Apenas Uma Historia escrita por Blood Roses


Capítulo 2
Lembranças Pt 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, aqui esta o segundo capitulo. Inicialmente eram para ser somente três capítulos, porem resolvi dividir o segundo capitulo em duas partes, e por isso é bem possível que a quantidade de capítulos passe de três para cinco hahah

Obrigada a todos que leram e comentaram. Fantasminhas, podem comentar ta? Não mordo viu ^^



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Capitulo dois

Lembranças - Chegada.

Lass levou alguns minutos para se acalmar, quando finalmente conseguiu controlar sua respiração, afastou-se do moreno com as bochechas levemente coradas. Lupus riu levemente, até ouvir o mesmo barulho de rugido vindo da barriga do albino.

–Eu vou fazer algo para comermos – falou Lupus rindo novamente, enquanto Lass abaixava a cabeça, corado.

Lupus levantou-se e seguiu em direção a bolsa, mexeu um pouco nela e pegou o que precisava, uma maleta de tamanho médio de coloração preta. O moreno seguiu para fora e utilizando uma pedra de apoio, abriu a maleta, que continha um jogo de facas, utensílios de cozinha e alguns vidros com temperos variados.

O caçador pegou os dois coelhos que havia caçado e longe da vista de Lass, retirou a pele dos animais, sem seguida descarnou o animal com estrema habilidade e cortou a carne em pedaços médios. Lupus voltou novamente a bolsa e pegou uma panela e um apoio de metal, arrumou tudo encima da fogueira que agora estava bem acessa e começou a preparar a carne.

O cheiro delicioso da carne fritando encheu o ambiente, fazendo a boca do albino salivar, Lass observava tudo com olhos atentos, vendo quando o caçador pegava os frascos com diversos pós e colocava na panela, mexendo sempre, enquanto o cheiro gostoso saia dali.

Em seguida, Lupus pegou uma lata e a abriu, derramando um molho vermelho na panela, em seguida pegou outra lata, abriu da mesma maneira e jogou a agua fora e colocou os macarrões pré cozidos no molho de tomate com a carne, e deixo ferver por alguns minutos enquanto colocava mais lenha na fogueira.

Enquanto Lupus cozinhava, Lass se perguntava o porquê de o moreno ter tudo aquilo, e como que aquilo tudo cabia dentro da bolsa mediana que ele tinha, porem suas duvidas sumiram ao ver o moreno pegando duas tigelas e servindo a comida. Lupus ofereceu ao menino primeiro junto com uma colher, Lass pegou a tigela e colocou desajeitadamente uma bela colherada na boca, queimando a língua. Lupus ao ver isso, acabou rindo levemente.

–Seu bobo – falou ele sorrindo – Esta quente.

Lass olhou o molho sentindo sua boca salivar, e dessa vez pegou um pouco de molho e assoprou, quando achou que estava frio o suficiente colocou na boca, deliciando-se com o sabor delicioso que o molho possuía. Lupus observou o garoto comer, vendo o modo desajeitado que o menino pegava na colher, e como ele conseguia sujar a boca com o molho vermelho, simplesmente adorável.

Lass comeu três tigelas até se dar por satisfeito, o pequeno colocou a tigela no chão e virou-se para Lupus que o observava com um sorriso no rosto.

–Satisfeito? – perguntou, enquanto comia a ultima colherada do molho. Lass balançou a cabeça positivamente – Que bom.

Lupus olhava o rosto sujo de molho do menor quando um vento forte e frio veio ao encontro dos dois, pegando fortemente nos ferimentos de Lass. O pequeno contorceu-se e gemeu de dor quando o vento frio e com poeira tocou nas feridas em suas costas e ombros.

Lupus, ao ver o pequeno gemendo de dor, correu até o menor que o olhou com os olhos cheios de lagrimas.

–Acho que esta na hora de tomas um banho – falou Lupus, sorrindo enquanto secava as pequenas lagrimas que escorriam dos olhos azuis do albino.

