RED velvet escrita por Juliana Moraes


Capítulo 8
Body of proof


Notas iniciais do capítulo

Apartir desse cap. a estória começa a desenrolar mais rapidamente, e MUITA coisa vai acontecer.

Boa leitura!



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Londres; The West End; Sala de interrogatório; 4:55pm.

– Suas digitais foram encontradas na lata de tinta usada para pichação na Westminster. – Colocava algumas fotos em sua frente, conforme iria contando a história. – Um corpo foi encontrado no maquinário do Big Bem, no exato momento em que as pichações foram concretizadas. – Ele parecia espantado ao encarar os olhos sem cor, devido a maneira como morreu, que pediam socorro. – O que tem a me dizer sobre isso, senhor Winx?

– Eu... eu não sabia... eu... eu fui pago para fazer aquilo...

– Quem pagou? – Jasper entrou na sala assustando a ambos.

– Um homem, eu não sei o nome dele.

– Descreva-o. – Ordenei.

– Alto, muito alto, ele usava um casaco preto com capuz que tampava metade de rosto e a outra metade é coberta por uma máscara... eu só me lembro disso.

– Onde o encontrou? – Jasper puxou a cadeira ao meu lado e sentou-se como se alguém tivesse o convidado.

– Deixaram uma TV e todos as mensalidades da minha faculdade pagas, havia um envelope dizendo o que tinha que fazer... – Ele encarava Jasper o tempo todo, desviando o olhar de mim, provavelmente com medo. – As instruções diziam que eu tinha que encontra-lo no beco perto da London Eye, usar aquelas tintas para pichação e escrever quantas vezes fosse possível os números 457, quando fui pegar as tintas ele estava lá e meu deu uma boa grana para ficar de bico fechado. – Suas mãos tremiam e sua voz começava a falhar devido ao desespero. – Olha, eu tenho um irmão de onze anos que está voltando da escola e quando não me achar ficará desesperado. Tudo o que fiz foi para que ele pudesse jantar no dia seguinte...

– Está dispensado. – Jasper levantou-se e abriu a porta da sala para que o garoto saísse, agradecendo-o mil e uma vezes.

– Está louco? – Enfrentei o grandalhão na minha frente, irritada com tal ato. – Ele pode ser cúmplice do 457, West! – Gritei.

– Ele não sabia o que estava fazendo.

– Poderia não saber, mas fez!

– Detetive Reid, um garoto que perde os pais e não tem onde cair morto não faria coisas assim, não quanto uma criança depende dele para se manter saudável. – Deu de ombros e caminhou para fora da sala, deixando-me sozinha com meus blefes.

Mesmo Jasper estando coberto de razão, o ignorei por simplesmente ter feito algo sem antes ter falado comigo. Não me importo de dispensar um suspeito assim, o único problema era que se algo viesse a ocorrer com esse caso e Danny estiver envolvido, quem levará a culpa por tê-lo liberado será eu.

– Charlotte! – Ethan correu em minha direção, no corredor tumultuado. – As linhas pontilhadas e as coordenadas indicam um lugar e adivinha? – Pedi em meio a gestos para que não parasse de falar. – As coordenadas indicam, em metros, o lugar onde o próximo corpo será desovado.

– Qual o ponto de origem? – Perguntei sentindo meu coração disparar.

– O departamento de polícia.

~X~

Londres; The West End; Laboratório de analise comportamental; 6pm.

Todas as cicatrizes deixadas nas costas das vítimas estavam sobre a mesa redonda de discussão. A equipe estava reunida para passar um perfil ao policial e descobrir o próximo local de desova.

A maioria dos policias estavam em nossa frente esperando que o aviso de alerta e busca fosse dado.

– É um homem alto, sempre vestido com roupas escuras, geralmente preta. Pele clara, deve ter em torno de vinte oito a trinta e cinco anos...

– Foi visto usando máscara várias vezes, é provável que contenha uma cicatriz. – Interrompi Ethan, que não se importou. – Ele é químico e possuí muito dinheiro, deve se esconder em algum porão de uma mansão ou em um galpão de bairro simples, onde não há policias rondando.

