Mistérios da Meia-Noite escrita por LadyWolf


Capítulo 22
Capítulo XVIII: Laços de Ômega


Notas iniciais do capítulo

Para o meu querido Marcondes que pediu um pouco mais da história do Vovô!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/602688/chapter/22

Era noite de segunda-feira. Bernardo já se sentia melhor e estava sentado na cama assistindo a novela das oito, Selva de Pedra. Ao seu lado Lívia dormia profundamente. Daquele jeito não parecia nem a ômega selvagem que ele havia conhecido há anos atrás...

Bernardo POV

"Lívia... Me lembro muito bem quando a conheci. Quando era criança morava nesse mesmo povoado com a minha mãe. Meu pai morava em uma cabana na floresta e dificilmente nos víamos. Um dia, quando fui passar um dia em sua casa, havia uma menininha loira de olhos bem azuis em seu laboratório. Seu nome era Lívia e papai havia a adotado a pouco tempo. Mas se você acha que era por se sentir sozinho não era não! Tudo não passava de um plano para que pudesse fazer experiências sobre a licantropia – coisa que ele também fez comigo quando eu ainda estava no ventre da minha mãe. Ômegas, como ele mesmo dizia, são lobisomens criados em laboratório através de mudanças genéticas. É uma classe mais nova do que Alpha e Beta, já que a primeira depende da ciência e as outras duas podem ser criadas com magia ou mordida.

A partir daquele dia passei a ir mais a casa de meu pai só para brincar com Lívia. Ela era uma menina chata e reclamona, mas adorava aquilo nela. Nos tornamos grandes amigos! Para falar a verdade, ela foi a minha primeira amiga. Na escola eu era o chato da turma que só arrumava confusão, então era meio complicado fazer amigos por lá. Quando completei doze anos mamãe e eu nos mudamos para São Paulo e nunca mais vi a Lívia. Aos treze comecei a me transformar em lobisomem e a ter os impulsos sexuais de um ômega. Comecei a assassinar e estuprar por toda a cidade durante anos como forma de revolta. E agora, aos vinte, retornei a Piedade onde encontrei minha amiga trabalhando em uma casa de jogos/bordel. Ela estava tão linda e sedutora naquela noite... Pouca roupa, e dançava para mim mexendo seu belo corpo. Mas aqueles olhos... Aqueles olhos foi o que realmente me deixou encantado. E foi por causa deles que reconheci Lívia, a ômega. Segundo ela, havia deixado a casa do meu pai assim que começou a se transformar e perceber que o que estava acontecendo era fruto das experiências que ele havia feito nela na infância. Então veio morar no povoado, trabalhando no tal bordel. E como trabalhava...

Desde então retomamos a nossa velha amizade. Ok, não é tão igual... Agora consigo ver o fogo em seus olhos, me sinto arrepiado só de tocar o seu corpo e fazemos coisas que não fazíamos antes. Mas algumas coisas nunca mudam, como o seu carinho, o seu perfume delicioso e nosso companheirismo. Pensando bem, Lívia não saiu do meu lado desde que fui atacado por aquele caçador. Ela cuidou de mim, chamou meu pai, fez comida – mesmo que não seja lá das melhores -, me fez cafuné e me deu forças para continuar a viver. Não sei o que sinto é amor, mas definitivamente já passou de amizade há muito tempo. Muito obrigado, Lívia. Serei sempre muito grato a você."

Bernardo desligou a televisão e se deitou ao lado de Lívia. Ele o abraçou por trás carinhosamente e fechou os olhos. Nossos dois ômegas dormiram agarrados a noite toda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ômegas também amam ♥