Cochichos e olhares pairaram acima dos dois no momento em que entraram na sala de aula de Adivinhação, inclusive a professora ficara pasma, ela nunca imaginaria que veria os dois juntos “conversando”, não que eles discutissem aula sim aula não, apenas não era do feitio deles estarem juntos, e então a professora se recompôs.

– Sr. Malfoy, Srta. Weasley isso são horas? Eu sei que a escada não é pequena, mas deveriam se adiantar mais se esse for o problema. – Ela começou seu sermão. – Vamos seus pares – Roxanne e Albus – já se sentaram juntos, por hora fiquem como dupla anda, não atrapalhem minha aula mais ainda. – Eles assentiram e foram pelo meio das careiras para a última.

A aula se passou chata para os dois, e para fingir que anotavam alguma coisa começaram a passar bilhete pelos cadernos, liam a pergunta um no caderno do outro e respondiam nos seus próprios segurando para não soltarem gargalhadas, Rose também recebeu um bilhete de Parkisson e Zabine, assim como Scorpius.

O dela dizia: “Beijou o Malfoy foi? Acho que sei que a resposta é não. HAHAHAHA. D.P”.

O dele era um aviso, vamos dizer um aviso “de amigo”: “Cara você é maluco, ser pego com a Weasley, vai ficar manchado se não fizer algo... Só dizendo: Quem avisa amigo é. L.Z”.

A menina trocou o seu bilhete com o do loiro tão rápido que ele não sentiu, ela se segurou para não chorar na frente de todos após ler o bilhete, porém seu nariz ficou vermelho e Scorpius vendo a situação em que a deixou, resolveu continuar os bilhetes por caderno:

“Ei, não fique assim. Eu não penso como eles, juro. S.M”.

“Certeza, porque eu vou entender se você não quiser ser mais meu amigo, quer dizer quem quer ser amigo da Rose BV Weasley? R.W”. – Com isso uma lagrima caiu no caderno da ruiva molhando o que ela havia escrito limpando o rosto rapidamente para que ninguém visse abaixou a cabeça.

“Eu. S.M”. – Isso foi o suficiente para a menina engolir o choro e sorrir, ela se sentiu tão a vontade que pegou na mão do menino que estava em cima da mesa, aquela mão branca e fria, quase como a de um vampiro da visão dos trouxas, mas se for pensar Scorpius Malfoy realmente parecia um vampiro, um vampiro lindo.

Quando a menina fez isso o garoto tirou a mão e passou ao redor do ombro da menina, só quem prestava atenção neles – todos – viu, ou seja, conversas baixas começaram deixando a ruiva envergonhada e o loiro percebendo cochichou em seu ouvido:

– Não core só vai piorar, e não somos namorados, somos amigos. – A menina não ficou magoada de jeito algum com isso, mesmo porque ela não era o tipo de menina que precisava de um garoto para se sentir feliz. Ela virou o rosto e murmurou para seu tórax:

– Falar para eu não corar só vai piorar a situação. – O menino riu com o comentário, uma risada rouca e sexy. O sinal tocou e quando Scorpius ameaçou levantar ela o segurou. – Não ainda não, preciso que me acompanhe até a próxima aula, pelo menos não vou ter mais aula com a Sonserina hoje.

– Porque quer que eu te acompanhe? Está com medo da Daphne e do Luke? - Ela assentiu isso era obvio a menina por mais poderosa que fosse a um momento de fraqueza podia morrer na mão daqueles dois. – Oh pequena não precisa ficar assim, vem eu te levo até a sua aula de... – E esperou que ela respondesse.

– Poções.

– Adoro poções. – Os dois disseram em uníssono rindo do que fizeram, era legal estarem na presença um do outro, era bom porque era uma amizade natural, era uma coisa gostosa de presenciar e participar.

Quando Scorpius a deixou na sua aula se encaminhou para sua própria, Transfiguração. Não que a aula fosse chata, mas não desafiava o loiro como Poções ou DCAT, claro a não ser que Minerva passasse deveres, ai sim ele quase se matava tentando resolver as questões, sentou-se com Zabine já que a carteira do lado de Albus estava ocupada por Daphne.