Lupus foi até a bolsa e pegou um frasco contendo um pó prateado cujo qual ele destampou e jogou na agua, Lass pode ver os peixes e os animais que viviam ali fugirem, seguindo o sentido do rio, em seguida, Lupus retirou sua luva e mordeu a ponta do dedo para então colocar a mão no chão, Lass viu a agua começar a brilhar e um muro de terra se formar na beirada da lagoa fazendo um formato de “u”, separando uma pequena parte do resto.

Lupus levantou-se do chão e esticou a mão para frente, quatro bolas de fogo azul começaram a se formar na frente e começaram a abaixar e adentraram na agua fazendo um barulho alto de chiado e muito vapor começou a sair da agua que havia sido isolada pela parede de terra.

O caçador então aproximou-se da margem e colocou sua mão na agua quente e sussurrou algumas palavras, o efeito foi instantâneo. Algo começou a sair de sua mão, parecia tinta preta espalhando-se pela agua até que a cobriu, para em seguida brilhar com uma coloração verde clara.

Lupus então virou-se para o menor, convidando-o a entrar. Lass estava apreensivo, porem retirou as roupas que usava e entrou na agua, sentindo a agua quente tocando a pele e os ferimentos, porem em vez de sentir dor, o pequeno sentiu um enorme alivio.

Lupus observou a criança retirando as roupas de vagar, viu o pequeno aproximar-se da agua e colocar somente um pé, para então entrar a passos lentos na agua. O moreno observou a cara de alivio que o pequeno fazia ao sentir a agua quente tocando seus ferimentos e os curando.

–Como esta a agua? – perguntou Lupus, sentado como índio na beirada do rio, observando Lass brincar levemente na agua.

–Esta ótima! – falou Lass dando um largo sorriso em seguida. Lupus o olhou surpreso, pois até aquele momento o albino não havia sorrido nem uma única vez. Porem ao olhar a cara de confusão que o pequeno fazia, relaxou sua expressão.

–É mesmo? – perguntou ele, sorrindo e vendo o albino balançando a cabeça alegremente.

Lass observou atentamente quando o caçador levantou-se da beirada da agua e seguiu em direção a fogueira que estava quase apagando, em seguia o moreno foi até sua bolsa magica e começou a mexer nela, colocando seu braço até o ombro dentro da bolsa, de lá, Lupus tirou uma camiseta branca de botões, a mesma que usava, abriu a peça e olhou para o albino que o observava com olhos atentos.

Não era preciso dizer que a camisa ficaria enorme, porem era melhor do que o macacão listrado e sujo que o menor usava, em seguida, Lupus retirou duas toalhas brancas e fofinhas de dentro da bolsa. O moreno levou as toalhas até uma pedra que estava perto do rio.

–Pode ficar o quanto quiser – falou ele sorrindo e depositando a toalha encima da pedra – Se a agua esfriar, me avise.

Lass acenou positivamente e voltou a andar pela agua quente e cristalina com um sorriso singelo nos lábios. O pequeno não se lembrava de ter tomado um banho como aquele, já que seus banhos no circo se resumiam a ser despido a força e levar alguns baldes de agua fria. O pequeno afundou o rosto na agua e passou a observar o fundo do rio composto de pequenas pedras coloridas e redondas.

Lupus adentrou a caverna e começou a arrumar melhor as camas, esticou a coberta sob o colchão que Lass havia dormido, em seguida, pegou um pouco do mesmo pó que havia jogado no rio e espalhou um pouco envolta das camas para afastar os bichos, principalmente as aranhas. O moreno levou mais ou menos dez minutos para arrumar e verificar tudo, e quando saiu teve a visão de um Lass risonho e tonto dentro da agua com vapor.

–Lass.... – chamou ele, meio receoso. O pequeno virou-se para ele completamente zonzo e corado, dando risadinhas estranhas – Acho que esta na hora de sair dai....

