Home To Mama escrita por Swen


Capítulo 1
Everything will be fine.


Notas iniciais do capítulo

Did you miss me?
Eu tinha que começar citando o Moriarty. Então, é algo meio fluffy e meio angst e meio que não é, não sei bem. É apenas uma ideia que vi no tumblr e me animei para escrever sobre, não sei se vão gostar. Está meio curto, eu sei, por isso que ainda não fechei, se vocês pensarem em algo eu posso pensar em continuar, vocês entenderam.
Quanto aos Swens que estão me vendo postar enquanto deveria estar escrevendo e postando Going By Past, desculpem-me, mas não se preocupem que eu tenho ideias e continuarei.
Espero que gostem :)



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A festa de casamento não estava – nem um pouco – perto do fim. Sherlock olhou em volta e seus olhos capturaram rapidamente seus conhecidos e únicos com que tal sociopatia resolvia não se alarmar. Caminhou até Molly, mas ela acabara de puxar seu par – e mais novo namorado, copia do Holmes mais novo – para um longo beijo. Melhor não, pensou. Senhora Hudson estava dois casais ao lado de Molly, andou em sua direção, mas a Senhora estava engajada em uma conversa sobre biscoitos, chás e caminhadas. Claramente investindo no senhor ao seu lado. Nem pensar, resolveu não se meter. Tedioso. Por fim encontrou Lestrade. Não tem a melhor conversa, mas é tolerável. Mal se mexeu e Greg já estava bebendo champanhe com alguma mulher que Sherlock não dava à mínima.

Desistiu de tentar, voltando a sua solidão. Caminhou até o canto e encostou-se à parede. Não seria a mesma coisa, suspirou. Mirou o seu olhar e sua atenção para a única pessoa com quem gostaria de dividir uma conversa, pena que não seria com ele que as coisas seriam divididas.

Mary estava grávida e Sherlock fez o favor de avisar ao glorioso casal. Dessa vez não queria se exibir, não queria mostrar que sabia mais do que eles mesmos. Não admitiria e nem deveria envolver tais coisas, mas seus sentimentos já estavam há tempos envolvidos. Sherlock queria ser o único portador do melhor – e mais desejado – presente que John teria. Queria participar, que não fosse de um jeito, que fosse de outro. Queria que no futuro John pensasse no melhor dia de sua vida – Sherlock sabia que aquele era o melhor dia –, o dia em que seu melhor amigo fora incrivelmente amável, o dia em que se casou com a mulher amada, o dia em que descobrira que teria um filho, e lembrasse que fora Sherlock quem o avisou. Lembrasse que seu melhor amigo foi o primeiro a dar os parabéns e as felicidades. Pois ele mesmo sabia da verdade, tudo mudaria. Não precisarão mais de mim já que um novo bebê está a caminho.

Tateou os bolsos por um cigarro e notou que não estava com eles. Aproveitou que ninguém o olhava e saiu do recinto, pegou seu grande casaco preto, jogou pelos braços e o fechou para se proteger do frio. O casamento estava longe de acabar.

***

Abraçava Mary enquanto dançava desajeitadamente. Sentia-se quase feliz. Sherlock estava certo, tinha a mulher que amava em seus braços e estavam casados, seria pai. Mas por que o “quase”? Não podia parar de pensar no que a Senhora Hudson havia dito. Depois do casamento tudo muda.

Abriu seus olhos e sorriu para Mary quando ela se afastou um pouco e olhou para ele. Sussurrara algo como “estou tão feliz”. John fez que sim com a cabeça e sorriu ainda mais. Mary voltou ao abraço e fechou seus olhos, John apenas descansou a sua cabeça perto dos cabelos dela e viajou com os olhos pelas pessoas presentes. Talvez eu o nomeie Sherlock, sorriu ao pensamento, Mary nunca concordaria. Sherlock. Deveria lembrar-se de agradecê-lo mais trezentas vezes por tudo que fizera, sabia que o detetive e amigo se excedera, passando de seus próprios limites e – ainda bem – das expectativas. Como diabos ele sabia da gravidez antes mesmo de Mary? Ah, Sherlock. Talvez eu o leve bolo, huh.