– Fiquem atentos ao departamento, nosso assassino demonstrou interesse nas nossas instalações. – Ethan finalizou as informações e com gestos permitiu que fossem dispensados.

Encarei Derik e Jasper encarando friamente o computador em sua frente.

– Encontraram o próximo paradeiro? – Perguntei aflita.

– Fitzrovia. – Jasper havia enviado o endereço para nossos aparelhos celulares. – Bedford Square com A400.

– Museu Britânico. – Não sei como ainda me surpreendia com os locais escolhidos pelo assassino, todos dignos de serem transmitidos nos noticiários.

~X~

Londres; Fitzrovia; British Museum; 7:23pm.

Os carros, extremamente blindados, chegavam ao local silenciosamente. Nenhum vento poderia soprar na direção contrária, qualquer erro e nosso assassino escaparia feito água por nossos dedos.

Entramos sem dificuldade, já que o segurança do museu era um fanático por policiais e seus crimes. Uma simples frase como “ Você estará nos ajudando a capturar um assassino.” e os portões já estavam abertos para nossa visitação noturna.

Além do próprio terror contido nos museus durante esse período, nada parecia estar fora do normal.

Quadros pela parede, esculturas e estátuas um tanto quanto perturbadoras, pedras com dizeres e iluminação fraca.

Jasper estava em minha frente, sendo o primeiro a entrar em novos cômodos e a verificar se algo parecia errado. Ele obteve as testas franzidas como se não estivesse com medo, mas sim com raiva, o que não combinava com a pose de galã que ele insistia em manter.

– Olhem... – Pediu em meio a sussurros que observássemos a luz vermelha que saia do último cômodo, no fim do corredor.

Dando lentos e cautelosos passos, fomos em direção a luz vermelha e logo foi possível ler a placa que indicava o tema da sala:

“ World’s airplane.”

Jasper não hesitou em entrar rapidamente e assim que o fez, seus braços firmes segurando a arma murcharam e suas expressões se tornaram surpresas.

Entrei logo em seguida e fui pega de surpresa pela turbulência que era esse caso.

Um dos aviões da sala estava em chamas controladas, como somente um bom químico poderia fazer. Havia luzes vermelhas pelo chão que tentavam imitar o sangue escorrendo até nossos pés. Nas paredes, onde os quadros que estavam quebrados no chão deveriam estar, uma frase escrita, também em tons de vermelho, chamou a atenção de todos.

– Eu quero o Red Velvet. – Li cuidadosamente a frase para ter certeza do que estávamos falando.

– Acho que ele não está falando do bolo. – Jasper sussurrou ao meu lado fazendo Derik segurar o riso, inadequadamente.

– Está limpo, não tem ninguém aqui. – Ethan e Harry haviam analisado o local procurando-o nosso assassino. – Ele sabia que viríamos aqui. – Ethan parecia não gostar da situação em que nos encontrávamos, afinal, ninguém gostaria.

– Vamos pegar as evidências e ir embora daqui. – Peguei a máquina fotográfica na maleta e comecei a tirar fotos de cada centímetro daquela imensa sala, todo detalhe era precioso.

Derik espirrava luminol em toda a parede para desvendar se aquela tinta, assim como na tinta usada nas ruas de Westminster, possuía sangue. E para nossa total desaprovação, o luminol brilhou como nunca antes.

Terminei as fotos e ajudei Ethan com as digitais, que como em todos os outros lugares, nunca apareciam.

– Ele utiliza luvas de couro, qualquer digital aqui não será do assassino. – Ele sussurrou desanimado com tal teoria.

– Estamos a espera de um descuido. – Senti o cansaço bater em meu corpo. – Qual sua teoria sobre o que ele quer? – Perguntei interessada no que ele tinha a dizer.

– Fora atenção? Acho que nem ele sabe o que quer.


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Notas finais do capítulo

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See ya later xx