Lupus aproximou-se da borda com uma toalha em mãos, esperando o menos se aproximar. Lass veio andando vacilantemente, sentia sua cabeça leve e seu rosto e corpo excessivamente quente. Ao sair da agua, acabou pisando em falso e devido a sua tontura quase caiu.

–Opa – falou Lupus rindo, enquanto Lass o olhava com uma cara de bobo e dava risadinhas.

Lupus sentou-se no chão como índio e começou a secar o menor, observando a pele acinzentada e as escamas em seu rosto, porem o que realmente chamou sua atenção foram as diversas cicatrizes nas costas, braços e barriga do menor. As cicatrizes eram de chicotadas, algumas de queimados, haviam também alguns hematomas espalhados nas pernas, fora que o albino estava extremamente magro.

Lupus secou o corpo magro e colocou a camisa, em seguida começou a secar os cabelos de Lass, enquanto secava, Lass ainda sorria, porem não se sentia mais zonzo, estava apenas relaxado e estranhamente cansado.

Lass estava tão cansado que dormiu enquanto Lupus secava os cabelos alvos, encostado contra o corpo do maior. Lupus secou seus cabelos e o levou para dentro da caverna, colocando-o com cuidado no colchão e o cobrindo com a coberta, em seguida, também foi se preparar para ir dormir também.

Lass acordou primeiro que Lupus no dia seguinte, o pequeno acordou receoso de que tudo que havia acontecido na noite anterior tivesse sido somente um sonho, porem ao perceber a cama fofinha e a coberta limpa na qual estava enrolado, suspirou aliviado e sorriu timidamente abraçando-se ao tecido felpudo.

O menino ainda curtia a cama fofinha quando ouviu um barulho atrás de si, ouviu o barulho de roupas e metal, após algum tempo a visão do moreno se fez presente. Lupus levantou e se vestiu com o maior silencio que conseguiu, porem ao olhar em direção ao menor, deparou-se com duas orbes azuis o encarando.

–Bom dia – falou Lupus, sorrindo. Lass sorriu timidamente.

–Bom dia – falou ele baixinho.

–Como se sente, você me deu um grande susto ontem – falou o moreno sorrindo e se abaixando, enquanto Lass sentava-se na cama.

–Estou bem, só estou com sede – falou o menor sorrindo e arrumando o ombro da camisa extremamente grande que usava.

Lupus entregou ao menino sua antiga roupa , Lass pegou a roupa com um pouco de receio porem a roupa agora estava limpa e cheirosa, Lass olhou com um olhar interrogativo para o moreno.

–Eu lavei ontem enquanto você dormia – explicou o moreno – Eu não trouce nenhuma roupa que coubesse em você, então até chegarmos em uma vila, vai ter que usar essa.

Lass olhou para o moreno, em seguida abaixou a cabeça e falou bem baixinho.

–Por que... – falou o albino, porem Lupus não conseguiu ouvi-lo – Por que esta fazendo tudo isso por mim?

Lass ergueu a cabeça encarando os grandes olhos vermelhos de Lupus, seus olhos azuis estavam marejados, seus ombros tremiam levemente. O moreno se abaixou e mais uma vez abraçou o albino. Lupus acariciou os cabelos alvos e falou com a voz baixa e carinhosa.

–Eu só acho que estou fazendo o meu trabalho – falou Lupus, sorrindo – Meu trabalho como irmão mais velho... – Lass arregalou os olhos e afastou-se do abraço do irmão, que o olhava sorrindo – Eu sinto muito por ter demorado tanto tempo.

Lupus falou isso enquanto secava as lagrimas que estavam nos olhos azuis. Lass olhou o moreno e sorriu enquanto se aproximava e o abraçava, tentando passar os braços curtos e finos envolta do corpo delgado do moreno.

–Irmão... – sussurrou o menino com um sorriso gentil nos lábios.

Após o ocorrido, Lupus levantou-se e começou a arrumar o acampamento enquanto Lass vestia seu antigo macacão, o pequeno não possuía sapatos, então Lupus pegou sua camisa e a rasgou, enrolando o tecido nos pés pequenos no albino.

