Percy

– Eu não estou acreditando nisto – resmungou minha mãe.

– Ou seja vocês enganaram-nos este tempo todo – completou o meu pai incrédulo.

– Desculpem! Sério Desculpem! –disse Annabeth – Mas também foi difícil para nós lidarmos com esta situação toda.

– Sim nós não sabíamos o que fazer e achámos que assim vos magoávamos menos. – acrescentei.

– Opa! Pedimos desculpa, mas não nãos sabíamos mesmo o que fazer.

– E se nós não contámos foi porque gostávamos mesmo um do outro.

– Gostamos um do outro –corrigiu Annabeth pegando na minha mãe e sorrindo-me. Até nervosa ela era linda… e era a beleza dela que me dava forças para enfrentar… com ela sentia-me capaz de tudo.

– Vocês fizeram-nos de parvos – afirmou minha mãe.

– A mim fizeram com certeza – admitiu Poseidon.

– O que queres disser com isso? – perguntou Atena franzindo as sobrancelhas – Tu achas que eu sabia disto?

– Não claro que não – negou o meu pai – Mas não sabias mesmo?

– Tu achas que sim? – olhei para Percy que apenas apertava a mão enquanto assistíamos á discussão – Tu achas que se eu não soubesse não tinha dito logo? É óbvio que eu notei que algo de errado se passava mas… Eu não acredito nisto.

– Os nosso filhos estão namorando Atena! – exaltou-se o meu pai.

– E a culpa é minha?

– A culpa é nossa!

– Calma – tentou Percy.

– Não digas nada Percy, eu não consigo estar calma numa hora destas.

– Vocês enganaram-nos este tempo todo entendem isso? – Percy olhou para mim, mas não tinha medo, o seu olhar estava calmo… calmo e aliviado. - Vão para o quarto.

– Eu e o vosso pai precisamos de falar – murmurou Atena com as mãos na cintura.

– Mas mãe ainda agora…

– Vão para o quarto agora – repetiu Atena.

– E cada um para o seu – conclui Poseidon. Assentimos avançamos pelas escadas, meu pai seguiu-nos para ver se cumpríamos as ordens dele, entrei no meu quarto, rapidamente levei as mãos ao telemóvel.

“Não te preocupes Annie vai dar tudo certo”

“Percy eles estão discutindo!”

“Calma Annie, isto se vai eesolver”

“Não tenho tanta fé nisso Percy”

“Mas eu tenho”

Annabeth

Conseguia ouvir a discussão deles, não entendia muito bem mas parecia até que estavam jogando as culpas um no outro… Conversava com Percy pelas mensagens e juro que a cada segundo que se passava cada vez me assustava mais. O celular começou a vibrar do nada mostrando uma chamada de Thália que rapidamente entendi.

A – Estou Thália.

T – Annabeth como estás? O Percy disse ao Nico que me contou.

A – Tu nem de digas nada as coisas aqui em casa estão uma confusão.

T – Então contaram?

A – Sim nós contamos tudo quer disser eles descobriram mas isso não interessa, o que interessa é que contamos a verdade.

T – E o que eles disseram?

A – Eles começaram logo a discutir e mandaram-nos para quarto – resmunguei.

T – Mas isso aí está muito mau?

A – Não sei… eu estava ouvi-los a discutir mas agora já não ouso nada.

Ouvi a bater á porta.

A – Thália tenho de desligar.

Guardei o telemóvel a porta do meu quarto abriu-se.

– Annabeth vem á sala temos que conversar – minha mãe chamou. Não protestei sabia que se tentasse falar alguma coisa ainda piorava as coisas.

Segui-a até á sala, Percy estava sentado no sofá. Mas mesmo assim deu-me um sorriso que rapidamente me acalmou…

– Senta-te Annabeth – ordenou minha mãe. Tal como á pouco obedeci – Vocês desiludiram-nos muito.

– Achávamos que podíamos confiar em vocês e afinal aconteceu isto – completou meu pai.

– Opa não dramatize – fungou Percy sem paciência.

– Vocês mentiram-nos Percy – afirmou o meu pai.

– E tínhamos razão para isso não tínhamos pai? – afirmei – A vossa reacção é mesmo a prova disso.

– Annabeth não piores a situação! – reclamou minha mãe.

– Eu juro que me tentei controlar… mas desculpem eu não estou a conseguir assimilar isto – afirmou meu pai passando a mão na cara.

– Mas afinal o que nos querem falar? – adiantou Percy farto do assunto.

– Para falar verdade nós ainda não sabemos – afirmou Atena andando de um lado para o outro – Ainda não chegamos há conclusão do que haveremos de fazer convosco.

– A única conclusão que chegamos é que cá em casa não há namoros. – afirmou o pai lentamente.

– Sim nem beijos, nem mãos dadas, nem encontros secretos no quarto de ninguém estamos entendidos?

– Isso é ridículo – disse Percy – Vocês têm noção em que século é que estamos?

– ESTAMOS ETENDIDOS PERCY? – grunhiu o meu pai.

– Estamos pai – afirmei.

– Annabeth?

– Sério Percy não compliques… é melhor assim.

– Percy? – repetiu o meu pai.

– Ok, ok pronto.

***

O jantar foi um tédio… o clima era de cortar á faca mesmo. Ninguém disse uma palavra, nem tive tempo de estar com o Percy mesmo. O meu pai e a minha mãe? Estavam piores que nunca. Não falavam e quando tentavam conversar acabavam por discutir ou mandar indirectas. Eu estava no quarto. Não conseguia dormir. Queria ir ter com o Percy mas acho que só piorava a situação. Abri porta devagarinho e uma coisa me chamou a atenção no corredor.

