No capítulo anterior:

(...)Até que um dia Arwen teve um sonho onde via Ariel regressar a Terra-Média. Ela estava tão linda. Seria uma ótima princesa e futura rainha. O sonho parecia tão real para Arwen que acordou serena e contou imediatamente a Aragorn sobre o ocorrido. Ela tinha uma sensação boa no peito, algo que só uma mãe pode sentir, a sensação de que veria sua filha novamente em breve. Para ela era só um pressentimento, mas mal eles sabiam que isso estava para se tornar realidade em pouco tempo.

Já se passava horas desde que Ariel fora presa nas masmorras de Thranduil. Ela estava exausta, com fome, sede, e preocupada com Lucy. Desde que chegara ao castelo ela não tinha notícias da amiga.

A escuridão tomava conta do lugar, mas Ariel, sem saber como, enxergava através dela. Até que ouviu vozes ao longe, e pode reconhecer que era de Thranduil, e ele ia de encontro à cela.

Ariel, sem saber o que fazer diante do rei, apenas levantou-se num impulso e ficou parada observando-o. Mesmo no escuro ela conseguia ver o quão bonito ele era. Seus cabelos louros, quase brancos, seus olhos intensamente azuis, seu ar de superioridade, tudo isso dava um charme e um ar sexy ao elfo, que apesar de já estar velho, tinha a aparência de um jovem. Ele parou e fitou Ariel por alguns segundos, sua expressão era séria, um pouco confusa na opinião da garota. Até que se pronunciou:

–Por que torna tudo tão difícil, elfa? - ele disse pausadamente - Por que não diz o que estava fazendo em meu reino? Diante das circunstâncias quem sabe eu a libere? É tão simples.

–Já disse meu senhor, não sou uma elfa, eu e minha amiga estávamos indo para a escola quando de repente um buraco nos engoliu e viemos parar aqui. Eu não sei onde estou, e quem são vocês, mas a única coisa que eu peço é que acreditem em mim!

Thranduil observava atentamente a garota enquanto a mesma falava. Suas roupas, seu jeito de falar, seu olhar, sim, este era verdadeiro.

Ela era diferente das demais elfas de seu reino e de reinos vizinhos, mas ainda sim, ele tinha a leve sensação que a conhecia.

–Por que eu deveria acreditar em você? - ele semicerrou os olhos bem próximo a ela, somente a cela os dividia

–Hoje é meu aniversário majestade, fiz 17 anos hoje, meu maior desejo era poder comemorar essa data junto a minha família, aos quais eu amo muito! Mas eu caí aqui. Justo nesse dia. Acha mesmo que eu mentiria? Que eu não queria estar com eles? - Ariel falava e as lágrimas escorriam.

–Realmente. Bom vou liberá-la mas ficarei de olhos abertos em você e sua amiga. Até se localizar, pode ficar em meu reino. Tauriel lhe arrumará um quarto e roupas adequadas. - disse e saiu, fazendo um movimento para que os guardas a libertassem.

–Thranduil! Espere... - num movimento lento ele se virou e encarou Ariel. - Obrigada!

Ele a olhou e continuou a caminhar para seus aposentos.

–Não ligue, ele é assim mesmo. - Tauriel apareceu causando um pequeno susto em Ariel que estava distraída observando o rei.

– Perdoe-me se lhe assustei. Sou Tauriel e vou lhe mostrar seus aposentos. - Ariel se virou encarando a elfa ruiva. - Tudo bem. Você teria notícias de minha amiga, Lucy?

–Pelo que ouvi ela está bem, está descansando e mais tarde poderá ir para seu aposento. Não se preocupe. - disse caminhando rapidamente com Ariel, que ficou feliz em saber do estado da amiga.

–Chegamos. - ela parou em frente a uma grande porta de madeira, com alguns detalhes élficos. - Sua amiga ficará aqui com você. E suas vestes estão em cima da cama. Tome um banho e pedirei a uma das cozinheiras que traga algum alimento, você deve estar exausta e faminta.

–Ah sim, estou, e muito! - Ariel disse sorrindo. - Obrigada Tauriel!

–Por nada, com licença. - disse e se retirou.

Ariel se dirigiu ao banheiro, era grande até, e tinha uma espécie de banheira dentro dele e um detalhe em élfico na parede com uma abertura que saia a água morna. Ao lado tinha uma loção para ser adicionada a água para que essa ficasse perfumada.

Esperou a banheira se encher e entrou dentro dela, se sentando. Logo que fez isso sentiu todos seus músculos se relaxarem. Ficou lá um bom tempo pensando em tudo que tinha acontecido e em Thranduil. A imagem do elfo não saia de sua cabeça.

Saiu do banheiro e foi se vestir, encontrou em cima da cama uma bandeja com frutas, uma sopa e um pão que ela achou uma delícia.

Comeu tudo com gosto e se deitou esperando sua amiga vir para o quarto, o que não demorou acontecer.

–Lucy!!! - Ariel correu ao encontro da amiga. - Como você tá? O que houve? Que susto que você me deu!

–Calma Ari, estou bem, um pouco fraca mas estou bem. - disse sorrindo e abraçando a amiga. - Não se preocupe!

–É claro que eu me preocupo, você é como uma irmã pra mim!

–Aww, você também flor! Prometo que ficarei bem! E você? Está bem?

–Estou, porém preocupada, precisamos dar um jeito de voltar pra casa, nossos pais devem estar muito preocupados! - Ariel disse pensativa.

–Sim, mas podemos ficar mais uns dias? Gostei desse lugar, principalmente do rei e de seu filho. - Lucy lançou um olhar cúmplice para a amiga

–Lucy! Estamos perdidas e você pensando na beleza dos elfos? - Ariel ria, mas tinha que admitir que ficara encantada com eles também, em especial com Thranduil.

–Bom, vamos descansar, pensaremos nisso amanhã!

–Boa noite Ariel!

–Boa noite! - apesar do cansaço, Ariel sabia que a noite seria longa para ela, que não conseguiria pregar os olhos.

Thranduil em seu aposento se encontrava na mesma situação que a garota. Ela, de alguma maneira, tinha conseguido mexer com ele. E ele tinha medo do que isso poderia se tornar. Apesar de experiente ele não tinha um passado lá muito feliz, e tinha medo de novos sentimentos se aflorarem em si novamente, porém não podia deixar de notar na beleza da meia-elfa. Esses pensamentos o fizera lembrar de sua falecida esposa, na sua juventude ao lado dela, e como isso ainda o perturbava. Levantou-se e foi até a sacada de seu quarto, sentindo o frio tocar-lhe a pele. Uma leve lágrima desceu pela sua face, a qual ele logo tratou de secar.

–Se controle Thranduil, você não é mais um jovem elfo descobrindo o amor, agora você é o rei da Floresta das Trevas, e deve focar em suas obrigações para com seu povo, pare de pensar besteiras. - disse para si mesmo, como um mantra.

Ficou lá por horas, até que começou amanhecer o dia e ele foi obrigado a se retirar, deixando para trás os sentimentos que teimavam em assombra-lo.