Enfim chega a tão sonhada semana por todos os alunos de KHS, a Golden Week... Mas não para uma certa Hyuuga que já estava de pé desde cedo e vestida toda de preto pra ir ao cemitério para visitar o túmulo da mãe e dos tios.

A segunda-feira estava com muito calor, pois o dia amanheceu sem muitas nuvens no céu e Hinata já esperava pelo primo que vinha buscá-la junta de sua irmã que levaria um buquê de flores para ornamentar o túmulo da pessoa que mais se orgulhava enquanto ainda era viva, mas infezmente faleceu durante o nascimento da irmã mais nova.

Enquanto refletia sobre isso, Hinata não percebeu que Hanabi entra em seu quarto e a chama, tirando-a de seus pensamentos.

– Hinata onne-san, já está pronta? – questiona a Hyuuga mais nova.

– Já sim, maninha! Deixe eu só arrumar o meu cabelo e ... – Hinata nem terminou de responder e vê Hanabi com lágrimas em seus olhos perolados.

– Ei, ei, ei, Hanabi! O que houve? Por que está chorando? – Hinata indaga preocupada, chegando até ela e coloca suas mãos nos ombros da irmã caçula, Hinata nunca tinha visto Hanabi chorar assim, já que ela é uma garota tão alegre e extrovertida.

– M-Me desculpe, onne-san! Por minha culpa, a m-mamãe não está mais aqui! S-Se eu não tivesse nascido, a mamãe estaria... – Hanabi começou a falar de cabeça baixa, tentando conter o choro, até que Hinata a interrompe.

– Por que isso agora, Hanabi? Você sabe muito bem que não foi culpa sua, nem de ninguém! A morte da mamãe foi uma fatalidade! Ela agora está no céu nos protegendo de tudo, além do mais, você não está sozinha, ainda tem a mim, o Neji-nissan, o papai, o seu namoradinho konohamaru e todos os nossos amigos que se importam muito com você! Agora por favor, coloque um sorriso nesse rostinho lindo, a mamãe não ia gostar nadinha de te ver com essa cara de chorôrô! – exclama Hinata com um sorriso meigo.

– Tem razão, onne-san! Além do mais, a mamãe e o baka do Kono-kun iriam me torrar a paciência se me virem assim! – retrucou Hanabi agora sorrindo de orelha a orelha e secando as lágrimas com as costas de suas mãos.

– Esse é o espírito, manhinha! Agora vamos, o Neji-nissan já deve esta chegando! – exclama a mais velha saindo do quarto e sendo acompanhada pela caçula.

Chegando a sala, as Hyuugas tiveram uma surpresa ao encontrar Konohamaru as esperando, junto das garotas.

– Kono-kun, onde você pensa que vai vestido assim? – questiona Hanabi admirada pelo namorado estar ali, ele estava vestindo um paletó de cor escura e calça da mesma cor e sapatos pretos, dava pra se notar que o garoto estava desconfortável em usar aquilo, pois de vez em quando, ele tentava afrouxar um pouco o nó da gravata vermalha.

– Desculpem por vir sem avisar, mas como um ótimo namorado que eu sou, eu irei acompanhá-las até o cemitério e prestar minhas homenagens a sua mãe! Isso é... Se você me permitirem! – respondeu o Sarutobi encabulado e com as mãos na nuca.

– Obrigada, Kono-kun! – diz Hanabi o abraçando fortemente.

Hinata, Sakura, Tenten, Temari e Ino ficaram emocionadas com a demonstração de afeto dos jovens namorados, elas também queriam alguém que as ame icondicionalmente, não importando as circunstâncias ou as dificuldades que surgissem na vida, mas as coisas nunca são tão simples assim.

– Ah, parem! Vocês estão me fazendo chorar! – fala Ino com um biquinho e uma cara de choro, seguida de risos por todos na sala.

Quando as risadas cessaram, pode-se ouvir a campainha tocar e Tenten rapidamente se levantar do sofá e vai até a porta.

A chocolate nem viu quem era e já foi abrindo a porta, já que estava olhando os mais jovens abraçados ainda e comentou: – Eu queria que o baka do Neji fosse assim como você, Konohamaru!

– Assim como, Pucca? –disse uma voz da porta que a fez paralizar.

Ela lentamente foi se virando e seus olhos chocolates esbugalhados encontraram com os perolados de Neji que a olhava ainda esperando uma resposta.

– E então, Tenten? – insistiu o Hyuuga com uma cara séria.

– Quer saber, Neji? Isso não é da sua conta, seu cabeludo! Aliás... Onde está aquela sua... Blerg!... –ela fez cara de nojo.– Namorada? –completou a Mitsashi irritada com o tom de voz do garoto.

