Percy

– Percy acorda! – ouvi uma voz a berrar-me aos ouvidos.

– Humm. – eu gemi. – Deixa-me dormir.

– A Annabeth já deve estar a chegar – era a voz do meu pai. – Acorda filho.

– Ok – eu bufei.

Hoje Annabeth chegaria a casa. Ela foi estudar para Inglaterra, e desde aí nunca mais nos vimos, mas mantínhamos o contacto por telemóvel. Mas hoje ela voltaria para o pé de nós… Annabeth e eu não somos irmãos… a minha mãe morreu quando eu nascera, o meu pai disse-me que ela teve problemas no parto. Quando eu tinha 3 anos, o meu pai conheceu Atena, a mãe de Annabeth que perdeu o pai num acidente de carro. Os dois se apaixonaram e se casaram. Annabeth eu fomos criados juntos desde então…

Levantei-me da cama, e fui tomar um duche. Vesti-me rapidamente e apresei-me a descer as escadas. Os meus pais estavam na cozinha, a preparar o almoço de boas vindas…

– Bom dia mãe e pai – Apesar de Atena não ser a minha mãe biológica eu amava como tal, ela me tratou com um filho desde então.

– Bom dia filho – a minha sorriu. Ela era uma mulher bonita, tinha cabelos castanhos e possuía os mesmos olhos cinza da Annie – Annie fora um apelido que eu dera a minha irmãzinha…

– Percy filho, me ajude a colocar os pratos na mesa – o meu pediu. Tal como eu ele era alto, tinha olhos verdes, apesar da idade os rosto dele mantinha uma aparência jovem…

– Claro pai – eu assenti – Então quando é que a Annie chega?

– Deve estar a chegar – a minha mãe sorriu.

Quando acabamos de colocar a mesa, ouvi a campainha tocar…

– É a Annabeth – o meu pai sobressaltou-se dando um sorriso largo.

– Eu vou abrir – disse entusiasmado, já há muito tempo que eu já não via a Annabeth… e finalmente hoje eu ia revê-la. Corria até a porta e abria.

– Annie? – eu perguntei a sorrir. A garota que estava á minha frente não era igual há que eu me lembrava. Ela estava mais alta, os cabelos estavam soltos e caíam pelas suas costas. Ela estava muito bonita.

– Olá Percy – ela gargalhou.

– És mesmo tu! – eu sorri, e abracei-a – Tive tantas saudades Annie.

– Eu também – ela sorriu – Mas Percy… se me pudesses soltar os meus pulmões agradeciam.

– Me desculpa, mas ainda não acredito que vieste. – eu disse.

– Mas estou aqui cabeça-de-alga – ela voltou a gargalhar.

– Annabeth! – ouvi duas vozes estridentes. Os meus pais correram para os braços da loira.

– Pai!Mãe! – ela apertou-os com força – Estava morrendo de saudades…

–Minha filha… estas mais alta, mas estas tão magrinha, tens te alimentado bem? – a minha afirmou, Annabeth bufou com um sorriso.

– Sempre a mesma mãe galinha né dona Atena? - ela riu.

– Minha filha, como tens estado? – o meu pai voltou a abraçar Annabeth.

– Estou bem pai – ela riu – Apenas estou cheio de fome.

– Vamos almoçar… quero que me contes tudo – a minha mãe disse puxando Annabeth que gargalhou. Sentá-mo-nos à mesa.

– Então como foi Inglaterra? – o meu perguntou.

– Foi fantástico pai – ela sorriu – o colégio, as pessoas, é tudo maravilhoso. Mas… nada se compara aos estar com a minha família.

– Nós estamos contentes de ter-te de volta – afirmei, Annabeth sorriu-me, aquele sorriso que eu já não via à muito tempo.

– Eu estou contente por estar de volta… - ela confessou.

­Annabeth contou muitas histórias dela em Inglaterra, eu estava feliz de tê-la novamente perto de nós… Quando acaba-mos de comer eu fui levantar a mesa. Estava na cozinha a colocar a loiça suja na máquina-de-lavar quando ouvi uma voz atrás de mim.

– Quem diria Percy Jackson a fazer as tarefas? – Annabeth ironizou.

– Que Piada Annie. – eu sorri.

– Anda eu te ajudo – ela disse arregaçando as mangas da camisa.

– Onde está a mãe e o pai?

– Eles foram ao mercado, sabes acho que estão a organizar outra refeição em grande! – ela gargalhou.

– Eles estão contentes por te ter cá. – eu afirmei. – Pena que vais embora…

– Na verdade não. – ela sorriu.

– Como assim? – perguntei confuso.

– Eu pedi transferência para cá, eu gosto muito de Inglaterra, mas eu acho que não consigo voltar a afastar-me daqui.

– Ainda bem – eu abracei-a.

– Então e tu? Como tens passado?

– Bem… consegui passar de ano. – afirmei com um sorriso triunfante – Mas admito que foi difícil porque não tinha cá a minha sabidinha para me dar explicações.

– Cabeça-de alga! –e ela sorriu – eu fico feliz por ti. Tenho uma coisa para te dar! – ela disse puxando-me pela mão até à sala.

– O quê?

– Um presente.

– Não era preciso Annie.

– Vamos Percy é uma recordação… eu já dei uma ao pai e a mãe, e comprei este em Londres. – ela disse entregando-me um saco de papel.

– O quê é?

– Abre – ela sorriu.

Eu sorri e abri o saco. Tirei um embrulho retangular. Rasguei o papel e vi que lá se estendia uma fotografia emoldurada. Na foto estava o meu ídolo Michale Phelps. Ele era o maior campeão de natação do mundo, na fotografia estava escrito uma pequena dedicatória.

“Para o meu grande fã Percy Jackson”

– MP”

– Eu não acredito Annie! – eu sorri.

– Eu vi-o em Inglaterra numa sessão de autógrafos, eu sei que você é um grande fã dele, então achei que você ia gostar…

– Eu Amei Annie – ele disse abraçando-me.

– Não tem de quê Percy. Foi um prazer.

– Obrigado Sabidinha.

Ela sorriu. Mesmo estando diferente continuava a mesma Annie de sempre… Fomos interrompidos pelo som do meu telemóvel (celular).

– É a Calipso. – eu disse. Annabeth sabia que eu namorava a Calipso faz algum tempo, elas conheciam-se desde do 8º ano não sei porquê mas elas não gostavam uma da outra.

– Atende – ela sorriu, mesmo não gostando dela, a Annie sabia se comportar, a Annabeth sempre fora assim: esperta, inteligente, educada… não era como as menininhas da idade dela.

– Ok! – eu sorri-lhe. Atendi o telemóvel.

P – Oi Cali.

C – Oi meu amor, quer sair hoje?

P – Não sei se posso Cali, a Annabeth voltou hoje e…

C – Oquê? – a sua voz aumentou o tom.

P – Sim ela voltou.

C – Ah tá! – a sua voz suava com desprezo - Mas vamos Percy!

P – Ok… - eu suspirei.

C – Beijo amor.

P – Beijo.

Desliguei.

– Era a Calipso ela me convidou para sair.

– Pode ir Percy não se prenda por minha causa – ela sorriu.

– Certeza?

– Percy você tem uma vida, além disso, eu vou ao Shopping. Não se preocupe.

– Ok – eu disse.

– Vai lá ter com a tua namorada – ela disse dando um sorriso estranho.

– Tchau Sabidinha – eu disse beijando a sua testa.

– Xau – ela disse.

Fui para o carro e guiei para a casa da Cali.