Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 38
Capítulo 36 - Mudanças.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por não ter postado semana passada. Tinha tanta coisa passando por minha cabeça que simplesmente esqueci. Provas, estudos, argh! Espero que compreendam.
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Teremos... mudanças, como o próprio título sugere. Primeiro teremos um salto temporal, e uma mudança na narrativa. Digam-me se preferem assim, ou como estava.



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Base dos X-Men, Bristol, Inglaterra. 21:00.

Inverno, um ano depois.

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Carrie POV.

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Eu estava preocupada. John havia saído já faziam quatro horas. Com mais e mais mutantes desaparecendo, não posso deixar de me preocupar por ele. Helena e Daryl tentavam me distrair, sem sucesso. Eles não pareciam tão preocupados quando eu, eles confiavam plenamente em John. Eu também confio, mas isso não impede meu coração de doer quando ele não está por perto. Nossa, odeio soar melosa. Observo as chamas da lareira crepitarem, sentada no sofá com os dois.

— Ele disse que poderia demorar. – Diz Helena. – Vai ver a neve o atrasou.

— Ele é criocinético. – Helena suspira, percebendo que foi uma tentativa péssima de me acalmar. – E se ele foi capturado? Eu nunca iria me perdoar.

— Ele deve ter seus motivos para ter saído sem nenhum de nós. – Daryl anuncia, limpando a garganta. – As ruas estão cheias de gelo, o terreno estaria em favor dele.

— E ele teria mandado uma mensagem telepática se estivesse com problemas. – Acrescenta Helena.

— Normalmente sim, mas ele não me responde! – Não pude deixar de franzir o cenho, usando de minha telecinese para levar um pedaço de lenha para o fogo, e usar um atiçador de lareira para aumentar as chamas. – Ele é teimoso!

— Você conhece o John? – Daryl bufa. – Relaxa, Carrie. No final do dia ele vai estar aqui fazendo um belo chocolate quente para nós.

— Seria típico dele... John! – Viramos nossos rostos para o barulho da porta se abrindo, suspiro ao ver a jovem de cabelos negros e olhos violetas entrar, diminuindo meu sorriso. – Olá, Kass...

— Oi Carrie. Helena, Daryl. – Ela faz um meneio com a cabeça para os dois, que respondem com sorrisos e acenos, o seu forte sotaque britânico marcante em sua fala. – Espero que não se importem se eu continuar minha leitura aqui... – Ela bate o dedo na capa do livro que segurava em mãos. – Ambrose e Thomas estão fazendo um barulho infernal lá em baixo.

— Brigando de novo? – Pergunta Helena, enquanto Kass sentou-se numa poltrona perto da lareira.

— Discutindo se o certo é biscoito ou bolacha. – Ela diz, seus lábios se curvaram um pouco, como se segurasse uma risada.

— Biscoito/Bolacha! – Disseram Helena e Daryl ao mesmo tempo. Eles trocaram olhares ameaçadores, é isso me fez rir. Kass apenas revirou os olhos.

— Não me façam levantar daqui. – Disse ela, voltando para o livro. Helena e Daryl pareceram chegar em um consenso silencioso, e ficaram quietos. Não sei como Kass tem esse efeito sobre as pessoas. Ela é normalmente tão quieta, mas emite uma aura de influência. É fácil gostar dela.

Ainda me lembro de quando a encontramos, ela estava ferida. Dizia estar sendo perseguida por mutantes hostis. O Hellfire Club vêm tendo atacado mutantes e capturando-os, fazendo lavagens cerebrais. Criando um exército. Eles se mudaram de Nova York, pelo que os X-Men e a S.H.I.E.L.D. relataram, mas não há pista de onde estejam. Nós a acolhemos, Psylocke e Emma concordaram. Ela está conosco já fazem dez meses.

Meus pensamentos voltam para John, e eu suspiro. Devo ter feito isso alto, pois Kass abaixa o livro do rosto e me encara.

— Algo está te incomodando? – Pergunta ela.

— John ainda não voltou... Estou preocupada. – Confesso.

— John? – Ela ergue uma sobrancelha. – Eu o vi entrando já faz uma meia hora. Ele foi para a cobertura.

Kassandra Brown, você é uma salva vidas. Me levantei, Helena e Daryl arregalam os olhos, como se dissessem “John está morto”.

— Obrigada Kass, você me ajudou bastante. Ao sair, não pude deixar de escutar Daryl falando.

— Você sabe que acabou de condenar um inocente à morte, não sabe? – Diz ele.

— Eles já são grandinhos... – Dou uma risadinha, e continuo minha cruzada para dar um sarrafo no John.