Lupus e Lass seguiram pela floresta por aproximadamente três dias. Nesse meio tempo, Lass foi perdendo a coloração acinzentada de sua pele e as escamas foram caindo até não sobrar nenhuma, no final do terceiro dia Lass já possuía uma aparência idêntica a dos humanos.

Nos três dias que se passaram, Lass encheu Lupus de perguntas sobre absolutamente tudo que via, desde pequenas plantas até sobre nuvens e animais, Lupus respondia como podia as perguntas, vendo Lass absorver cada palavra que o maior dizia, aprendendo e memorizando tudo.

–Ni-ni – chamou o menor. Lupus não sabe dizer quando necessariamente Lass começou a chama-lo assim, porem preferiu não questionar, gostava do modo carinhoso que o menino o chamava – Ainda falta muito para chegarmos? – perguntou ele, com os olhos repletos de curiosidade.

–Hum.. – falou Lupus, olhando uma pequena bussola que trazia – Acho que chegaremos hoje, durante o entardecer.

–Tá – falou o menor, um pouco receoso.

Lupus olhou para Lass, percebendo que o menor estava receoso. O moreno então, em um movimento rápido, pequeno o albino e o colocou em seus ombros.

–Não tem por que ficar com medo – falou Lupus sorrindo – Eu vou te proteger, não pretendo deixar ninguém te fazer mal.

Lass olhou nos olhos escarlates de Lupus por algum tempo, para sorrir em seguida, falando um “Sim” enquanto sorria.

Lupus e Lass chegaram durante o por do sol em uma vila. A vila em si era pequena, deviam ter no máximo cem pessoas vivendo ali. Assim que entraram, Lupus foi a procura de uma loja de roupas, pois o pequeno precisava de uma roupa nova.

Enquanto andavam, os moradores os olhavam surpresos, afinal era muito difícil ter forasteiros ali. Enquanto andavam pela cidade, o moreno viu uma pequena pousada, ao lado da pousada uma casa que vendia frutas, verduras, legumes e etc. os dois caminharam pela rua principal por mais ou menos dez minutos, até que ao final da rua, havia uma casa de alfaiataria.

Por todo o caminho Lass veio andando acuado ao irmão, segurando fortemente sua mão. Quando ambos entraram na loja, uma moça alta de cabelos roxos os cumprimentou, com as bochechas coradas.

–B-bem vindo – falou ela, olhando admirada para Lupus.

–Olá – cumprimentou o moreno, fazendo a jovem ficar ainda mais vermelha – Eu gostaria de saber se vocês tem roupas infantis.

–Roupas infantis..? – falou a garota, olhando estranhamente para o moreno.

–Sim, para ele – falou o moreno, colocando Lass para frente, para que a moça pode-se vê-lo. A jovem ficou paralisada ao ver o menino ali, ela então olhou para Lupus e em seguida para o Lass, surpresa.

–A claro... – falou a menina, ligeiramente decepcionada. Lupus ria internamente da reação da garota, vendo que ela possivelmente tinha tirado uma conclusão completamente errada.

A moça virou-se e pegou algumas mudas de roupas que haviam ali e as entregou para Lupus, apontando para o provador que havia no canto. Lupus pegou a primeira muda, composta de um shorts e uma camisa de botões e entregou ao albino, levando-o em seguida para o provador.

Lass entrou e Lupus fechou as cortinas, o menino retirou o macacão e colocou a roupa, mais acabou abotoando a camisa de manga curta totalmente errada, Lupus, ao ver isso começou a rir baixo, fazendo Lass olha-lo envergonhado.

O moreno aproximou-se e arrumou os botões, colocou também a fita preta em seu pescoço dando um belo laço, em seguida, o moreno virou o garoto de frente para o espelho, ele estava simplesmente adorável. Lass ao ver sua imagem refletida quase não reconheceu a si mesmo.

–Gostou? – perguntou Lupus sorrindo. Lass olhou-se mais um tempo e deu uma volta rápida, sorrindo.