– Cara não sei como você pode fazer aquilo, ela é uma mestiça imunda... – Ele nem terminou de falar Scorpius já tinha lhe dado um soco, não um soco que fizesse o outro sangrar, mas um soco que o faria ficar quieto.

– Daphne sai eu vou sentar ai. – Ela tentou contestar, mas a paciência do loiro já tinha acabado há muito tempo. – Daphne, sem querer ofender, mas minha paciência não está das melhores então, por favor, saia enquanto estou sendo educado. – Contra a sua vontade e xingando Merlin e o mundo ela se levantou.

– “Bro” o que aconteceu? – Perguntou Albus preocupado com o amigo.

– A sua prima, ela causa uma coisa em mim, eu não sei explicar, é estranho, hoje na aula quando conversávamos era normal, eu não tentava xavecá-la e ela não se esfregava em mim como com as outras.

– Você está apaixonado, e falando na aula, meu muito obrigado, eu e Roxy conversamos muito, ela até aceitou sair comigo. – Disse o moreno sonhador, ele tinha uma queda pela ruiva/morena há anos e finalmente ia conseguir alguma coisa.

– 1º não acho que seja paixão, 2º Roxy baixou muito o nível, do Smith para você? Sério?- E eles riram com o comentário, a amizade deles era daquelas que foda-se o que o outro disser, melhor ouvir dele do que de outro.

A aula começou e foi chato, quer dizer Scorpius não sabia, ele não prestou atenção em uma só palavra, ficou pensando em Rose Weasley e em como seu amigo estava certo, ele estava apaixonado por Rose Weasley, e não se importava se ela nunca tinha beijado, a partir daquele momento ele decidiu que ela teria todos os beijos que ela quisesse.

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Depois de Scorpius deixa-la na sua aula ela sentou-se ao lado de Roxy que lhe fizera um interrogatório sobre tudo que tinha acontecido e porque, e de bom grado ela contou, precisava expor o que pela primeira vez na vida estava acontecendo com ela.

A outra ruiva, também contou o que Albus e ela conversaram na aula, mas decidiu que o papo da amiga era mais importante porque poderia ser seu primeiro beijo e segundo ela: “O primeiro beijo é o único que a gente lembra”.

Ambas mal prestaram atenção na aula e deram graças a Merlin por não ser prática, então nada que elas não recuperassem depois, elas passaram o dia juntas, e Roxy passava tudo o que sabia dizendo que não era expert no assunto, porém era alguma coisa, Rose por outro lado ouvia tudo com muita atenção.

Depois das aulas elas se dirigiram para o Salão para almoçar e ao se sentarem com seus familiares eles estavam sérios, até que Lilly decidiu quebrar o silêncio que naquele momento já era desconfortável:

– Prima promete não ficar brava? – Ela assentiu desconfiada. – Sabe aqueles papeis espalhados no chão? – A garota assentiu pela primeira vez notando os papeis. – Sabe todos olhando, apontando e rindo pra cá. – Mais uma vez ela confirmou com a cabeça, percebendo muitas outras cabeças direcionadas para a própria.

– Estão rindo bem de você. – Completou Hugo e Rose fez cara de espanto, como se pedisse mais informações, e James lhe passou uma foto, uma foto da aula de Adivinhação quando ela cochichava algo para Scorpius com a frase: Novo casal de Hogwarts? E de repente mudava: “Rose Santinha Weasley FINALMENTE deu seu primeiro beijo?”.

– Sentimos muito. – Em uníssono, todos os presentes – Fred, Alice, James, Domi, Roxy, Albus, Lilly, Hugo, Molly, Lucy e Louis – responderam, ela estava com os olhos marejados e sentia uma dor no peito maior que qualquer coisa que já sentira na vida, foi o que ela pensou.

Até que o vampiro lindo, também conhecido como Scorpius entrou, e automaticamente todos olharam para ele e instantaneamente ele parou, um lufano que Rose não reconhecera passou e lhe entregou um papel e por alguns segundos fitou o papel.