Procurou Sherlock entre os presentes, mas nada encontrava. Os cachos morenos nunca seriam difíceis de encontrar, Sherlock não estava ali.

John alarmou-se e soltou-se de Mary sem gentileza. “John?”

“Ahm? Ah, desculpe.” Girava a cabeça para todos os cantos. Ele não pode ter ido.

“O que foi, John?” Mary já estava se preocupando. Duas vezes no mesmo dia, não.

“Acho que o Sherlock foi embora.”

“Tão cedo?! Tudo bem. Venha.” Puxou-o pelo braço para mais uma dança. “Amanhã nós iremos até Baker Street vê-lo. Você sabe que ele não gosta de gente.”

John desistiu e voltou a dançar. Mas ele gosta de mim.

***

Suas mãos nos bolsos e sua cabeça baixa só o deixavam com um aspecto maior de pensativo. Absorto neles não percebia para onde estava indo ou há quanto tempo estava andando. Tudo que pensava era em seus atos nunca feitos que poderiam, provavelmente, mudar o estado em que se encontrava. Só despertou deles quando os espessos pingos de chuva explodiram em sua cabeça. Olhou em volta e notou onde estava.

“Sherlock?”

“Mãe?”

Senhora Holmes pegou um guarda-chuva qualquer e correu até o filho no meio da rua. “Venha, querido. Vais pegar uma pneumonia se continuar aqui fora.” Dividiu o guarda-chuva com Sherlock. “Querido?”

Sherlock continuava com um olhar vazio, ainda encarando a sua mãe, sem saber como estava onde estava.

Senhora Holmes encarou o seu menino. O olhar dele não expressava sequer conhecimento de nada, não estava lá a luz que ela via desde pequeno. Ele estava sério, duro, completamente estático. Tocou seu rosto, acariciando-o. “Meu filho?”

No mesmo instante Sherlock relaxou os ombros e fechou os olhos, aprofundando a sensação do carinho que tanto sentia falta, o carinho que quase nunca tivera. Respirou fundo e abriu os olhos. “Mamãe?” Sua mãe não notou, mas os pingos de chuva que caiam do seu cabelo se misturaram com a única lagrima que Sherlock não conseguira segurar.

Sua mãe o abraçou forte e deixou que ele tomasse seu tempo para retribuir. Quando feito, guiou-o para dentro. “Venha. Vamos secá-lo, tudo bem?” Sherlock não protestou.

Sentou-o no chão perto da lareira, enrolou-o com uma grossa manta e deixou-o sozinho por um instante, voltando com algumas mudas de roupa que sempre guardava dos seus filhos e uma toalha. Sherlock levantou-se ao vê-la, tentou voltar ao seu “eu” e ir embora, mas sua mãe sorriu e balançou a cabeça para que ficasse onde estava.

Pegou a toalha e, aproximando-se de seu filho, secou gentilmente seu rosto e seus cabelos. Deu-lhe as roupas. Sherlock fez uma careta ao ver que um suéter que há anos não usava estava junto a uma calça moletom. “Eu não vou usar isso.” Senhora Holmes sorriu vendo que ele já estava sendo ele e sentou-se no sofá.

“Tudo bem. Mycroft não está aqui. Vista ou terei que fazer a sopa que você tanto odeia.”

Sherlock bufou, mas cedeu. Deixou a manta cair ao chão e retirou ambos casaco e camisa, secando-se um pouco com a toalha e vestindo o ridículo suéter que tanto o lembrava... John. Sua feição escureceu um pouco. “Eu fecho meus olhos para você tirar o resto, se quiser.” O Holmes mais novo fez outra careta e sua mãe viu seu rosto iluminar um pouquinho, sorriu.

Já seco e vestido andou até o sofá, sentando-se razoavelmente perto de sua mãe. Senhora Holmes o estudou por poucos segundos, até que ele suspirou.

“Não era hoje que aquele seu amigo iria casar?”

