RED velvet escrita por Juliana Moraes


Capítulo 18
Back from death




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– Eu não esperava te ver tão cedo. – Sua voz era um sussurro perturbador.

– O que está acontecendo? – As peças não se encaixavam em minha cabeça. – Você... você morreu naquele acidente de carro. Eu me lembro muito bem disso...

– Desculpe, eu sobrevivi ao acidente, mas preferi ir para os Estados Unidos começar a universidade, achei que fingir minha morte seria mais fácil do que dizer adeus. – Brian estava em minha frente depois de longos anos chorando sua morte e sentindo as consequências de sua perda em meu pobre coração. Era ele. A razão por eu ter tanto medo de amar novamente.

– Meus pais haviam acabado de morrer e você achou que seria melhor que eu pensasse que se foi também? Por Deus, Brian! Você é um grande filho da puta! – Voltei meus olhos novamente a Jasper, segurando sua mão com força na tentativa de que ele acordasse e espantasse os sentimentos ruins para longe mim, como sempre fazia.

– Eu sinto muito, Charlotte. – Ignorei-o. – Vejo que gosta muito do seu amigo...

– Noivo. – Blefei na tentativa de expulsa-lo de lá.

– E está usando uma arma...

– Duas, perdi a terceira em um tiroteio. – Notei que os olhos de Jasper tentavam se abrir com dificuldade. – Detetive, se é o que quer saber. Agora, por favor, me deixe sozinha.

– Ele terá alta ainda hoje. – Guardou a caneta em seu jaleco amarrotado e saiu do quarto, me deixando a sós com Jasper.

– Oi... – Sorri ao ver suas expressões confusas. – Você está bem e poderá ir para casa ainda hoje. – Beijei sua testa.

– Eu ouvi sua conversa, Lottie... e eu sinto muito por isso. – Sua mão segurou firmemente a minha, deixando cada centímetro do meu corpo arrependido de ter gritado com o ... médico. – Quem é ele? – Perguntou um pouco preocupado, e eu sabia que se não tivesse resposta, ficaria nervoso complicando todo seu estado físico.

– Brian Glennoguel, namoramos por vários anos e um dia ele sofreu um acidente de carro, eu achei que estivesse morto já que fui ao funeral e chorei meses a fio pela ausência dele.

– Ele está vivo.

– Eu queria que ele estivesse morto. – Ele sorriu ao ouvir minhas palavras que, talvez, trouxeram mais segurança para ele. – Está se sentindo bem?

– Preciso de um bom banho, um bom filme, um bom café com panquecas e você ao meu lado, na minha casa. Aí sim eu me sentirei bem, esse lugar é horrível.

– Sinto muito por isso. – Beijei a palma de sua mão fria. – Eu comprei um vestido hoje. – Senti minhas bochechas corarem.

– Um vestido? Iremos para algum lugar especial?

– Um vestido de noiva. – Seus olhos se arregalaram e seus lábios formaram aquele sorriso torto que somente ele, em meio as sete bilhões de pessoas ao redor do mundo, conseguia fazer.

~X~

Londres; Jasper’s apartamento; 8pm.

Jasper já estava em baixo de seus edredons em sua cama grande e aconchegante. Seus olhos insistiam em assistir ao programa que passava na TV mesmo com os remédios fazendo efeitos, parecia estar brigando consigo mesmo. Tenho certeza que o sono, em alguns minutos, irá vencê-lo.

Observava-o da cozinha, enquanto brincava de cozinhar algo decente para comer. Minha comida pode ser ruim, mas a que nos foi servida no hospital conseguiu ganhar o cinturão de vencedor.

Pensei, o tempo todo, em Brian. Ele estava vivo, tão vivo quanto eu e isso não parecia justo. O que mais me intrigava era como ele se sentia bem com essa situação, uma mentira como essa deveria contar como crime, quem sabe assim ele não seja julgado e detido por longos anos. Ele foi o motivo dos retalhos em meu coração e a consequência da minha solidão, que por anos vivenciei. Tudo isso porque ele não conseguiu dizer adeus. Um adeus nunca será pior do que a morte. Um adeus pode ser temporário, um “Até logo” e um dia, se o destino permitir, nos cruzaremos em alguma rua qualquer e sorriremos um para o outro, por educação. A morte, além de perpetuar o sentimento, nos transforma em algo diferente do que somos.

– Detetive Reid. – Atendi o celular que vibrou em meu bolso.

Precisamos de você, Harrison foi localizado em Southbank... – Peguei meu casaco pendurado atrás da porta, e sem movimentos indelicados demais para uma garota, sai do apartamento sem acordar Jasper. – Te vejo em cinco minutos. – Harry desligou o telefone.

Corri em direção ao meu carro estacionado logo em frente ao prédio. Me certifiquei de que todas as armas estavam comigo e de que o colete a prova de balas estava reforçado, um lindo colete com meu sobrenome aliás. Acelerei sem me preocupar em passar pelos sinais vermelhos, ou ouvir buzinas ardidas ecoarem pelas ruas, afinal, isso é parte do meu trabalho.

Cheguei ao local indicado em menos de cinco minutos, e não demorou nem um até que os outros carros estacionassem ao meu lado.

– Reid. – Derik me cumprimentou sorrindo. – Pronta para pegar esse cara? – Ele posicionava sua arma em mãos.

– Mais do que nunca. – Respondi com um belo sorriso confiante no rosto.

Esperamos o sinal de Harry e imediatamente invadimos o barracão abandonado onde, supostamente, Red Velvet estava.

Como em um filme, onde o assassino acha que tem o controle sobre a situação, lá estava Harrison nos esperando. Sua máscara, que antes era preta, agora era em um tom de prata tão brilhante quanto os diamantes que ele produzia ilegalmente. Sua camisa branca estava entreaberta, demonstrando que ele estava a vontade de mais com essa situação. Conforme andávamos em sua direção, ficava cada vez mais possível notar os equipamentos que ele possuía para a fabricação do seu diamante de sangue.

Havia uma refém sentada em uma cadeira de madeira, com os pés e mãos amarrados e um capuz vermelho em sua cabeça para que não pudéssemos vê-la.

– Olá, queridos amigos. – Ele deu alguns passos perto da sua refém, havia uma arma em cada lado de sua cintura. – É um prazer revê-los novamente.

– Não posso dizer o mesmo. – Derik blefou ficando à frente de todos.

– O que é o que é... – Ele segurou as pontas do capuz da garota. – É policial mas não tem arma... é inteligente mas não usa isso a seu favor... – Meus olhos se estreitaram em direção ao sapato que a garota usava, e somente uma garota no mundo usaria aquele tom de amarelo.

– Lauren.


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Notas finais do capítulo

Fico extremamente feliz em saber que estão gostando de Red Velvet. Não deixem de conferir meu livro MARYLIN ( A venda pelo site da editora protexto ), será uma honra ter um pedacinho de mim na sua prateleira de livros. See ya later xx