– QUEM FEZ ISSO? – Ele berrou para os quatro cantos do Salão, mas ninguém respondeu, até que Daphne Parkisson levantasse e sobe na mesa da Sonserina com um riso maléfico e diz:

– FUI EU! – Gritou de volta e baixou o tom, porém todos ainda a ouviam. – Rose Weasley não é para você, ela é inferior a nós eu só mostrei o seu devido lugar. – Ao ouvir isso Rose não aguentou e saiu correndo de lá, mas Scorpius fica para lidar com a situação.

– Desde quando você sabe o que é bom para mim? Rose Weasley é a pessoa mais simpática, engraçada e inteligente que eu já conheci, eu nunca pensei que ela seria assim, mas agora que eu sei eu estou apaixonado por ela e ai de quem fazer qualquer coisa para ela.

– Eu já fiz que providências vai tomar a respeito? – Ela diz safada e tenta ser sexy, Scorpius finge cair em sua ladainha e chega mais perto tirando sua varinha do bolso a estuporando.

– Isso. – E sai correndo atrás da ruiva, passou pelo Jardim e nenhum sinal dela, biblioteca também não, e então lembrou se que em um dos bilhetes de sua conversa mais cedo perguntara aonde ela vai se esconder quando se entristecesse... Sala Precisa.

Passa uma, passa duas e na terceira vez a porta se abre, era uma sala escura, em tons cinza, com cortinas cumpridas, pufes por toda a parte, e uma grande cama de casal no meio do quarto, nela se encontrava uma Rose chorosa, ela estava de atravessado na cama com o abdômen para baixo.

Scorpius chegou mais perto e se deitou ao lado dela, e ela sentindo o peso que a cama fez se virou e se deparou com dois olhos acinzentados preocupados, iguais os que viu da primeira vez que ele a salvou.

– Scorpius, não que eu não queira te ver, mas agora acho que preciso ficar sozinha...

– Você precisa é me contar seu lado da história.

– Meu lado da história? – E deu uma risada seca. - Bem meu lado da história é esse, desde o terceiro ano eles fazem isso comigo, me zoam por nunca ter beijado ninguém, por nunca ter transado com ninguém, por ninguém se aproximar de mim. Eu nunca dei bola, quer dizer, sempre fingi não dar bola...

“Quando você me salvou hoje de manhã eu senti uma coisa que eu nunca tinha sentido, eu me senti estranha, eu achei que você poderia ser o que eu espero há muito tempo, até o bilhete da aula de Adivinhação, eu tratei de te tirar da minha cabeça, mas não consegui...”.

De um segundo para o outro a Sala se transformou, passou de um quarto triste para um majestoso lago cristalino, com a grama fofinha, em um por do sol alaranjado, eles estavam em cima de uma toalha de piquenique xadrez, e Scorpius encarou os olhos de Rose.

Aquelas duas esmeraldas que de um meio praticamente certo se misturavam na chuva cinzenta que eram os olhos do loiro, ela era a felicidade no mundo dele, e ele era a aventura que faltava na vida da ruiva, e ainda encarando aqueles olhos perfeitos:

– Sabe eu estou apaixonado por você, e eu quero te dar uma coisa... – Ela confirma com a cabeça e responde.

– Eu também estou apaixonada por você. – Ela hesita por um momento e continua. – O que você quer me dar?

Ele sorri e começa a se aproximar dela, e seu coração começa a bater tão rápido que ele percebe e sussurra: “Apenas relaxe!”, ele se aproxima mais um pouco fazendo com que ela posicione suavemente uma das mãos em sua nuca, Scorpius a trás mais para perto depositando suas mãos na cintura da garota, a fragrância dos dois combinava.

Ao tocar seus lábios, Rose tentou aproveitar ao máximo o selinho, e Scorpius dando lhe seu tempo pediu passagem e ela considerou rapidamente, o beijo deles foi calmo e descobridor por longos minutos, para se tornar algo necessário e cheio de paixão depois, e Rose só pensava o quão a boca dele tinha gosto de menta, já o loiro saboreava o gosto de morango da boca de Rose.

E foi assim que Rose Weasley deu seu primeiro beijo.