RED velvet escrita por Juliana Moraes


Capítulo 7
West


Notas iniciais do capítulo

Good morning sunshines! Postando na madruga boladona para vocês heim... cheguei da facul ( mega tarde como sempre, maldito trânsito.) e corri para cá.

So, Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/603028/chapter/7

Londres; Shoreditch; Mark’s Pub; 9pm.

– E como veio parar nessa cidade, Jasper? – Lauren parecia interessada demais no grandalhão ao meu lado.

– Talvez o destino tenha me trazido até aqui. – Ele sorriu dando um demorado gole em sua cerveja.

Levantei da mesa onde estávamos e fui em direção ao balcão, pedir outra rodada de cerveja para todos. Após uma dose de tequila com todo o limão que havia no pub, uma cerveja era tudo o que precisávamos para relaxar e deixar a polícia de lado, mesmo que eu ainda esteja usando uma arma.

– Pode nos mandar mais uma rodada de cerveja? – Apontei para a mesa, alguns metros atrás de mim, e paguei o garçom que sorriu ao me atender.

– Detetive Reid. – Uma voz familiar ecoou próximo demais ao meu ouvido. – Lembra dos tempos em que estávamos apenas começando na polícia? Esse lugar era o nosso preferido. – Ethan sentou no banco vago ao meu lado e segurou minha mão desleixadamente.

– Ótimos tempos. – Sorri com toda sobriedade que ainda existia em mim. – Muitas coisas mudaram, não é mesmo? – Encarei a porta do pub, onde um casal entrava demonstrando todo amor que poderia existir entre eles. – Quer me dizer algo, Ethan? – Ele me encarava um pouco aflito.

– Nós deveríamos sair algum dia desses... – Ele corou e eu arregalei os olhos sem saber o que dizer. – Quer dizer, só você e eu.

– Ah... claro! Por que não? – Tentei sorrir para não deixa-lo constrangido e o puxei de volta para mesa, onde todos estavam rindo como nunca antes. – O que foi que eu perdi? – Perguntei sentando novamente em meu lugar.

– Lottie, pode me acompanhar até o banheiro? – Lauren levantou-se e apontou para as portas do fundo, sorrindo feito boba.

Encarava o espelho, retocando todo o batom vermelho apagado de meus lábios, enquanto Lauren falava sem parar de Jasper.

– Ele é incrível... o que acha dele Charlotte? – Ela perguntou e eu me encontrei em um beco sem saídas, já que qualquer mentira vinda de mim ela deduziria rapidamente.

– Jasper? Um irlandês metido a besta... atraente, bonito e... – Me assustei ao vê-lo sorrindo logo atrás de mim. – O que? – Sussurrei tão baixo que somente ele poderia ouvir.

– Reid? – Lauren perguntou puxando a descarga e me fazendo empurrar Jasper para dentro de uma cabine vazia.

– Pode ir, Lauren. Ocorreu um pequeno imprevisto. – Tampei a boca de Jasper que parecia se divertir com tudo isso. – Já estou indo. – Senti meu rosto avermelhar em tons de chinelada.

Esperei até que seus passos estivessem longe o suficiente do banheiro e tirei minhas mãos da boca do belo rapaz em minha frente, que começou a gargalhar feito criança.

– O que foi isso? – Ele murmurou sem folego.

– Eu é que pergunto, o que faz aqui Jasper? Encarei-o com as mãos na cintura, como se estivesse lhe dando uma bronca. – Você ouviu tudo o que...

– Atraente, bonito e... – Ele sorriu torto, me causando arrepios que eu nem mesmo sabia que existiam.

– A parte do metido a besta você também ouviu? – Tentei ignorar o quão próximo estávamos.

– Na verdade, iria te esperar na porta. Ethan me pediu para descobrir o que você acha sobre ele... – Ele retirou as minhas mãos da cintura e as segurou firmemente. – Mas eu não quero saber o que pensa dele, não estou nem um pouco interessado nisso.

– Somos apenas bons amigos. – Admiti sentindo, pela primeira vez, a coragem me faltar. – Se não está interessado em saber meus pensamentos sobre Ethan, o que veio fazer aqui? – Encarei-o confusa.

– Eu vi em um filme que quando uma mulher te perturba, até mesmo nos mais lindos sonhos, você deve beija-la para que esse problema seja resolvido...

– De qual problema estamos falando? – O interrompi.

– Não quero me apaixonar por você. – Sua voz era um sussurro doce acompanhado de seu hálito fresco sabor cerveja, extremamente perto de mim.

– Então não se apaixone. – Sorri sem graça, afastando-o de mim e saindo da cabine onde estávamos. – Há coisas simples que não precisam ser dificultadas. – Ele parecia confuso, ainda na mesma posição que estava segundos atrás.

– Você vai acabar me matando. – Ele riu procurando a graça.

– Acho que no fundo é isso que eu faço, mato pessoas.

~X~

Londres; The West End; Departamento de polícia; Sexta-feira; 1pm.

