou a cabeça, perguntando se a comida estava boa.

Lass voltou dessa lembrança, e pequenas lagrimas começaram a escorrer de seus olhos azuis.

–Lass... – chamou Lire – Esta tudo bem?

Lass incrivelmente sorriu, um lindo sorrido.

–Sim, esta tudo bem – falou o albino, secando as lagrimas – É apenas uma lembrança, elas estão voltando...

Todos abririam um sorriso, Victor e Leo comemoraram.

–Começaram agora? – perguntou Iris.

–Não, começaram na clareira, aonde tinha o balanço, mais eu não conseguia me lembrar dos rostos e vozes – falou o albino – Mais dessa vez eu consegui.

Iris sorriu.

–Isso! Então depois do almoço vamos ir na Loja de bolos! – falou ela, animada.

–Loja de bolos? – perguntou Lire.

–Sim, Lupus e Lass iam sempre lá depois do almoço – falou Iris – E Lass sempre comia o bolo de limão.

–Eu ainda prefiro o de morando – falou Victor de nariz empinado.

Logo a conversa voltou ao seu ritmo normal, todos comeram até não poder mais, pois a comida estava simplesmente uma delicia. Depois de comerem, seguiram para a loja, ao chegarem lá, uma atendente veio sorridente e os levou a uma mesa, todos fizeram seu pedido e Iris fez o pedido por Lass, logo uma fatia de bolo completamente branca foi colocada a sua frente.

Lass pegou o garfo e deu uma garfada e logo foi atingido por uma lembrança, era a lembrança de quando comeu bolo pela primeira vez. Lass comeu o bolo e sorriu, devorando a fatia rapidamente e pedindo por outra.

Lire olhava abismada o que estava acontecendo, nunca viu Lass sorrir tantas vezes assim, e parecia que a cada lembrança que o albino tinha, mais bonito ele ficava, mais o seu cabelo ficava liso e seus olhos mais brilhantes, seus cílios mais longos, cada vez mais bonito.

Após isso todos voltaram a seus afazeres, Romeo virou ferreiro, Victor virou professor e dava aulas na vila vizinha, e Leo vendia as armaduras que Romeo fazia, já Cristina possuía uma loja de flores, herdada de sua tia.

Já Lire e Lass decidiram ficar mais um dia na vila, e portanto voltaram para o hotel que estavam ficando para pegar suas coisas, pois Iris basicamente os obrigou a ficar na pousada. Ambos pegaram tudo o que tinham e foram para a pousada, Lass trazia as malas mais pesadas e Lire as amostras colhidas durante o caminho e após dez minutos de caminhada já estavam na pousada.

Íris deu a chave do quarto que o albino ficou quando foi lá da primeira vez. Ao entrarem se surpreenderam com o tamanho do quarto, pois era o maior que tinha. Lire ficou com a cama próxima a porta e Lass com a próxima a janela.

O albino colocou as coisas sobre a cama enquanto era tomado de lembranças, e em todas as lembranças havia alguém consigo, mais o jovem não conseguia se lembrar do rosto ou da voz dessa pessoa, não importava o quanto tentasse.

Ambos decidiram tomar um banho, Lire foi primeiro, a jovem preferiu tomar um banho rápido de chuveiro e logo saiu, já Lass preferiu tomar um banho de banheira, e após vinte minutos Lass saiu já tomado banho e com a toalha nos cabelos.

–Lire, posso te pedir um favor? – perguntou Lass.

–Claro – falou a loira, sorrindo.

–Seca os meus cabelos? – pediu o albino, olhando para o lado, pois não conseguia encarar a elfa.

Lire riu baixo e pediu que Lass se sentasse, algo que o albino fez sem questionar e logo a loira começou a secar os cabelos alvos de Lass com muito carinho. Após isso resolveram ir dormir, mesmo que o sol ainda estivesse alto, pois estavam cansados da viajem.

Elesis e Jin vieram em uma caravana que levava suprimentos como vinho e iguarias para as outras vilas, viajaram por duas vilas em apenas um dia de viagem, porem tiveram que trocar de caravana para chegarem a uma das maiores vilas chamada “Ulduz”, o dono da caravana disse que é muito fácil se perder no caminho e que se pode demorar até duas semanas para voltar a trilha correta, mais que como ele conhecia o caminho, estariam chegando a vila de manha.

