Sasuke POV’s

Abro os olhos preguiçosamente (afinal eu não estava acostumado a jogar video-game a noite toda) e me deparo com meu guarda-roupa revirado. “Mas o que será que aconteceu aqui?” . Viro meu olhar na tentativa de enxergar as hora daqui, mas não deu muito certo. Me levanto e vou em direção à cômoda em que se encontra o relógio. A essas alturas estava difícil caminhar, meus olhos ardiam e meus joelhos estavam doendo, porque ontem fiquei muito tempo sentado. O relógio estava virado contra a parede, até estranhei um pouco, mas não dei muita importância. O pego em minhas mãos e meus olhos saltaram ao ver 7:43 marcando o visor.

Saio disparado em direção ao meu guarda-roupa, afim de encontrar a camisa que havia separado ontem. Minha situação não estava nada favorável hoje, meu armário estava parecendo uma toca de rato, e pra melhorar eu ainda acordo atrasado. Não encontrei minha camisa em lugar algum, já procurei no meu quarto, sala, cozinha, quarto dos meninos, até no banheiro, “Deve estar na bagunça do meu armário, mas se eu não me apressar, não vai dar pra chegar a tempo”. Desisto e acabo pegando uma camisa branca com letras em preto, ela era novinha, afinal tenho um trabalho importante para apresentar. Pego meus materiais espalhados pelo quarto e enfio tudo dentro da mochila. Desço novamente para a cozinha, pego uma maçã qualquer e jogo-a em minha bolsa. Não sei porquê, mas tenho a impressão de estar esquecendo de algo… O meu trabalho! Corro para meu quarto e pego o pen-drive ao lado do relógio.

Ando o mais rápido possível para o portão e o fecho com força.“ Eu já posso virar maratonista de tanto que corri!”

Quando estava chegando ao outro lado da calçada, sinto um impacto e, logo em seguida, algo gelado escorrendo em meu abdômen.

– Você não olha por onde anda? - Gritei com o ser pequeno que havia derrubado algo meio rosado em minha camisa. Eu estava furioso, aquela era minha camisa mais nova e, aquilo não era água, com certeza iria ficar manchada. - Essa camisa é novinha e você acaba de manchar ela toda! Tsc.

Olho furioso para o cabelo rosa que, abaixado, ajuntava os cadernos que estavam no chão. “Eu reconheço esse cabelo de algum lugar…” Lembrei-me do dia em que eu estava sentado no banco da escola e pensando em Karin, eu não entendo até hoje como um ser humano conseguia ser tão irritante? Uma garota com o cabelo rosa (o único detalhe que eu lembro) se aproximou e começou a falar comigo, de início tratei-a com ignorância, mas depois, percebi que ela não me fazia mal. “Deve ser ela!”

– Me desculpe, é que eu estou atrasada e… - Ela se calou por um momento e me encarou surpresa. Eu queria sentir raiva dela, mas não estava conseguindo.

– Eu já estou atrasado para a aula e agora vou ter que voltar para tomar banho e trocar de camisa! - Tentei falar com um tom raivoso, mas FAIL. Apenas me virei e fui em direção à minha casa. Dava passos largos e firmes, estava furioso com a situação, mas não conseguia, de forma alguma, ficar com raiva dela.

Ten Ten POV’s

– Gente, eu ainda acho que o que fizemos com a Sakura foi maldade.- Hinata se pronunciou depois de um silêncio duradouro do grupo. Hinata era muito mole, o máximo que a Sakura vai fazer é gritar e dar uns tapas na gente, fora isso, ela seria presa.

– Deixa de ser medrosa Hina. Você sabe que a Saky não vai fazer nada com você. - Ino respondeu tentando consolar a amiga. Ela tem razão, Sakura sabe que Hinata sempre foi contra a brincadeiras desse tipo, e, mesmo que ela brigue com Hinata, será bem mais leve.

Estávamos sentadas em um banco perto da entrada. De longe, eu vi uma cabeleira rosa correndo pra cá. O que será agora, hein? Vou ficar pra descobrir.

– Meninas, acho que é a Sakura. - Sussurrei para Ino e Hinata que discutiam pacificamente o assunto.

Hinata congelou, ela ficou estática ao ver que realmente era Sakura. Afinal, não existem muitas pessoas com cabelo rosa no mundo não é? Pelo menos não que sejam naturais.