– Pai? – achei estranho vê-lo deitado num colchão e tapado com uma manta. – Tu não me digas que vais ficar aqui de plantão.

Ele não respondeu apenas se sentou encostado á parede.

– As coisas com a tua mãe não estão bem – admitiu ele. Suspirei tal como ele sentei-me ao seu lado adotando a sua postura.

– Por causa de mim e do Percy?

– E não só… eu e a tua mãe dissemos coisas um ao outro… coisas duras que não havíamos de ter dito.

– Desculpa pai.

– Annabeth o que vocês fizeram fui muito feio. – disse ele olhando-me nos olhos – Você namora com o seu irmão.

– Pai – suspirei – Nós não somos irmãos

– Para mim e para a tua mãe vocês são irmãos.

– Ou vocês queriam que nós fossemos. – justifiquei.

– Annabeth por favor… vai para o teu quarto. – pediu ele educadamente. Assenti não queria reclamar. Me deitei na cama e esperei para adormecer.

***

Acordei com o bater á porta.

– Entre – autorizei. A porta se abriu minha mãe entrou numa postura tão graciosa quanto a beleza – Mãe se você veio me encher o saco pode ir embora.

– Posso conversar com você minha filha?

– C-Claro.

– Annabeth eu queria falar com você sobre… Annabeth eu admito que ontem não reagi bem, mas não me sinto bem em estar a fazer isto.

– Isto o quê mãe?

– Annabeth eu e o teu pai já passamos por muito para estar juntos… eu não gosto de te ver sofrer, você é minha filha… e eu sei o que é não ter apoio dos pais e sei o quanto se sofre, eu não quero que você passe o mesmo que eu passei. Você se lembra do dia em que você partiu? – assenti freneticamente – Eu lhe disse que sempre a apoiaria nas suas decisões. E hoje eu tenho de cumprir essa promessa.

– Então quer disser que aceita?

– Não sou eu que tenho de aceitar Annabeth, você é minha filha… você já é adulta mesmo só fazendo os dezoito daqui a uns meses, mas eu se que você tem a cabeça no lugar. Se você e o Perseu se gostam o que eu tenho a fazer é apoiar. Vocês são meus filhos, e é meu dever de mãe apoiar vocês.

– Mas e o pai?

– O pai – suspirou minha mãe – O teu pai se mostrou calmo, mas lhe custa saber que a filha dele está crescendo. E ele ficou desiludido sim, mas lhe dê um tempo, ele apenas ainda não se tocou. Eu admiro você filha, você teve força para fazer aquilo que eu em tempos não tive coragem de fazer, você soube enfrentar a família por aquilo que acredita e que lhe fez feliz. E eu tenho orgulho de você, tal como o Percy. Eu já conversei com ele… e Annie se ele realmente ama você como diz amar, não vou ser eu a destruir a felicidade dos meus filhos.

– Mas agora são vocês que estão infelizes.

– Isso se resolve querida… - assentiu minha mãe.

– De certeza?

– Sim querida… agora se vista que já ta na hora.- disse ela se levantando.

– Mãe?

– Sim querida?

– Obrigado por me apoiar.

– Filha eu quero que saiba que qualquer decisão que tomar terá sempre meu apoio. – sorriu ela - Filha?

– Diga mãe.

– Vocês vão assumir hoje para a escola?

– O Percy quer e eu acho que é melhor acabarmos com as mentiras.

– Eu concordo – sorriu ela.

Vesti-me e apressei-me. Desci as escadas Percy encontrava-se sorridente tomando o pequeno almoço.

– Oi amor – disse se preparando para me dar um beijo, mas eu impedi-o.

– Calma Percy, sabe bem que o pai não quer beijos.

– O pai saiu faz tempo.

– Sério?

– É… acho que ele já nem consegue olhar para mim sabendo que eu namoro com a preciosa filhinha dele.

– As coisas vão de mal a pior.

– Pelo menos a mãe aceita.

– Eu fiquei espantada sabe?

– Eu também, mas é a Dona Atena ela faz sempre o que é melhor para nós e o que acha mais certo.

– Isso mesmo – uma voz surgiu entrando na cozinha, Atena estava vestida com o terno feminino profissional do trabalho e o cabelo arrumado.

– Oi mãe – dissemos.

– Oi crianças tenho que me despachar estou atrasada para o trabalho.

– Mãe o pai já saiu.

– Eu sei crianças – suspirou ela – Ele apenas precisa pensar um pouco.

– Se você o diz.

– Percy? – chamou minha mãe se chegando perto dele – Você é meu filho, mas eu quero que você trate bem a Annabeth tudo bem?

– Pode deixar mãe. Eu amo ela e sei que ela também me ama. – disse ele.

– Percy mesmo que eu não tenha concordado ao inicio, eu quero que saiba que fico feliz por ser você, eu te conheço desde pequeno, e você sempre foi um filho exemplar e respeitador. Eu fico aliviada por saber que tomará conta dela.

– Pode deixar mãe – disse Percy. Atena se chegou perto e nós e nos abraçou fortemente.

– Eu apenas quero avisar-vos que não será fácil enfrentar os preconceito que vêm por aí. Terão de batalhar muito.

– Nós vamos conseguir não é sabidinha?

– Pode crer cabeça de alga – ri.

(N/T-Postei uma One Shot se quiser ver clica aqui.