– Ela viajou! Foi pra casa da mãe dela que mora em outro país! –respondeu curto e grosso.

– Ainda bem! – pensou Hinata aliviada em ter que aturar aquela garota se agarrando com seu primo na escola e fora dela, enquanto via sua amiga Tenten aos cantos chorando e se acabando em potes de sorvete de chocolate e assistindo a filmes melosos.

Mas depois desse pensamento, a Hyuuga nota que tem mais alguém com o primo e como eles ainda estavam do lado de fora, ela pediu a Tenten que desse espaço pra entrarem.

– Neji-nissan! Quem está aí com você? – Hinata questiona.

– Sou eu, Hinata! – respondeu Toneri, saindo de trás do amigo.

– Toneri-kun! Você irá conosco? – indagou Hinata surpresa ao vê-lo ali.

– Sim! A sua mãe foi uma grande amiga da minha! Nada mais justo eu prestar as minhas homenagens à pessoa que me viu nascer e crescer junto com você Hinata! – comentou o Ootsutsuki sorrindo para a Hyuuga e segurando as pequenas mãos dela, o que a deixou rubra com o toque.

– É impressão minha ou ele está dando em cima da nossa amiga? – sussurra ino pra amiga rosada com um sorriso malicioso.

– Parece que sim, porquinha! – respondeu Sakura no mesmo tom de voz.

– Acho melhos irmos logo! – disse Hanabi, vendo que a irmã não ia dizer mais nada por um longo tempo. – Até, meninas! – concluiu.

Depois de um tempo de total silêncio durante a viajem ao cemitério, Hinata, Neji, konohamaru, Hanabi e Toneri finalmente se encontravam diante dos túmulos de seus parentes, Hanabi não conseguiu conter as lágrimas e chorou abraçada ao namorado, por incrível que pareça, Hinata em nenhum momento demonstrou fragilidade, aquilo surpreendeu o primo e Toneri, já que Hinata era muito ligada à mãe.

Toneri que até então estava calado, vendo os Hyuugas depositarem flores para adornar os túmulos, ficou ao lado de Hinata sempre e num momento de dar apoio a jovem Hyuuga, o Ootsutsuki segura a sua mão, entrelaçando os seus dedos.

Hinata no mesmo instante se assustou com o gesto do rapaz e o olhou surpresa, mas logo depois permitiu o contato e voltou a ver Hanabi, junto de Konohamaru depositarem uma um buquê de flores em vaso perto das lápides.

– Hinata, eu sempre vou estar ao seu lado! – Toneri sussurrou pra só Hinata ouvir.

– O-Obrigada, Toneri-kun! – respondeu a jovem sem olhar pra ele.

O tempo logo passou como num piscar de olhos e o dia mais indesejado pela Hyuuga finalmente chegou, o dia que definitivamente ajudaria o amor de sua vida a conquistar sua amiga de residência, Sakura Haruno. No apartamento das garotas, Hinata estava se vestindo para ir até a casa de um certo Uzumaki escandaloso.

A Hyuuga de olhos perolados desce as escadas do andar de cima usando um vestido de bojo, na cor lilás e uma sandália beje rasteirinha, ela vê suas amigas e a irmã mais nova tomando o café da manhã e logo imaginaram que ela iria sair cedo.

– Nossa Hinata! Aonde você vai assim, toda arrumada? Posso saber? – uma Ino super curiosa começa com o seu interrogatório.

– E-Estou indo na casa do N-Naruto-kun! E-Ele me pediu ajuda numa coisa! – respondeu Hinata super corada ao dizer que ia à casa de seu amor platônico.

– Hummm! Vocês estão namorando? – agora quem indaga é Tenten com uma carinha sapeca.

– NÃO! – Hinata praticamente gritou, assustando as amigas e a irmã, elas nunca tinham a ouvido gritar assim antes. – Q-Quer dizer... N-Não é nada disso que você está pensando, Ino-chan! E-Ele só quer minha ajuda nos estudos! Só isso! – mentiu a Hyuuga, ela não gostava de mentir para as amigas, mas ela não podia dizer simplesmente o real motivo da suposta ajuda, agora num tom de voz mais baixo.

– O que está acontecendo, onne-san? Toda vez que vejo você e aquele baka, vocês estão de mimimi pelos cantos da escola! Que tipo de segredinhos mórbidos vocês tem que não podem nos contar? – questiona Hanabi com uma sobrancelha arqueada.

– É isso mesmo, Hinata! Vocês sempre pedem pra ficarem sozinhos e conversarem! Se for algum problema, pode contar pra nós, Hinata! Só queremos te ajudar no que for preciso! – comenta temari solidária.