– Suas vacas, amigas da onça, vou quebrar vocês, ingratas! - Sakura chegou já gritando com a gente. Que menina estressadinha, um leve susto para ver se fica mais responsável e coloca o celular pra despertar.

Eu estava à parte da situação, até porque só fui perceber que Sakura não estava com a gente, quando chegamos em frente à padaria que eu tanto gosto, e, inocentemente, a perguntei se ela queria um croissants. As meninas não gostam muito desse biscoito, salgado ou sei lá o que é, mas eu amoooo. Quando estávamos decidindo onde faríamos intercâmbio, eu sugeri a França porque é o lar dessas delícias.

– Calma Saky, você chegou bem na hora, então esqueça o que aconteceu… - Ino disse calmamente enquanto gesticulava. O que eu não sei.

– Nunca que eu irei esquecer o que vocês pretendiam fazer comigo. - Sakura respondeu irritada - Vocês sabem que eu tenho prova hoje, e mesmo assim iriam me deixar perder a hora. - Ela falava atropelando as palavras e engolindo algumas letras de tão rápido. - Para informação de vocês, assim que eu saí de casa, derrubei iogurte na camisa do Sasuke, que, por sinal, também estava atrasado, eu não sabia onde enfiar minha cara, eu queria ser um tatu naquela hora!

– Pera aí, o Sasuke? - Eu me manifestei surpresa.

–Sasuke? - Hinata falou um pouco mais alto do que o normal. Talvez esteja mais surpresa que eu.

– Sasuk… - Ino, também surpresa, ameaçou falar, mas foi interrompida por si mesma - QUE IOGURTE? - Se exaltou fazendo com que a escola inteira ouvisse.

– O seu!- Sakura respondeu imediatamente.

– Quem deixou você pegar o meu iogurte? - Ino estava muuuito nervosa, ninguém toma o iogurte dela e fica impune, segundo ela. Alguém tem pipoca aí? Tá ficando interessante…

– Você não tem o direito de falar nada! Eu quase perdi a hora e aposto que a ideia foi sua- A briga já está ficando chata. Aff, vou pra sala logo e levar esse quadro aqui. Se alguém esqueceu, eu pintei ele dormindo!!! Saí e fui em direção à minha sala.

Vi muitos quadros pendurados lá. Uns ficaram muito lindos, já outros, nem tanto. Vi meu retrato, pintado por Sai, e me lembrei de ontem. Que cara nojento! Ino fez mais que certo em terminar com ele. Que desgosto que tenho em relação a ele! Ele mudou um pouco, porque não parecia realmente eu. Ou ele pinta muito ruim, ou ele estragou de propósito.

Observei todos os quadros com atenção. E, pra falar a verdade, nenhum chegava aos pés do meu (sem querer me gabar, mas já me gabando). Posicionei meu quadro bem distante do de Sai. Por que? Não sei, pode até ser meio infantil, mas não quero minhas coisas nem perto das dele. Eu ainda estou em um impasse: “Será que alguém vai reconhecer o Neji?”. Eu espero que não. E se reconhecer, que se dane.

Sentei em minha cadeira e fiquei olhando para o quadro com cara de paisagem.

Mal notei que os alunos haviam chegado e o professor já estava chamando-os para que apresentassem a pintura. Acho que eu dormi acordada, ficar assistindo filme até tarde não é uma boa escolha.

Chegou a vez de Sai, fiquei prestando bastante atenção, porque eu queria realmente saber o que aquela lombriga branca iria falar de mim.

– Bom, eu resolvi fazer um retrato de uma pessoa que eu gosto muito, - Hunf - mas como nem tudo sai de acordo com os nossos planos, acabei fazendo um retrato da pessoa que, agora, eu mais odeio. - Ah sim, claro! Ele não pensou isso antes de me beijar. - Suas expressões felizes são apenas uma máscara, onde por detrás dela, há uma pessoa escura e vazia. - Nossa, me emocionei, que belo discurso! Ah te catar, eu hein! Pelo menos não parecia realmente eu.

– Mitsashi Ten Ten - O professor chamou meu nome. Fiquei receosa, mas mesmo assim, me levantei e caminhei em sua direção. Ameacei começar, mas ele me cortou. - Ah, desculpe, antes de começar, gostaria de acrescentar que, como eu gostei muito dos trabalhos, irei expor para a escola. - Ai caramba! Morri...