–Sim! – falou o menor.

Lupus fizera Lass experimentar mais quatros mudas de roupas, das quatro o albino gostara de três, Lupus aproveitou para comprar meias e sapatos para o menor. Lass colocou os sapatos e a primeira muda de roupa e olhou-se no espelho, sorrindo.

A moça olhou e sorriu para o menor, realmente o albino era simplesmente adorável. Lupus pagou pelas roupas e seguiram para a pousada, no caminho as moças suspiravam ao ver o caçador e os homens pareciam hipnotizado por seu modo de andar e agir, porem Lass sentia-se extremamente incomodado com toda a atenção dirigida ao irmão.

Ambos entraram na pequena pousada e foram atendidos por uma mulher de uns trinta anos que mostrou a eles o quarto que poderiam ficar, Lupus pagou adiantado pela noite. Ambos seguira pelo corredor aonde ficavam os quartos.

O quarto em si não era luxuoso, havia apenas uma cama de casal, um guarda-roupa e um banheiro, tudo de madeira clara com paredes de cor caramelo. Lupus seguiu até o banheiro que era composto de uma pia, um vazo sanitário e uma banheira grande de porcelana branca.

O moreno ligou a banheira, colocando-a para encher e voltou para o quarto, pegando um Lass sentado na cama com uma expressão emburrada.

–Qual o problema? – perguntou o moreno, estranhando o jeito do albino.

–Ni-ni, por que aquelas pessoas ficavam olhando daquele jeito para você? – perguntou o menino irritado. Lupus arregalou os olhos – Eu não gosto disso...

Lupus olhou para o menino por um tempo, mais logo começou a rir não acreditando no que estava ouvindo. É claro que o moreno percebeu o jeito que as pessoas o olhavam, mais não imaginou que Lass ficaria com ciúmes. Quando Lupus começou a rir, Lass olhou para o moreno, ficando um pouco corado.

–Está tudo bem Lass – falou o moreno, fazendo cafune na cabeça de Lass, bagunçando os cabelos albinos – Deixe-os olhar, não me farão mal algum.

–Mais... – começou o menino

–Mais nada – falou o moreno – Agora vai tomar banho por que vamos partir amanha de manha.

O albino sorriu e se levantou indo em direção ao banheiro. O pequeno retirou a roupa nova com cuidado e a colocou com cuidado sob a pia, em seguida entrou na banheira já cheia e começou a se banhar. Enquanto o pequeno tomava banho, Lupus sentou-se como índio no centro do quarto e liberou seu poder, vasculhando cada lugar em um raio de trinta quilômetros, ao fazer isso, o moreno sentiu uma massa de poder negro vindo em sua direção, estavam longe, mais seguiam o rastro de magia que o moreno exalava.

Frustrado, Lupus suspirou e pegou sua bolsa, retirando de lá uma pequena caixa de veludo aonde havia um brinco relativamente longo com um pingente de coloração branca na ponta. Lupus colocou o brinco, a pedra antes clara começou a ficar com uma coloração avermelhada e conforme a cor se intensificava, mais zonzo o moreno ficava.

Lass tomou o banho e se secou, colocando a camisa extremamente grande que Lupus lhe dava para dormir e saiu do banheiro. Ao sair, Lass viu Lupus deitado no chão, o moreno estava mais pálido que o normal e respirava rápida e descompassadamente.

–Ni-ni! – chamou o menor, indo em direção ao mais velho. Lass ajoelhou-se no chão assustado.

–Calma – falou Lupus, abrindo os olhos e sorrindo – Eu estou bem.

Lass suspirou aliviado, mais manteve-se atento ao irmão. Lupus se levantou, porem a tontura o abateu, fazendo o moreno apoiar as duas mãos no chão e começar a suar frio. Lass observava tudo de perto com os olhos repletos de preocupação.