***

— Jonathan Crane Frost! Você está... – As palavras ficaram presas em minha garganta ao vê-lo. Ele havia montado uma mesa, iluminada à luz de velas. Uma garrafa de espumante se encontrava aberta, ele segurava duas taças em uma mão, apontando para uma das cadeiras com um sorriso no rosto.

— Não se preocupe, é sem álcool. – Ele disse, como se pudesse ler meus pensamentos. Oh, espera... Ele pode. Decido jogar o joguinho dele, e vou até a cadeira. Ele a puxa para mim, como um perfeito cavalheiro. Ele toma o outro lugar para si, em seguida.

— Então... Por que estamos aqui hoje? – Pergunto, ele ergue uma sobrancelha, sorrindo.

— Que dia é hoje? – Ele pergunta. O que eu perdi?

— 7 de novembro. – Respondo, o encarando como se fosse uma resposta óbvia. Meus olhos de arregalam, será que...

— Nosso aniversário de um ano oficial de namoro. – Ele responde, levo minha mão à cabeça. Como eu pude ter me esquecido disso? Logo eu, a suposta garota do relacionamento! Eu me sinto uma idiota.

— Não comemoramos isso em setembro? – Pergunto.

— Isso foi o meu aniversário. – E logo quando eu achei que as coisas não poderiam piorar. Eu suspiro.

— Sou a pior namorada do mundo, não sou?
— Yep. – Ele sorri, acho que deve ter algo relacionado com minha cara, que estava em um misto de confusão e raiva. Ele ri alto, e eu sinto a pressão em meus ombros desaparecer. Eu olho para o chão, escondendo meu rosto. Ele é insistente e procura meu olhar. Sinto seus olhos verdes me encarando como uma águia encara uma presa.

— Você é impossível. – Digo.

— Yep. – Ele responde, enchendo minha taça e, em seguida, a dele. Ele dá um gole, e resolvo fazer o mesmo. Sinto a efervescência doce invadir meu palato e, lentamente, desaparecer. Seguro o impulso de tomar outro gole. Isso não impediu John de faze-lo.

— Você me deixou preocupada. – Ele respira fundo.

— Tive que preparar o jantar. – Disse ele, estalando os dedos. Uma escultura de água em forma de garçom se forma, e se solidifica. Ele podia fazer isso agora, seus poderes evoluíram bastante com os meses de treinamento. O treinamento fez bem para ele, seus músculos de desenvolveram até o ponto que não seriam um empecilho à sua mobilidade. Seu porte físico estava entre um nadador e um boxeador peso pena. Ele havia deixado a barba crescer recentemente, o que pessoalmente me agradou. Eu também mudei bastante. Perdi o pouco sobrepeso que tinha. Estou com um tipo físico semelhante ao de Helena, entre uma maratonista e uma jogadora de vôlei. Helena estando mais para a última e eu para a primeira. Decidi cortar meu cabelo, que agora está apenas alguns centímetros abaixo de meus ombros. Teria feito um Chanel assimétrico, mas Helena e Ambrose me convenceram do contrário. Tenho mais controle de meus poderes agora, graças à ajuda da equipe que agora considero verdadeiramente minha.

O garçom virou-se, e pegou uma travessa com dois pratos. Ele os pôs na mesa, no lado correto, e virou uma estátua. Sinto o cheiro do pato invadir minhas narinas, um molho de laranja e aspargos enfeitavam o prato.

— O meu favorito. – Digo. – Seria esse o pato do...

— Sim, do seu restaurante favorito. – Ele corta um pedaço do pato, passando-o pelo molho e levando o garfo à boca. – Também pedi aquela sobremesa que você adora.

— Crème brûlée? – Sorrio quando ele confirma com a cabeça. – Nada mal...

Ele franze o cenho levemente, mas vejo um sorriso no canto da sua boca. Terminamos nossa refeição e sobremesa. O frio estava começando à me incomodar, e ela sugeriu irmos para dentro. Concordei, e fomos nos esquentar em uma das salas de repouso. Os outros já haviam ido dormir, então ficamos sozinhos. Nos deitamos perto da lareira... Ele acariciou meus cabelos e se levantou, voltando com seu violão e um cobertor. Não precisei pedir, ele se sentou perto de mim e cantarolou uma música. Era bom sentir o calor do corpo dele próximo do meu, era confortante. O corpo de John era como um violão, composto por fios longos e sinuosos. E então, eu senti um de seus fios ficar mais longo...

Deixamos o violão tomando conta da lareira.


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Notas finais do capítulo

A última cena foi uma referência ao livro "Ossos Perdidos", por Kathy Reichs. Achei apropriada... ou seria, inapropriada? Haha.
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Desculpem-me novamente. Até segunda.



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