Sentada ao lado da funcionária, dedicada, do laboratório de analises, eu esperava ansiosamente o resultado da tinta utilizada para a pichação das ruas de Westminster.

– Está pronto, detetive Reid. – Murmurei sorridente com as palavras vindas da boca ressecada da ruiva. – O resíduo encontrado dentro da lata de tinta é o mesmo que estava nas ruas, composta por pigmento orgânico, resina, água, outros aditivos e vários DNAs humano.

– De quantos DNA estamos falando? – Perguntei retirando as folhas de sua mão para uma analise concreta.

– Sete. – Ela cruzou os braços esperando alguma expressão assustadora em meu rosto. – Dois deles batem com o DNA das duas vitimas, Alisson e Megan.

– Ele tem cinco corpos com ele... – Meus olhos se fixaram no nada por alguns instantes e em questão de segundos, estava fora do laboratório rumo a sala de analise comportamental. – Derik! – Procurei o moreno por todos os cantos, encontrando-o dentro da cozinha improvisada dando mordidas em sua rosquinha, que parecia muito saborosa diga-se de passagem. – Procure mulheres desaparecidas a mais de um mês, loiras, olhos azuis, faixa etária entre vinte a vinte e seis anos... ele ainda tem cinco garotas com ele.

– Como sabe disso? – Jasper me encarou um pouco confuso.

– DNA na tinta. – Sorri, incerta de que um sorriso era adequado para esse momento.

– Lottie! – Ethan correu em minha direção. – Encontrei uma digital em uma das latas... Danny Winx.

Jasper sentou em minha poltrona extremamente confortável, e começou a digitar sem parar. Seus olhos passavam rapidamente pelas letras e números que formavam algoritmos, que para mim não tinham sentido nenhum.

– Vinte anos, bolsista de química na University of London. Os pais morreram ano passado em um acidente de carro... ele é responsável pelo irmão mais novo e sua ficha criminal seria perfeita se não fosse denunciado por roubo das provas finais da faculdade. – Ele sorriu torto, me encarando como se esperasse um “ Obrigado Jasper, você foi o herói do dia”. – O endereço já está no seu celular, Baby. Eu dirijo! – Em um pulo se levantou e capturou as chaves do carro, que estavam no bolso da minha jaqueta. Uma piscadela vinda dele e meus olhos se reviraram aos blefes.

~X~

Londres; Coven Garden; Office House&Hostel; 2:43pm.

Enquanto subíamos as escadas em direção ao quarto de Danny, pedíamos em meio a gestos que as pessoas permanecessem em silêncio e não gritassem ao nos ver com armas nas mãos.

Ethan estava em minha frente, verificando o quão seguro era cada degrau a cada novo andar. Minhas botas de cano baixo faziam barulhos contra o piso de madeira, que já implorava por reformas, me deixando irritada e insegura.

– Aqui. – Ethan sussurrou tão baixo que somente eu conseguiria ouvir.

Bati na porta duas vezes e esperei vinte segundos, os vinte segundos mais demorados da vida de um policial. O barulho de televisão era tudo o que se ouvia, quando o ouvido tocava a porta.

– Vamos entrar. – Me afastei e esperei meros milésimos até que Derik arrombou a porta com um chute, que não parecia ter feito nem cócegas a ele. – Polícia de Londres! – Gritei ao entrar dentro do pequeno quarto.

– O que... o que está acontecendo? – O rapaz cujas digitais estavam na lata de tinta, estava dormindo e acordou assustado com a maneira que entramos em sua casa. – Eu não fiz nada! – Seus olhos se arregalaram assim que Jasper se aproximou com arma, para revista-lo.

– Danny Winx? – Perguntei ao lembrar de seu rosto nas fotos enviadas do laboratório. Ele concordou com a cabeça. – Você está sendo levado sobre custódia e tem o direito de permanecer calado pois tudo o que disser pode e será usado contra você. – Joguei a algema para Jasper, que a pegou sem dificuldade no ar, e o prendeu levando-o até o carro.

Derik e eu ficamos no quarto na esperança de encontrar alguma prova que o incriminasse.

Um colchão no chão, cheio de cobertores pequenos demais para um adulto, uma cama de solteiro com alguns ursinhos de pelúcia bem organizados ao canto, uma pequena geladeira vazia, alguns livros, uma mesa, algumas coisas bagunçadas, papéis e mais papéis e uma TV de última geração, que não se enquadrava com os outros objetos do local.

– Parece nova. – Derik analisava calmamente os detalhes da tela plana de cinquenta e duas polegadas. – É a única coisa estranha por aqui.

– Ele não é nosso assassino. – Murmurei convicta do que estava dizendo.

– Foi apenas uma distração.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me contem um pouco mais sobre vocês. Idade, onde moram, qual profissão querem seguir? Se tiver instagram, eu lhe sigo!
Não deixem de adquirir uma cópia do meu livro ( foi primeiramente publicado no Nyah! ) http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=706

See ya later xx