Lupus xingava-se mentalmente, sabia o que acontecia ao colocar um selo daquele nível sem uma preparação antes, mais não achou que fosse ficar tão mal assim. O moreno levantou-se do chão com bastante dificuldade e seguiu em direção ao banheiro, Lass veio ao seu lado, ajudando-o a andar, e apesar de não fazer quase nenhuma diferença, Lupus agradeceu mentalmente à companhia do menor.

O moreno foi em direção ao banheiro, retirou as roupas um pouco atrapalhado, já que sentia que iria cair sempre que se afastava da parede. Lass ajudou o irmão até a entrada do banheiro, então o moreno pediu que o solta-se e disse para o menor ir se deitar e dormir, porem mesmo com a luz apagada Lass mantinha-se acordado e muito preocupado.

Lupus entrou na banheira quente e relaxou um pouco, tentando controlar a forte tontura que sentia, ficou dentado na banheira por mais ou menos meia hora, nesse meio tempo sua tontura diminuiu consideravelmente, pois o moreno já conseguia andar sem ficar se apoiando totalmente na parede.

O moreno entrou no quarto, encontrando um albino sentado com as costas apoiadas na cabeceira da cama, o menino ao ver o irmão andando sorriu aliviado. Lupus aproximou-se da cama e deitou, cobrindo-se em seguida.

Lass dentou também e rapidamente abraçou o irmão de maneira ligeiramente possessiva, fazendo Lupus rir levemente com o ato do albino, porem estava cansado da viagem e acabou dormindo rapidamente.

Lupus acordou no dia seguinte sentindo um pouco de desconforto, porem a tontura havia passado o que em si já era motivo para se comemorar. O moreno foi se levantar em silencio, porem Lass estava dormindo abraçado em sua cintura e parecia não ter planos de solta-lo tão cedo, vendo o menino dormir tão profundamente, Lupus desistiu de levantar, deixaria o menino dormir um pouco mais.

O sol já estava nascendo quando o moreno decidiu que era hora de levantar, com carinho, Lupus assoprou a orelha de Lass que despertou lentamente, resmungando um pouco.

–Bom dia dorminhoco – falou o moreno, sorrindo – Esta na hora de levantar.

–Mais já? – choramingou Lass, abraçando mais forte a cintura de Lupus.

–Sim – falou o moreno, retirando a coberta que ambos usavam – Já!

O moreno se livrou do aperto carinhoso do albino e se levantou, retirando a calça de moletom larga que usava e colocando uma calça jeans preta, uma camisa branca e um sobretudo leve preto, colocou também o cinto com suas armas e um par de botas.

Lass preferiu colocar uma calça longa preta, uma camiseta cinza, nós pés colocou o mesmo sapato que ganhara no dia anterior. Lupus revisou o quarto, olhando tudo para ter certeza de que não estavam esquecendo nada. Após olhar tudo, ambos foram em direção a entrada, aonde um cheiro gostoso de café fresco vinha.

Ambos seguiram até o refeitório da pousada, aonde havia um pequeno bufe montado, aonde haviam pães, bolo de fubá, ovos mexidos e presunto frito. Lupus pregou uma xicara e se serviu do café, em seguida pegou dois pratos aonde colocou ovos mexidos, duas fatias de presunto frito, aproveitou e pegou um copo de suco. Enquanto Lupus se servia, Lass sentou-se em uma das mesas e esperou pacientemente pelo irmão.

Lupus foi em direção a mesa em que Lass estava e colocou na frente do albino um do pratos com ovos mexidos e presunto frito, colocou também o copo de suco de laranja que trazia consigo, Lass pegou o garfo e a faca desajeitadamente e começou a comer enquanto Lupus bebericava o café amargo, apesar de preferir coisas doces, o moreno gostava de tomar uma xicara de café amargo pela manha.

Após tomar um pouco do café Lupus pegou o garfo e a faca e começou a comer, Lass vendo o modo como o moreno segurava seus talheres tentou copia-lo, falhando nas primeira garfadas, Lupus vendo isso deu uma risada discreta.

