Mind Games (interativa) escrita por Isabela


Capítulo 36
Capítulo 34 - Stalemate.


Notas iniciais do capítulo

De novo, postado à noite. Mas ainda na segunda. Uma feliz Páscoa atrasada para vocês, e espero que aproveitem o capítulo. Ficou menor do que eu pretendia, mas o conteúdo compensa. Adorei escrever esse daqui.



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Stalemate: é uma situação no xadrez onde o jogador tem a vez de jogar, não está em xeque, mas não tem movimentos válidos. O stalemate termina o jogo com um empate.

Sede do Hellfire Club – Nova York, Hell’s Kitchen. – 7:00.

— O que aconteceu aqui?! – Perguntou Selene para Jéssica, após retirá-la bruscamente do tronco da árvore que crescera em torno dela. A garota toma um momento para se recuperar, sua respiração ofegante.

— Um grupo de adolescentes... – Ela se senta no sofá, suas pernas cansadas de ficarem em pé por tanto tempo. – Pelo menos cinco. Eles invadiram. Lutaram pelo corredor. Eu e mais cinco seguranças ficamos protegendo Carrie. Andrômeda, Duncan e Jackson saíram para combatê-los. – Selene a encara com um olhar inquisidor. – Eu e Carrie tentamos entrar em contato, mas eles desativaram as redes de comunicação. Eles demoraram para voltar, então eu deixei Carrie com Ivan e Luke. Um telepata passou por mim, e criou uma barreira de gelo. – Ela faz um meneio com a cabeça, apontando para o corredor. Resquícios de uma grande poça de água foram vistos pela rainha negra.

— E você não foi atrás dele por quê? – A fala de Selene fez Jessica se encolher.

— Eu estava ocupada. Lutei com dois antes de acabar ali. – Disse ela, mexendo-se no sofá. Ela decidiu omitir a parte de ter lutado contra o próprio irmão. – Eu ouvi vozes e passos e tudo ficou quieto até vocês chegarem.

— Maldita Emma e seu filho! – Selene soca a parede, fazendo um buraco na mesma. – Como eu não previ isso?

— Não é sua culpa, minha rainha. – Jessica se levanta bruscamente, levando uma mão à área das costelas. Selene se vira. – É minha, somente.

— Estás ferida. – Selene faz com que Jessica se deite novamente no sofá. – Descanse, e não se preocupe. Eu resolverei essa situação. E chamarei um médico.

Jessica assente silenciosamente, desconfortável com a dor aguda no tronco. Selene se dirige para fora dali, fervilhando por dentro. Como ela poderia ter sido tão estúpida? Ela estava no comando, devia ter previsto isso. Agora o garoto Frost havia levado Carrie dali, e provavelmente ela teria suas memórias restauradas. Ela não voltaria para o lado do pai, não depois de descobrir o que eles a fizeram fazer. Ela deveria ter matado o garoto pessoalmente, quando teve a chance.

— E então, Selene. O que a garota sabe? – A rainha foi surpreendida pela voz de Shaw. Ela havia chegado em seu escritório, sem perceber.

— Carrie foi levada pelo garoto Frost. Ela é mais alguns estudantes de Emma invadiram o prédio.

— Estudantes? – Shaw franziu o cenho, reagindo melhor do que Selene esperara. No fundo ela sabia que o homem estava fervendo de raiva. Ela podia ver a tensão em seus ombros. - Emma não enviaria estudantes. Não depois de Genosha.

— Uma missão secreta, talvez? - Selene observa enquanto o homem a levanta e caminha em direção à porta. - Aonde vai?

— Ensinar uma lição para aquela jovem. Ela deveria proteger Carrie, e veja o que aconteceu! -Selene fica entre Shaw e a porta.

— Você não vai encontrar um dedo naquela garota, está me ouvindo! – Selene envolve Shaw em uma onda de energia vermelha, e o empurra para longe de porta.

— Ora ora... - Shaw dá um meio sorriso. – Não sabia que era tão apegada à sua protegida.

— Calado, ou eu vou arrancar algo à que você é muito apegado... do seu corpo. - Shaw morde o interior das bochechas e franze a testa, Selene ergue uma sobrancelha com a reação. - Oh, eu o constrangi? Lamento. Agora, eu vou fazer algo realmente útil. - Ela caminha até a mesa de Shaw, e aperta o botão do sistema de comunicações interno. - Ethan Dubois, Kassandra Brown. Escritório, agora.

Shaw recostou-se na parede, observando Selene sentar em sua cadeira. Depois de alguns minutos de total silêncio, os dois jovens entraram na sala. Ethan parecia fraco, partes de seu rosto estavam inchadas, e ele estava com dor para andar. A garota estava em melhores condições, seus olhos violetas contrastantes com sua pele pálida e os cabelos negros caindo-lhe sobre os ombros. Ambos parecendo preocupados.