– E-Eu já disse, meninas... – insistiu Hinata na mentira. – É-É só uma ajudinha com os estudos! B-Bom, já estou indo! Bye, bye!

Durante o caminho em direção da casa do Uzumaki, Hinata refletia sobre tudo o que aconteceu, desde o pedido de ajuda dele pra conquistar a sua amiga rosada e as terríveis consequências que isso trará depois de completada aquela “missão” a que ela mesma se impôs, mas a Hyuuga tinha plena consciência de que estava fazendo a coisa certa, afinal, até passaria por cima dos seus próprios sentimentos pra ver o garoto que tanto ama desde os 5 anos de idade feliz, mesmo que seja com outra pessoa, ela estava tão concentrada em seus próprios pensamentos que nem viu que já estava em frente aos portões da casa do Uzuzmaki.

– B-Bem! Aqui vou eu! Tomara que eu não me arrependa depois – refletiu Hinata triste antes de tocar a campainha da casa.

A porta foi aberta por uma Kushina irritada com um avental amarrado na cintura, provavelmente ela estava na cozinha preparando o almoço pra dois loiros mortos de fome, mas ela se surpreendeu ao ver a pequena menina ali, que logo a abraçou, quase quebrando as costelas da Hyuuga.

– Hinata, minha menina! A que devo a honra de sua visita? Vamos entre! – depois de dar um abraço de urso, a ruiva deu passagem para morena entrar e sentar-se no sofá da sala.

–O-Obrigada, Kushina-sama! – a Hyuuga fez uma reverência em sinal de respeito. – S-Será que eu posso falar com o Naruto-kun? – perguntou.

– No momento, ele não está! Ele foi com o pai dele ao supermercado! – respondeu a ruiva.

–Entendi!- exclamou Hinata decepcionada.

–Mas, e então? Vocês finalmente estão namorando? - questionou Kushina de supetão, surpreendendo a menina Hyuuga, a fazendo corar como um pimentão.

– Quê? N-Não, não , Kushina-sama! Er... Quero dizer... Nós... N-Nós só somos bons amigos! Sim! Apenas bons amigos! – Hinata se enrolava nas palavras e movendo as mãos na frente do rosto. Kushina achava aquela atitude dela muito fofa, na opinião da Uzumaki, Hinata seria a melhor escolha pra ser a sua nora.

– Ah! A senhora quer ajuda pra preparar o almoço? – Hinata indagou, querendo mudar de assunto.

– Claro que sim! Afinal, meu filho me disse uma vez que você é uma ótima cozinheira! – respondeu a Uzumaki com um grande sorriso.

Então Hinata foi ajudar a mãe de Naruto a fazer o almoço, mas poucos minutos depois, surgem dois loiros carregados de sacolas de compras, Naruto até então, não tinha notado a presença de Hinata ainda e logo começou com o berreiro.

– Ô MANHÊ! DESCULPE A DEMORA! É QUE ESTAVA DIFÍCIL ESCOLHER ENTRE O LAMEN DE PORCO E O LAMEN DE LEGUMES! – gritou Naruto colocando as compras em cima da mesa.

– NARUTO, SEU IDIOTA! JÁ NÃO TE DISSE PRA NÃO GRITAR! EU NÃO SOU SURDA! – esbravejou a ruiva com um olhar mortal, que fez o filho gelar de medo.

– Kushina, meu amor... – Minato chamou a atenção da esposa. –... Agora é você quem está gritando! – disse o Namikaze achando graça daquela discussão entre mãe e filho.

Hinata apenas assistia a tudo com um sorriso alegre no rosto, com certeza, aquela família era única.

Depois do bate-boca, Naruto se surpreende ao ver a Hyuuga ali com a sua mãe, eles tinham combinado de se ver, só depois do expediente dela na lanchonete.

– Hinata? O que faz aqui tão cedo? – questiona Naruto se aproximando dela.

– B-Bom dia, Naruto-kun... Minato-sama! – cumprimentou Hinata com uma reverência.

– Bom dia! – disseram os dois loiros em uníssono.

– N-Naruto-kun... Er... Eu vim aqui pra falar com você sobre “aquele assunto”! – exclama Hinata, batendo os indicadores um no outro.

–“Aquele assunto”? – perguntou Naruto, ainda não entendendo do que ela falava.

– Sim, Naruto-kun! “Aquele assunto”! – repetiu a Hyuuga, tentando fazê-lo se lembrar do assunto em questão.

– Ah, sim! Lembrei! – disse Naruto, rindo feito um bobo. – Vem! Vamos conversar sobre isso lá fora! – concluiu, pegando a mão dela e saindo dali de perto dos pais.