Sherlock tencionou novamente. A Senhora Holmes soube naquele momento do que se tratava. O Holmes mais novo fechou seus olhos e ela tocou seu rosto mais uma vez.

“Eu sei, meu amor. Eu sei.”

Sherlock não segurou as lagrimas, não queria mais segurar, não queria fingir que nada daquilo estava-o afetando. Deitou sua cabeça no colo da sua mãe e subiu os pés para o sofá, como uma criança.

“Mãe, eu...”

“Está tudo bem, querido.” Tocou em seus cabelos, acariciando-o.

“Não, mãe. Não está.” Sherlock já começava a soluçar no colo de sua mãe.

“Não. Mas vai ficar.” Senhora Holmes alisava o braço dele com uma mão e com a outra continuava mexendo em seus cabelos.

“Eu não sei o que está acontecendo. E-Eu... não fico assim desde-”

“Desde a morte de Redbeard.” Interrompeu-o. “Eu sei.”

Sherlock suspirou e pareceu intensificar os soluços à menção de seu cão de infância. “Eu estive tão mal por causa dele. Por que você não me ajudou? Eu estava com medo, triste, uma criança.” Subiu o olhar para encarar a sua mãe.

Senhora Holmes pensou um pouco, lembrando-se do episódio. “Você sempre foi fechado, meu amor. Eu sempre tentei me conectar mais com você, mas você sempre me afastou.” Suspirou. “Ele era muito importante para você. Eu esperei que você me desse espaço para te ajudar, porém você se fechou completamente.” Deu um semi-sorriso para o seu caçula.

Sherlock voltou a olhar para o nada enquanto a sua mãe fazia-lhe carinho. “Ele está casado.”

“Casamentos acabam.”

“Não este. Eles vão ter um filho.”

O silêncio permaneceu por alguns instantes, sendo apenas violado pelo estalar da madeira queimando.

“Ele é único, mãe.” Sherlock começou. “É completamente comum com suas coisas banais e seus assuntos ordinários, extremamente previsível – senão o mais –, gosta de sair e de ver pessoas e essas coisas estúpidas. Mas ele não é estúpido. Eu não sei como, mas ele é incrível, ele me entende, ele continua sendo gentil mesmo que você seja eu, ele não sente raiva, mãe. Se existem anjos – o que eu duvido –, mas se existem ele é um. Não é à toa que ele é médico... ele me salvou de um jeito, deixou-me de um jeito que nem nicotina pode deixar.”

Sherlock tomou a mão de sua mãe que estava em seu braço e apertou-a forte.

“Você o ama.” Sorriu com o que já sabia. “Feche os olhos e repita comigo, meu amor. ‘Tudo vai ficar bem.’”

Holmes fechou os olhos, respirou fundo e ainda segurando a mão de sua mãe, repetia, entre os poucos soluços que restaram. “Tudo vai ficar bem”

“Tudo vai ficar bem.” Repetiam juntos, baixinho.

“Tudo vai ficar bem.” Senhora Holmes sorriu tristonha com a dor do seu filho, o amor que sentia. Não diria que Mycroft estava certo. Importa-se dói, pode ser um erro, mas é um que vale correr quantas vezes for preciso. Beijou-lhe os cabelos e sussurrou que o amava.

“Tudo vai ficar bem.” John ama Mary.

“Tudo vai ficar bem.” John e Mary terão um filho.

“Tudo vai ficar bem.” Um filho é um imenso compromisso.

“Tudo vai ficar bem.” Não posso competir com uma família feliz.

“Tudo vai ficar bem.” Não quero competir com uma família feliz.

“Tudo vai ficar bem.” John está feliz. É tudo que eu quero.

“Tudo vai ficar bem.” Não deixarei nada mudar.

“Tudo vai ficar bem.” Eu amo John Watson.

“Tudo vai ficar bem.” Tudo vai ficar bem.

“Tudo vai ficar bem.” Por John.

“Tudo vai ficar b-...”


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Notas finais do capítulo

Talvez angst não seja a minha praia. Sim? Não? Okay.
Beijão e me contem o que acharam. Até a próxima!



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