Junto com eles uma jovem muito bonita veio na caravana , durante a viagem a garota presentou-se como Ana, disse que havia ido a outra vila em busca de ervas medicinais que cresciam pela região, a jovem também disse que sua mãe era dona de uma pousada e que se quisessem poderiam dormir lá, claro que Elesis e Jin aceitaram, principalmente pelo preço acessível que Ana fez para ambos por um quarto.

Como o condutor prometeu, chegaram pela manha na vila, passaram por um arco cor de prata com o nome da vila escrito, o condutor parou na primeira loja de vinhos para realizar a entrega e disse que dali voltaria novamente para Lalus, Elesis e Jin agradeceram a carona e seguiram Ana pela vila. Após dez minutos de caminhada Ana lhes avisou que estavam próximo, foi quando Elesis avistou Lass parado os encarando fixamente.

Lass resolveu dar uma volta pela vila junto com Lire, ambos acordaram cedo e sem ter o que fazer resolveram andar e olhar as lojas, pois talvez tivesse algo que valesse a pena. Afastaram-se um pouco da hospedaria, e logo acharam uma boa loja de acessórios, ficaram lá por quase meia hora até que decidiram andar um pouco mais. Assim que saíram, Lass olhou para frente e seus olhos travaram na figura feminina que estava parada a poucos metros de si, e não foi preciso ninguém lhe dizer que aquela moça era ninguém mais ninguém menos que a própria Ana.

Ao ver a moça, foi como se todas as lembranças que havia tido até aquele momento fossem meras historias. Todas as suas lembranças voltaram de uma única vez, Lass lembrou-se de absolutamente tudo, desde o momento em que Lupus o retirou daquele circo, até quando o moreno quase morreu para salva-lo.

Lire ao olhar para frente viu uma moça muito bonita loira de olhos dourados, porem o que chamou a atenção da loira foi o fato de Jin e Elesis estarem um pouco atrás da mesma. Lire então voltou seus olhos para Lass, que estava com a mão na cabeça com um expressão leve de dor, porem a expressão de dor deu lugar a uma expressão calma, e nesse momento Lire teve certeza de que o albino havia se lembrado, lembrado de absolutamente tudo.

Lass ergueu a cabeça e para a surpresa de Elesis e Jin o albino sorriu, um sorriso simplesmente belo. Ana ao ver aquele sorriso começou a chorar, a jovem soltou a bolsa que trazia no chão e correu até Lass, pulando no albino e o abraçando pela cintura.

–Que..Que... – Ana tentava falar, porem desistiu e apenas afundou seu rosto no peito do albino e chorou. O albino acariciou os cabelos loiros e quando Ana erguei a cabeça ele sorriu.

–Senti sua falta – falou Lass sorrindo. Ana o abraçou novamente chorando muito, Lass apenas a envolveu com os braços fortes, reconfortando a menina. Nesse momento Lass olhou para frente, e viu Elesis e Jin olhando para o albino completamente espantados – Er...oi...?

Após o reencontro, todos se juntaram na hospedaria, Lire aproveitou e explicou a situação para Jin e Elesis, e falou para Lass que Lupus já havia lhe contado aquela historia e explicou o motivo do moreno não ter revelado nada e de ter agido como um completo canalha egocêntrico. Elesis não acreditou muito mais concordou, afinal o que podia fazer já que Lass confirmava toda a historia.

Mais após ter suas memorias retomadas, Lass mudou, não somente sua aparecia que segundo Mona estava muito parecido com o Lupus que ela conheceu, mais sua personalidade também, o rapaz ainda possuía o olhar frio e ficava bastante tempo serio, mais ele também sorria com bem mais frequência e naquela noite Mona providenciou uma grande comemoração, aonde todos se divertiram e riram, principalmente Lass.

No dia seguinte todos se despediram, Victor, Leo, Romeo, Cristina, Ana, Iris e Mona choraram, porem Lass não derramou nenhuma lagrima e saiu da vila com um sorriso no rosto. Os quatro seguiram pela estrada e dessa vez pegaram o caminho certo, chegando ao porto em apenas dois dias.

