RED velvet escrita por Juliana Moraes


Capítulo 24
Hiden


Notas iniciais do capítulo

" There's a possibility..."



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Acordei algum tempo depois da explosão acontecer, pelo menos a explosão era a última coisa da qual eu me lembrava.
Estava com os pés e as mãos amarradas em uma cadeira velha de madeira. Minhas mãos dormentes, minha perna com um ferimento a vista, aparentemente nada grave do qual eu deveria me preocupar e minha cabeça, que parecia pesar uma tonelada agora, ardia conforme piscava os olhos para deduzir a onde eu estava.

– Bom dia raio de sol! – Brian me encarava com os braços cruzados. Um maléfico sorriso no rosto e olheiras profundas em baixo de seus olhos. – Sei que deve estar se perguntando algumas coisas... Onde estou? Porque estou aqui? Porque Brian está aqui?...

– Diamond Biology. – Comecei a responder as perguntas que ele achou que eu tinha. – Minha mãe foi morta por me proteger, ou talvez eu tenha matado Harrison, e não me arrependo disso, ainda não tenho certeza qual é o motivo real dessa palhaçada. E Brian! Olha bem para você, era evidente que acabaria em alguma máfia. Só esperava que fosse um pouco mais inteligente e vendesse órgãos no mercado negro, o lucro é maior. – Deixei que palavras irônicas começassem a sair de minha boca, sem me preocupar com que iriam fazer. Afinal, eles conseguiram o que queriam.

– Você é muito esperta, Charlotte! – Harry entrou, de algum lugar que não pude ver, e caminhou em minha direção elegantemente. – Surpresa em me ver?

– Não. – Murmurei com toda a calma que eu poderia ter em meu corpo, mesmo não estando assim mentalmente.

– É por isso que escolhi você para minha equipe. – Riu cruzando os braços como Brian fazia.

– Bom, acho que uma equipe como a minha merece um supervisor melhor.

– Sabe porque está aqui?

– Já tive essa parte da conversa com Brian, poderia pular para a parte em que vocês dizem o que vão fazer comigo e acabar com isso de uma vez por todas? – Observei as duas armas, que eu carregava em minha cintura, em cima de um balcão de madeira próximo a porta para o laboratório recém reformado. Eu estava com três armas, como de costume a menor se encaixava perfeitamente no meu ugg largo, vantagem de possuir várias armas.

– O real motivo de estarmos aqui, é impedir que estrague o nosso plano de vender os milhões de diamantes que possuímos. – Harry bateu no ombro de Brian, para que ele concordasse.

– E mata-la pela morte de minha mãe. – A ruiva baixinha se juntou ao grupo, sorridente e com a coragem de um leão.

– Vão drenar o meu sangue também? Assim como Red velvet fazia?

– Harrison... ou Red velvet, como você preferir, ele foi muito ingênuo em te procurar quando encontramos outra peça essencial para que isso ocorresse. – Percebi que o encosto da cadeira estava solto, sendo ridiculamente fácil que eu me soltasse. – Por outro lado, ele nos fez entender que você foi quem provocou tudo.

– Eu?

– Se não fosse para te proteger, minha mãe estaria viva! – Sophie gritou se aproximando de mim.

– Foi uma escolha dela. – Cuspi adquirindo um belo hematoma vermelho no rosto. – Belas mãos para uma garota como você.

– Eu sei usar uma arma também. – Ela retirou o objeto preto de sua costa e apontou para mim, me fazendo encara-la sem expectativas. – Quer apostar? – Ri ironicamente, sabendo que ainda precisavam de mim viva.

– Sophie! – Harry retirou a arma dela. – Precisamos da garota viva, por enquanto! – Bingo.

– Deixa eu adivinhar... querem toda a equipe aqui, certo?

– Uma hora eles irão te encontrar. – Brian sorriu e começou a caminhar em direção a uma sala logo em frente. Todos fizeram o mesmo, me deixando sozinha em meio ao salão vazio e imundo. – Ah! Acho que a explosão aconteceu antes que pudesse ler o exame... – Eu o encarei com os olhos arregalados. – Sinto muito, mas Jasper não poderá vê-lo crescer.

– Crescer? – Senti um nó se formar em minha garganta enquanto a porta era fechada antes que minha pergunta obtivesse uma resposta. – Crescer? Não! Não... não...não! – Sussurrei desesperada. – Eu estou... Eu... não!

Isso muda tudo.

Não se tratava mais de mim, ou em como eu iria morrer nesse lugar sujo e cheio de bactérias, que me destruiriam em um minuto sem os devidos cuidados. Eu não poderia fazer isso comigo, com Jasper, com nós. Isso estava completamente fora dos planos. Dos meus planos, pelo menos, isso iria demorar anos para acontecer.

Não poderia pensar agora, meu tempo estava contado e tudo o que eu precisava fazer era achar um jeito de sair daqui.

