Mistérios da Meia-Noite escrita por LadyWolf


Capítulo 21
Capítulo XVII: Rosa


Notas iniciais do capítulo

[Antes de começar o capítulo queria dizer que não estou fazendo apologia a nenhuma religião.2キス!]



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Na manhã seguinte, Luísa acordou em sua cama. Seus pais haviam a pedido para ficar em casa e foi isso que fez. Acordando às oito, às nove e meia ainda estava deitada pensando no que acontecera nos últimos dias.

"– HENRIQUE! - gritou Luísa.

Sem ao menos pensar a menina saiu correndo igual uma louca pela rua chamando o animal. Porém, quando chegou na esquina ela viu que lá havia alguém e segurava Henrique nos braços.

– Bernardo! Você pegou o Henrique! - disse toda feliz.

Bernardo deu um sorriso maligno e lançou o cachorro contra a parede no outro lado da rua.

– HENRIQUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE-!"

Ela se virou para o outro lado, lembrando da cena do cachorrinho batendo na parede. Infelizmente aquilo havia sido fatal para o pequeno Henrique. As lágrimas de tristeza escorriam por seu rosto. Depois começou a se lembrar dos momentos que sucederam aquilo. Do olhar terrível de Bernardo, de suas mãos geladas e sem sentimentos tocando o seu corpo... E de Maurício caindo do teto para salvá-la.

– "Maurício..." - pensou a menina virando-se de lado.

Aquele lobo negro enfrentando os dois lobos cinzentos. Aqueles olhos castanhos se tornando o vermelho mais vivo... Luísa não entendia muito de lobisomens, mas depois dessa história toda um sentimento a dizia para pesquisar. Com certeza mais tarde – ou quando seus pais a deixassem sair de casa sozinha – iria a biblioteca procurar sobre o assunto.

Ela enxugou as lágrimas e agora passou a se lembrar das coisas boas. A noite que dormira com Maurício, suas doces palavras... O primeiro beijo. Os melhores momentos de sua vida até hoje. Por que? Porque sempre teve medo de enfrentar seus medos e fazer o que realmente gosta.

– Luísa! - a porta do quarto se abriu e as suas duas melhores amigas entraram correndo para abraçá-la.

– Elô, Clarisse! - ela pulou da cama e foi abraçá-las.

– Menina, você tá bem? - perguntou Eloá.

– É, a gente soube que você foi raptada!

– Eu tô bem, meninas. - disse dando um sorriso.

– Mas o que aconteceu, afinal? - perguntou a ruiva.

– Bem... - Luísa parou e se lembrou das palavras de Maurício durante uma de suas conversas. Ele havia a pedido para não contar nada sobre o assunto, pois poderia ser mais perigoso ainda tanto para eles quanto para as pessoas que soubessem disso. - Um tarado me sequestrou...

– O QUE!? - disseram juntas.

– Mas calma! Antes que eles pudessem fazer qualquer coisa um alguém me salvou. - e desviou o olhar.

– Quem?

– Esse olhar... - disse Clarisse virando seu rosto. - Eu hein, parece até que foi o Maurício quem te salvou!

Como assim? Clarisse lia mentes ou estava tão na cara assim?

– Luísa, o que aconteceu? - perguntou em um tom mais sério. - Foi o Maurício mesmo?

A menina fez que sim com a cabeça e a ruiva a soltou.

– AHHHHHHHHHHH! MENTIRAAAAAAAA!

– Clarisse, fala baixo. - disse Eloá. - A mãe dela pode ouvir.

– Tá, tá. Mas foi ele mesmo? Como foi?

– Eu não quero falar disso, tá? - agora Luísa tinha um olhar triste. Se contasse o que realmente aconteceu, teria que falar sobre o seu beijo... E definitivamente não estava preparada para aquilo.

– Ai, grossa. - disse Clarisse se jogando em sua cama.

– Clarisse, deixa de ser chata. Ela deve ter um bom motivo para não dizer. Não é, Luísa?

– Sim...

– Viu?

– Obrigada, Elô.

– Ah... E eu sinto muito pelo Henrique. Meus pais fizeram de tudo para salvá-lo, mas ele estava muito mal e acabou não aguentando. - disse Clarisse se sentando com uma expressão triste.

– Henrique... Ele era tão bonzinho... - suspirou Luísa voltando a chorar.

– Ai, Lu! - disse Eloá a abraçando.

As três continuaram conversando até a hora do jantar. A mãe de Luísa havia preparado uma feijoada maravilhosa, com direito a arroz branco, farofa, couve e aipim frito! Para a sobremesa deliciosos quindins. Dá água na boca só de imaginar, não é? Todos se fartaram com aquele "manjar dos deuses", e quando deu nove horas da noite as meninas foram embora.

Àquela noite, apesar do reencontro com as amigas que a fizeram rir e a comida maravilhosa de sua mãe, Luísa não dormiu bem. Foi atormentada a noite toda por pesadelos. Ela sonhava com o povoado, as casas antigas de um lado e do outro... De repente a lua cheia no céu e um monstro de olhos vermelhos como o sangue a atacaram. Esse sonho a seguiu o resto da semana e quando Eloá soube a convidou para ir ao centro umbandista que frequentava.

Mesmo sendo católica praticante, Luísa foi ao tal centro. Confiava em Eloá, então por que não? Chegando lá foi recebida pela mãe de santo que a fez uma sessão de adivinhação. O que lhe contou foi que em vida passada ela foi uma mulher que amou muito um homem, mas ele tinha uma fera incontrolável dentro de si e acabou a matando. A única coisa que veio a sua mente foi o nome "Rosa" e tudo o que sentia por Maurício. Agora estava tudo explicado. Luísa era a reencarnação de Rosa!


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Notas finais do capítulo

Oi, amores! O que acharam do capítulo? Ficou muito previsível que Luísa e Rosa eram a mesma pessoa? Estou tentando colocar os "pingos nos ii" porque tô achando que tô enrolando demais ASUHASUASHASUASHASUH'
Enfim, espero que tenham gostado! Comentem aí!
Ah, aceito sugestões :3
Fantasminhas, brotem também e deem sugestões -q