Ambos terminaram de comer e foram em direção a recepção aonde a dona do local os esperava, Lupus entregou a chave e ambos saíram, seguindo a estrada até a próxima vila. Lass e Lupus passaram por mais quatro vilas pequenas, em cada vila, o moreno comprava roupas e calçados para o albino, e ficavam apenas uma noite e já seguiam para a próxima vila.

Já fazia quase um mês e meio que estavam daquele jeito, nesse meio tempo, Lupus começou a ensinar Lass a o básico de etiqueta, assim como matemática. Lass acostumou-se a dormir na floresta, e passou a ajudar Lupus em suas caçadas em busca de comida, o albino mostrou-se ser extremamente habilidoso e rápido em escaladas e corridas, e apesar de Lupus preferir não ensinar isso ao albino, pelo menos não naquela idade, mais se viu sem escolha quando o menino pediu para que o moreno o ensinasse, com aqueles grandes e adoráveis olhos azuis.

Ficaram nesse ritmo até que chegaram em uma vila bem maior que as outras, haviam mais ou menos quinhentos habitantes nessa vila, além do fato de ela ficar bem mais próxima do mar do que as demais vilas que haviam passado.

Ambos chegaram na cidade com o dia amanhecendo, as lojas estavam se abrindo e se preparando para o longo dia, como de costume o moreno chamou bastante a atenção de todos, fazendo todos olharem em sua direção, como se ele fosse um imã, Lass segurou fortemente a mão de Lupus, um pouco receoso.

O moreno chegou e foi procurar uma pousada, achou uma rapidamente. A pousada era razoavelmente grande, na frente havia uma menina de no máximo oito anos varrendo a entrada.

–Olá – falou Lupus para a criança, que o olhou encantada – Vocês já estão abertos?

A pequena balançou a cabeça positivamente e esticou a mão apontando para dentro, seu rosto estava incrivelmente corado, o que constratava bem com os olhos dourados e os cabelos loiros.

Lupus adentrou o local e Lass o seguiu, a menina ao ver o albino deu um sorriso e acenou discretamente, Lass ao ver aquele sorriso corou levemente. Lupus observou de canto de olho a cena e sorriu de lado, finalmente o menino parecia estar perdendo o medo.

O moreno entrou no local e logo viu um grande balcão, atrás do balcão havia uma mulher de uns trinta e cinco anos, a mulher possuía cabelos loiros e olhos dourados, idênticos ao da menina pequena que estava varrendo a calçada.

Lupus escolheu um dos maiores quartos, que possuía duas camas de casal, uma pequena sala e um banheiro, a mulher lhe entregou a chave com o rosto ligeiramente vermelho, seus olhos dourados simplesmente não desgrudavam do rosto belo do moreno.

–Que homem bonito – falou a mulher, sorrindo abobadamente enquanto Lupus subia as escadas.

Os dois subiram e foram ao final do corredor em direção a porta de madeira escura com o numero 0 em dourado. O moreno abriu a porta e adentrou sendo seguido de perto pelo albino, porem o menino ao ver o quarto saiu na frente, jogando-se na cama de casal.

–Gostou? – perguntou Lupus, encostado na porta.

–Sim – falou o menino, sorrindo.

–Que bom, pois vamos ficar aqui um bom tempo – falou o moreno, colocando a bolsa que carregava encima do sofá cor de caramelo que havia ali. Lass sentou-se na cama com um olhar confuso.

–Como? – perguntou o menino.

–Isso mesmo que você ouviu – falou Lupus, rindo internamente da cara fofa e confusa que Lass fazia – Vamos ficar aqui por algum tempo.

–Quanto tempo? – perguntou o menino.

–Quem sabe? – falou o moreno, com um sorriso travesso nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Ai esta o segundo, não sei quando sai o próximo, portanto, aguardem ansiosamente =D

Obrigada por lerem, e não esqueçam de comentar, pois isso motiva o autor a escrever mais e mais.

Até o próximo.

Atenciosamente Blood Roses.