Mistérios da Meia-Noite escrita por LadyWolf


Capítulo 18
Capítulo XIV: A decisão de Ana Luísa




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Na manhã seguinte, Luísa acordou um pouco perdida. Onde estava? Foi então que se lembrou de tudo o que havia acontecido. Maurício ainda dormia profundamente ao seu lado, parecia que nada iria acordá-lo naquele momento. Espera. ELA HAVIA DORMIDO COM UM PROFESSOR, UM HOMEM MUITO MAIS VELHO! A garota se afastou e ficou pensando no que seus pais pensariam sobre aquilo.

Foi então que a garota ouviu um chiado e quando foi ver era a chaleira soltando fumaça. Mas Maurício estava dormindo, logo não havia sido ele que colocou água para ferver.

– Bom dia, Luísa. - disse Vovô entrando pela porta dos fundos.

– B-Bom dia. - disse vendo o velho senhor com roupas estranhas.

– Maurício me falou bastante sobre você. - ele foi até o fogão e apagou uma das bocas.

– Eu posso dizer a mesma coisa. - Luísa sorriu.

– Gostaria de um chá?

Somente agora ela havia percebido estar com fome. Aconteceu tanta coisa na última noite que nem tempo tinha dado de pensar nisso.

– Eu aceito!

Minutos depois Luísa e Vovô estavam sentados a mesa tomando chá e comendo biscoitinhos amanteigados que o próprio senhor havia tratado de fazer.

– Então, Luísa, como veio parar aqui? - perguntou curioso. - Aconteceu alguma coisa ou você e Maurício só estão... Hm... Tendo um namorico?

O rosto da menina ficou totalmente vermelho ao ouvir as palavras do senhor. Ela olhou para Maurício adormecido, parecia que ia dormir uns mil anos.

– Bem, eu fui raptada por um lobisomem ontem e Maurício conseguiu me salvar...

– Um lobisomem? Existem outros lobisomens por aqui?

Ela fez que sim com a cabeça lembrando-se do sorriso malvado de Bernardo e do ataque de Lívia ao seu professor.

– Um se chama Bernardo, o que me raptou. E tem uma mulher que anda com ele, a Lívia. Os dois são muito maus...

– Nossa, você deve ter sofrido muito na mão deles.

– Foi sim. - disse tomando um gole do chá. - Se não fosse pelo Maurício eu poderia estar morta agora...

– Hum... - disse Vovô fazendo uma expressão pensativa. - E sua família? Sabe onde você está?

– Bem... - ela passou a mão na franja um pouco triste. - Meus pais não sabem de nada, só que desapareci ontem a noite. E temo nunca mais poder vê-los, já que o Maurício disse que o povoado não é mais um lugar seguro nem pra mim e nem para ele. Se eu pudesse vê-los...

– Não seja por isso. - disse o alpha atrás da garota, pondo a mão em seu ombro. Tinha uma cara de sono e um doce sorriso no rosto. - Bom dia.

O homem pegou um biscoitinho no prato e deu uma mordida.

– Muito melhor que formigas, não? - ele riu indo se sentar.

– Com certeza. - disse Vovô sorrindo.

– Luísa, se você quiser voltar para casa eu entendo. - disse Maurício a olhando. - Não vou te obrigar a ficar aqui se não quiser, mas quero que tenha a noção de que o Bernardo vai atrás de você.

– Eu sei, Mau. - a menina corou um pouco desviando o olhar do homem. - Mas são a minha família e meus amigos...

– "Mau..." - pensou o alpha se lembrando de Rosa. - Então você quer voltar?

– Pense bem nisso, Luísa. - interrompeu Vovô. - Ser caçada por um lobisomem é algo bem perigoso.

– E eu não sei se vou poder estar sempre por perto para te proteger graças aquele caçador. - suspirou.

– Então... - a menina fez uma pausa. - Vamos fazer assim, eu vou para casa e fico alguns dias. Bem, assim vou ter um tempo de me despedir de todos e então o Maurício pode ir me buscar...

– Vamos ver. Hum... - o homem se levantou e foi até o calendário. - Lua nova. Se aquele caçador realmente entender de lobisomens deve ter usado balas de prata, o que é muito ruim. A prata se infiltra no sangue do licantropo e se não for tratado pode morrer em poucas horas. Pelo contrário, se for aplicada uma medicação com os ingredientes corretos ele pode sobreviver, mas não vai melhorar antes de sete dias. Ainda mais tão longe da lua cheia, quando ficamos tão fragilizados. Certo, Vovô?

– Vejo que andou estudando, Maurício. - disse batendo palmas. – Está de parabéns.

– Obrigado. - disse sorrindo. - Enfim, Bernardo, se foi medicado, não estará melhor em menos de uma semana. Então temos tempo até que se recupere. Mas ainda temos a Lívia, mas algo me diz que ela não vai sair do lado dele tão facilmente. Então, Luísa, você tem seis dias para ficar em casa.

– Seis dias, tá! - ela levantou toda animada.

– Nossa, isso tudo felicidade porque vai ficar longe do tio? - ele fez bico.

– Bem, não é isso... É que... - Luísa ficou toda confusa.

– Estou brincando, Lu. - disse a dando um beijo na testa. - Mas vou estar na sua cola caso qualquer coisa aconteça.

– Mas e o caçador?

– Vou andar com cautela, não se preocupe.

– Mas Maurício...! - ela já ia reclamar, mas parou. Viu aqueles olhos castanhos quase vermelhos brilharem em sua direção. - Obrigada.

– Partiremos a noite então.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo teremos um momento especial entre Maurício e Luísa, e uma treta bem tretuda entre Maurício e Vovô!