Os quatro chegaram no porto e por sorte o navio que estava partindo para Vermecia ainda estava no porto. Os quatro embarcaram e em um dia e meio já estavam de volta no QG. Ao chegarem, todos os membros estavam lá, Lupus estava de pé no meio da sala, falando com Lothos, no mínimo relatando o resultado de sua missão. Quando a atenção de todos foi voltada para o grupo que havia acabado de chegar.

Lire e Elesis entraram primeiro enquanto Lass e Jin deixavam as amostras encima da mesa para que Lothos pudesse ver. Lire e Elesis combinaram de entrar com uma cara triste, como uma vingança por todas as maldades que Lupus havia feito com elas.

–Como foi a missão em Erisis? – perguntou Lothos, Lupus arregalou os olhos, principalmente ao ver a cara de tristeza que as duas tinham.

–O Lass..ele... – começou a Lire com pequenas lagrimas falsas nos olhos.

–Não... – sussurrou o Lupus.

Porem antes que as duas pudessem assustar mais o moreno, Lass e Jin entraram pela porta, comentando sobre as plantas. Lupus ao ver a aparência de Lass arregalou os olhos, Lass ao vê-lo fez algo que ninguém imaginou. Lass correu e abraçou o irmão.

–Ni-ni – chamou o jovem, rindo.

Lupus arregalou os olhos, porem sua expressão se suavizou, virando um sorriso extremamente carinhoso.

–Bem vindo de volta – falou o moreno, sorrindo e acariciando os cabelos brancos.

–Estou em casa – falou Lass, sorrindo.

Lass erguei a cabeça e retirou os brincos que o irmão usava, a mudança foi instantânea, e ali estava o Lupus que Lass conheceu. Toda a Grand Chase arregalou os olhos, enquanto Lass sorria em uma expressão fofa, algo que ninguém nunca tinha visto.

Lothos sorriu e bufou de leve, olhando a cena.

–Francamente, quer dizer que todas as minhas broncas poderiam ter sido evitadas? – falou Lothos, olhando para o moreno, que sorriu.

–Lamento os problemas – falou Lupus – Obrigada por me ajudar a me infiltrar.

–In..filtrar...? – falou Elesis.

–Espera um pouco! – falou Ronan, chamando a atenção para si – O que diabos esta acontecendo?!

Todos os membros concordaram que era necessário uma explicação. Todos foram para a cozinha aonde tinha a maior mesa e se sentaram. Lupus começou a falar, contando que mais da metade do que disse era mentira, até mesmo o próprio Lupus que eles conheceram era uma mentira, e explicou como pode a situação.

–Tá, mais e a Lothos, ela sabia de tudo? – perguntou Ronan.

–Sim – falou a capitã – Eu conheci o Lupus quando era criança, há uns vinte anos atrás. Dez crianças haviam sido capturadas e levadas para a floresta por uma alma fugitiva, eu estava entre as dez crianças.

–E o Lupus te salvou...? – falou Lin, olhando para o caçador.

–Sim, e ele cuidou de nós até chegarmos à vila novamente – falou a capitã – Foi um passeio bem divertido, gostaria de repeti-lo um dia.

Lupus riu baixo, pois lembrava-se bem da missão.

–Mais você não disse que tem vinte e um anos? – lembrou Arme.

–E eu tenho vinte e um anos na idade dos aros – falou Lupus – Em idade humana eu teria aproximadamente cento e cinquenta anos – todos encaram o moreno, surpresos.

Enquanto todos conversavam, Lass pegou a mão do moreno discretamente e colocou sob sua cabeça, em um pedido silencioso por carinho, Lupus ao notar isso, riu baixo, encarando a feição avermelhada de Lass.

–Não acha que está um pouquinho grande para isso? – perguntou Lupus. Lass balançou a cabeça negativamente, ficando mais corado, “realmente adorável” pensou Lupus rindo e acariciando os cabelos brancos de Lass.


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal! Obrigada a todos que leram e comentaram! Espero ve-los em breve em outras historias!

Atenciosamente Blood Roses.