Acordei numa cama. Ah espera... É a minha nova cama. Tentei levantar, mas não deu muito certo. Gemi de dor. Minha cabeça estava latejando, meu corpo inteiro estava doendo.
Tentei me levantar de novo, senti o dobro de dor, mas não era só isso. Minha visão. Eu não conseguia controlar meus olhos, eles estavam olhando para todos os lugares até que fica tudo branco e eu vejo o lobo cor de areia de novo, mas não só ele vários deles, acho que uma... Alcatéia!
Voltei ao quarto. Alice estava do meu lado. Eu tinha conseguido me sentar. Mas como? Isso está começando a me irritar.
–O que houve... Eu vi... Eu não consegui ver! -Ela falava e eu entendia cada vez menos. -Tami, o que você viu? -Ela pergunta, eu a encaro.
–Do que você esta falando Alice? -Pergunto.
–Tami, eu tenho que te contar uma coisa... Eu sei que você tem visões! -Ela fala e por um momento achei que meu coração parou.
Levantei-me e logo cai na cama de novo, de dor.
–Vou chamar o Carlisle, para ele cuidar dos seus curativos. -Ela fala saindo.
Logo Carlisle chega, e começa a tirar as ataduras e colocar novas.
Mas o que houve? Por que estou sentindo dor? Por que estou machucada?
Alice volta e da um sorriso para Carlisle. E então ele sai.
–Bom... -Ela começa, mas é interrompida, por Edward.
–Alice, vem, é melhor não falar com ela agora! -Ele fala, e o olhei espantada.
Depois cai a fixa.
–Não! Alice, acho melhor falar comigo agora! -Falo, pegando seu braço e a puxando com força para se sentar na cama.
Edward me olha e sai fechando a porta.
–Agora, me explica direito o que você estava falando! -Falo.
–Tami. Eu sei que você tem visões por que eu também tenho! -Ela fala, e eu fico parada a encarando.
Eu queria rir, mas de algum modo eu acreditava nela.
–Você? Tem visões? -Pergunto.
–Sim! -Ela fala um pouco mais baixo.
–Então, por que estava falando que não conseguiu ver? Não conseguiu ver o que?- Pergunto.
–É complicado, Tami! -Ela fala, se levantando.
–Eu tenho todo o tempo do mundo! -Falo.
–Esta bem... Eu não consigo ter visões com lobos... Então não consigo ver suas visões! -Ela fala de uma vez e eu fiquei a encarando sem acreditar.
–Então... Eu não estou ficando louca? -Pergunto. -Espera... Por que estou tentando visões com lobos?
–Não sei... Eu vejo tudo embaçado... Não consigo ver o seu futuro. -Ela fala e sai.
Eu fico lá sentada olhando pro nada, e aquele pensamento volta. Por que eu estou toda machucada?
E assim, as lembranças voltam.
Eu recebi uma ligação. A minha mãe... Morreu... E eu bati o carro! Se não fosse tão trágico iria estar preocupada com o meu carro, mas agora eu sou órfã... Uma órfã!
Quando vi eu estava aos prantos.
Naquele mesmo dia, recebi uma ligação que no atestado de orbito da minha mãe, ela exigiu ser cremada. Foi o que aconteceu, e eu joguei suas cinzas. Ela e eu já tínhamos um acordo, se caso isso acontecesse com uma de nós. Nunca fomos muito normais. Nesse atestado também fiquei com toda a herança da família. Era muito dinheiro, mas para mim não valeria nada. Sou uma órfã e ele só ativa quando fizer 18 anos.
Já tinha se passado uma semana desde que a pior coisa da minha vida aconteceu. Os advogados estão discutindo, para eu ir a um orfanato ou algo assim, mas já tenho 17. Só mais um ano e vou estar livre.
Estou no quarto fazendo algumas lições, quando batem na porta.
–Entra! –Falo.
Olho para cima era Carlisle e Esme. Eles estavam sorrindo. Ai meu Deus.
–Tami, temos que conversar! -Carlisle fala.
Isso não deve ser muito bom.
–Tami, conversamos com o advogado... E nos oferecemos para pegar sua guarda! - Fala Esme.
Eu fico parada encarando os dois. Surpresa era como eu estava naquele momento. Mas eu já deveria imaginar que eles fariam isso. Eles são bons demais.
Eles esperavam alguma resposta ou uma negação. Algo do tipo. Mas eu não conseguia falar.
–É... Vocês têm certeza disso? –Pergunto, e os dois sorriram.
–Por quê? Quem vai querer uma filha adotiva com 17 anos? Bom, apenas nós queremos. – Carlisle diz.
–Tami, todos meus filhos são adotivos. -Fala Esme.
Agora sim eu fiquei surpresa. Como não percebi que não eram nada parecidos? Eu também deveria imaginar isso. Esme e Carlisle eram muito novos para terem filhos com dezessete anos.
–Bom, então... Eu adoraria! –Falo sorridente.
Esme da um lindo sorriso e me abraça.
Pois é. Há menos de uma semana que perdi a única família que tinha, e agora já ganhei outra. Mas é melhor que ir para um orfanato.