— Sim, minha rainha? – Diz Ethan, sentindo sua garganta rasgar. O veneno de Helena havia tido um efeito mais devastador do que o previsto pela mesma.

— Eu quero que você invada o Instituto, tecnologicamente falando. Eu quero que meu rosto apareça em casa tela daquele lugar, e que minha voz seja ouvida por todo auto falante. Você tem até eu terminar de conversar com a senhorita Brown. – Ethan caminha em direção à um painel interativo, escondido por uma porta secreta detrás da estante. Ele começa à descriptografar códigos enquanto Selene se dirige à Kassandra, levantando-se brevemente. – E você, querida, será nossa espiã. Prepararemos tudo em breve, mas tenho certeza de que você não irá nos decepcionar. – Ela ergue a cabeça para Ethan. – Senhor Dubois, está pronto?

— Quando a senhora quiser. – Ethan faz um gesto com a mão, e câmera de segurança que pendia no teto desencaixou-se de seu lugar original, os fios reorganizando-se até que ela se sustentou no ar, de frente para a mesa de Shaw. Um fio estendeu-se de dentro da máquina e conectou-se ao painel.

— Excelente. Senhorita Brown, por favor, afaste-se da câmera. – Ela se senta na cadeira de Shaw novamente, entrelaçando os dedos. – Embora uma ajuda com a iluminação seria bem vinda. – A garota faz um gesto breve com a cabeça, fazendo a luz na sala diminuir, ainda que iluminasse Selene de forma homogênea. – Agora.

Ethan aperta uma tecla, Selene se permite desfrutar de um breve sorriso antes de começar.

—Esperança...

O corpo de John tremeu ao ouvir a voz de Selene repercutindo nos auto falantes do Instituto, ele estava almoçando, junto à sua equipe e Carrie. Todos tremeram ao ver a imagem de Selene aparecer não telão do refeitório. As palavras causando-lhe calafrios e fazendo seu pescoço ficar tenso.

É verdade que a esperança é uma aliada poderosa. Até mesmo uma faísca de esperança, guiada pela criatividade humana e sua imensa capacidade de resistir às intempéries, pode incendiar a mudança. A esperança parece estar muito relacionada com suas vitórias, X-Men, e é por isso que eu vou usar de todo o meu poder... para desintegrá-la.

O clima da sala diminuiu, John imediatamente sentiu-se culpado por isso, mas não havia tempo para desculpas. O olhar de todos estava estagnado na tela. As palavras carregando os seus ouvintes de receio e medo.

— Qual é o sentimento? Qual é o sentimento de saber que todo o seu esforço, dedicação e fé foram postas em uma missão condenada ao fracasso? Sim, vocês causaram alguns danos, arranharam a superfície de algo muito maior... algo que pode, e vai, causar cicatrizes tão profundas nas suas tão patéticas existências que vocês nem saberão o que é real. Vocês podem enviar seus mais fortes defensores, vocês podem enviar até suas jovens mentes, suas crianças.

Carrie sentiu alguns olhares voltarem-se brevemente sobre ela. John, percebendo isso, puxou sua pequena para perto de si, fazendo-a se sentir segura.

Sua fé nos X-Men não foi desperdiçada. Juntos, eles são capazes de fazer coisas extraordinárias, sendo uma notável ameaça. Mas ponha dúvida em suas mentes e qualquer resquício de poder que eles pensam ter desaparecerá. Claro, eles não perceberão tão rápido. Vão se agarrar às suas aspirações e esperanças como parte de uma estúpida resistência. Então enviem os seus combatentes, seus mutantes, vingadores e agentes. Eles não vão durar muito.

Ela faz uma breve pausa, como se fosse para saborear a discórdia recém implantada.

E vocês verão seus defensores caírem, e saberão que tudo pelo que lutaram ruiu. Alma por alma, cada gota de sangue nos seus corpos banhará a terra que decidiram proteger. E os seus lideres não vão poder ajudá-los. Nem seus amigos, ou sua família... E isso me leva à você, Emma.

Emma franziu o cenho na sala de reuniões, cercada dos outros X-Men na sala, observando a tela com o olhar de um tático e o coração batendo como o de um cardíaco.

— Podemos ter falhado anos atrás, mas eu prometo que não vou descansar até tirar o resto das coisas que você ama. Começando pelo seu filho. E saiba que você o enviou à sofrer o mesmo fatídico destino. – Mais uma breve pausa.— Esse é o começo do fim, Emma. E eu mal posso esperar para te ver queimar.

Os olhos de Selene foram encobertos por uma luz vermelha e a imagem foi cortada pela estática. Após um breve momento de silêncio...

O pânico se instalou.

 

 


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Notas finais do capítulo

Sim, eu acabei aqui mesmo. Não me matem.

Referências à RWBY nesse capítulo, uma websérie incrível. Recomendo.

Até semana que vem!



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