Com os braços para trás, apertei-os sobre o encosto da cadeira, como um pegador, e comecei a puxa-lo para cima e para os lados, na esperança de que a madeira se soltasse e permitisse que eu saísse de lá. Assim que consegui desprender meus braços, passei a corda que estava em meus pulsos sobre o pedaço de madeira que havia permanecido na cadeira, perfeito e afiado para me ajudar. Demorei alguns minutos e levei alguns cortes em minha mão, o que me fizeram sangrar, tornando ainda mais difícil que a corda se soltasse. Com as mãos livres, desatei os nós dos meus pés e comecei a pensar que Harry escolheu a equipe errada para trabalhar com ele, uma amarração como essas não manteria ninguém preso por muito tempo. Corri em direção as minhas armas e as segurei firmemente, pensando em um plano rápido e prático.

Voltei a me sentar na cadeira, coloquei a corda em volta dos meus pé, sem fazer nenhum nó. Deixei que algumas gotas de sangue caíssem sobre o chão e sobre minha barriga, manchando a blusa branca, como se eu estivesse prestes a ter uma hemorragia, o que estragaria o plano deles. Segurando as duas armas, coloquei minhas mãos para trás, como se ainda estivesse amarrada, e gritei. Um grito agudo de dor que os traria até mim novamente.

– O que foi agora? – Harry foi o primeiro a sair da sala e se aproximar de mim. – Brian! Ela está sangrando. – Como uma bela atriz, que seria se tivesse escolhido artes cênicas como profissão, continuei a fingir uma terrível dor.

– O que... ela está tendo uma hemorragia! – Ele correu em minha direção, aflito. Ajoelhou-se em minha frente e quando estava prestes a levantar minha blusa para encontrar a causa do sangramento, eu atirei.

O barulho da arma disparando foi estrondoso. Imediatamente ele caiu no chão sem ter que lutar para continuar vivendo, sua morte foi rápida e provavelmente ele já estava esperando na fila do inferno.

– Sua... sua...

– Sua o que? – Apontava as armas para Harry e Sophie. Meus braços firmes e meus dedos no gatilho, prontos para tirar a vida de ambos. – Quero que me falem tudo o que sabem.

– Você já sabe de tudo. – Harry começou a dar passos para trás, me obrigando a disparar um tiro contra a parede logo atrás, assustando-o. – Sua mãe prometeu seu sangue para Harrison! – Ele gritou amedrontado. – Josh a impediu! Ela estava indo para Chicago desfazer o acordo quando o avião explodiu... Eu não sabia de nada.

– Você não só sabia de tudo como também sabe que meu pai está vivo. – Gritei chegando ainda mais perto de ambos. – Se era o meu sangue que queriam, porque não o tiraram logo?

– Seu filho! – Sophie gritou. – Jasper tem o tipo sanguíneo A positivo, é a combinação perfeita para que uma criança nasça com o sangue que precisamos para o diamante.

– Ninguém vai encostar no meu filho! – Sempre achei que me transformava em um monstro quando estava lidando com algum crime, mas me tornei ainda pior após a saber a notícia de que alguém estava morando em mim. – Quem mais está participando disso?

– Ninguém. – Harry parecia sincero, mas eu não poderia acreditar em nenhuma palavra que me dissessem. – Eu juro, Charlotte! Ninguém! Vicky, Louis e Joshua foram mortos após tentarem sair da máfia.

– Não existe uma máfia com somente três pessoas.

– Na verdade agora são duas, você acabou de matar um deles. – Sophie parecia não conter sentimentos por Brian, o que deixou tudo mais estranho sabendo que eles estavam juntos.

– Pode ser só uma pessoa se você não calar a boca. – A encarei ferozmente. – Tem mais alguém... sempre tem mais alguém!

– Charlotte, cuidado! – Jasper apareceu aos fundos gritando e atirando em Harry, que estava prestes a retirar uma arma de seu bolso, sem que eu percebesse. – Polícia de Londres! – Sua arma era apontada para Sophie. Seus olhos estavam vermelhos e suas mãos pareciam tremulas. – Sophie Lancaster, você está presa!

– Se não tivesse matado tantas pessoas, eu te convidaria para sair. – Derik algemava a ruiva enquanto ela gritava coisas sem sentido para mim.

– Lottie! – Jasper gritou correndo em minha direção. – Me diga que está bem! Por favor! – Seus olhos me transmitiram toda a força que eu pensei que me faltaria.

– Eu estou bem! – O abracei fortemente, sentindo seu corpo me aquecer da maneira mais romântica que poderia existir. – Nós estamos bem! – Olhei em seus olhos enquanto ele analisava cada parte de mim, sem tirar os braços ao redor de minha cintura, para que ficássemos perto, o mais perto possível. – Jasper... isso ainda não acabou! Ainda tem alguém lá fora que quer...

– Não fala mais nada... deixa eu te olhar! – Ele sorriu torto, me fazendo respirar mais calmamente. Tentando manter a calma e aproveitar o momento.

– Posso falar só uma coisa? – Senti minhas bochechas corarem.

– Só uma coisa.

– Eu estou grávida.


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