Chegando a uma pequena pracinha que havia perto da sua casa, Naruto e Hinata se sentam num dos bancos da praça e logo depois começam a discutir sobre os planos de conquista do loiro.

– Sabe Hinata? Estive pensando em chamar a Sakura-chan pra sair! O que acha? – questionou Naruto, querendo saber a opinião da Hyuuga.

– N-Não seja tão precipitado, Naruto-kun!Primeiro você deve saber as preferências da Sakura-chan! – comentou Hinata com um sorriso forçado e ao mesmo tempo triste.

– Como assim, Hinata? – perguntou Naruto confuso.

– Bem, acho que você deve saber do que a Sakura-chan gosta e do que não gosta, use isso ao seu favor que tudo dará certo! – respondeu Hinata de cabeça baixa, não o encarando em nenhum momento, desde que chegaram à pracinha.

– Acho que tem razão, mas como vou fazer isso? Simplesmente não posso ir lá falar com ela e perguntar do que a Sakura-chan gosta, seria como levar o gado para o matadouro, ou seja, ela irá me fazer em pedacinhos bem pequenininhos! – disse o Uzumaki imaginando a cena com um sorriso de orelha a orelha.

– Bom, você a conhece a mais tempo do que eu, então imaginei que já tivesse uma ideia! – exclamou a garota Hyuuga.

– Estava pensando em levar flores ou uma caixa de bombons, sabe? Uma coisa bem clichê! Todas as mulheres gostam de flores e bombons! – falou o loiro com um ar de superior.

– Acho que não vai funcionar, a sakura-chan tem uma personalidade muito forte, mas se você for a conquistando aos poucos, acho que em pouco tempo você irá conquitá-la! – comentou Hinata cerrando os pequenos punhos em cima de suas coxas.

– Mas como eu vou fazer isso, Hinata? – questionou Naruto, observando as crianças brincando na pracinha.

– Er... Você poderia tentar parar de gritar e falar normalmente com ela e também parecer mais sério... Como o Sasuke-kun faria! – explicou a Hyuuga sorrindo pra ele.

– Como o teme? O Sasuke só tem aquela cara de galã de novela mexicana, mas ele não passa de um metido arrogante que esculacha todas as garotas da escola, acho que deve ser por isso que mesmo assim elas o idolatram! – brincou Naruto, tirando pela primeira vez uma risada sincera da menina.

Mas logo depois, ele ficou com uma cara séria, o que chamou a atenção da Hyuuga.

– Eu... Eu só queria ser amado por alguém que me visse como eu realmente sou, eu sei que me acham idiota, que não entendo as matérias na escola ou que me visto mal pra caramba, mas poxa, estou tentando melhorar! – exclamou Naruto de um jeito melancólico

– Sei como se sente!Aliás, o garoto que mais amo na vida sequer olha pra mim do mesmo jeito que eu olho pra ele! Mas mesmo assim, eu desejo que ele seja muito feliz, mesmo que não seja comigo! – Hinata comentou com o rosto um pouco corado e olhando o lindo céu azul que lá estava.

– MAS QUEM É ESSE BAKA, HINATA? ME DIGA QUEM É ESSE CARA E O FAREI SE ARREPENDER DE TER NASCIDO! NINGUÉM QUE FAZ A MINHA AMIGA SOFRER ASSIM E SAI IMPUNE! – Naruto se exalta, o que supreendeu a Hyuuga que o encarava de olhos arregalados, mas logo depois sorriu, pois o garoto não sabia que Hinata se referia dele.

–Amiga? Sim!Acho que eu não passo apenas disso pra ele! – pensou Hinata.

– O-Obrigada, Naruto-kun! Me sinto muito melhor agora! – Hinata falou se levantando do banco e se afastando um pouco do garoto que ainda estava sentado no banco.

O Uzumaki só fitava a menina de costas com uma cara de interrogação, afinal, quem em sua sã consciência farial mal a uma pessoa tão gentil e carinhosa como Hyuuga Hinata?

– Vamos voltar, Naruto-kun!Acho que a sua mãe não vai gostar nada se nos atrasarmos para o almoço, afinal, amanhã você terá uma árdua batalha pra conquistar Sakura Haruno e sobreviver! – brincou Hinata já se dirigindo a casa dos Uzumaki.

Naruto não disse uma palavra depois disso, só observava a menina se distanciar e ficou ali pensando em como alguém pode ser tão baixo em magoar uma pessoa como ela, ele daria tudo pra saber quem era o sortudo e dar uma boa surra nesse imbecil, mas o que ele não sabia é que essa mesma pessoa estava mais perto do que ele imaginava, então Naruto apenas se levantou e seguiu a menina até a sua casa.

Continua no próximo episódio...